Homem que ameaçou matar ministro é de muito músculo e poucas palavras
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Da Redação
Adrianno Ravaglio é cantor de sertanejo universitário.
Com o parceiro Marcello, canta letras de amor: “Eu só penso em você, com a força do coração, cada segundo que passa, aumenta a minha paixão”.
No Facebook, exibe os músculos e as tatuagens, mas é de poucas palavras.
Refere-se ao ministro Teori Zavascki, do STF, como “velho filha da puta, pelego do PT”.
A uma foto da presidente Dilma com a atriz Letícia Sabatella acrescentou uma única palavra: “Lixos”.
Adrianno é de Curitiba, no Paraná. É possível depreender a dieta informativa que ele consome a partir das postagens que faz no Facebook: demitida da revista Veja, Joice Hasselman criou o canal VejaJoice no You Tube — aliás, sem nenhum pejo. Adrianno aparenta ser fã dela.
Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino fazem aparições. O juiz Sérgio Moro é ídolo inconteste, a intervenção militar uma possibilidade, e a ameaça vermelha do PT parece assombrar as noites do cantor.
Ele reproduz postagens de blogs de extrema-direita cujo respeito à verdade factual é limitado. Trata-se, acima de tudo, da agitação política que deve desaguar em 10% dos votos para Jair Bolsonaro, como salvador da Pátria, nas eleições de 2018.
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No Facebook do ministro Edinho Silva, ele deixou as seguintes mensagens:
Nota à imprensa
Hoje fui ameaçado de morte por um senhor que diverge dos meus posicionamentos na imprensa, quando alerto para os riscos que corremos enquanto sociedade com agravamento da intolerância. A ameaça foi feita na minha página no Facebook.
Informei oficialmente o Ministério da Justiça, por intermédio do ministro Eugenio Aragão, sobre o ocorrido. As medidas cabíveis serão tomadas.
De minha parte, esse tipo de ameaça não me fará mudar minhas convicções. Continuarei defendendo a democracia, a legalidade, o respeito à Constituição Federal. E vou estar, em todos os espaços possíveis, defendendo que a única saída para a crise política que estamos enfrentando está no diálogo e na construção de uma agenda de unidade nacional, que seja maior que as divergências políticas e nos coloque novamente no caminho da retomada do crescimento econômico e do fortalecimento institucional. A democracia não admite atalhos, nem intolerância.
Abaixo, a nota que divulguei para a imprensa.
“A ameaça a mim dirigida é mais uma demonstração da avalanche intolerante que tomou conta do Brasil. Pessoas falam em matar como se fosse um ato simples, sem significado. A partir deste episódio, enfatizo a necessidade de fortalecermos o diálogo como instrumento de superação da crise política, para vencermos a intolerância e unificarmos o país, respeitando a nossa diversidade política, religiosa, de opções cidadãs, de raças, gêneros e culturais”.
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