por Conceição Lemes
João Márcio Dias (@joamarcio) foi o primeiro a nos alertar, via twitter, no início desta tarde.
Depois, postou no seu twitter esta mensagem:
Enviou-nos também o link deste vídeo, com denúncias contra a Petrobras e a candidata Dilma Rousseff (PT).
O vídeo foi postado ontem, 28 de outubro, no You Tube. Curiosamente um dia antes do debate da Globo. Na página do You Tube, se lê, no canto inferior à esquerda: JSerra 2010.
A pessoa do vídeo chama-se Edilene Farias de Oliveira. É ex-petroleira de Salvador (BA). Diante da gravidade das acusações, esta repórter resolveu investigá-las. Primeiro contatou petroleiros da Bahia e do Rio de Janeiro. Desde ontem, vários tinham conhecimento de possível ação por parte de Edilene contra a candidata Dilma Rousseff e a Petrobras. Circulou em Salvador de que ela teria vindo a São Paulo. Só não sabiam da existência do vídeo.
Essa não é a primeira vez que Edilene acusa a Petrobras. Isso, segundo petroleiros da Bahia e do Rio de Janeiro, já aconteceu várias vezes. Em 5 de novembro 2009, foi matéria em O Globo.
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Depois pedimos esclarecimentos à Petrobras, para a qual enviamos uma lista de perguntas.
Sobre as acusações feitas pela ex-empregada Edilene Farias de Oliveira, a Petrobras esclarece:
1.
Edilene foi demitida após apuração criteriosa que atestou a prática de fatos que caracterizaram justa causa para rescisão do contrato de trabalho, o que se deu em 09/11/2009.
Histórico do caso:
Em 1997, Edilene Farias de Oliveira apresentou sintomas alérgicos, de caráter hereditário. Ao tomar conhecimento, na época, a Petrobras emitiu Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) ao INSS. Para evitar que o ambiente industrial agravasse a saúde da empregada, ela foi transferida da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) para o escritório da Petrobras em Salvador, no bairro de Itaigara.
A ex-empregada esteve afastada pelo INSS desde 2005. A licença encerrou-se em 30 de agosto de 2009. Edilene retornou no dia 8/9/2009 e trabalhou até o dia 20 do mesmo mês. No entanto, a partir do dia 21 daquele mês não compareceu à sua gerência, apesar de ter sido formalmente convocada pela empresa. Portanto, jamais houve assédio moral à empregada.
A Petrobras atua sempre em conformidade com a legislação trabalhista e também o fez neste caso. Como membro do Conselho de Administração, ao qual não compete a gestão cotidiana da Companhia, a ex-ministra Dilma Rousseff não participou de atos administrativos relativos à ex-empregada.
2.
Em 12 de março de 2010, houve um acidente na U-83 (Central de Utilidades – local onde se localiza a segunda caldeira da refinaria) da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), envolvendo três empregados terceirizados da empresa Mip. Os trabalhadores foram atingidos por um vazamento de vapor d’água, sendo imediatamente encaminhados à Unidade Médica Intensiva de Candeias (UMI), unidade referência no tratamento de queimaduras. Infelizmente, um dos empregados faleceu.
Jamais houve previsão de solenidade para inauguração da caldeira. Portanto, é descabida a acusação de que a obra foi acelerada e de que a Petrobras teria deixado expostos a risco os empregados.
A Petrobras obedece a rigorosos procedimentos, principalmente aqueles que se referem à segurança operacional. Isso faz parte da cultura da empresa, construída ao longo de sua história. Esta política se aplica a todos os segmentos e cenários onde atua.
3.
A Petrobras não doou casas para o MST, como afirma a Sra. Edilene. Em 22 de novembro de 2005, foi firmado convênio entre a Transpetro e o Estado da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER), com a finalidade de concluir a construção de 118 unidades habitacionais destinadas à realocação de moradores que residiam sobre a faixa de dutos de combustíveis, com elevado risco, em trecho próximo ao Terminal Aquaviário de Madre de Deus. Além disso, o convênio previa a implementação de um projeto social junto aos moradores, com a instalação de uma peixaria e uma padaria na região do Caípe de Cima, em São Francisco do Conde. O objetivo do projeto, que alcança 3.000 pessoas por meio de cooperativas, oficinas e palestras, é contribuir para o desenvolvimento sustentável da comunidade e resolver um problema social que afetava o desenvolvimento das atividades regulares da Companhia.
FUP: MOTIVAÇÃO POLÍTICO-PARTIDÁRIA
“Nosso objetivo é evidentemente defender os petroleiros”, afirma João Antonio Moraes, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP). “No entanto, esse vídeo demonstra claramente a utilização político-partidária de uma questão eminentemente trabalhista.”
“Nosso acordo coletivo nos dá garantia de emprego e o direito de executar ou não um trabalho inseguro”, frisa Moraes. “Portanto, não procedes as acusações. Dizer que na Petrobras existe mordaça é um absurdo. Isso não existe. Nós temos um dos melhores acordos de trabalho de todas as categorias profissionais no Brasil.”
Detalhe: o Sindicato dos Petroleiros da Bahia e a FUP já ajudaram financeiramente a Edilene.
PS do Viomundo: O vídeo da ex-funcionária da Petrobras, Edilene Farias de Oliveira, foi postado no site oficial de José Serra (Serra 45), informa o blog Seja Dita a Verdade. Título do artigo: Ex-petroleira na página de Serra é a Lurian desta eleição.







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