Maranhão rebate Renan: “Temos o dever de salvar a democracia pelo debate; não estamos brincando”; veja o pronunciamento

Tempo de leitura: 3 min

Não estamos brincando de fazer democracia, diz Waldir Maranhão

09/05/201618h11 > Atualizada 09/05/201619h12

Ricardo Marchesan, do UOL, em Brasília

O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), fez breve pronunciamento na Câmara dos Deputados no início da noite desta segunda-feira (9). Ele rebateu as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e disse que não está “brincando de fazer democracia”.

“Tenho consciência o quanto este momento é delicado, momento que nós temos o dever de salvarmos a democracia pelo debate. Nós não estamos nem estaremos em momento algum brincando de fazer democracia”, declarou.

O deputado disse que sua decisão seguiu o regimento. Ele fez um rápido pronunciamento, de menos de três minutos, em que reafirmou a decisão de aceitar o recurso da Advocacia-Geral da União, anulando as sessões da Câmara dos dias 15, 16 e 17 de abril, incluindo a votação da admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele não abriu o pronunciamento para perguntas dos jornalistas.

Na manhã de hoje, Maranhão havia anunciado a anulação da votação que ocorreu na Casa, alegando, entre outras coisas, que os líderes dos partidos não poderiam orientar cada deputado como votar. O processo de impeachment foi aprovado em votação no plenário da Câmara no dia 17 de abril. Caso a determinação de Maranhão prevalecesse, o pedido seria novamente apreciado pelos deputados.

Renan considerou a decisão de Maranhão uma “brincadeira”. “Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com atraso do processo. E ao fim e ao cabo, não cabe ao presidente do Senado dizer se o processo é justo ou injusto, mas ao plenário do Senado, ao conjunto dos senadores. Foi esta a decisão do Supremo Tribunal Federal”, acrescentou, que classificou ainda a decisão como “absolutamente intempestiva”.

No final da tarde, Renan não aceitou a decisão de Maranhão e manteve a sequência do impeachment, que deverá ser votado em sessão do Senado na próxima quarta-feira (11).

Veja a íntegra do pronunciamento de Maranhão:

“Quero fazer um comunicado ao povo brasileiro, a este parlamento. No dia de hoje tomamos a decisão de encaminharmos ao Senado Federal um pedido de acolhimento em parte daquilo que a AGU trouxe a esta casa, tão sorte que a nossa decisão foi com base na Constituição, com base no nosso regimento, para que nós possamos corrigir em tempo vícios que certamente poderão ser insanáveis no futuro.

Tenho consciência do quanto este momento é delicado, momento que nós temos o dever de salvarmos a democracia pelo debate. Nós não estamos, nem estaremos, em momento algum, brincando de fazer democracia.

Quero, com essas palavras, me dirigir a todos vocês que aqui estão, que têm o dever de levar aos lares brasileiros mundo afora, que o nosso país tem salvação pela democracia, pelo embate, pelo combate. Que o rigor das leis é que dá ao cidadão as suas garantias individuais.

Sou do Estado do Maranhão e vim servir ao meu país e ao meu Estado. Estado esse que tive a oportunidade, filho de pais humildes, mas que me deram educação. Pela escola pública me graduei em veterinária. Pela escola pública fiz a minha pós-graduação. Tornei-me reitor por duas vezes em minha universidade. Tornei-me pró-reitor de graduação. Portanto, é com essa história, em respeito a essa história, aos mais humildes do meu país, que não podem ser marginalizados.

E a colegas, em momentos de emoção, de forma respeitosa ou não, tem o dever e o direito de expressar os seus pensamentos, tão sorte que eu deixo este comunicado. Este comunicado certamente dará a cada um de nós o divisor de águas da nossa democracia”.

 Leia também:

Bomba nos Panamá Papers 


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nelson

Um primor o pronunciamento de alguns senadores na defesa do impedimento tal como se deu e contra a medida tomada pelo deputado Maranhão. O da dona Amélia RBS Lemos, por exemplo, infelizmente, lamentavelmente, desgraçadamente, senadora aqui pelo meu Estado.

Para ela, os votos de pouco menos de 400 deputados – a grande maioria corruptos notórios – são sagrados, não podem ser questionados. Já os votos de 54 milhões de brasileiros, que elegeram a dona Dilma, não têm toda essa importância, podem ser desprezados.

E olha que a dona Amélia RBS Lemos é uma das tantas personagens públicas do nosso país que se dizem ardorosas defensoras da democracia. O que faria ela se assim não o fosse.

Urbano

São os favores deputado Waldir Maranhão; são os favores…

FrancoAtirador

.
.
Centenas de Manifestantes Contra o Golpe

estão na Porta do Senado neste momento.

Ninguém entra nem sai! #OcupaSenado

https://pbs.twimg.com/media/CiDVnZoWMAEo-Lf.jpg
https://twitter.com/GeorgMarques/status/729818023515795457
.
.

Deixe seu comentário

Leia também