Cerqueira César: Alckmin joga crise da água para após eleição?

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Júlio Cerqueira César Neto: “A gravidade da situação exige maior responsabilidade do governo”

Operação de guerra na crise da água

 Júlio Cerqueira César Neto, via e-mail

Estamos no fim do mês de julho e a operação de guerra necessária para superar a grave crise da água em São Paulo ainda não existe.

Embora a crise da água na região metropolitana já tenha sido anunciada há pelo menos 15 anos, ela deu um sinal em 2003 e veio com tudo a partir do final de 2013, surpreendendo a Sabesp e o governo do estado.

O governo a vem administrando até hoje, final de julho, com visão exclusiva de curto prazo com o objetivo de passar o período eleitoral sem racionamento, se valendo do apoio da população em reduzir o consumo, do racionamento seletivo em diversos setores da região e especialmente no esgotamento não só da capacidade útil dos reservatórios mas inclusive de todas as reservas técnicas disponíveis. E só.

Esse comportamento somado à frequente alusão à falsa perspectiva de que em outubro as chuvas que virão encherão os reservatórios — assim, acaba a crise — está induzindo a população a não atribuir à mesma a sua real extensão e gravidade (efeitos a partir do final desse ano com horizonte de 10 anos). Em consequência as pessoas começam a achar que agora não dá para fazer mais nada, só depois das eleições, e não se dão conta que após as eleições vem Natal e em seguida o Carnaval.

A gravidade da situação exige maior responsabilidade do governo. Era de se esperar que o governo já tivesse organizado e implantado, pelo menos a partir do final do ano passado, uma operação de guerra, mobilizando todo o potencial do estado para atacar o problema e devolver à população a situação de antes da crise com a maior brevidade possível. Se não foi feito na ocasião que se faça agora.

Observe-se que até hoje, final de julho, o governo ainda não começou a tomar as medidas necessárias à superação das deficiências do sistema de abastecimento de água da região metropolitana (longo prazo) nem aquelas, mais emergenciais ainda para minimizar os dramas a que a região estará sujeita a partir do inicio do próximo ano até que o sistema seja restabelecido (médio prazo).

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O único problema é: como conseguir que o governo passe a assumir suas responsabilidades?

Júlio Cerqueira César Neto é engenheiro, professor aposentado de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica da USP

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