Via Campesina rechaça proposta de Aldo Rebelo para o Código Florestal

Tempo de leitura: 3 min

13 de dezembro de 2010

da Página do MST

Diante da pressão da bancada ruralista para aprovar neste ano o relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB), que flexibiliza o Código Florestal, os movimentos que compõem a Via Campesina Brasil reafirmam a sua posição pela manutenção da legislação vigente e contra o relatório em discussão.

“A Via Campesina Brasil reafirma a sua posição pela manutenção do atual Código Florestal Brasileiro. Rechaçamos a proposta de alteração apresentada pelo deputado Aldo Rebelo, que incorpora as grandes pautas dos ruralistas, como redução da Área de Preservação Permanente e a anistia das multas por desmatamentos”, afirma nota com a posição oficial da Via Campesina.

Abaixo, a nota da Via Campesina Brasil

A Via Campesina Brasil reafirma a sua posição pela manutenção do atual Código Florestal Brasileiro.

Rechaçamos a proposta de alteração apresentada pelo deputado Aldo Rebelo, que incorpora as grandes pautas dos ruralistas, como redução da Área de Preservação Permanente e a anistia das multas por desmatamentos.

O Código Florestal é uma legislação inovadora, que está pautada pela utilização sustentável da floresta. Ao contrário do que dizem os ruralistas e seus aliados, o Código Florestal não cria áreas improdutivas, intocadas.

Ele apenas define que, acima dos interesses privados e do lucro, está o interesse de toda a sociedade brasileira para que a floresta seja usada de forma sustentável.

A Via Campesina defende um amplo pacote de políticas públicas e programas que possibilitem a utilização sustentável das áreas de preservação permanente e de reserva legal.

Desde 2009, apresentamos como propostas assistência técnica capacitada para o manejo florestal comunitário; crédito e fomento para desenvolvimento produtivo diversificado; recuperação das áreas degradadas com sistemas agroflorestais; planos de manejo madeireiro e não-madeireiro simplificados; canais de comercialização institucional que viabilizem a produção oriunda das florestas.

Para quem produz alimento, que são os agricultores camponeses, quilombolas e indígenas, o Código Florestal não é um problema, mas sim a ausência do Estado em sua correta implementação.

Para o latifúndio do agronegócio, que se utiliza da monocultura, de quantidades gigantescas de agrotóxicos e de trabalho escravo, o Código Florestal é um empecilho, que deve ser destruído assim como as florestas da Amazônia, da Caatinga e do Cerrado.

É fundamental lembrarmos que a proposta apresentada pelo deputado Aldo Rebelo é apoiada somente pelos ruralistas.

Além da oposição de partidos como PT, PV e PSol, o relatório do deputado foi rechaçado por todos os grandes movimentos sociais do campo brasileiro, pelas principais entidades de pesquisa acadêmica do país e por inúmeras organizações e intelectuais.

Em mais um esforço para a destruição do Código Florestal, deputado Aldo está pressionando os líderes dos partidos a dar caráter de urgência ao seu relatório, colocando-o para votação imediata.

É evidente a manobra do deputado e da bancada ruralista, que visa apenas evitar o debate aprofundado da sociedade. Querem no apagar das luzes de seus mandatos imprimir um golpe fatal contra o meio ambiente e toda a sociedade brasileira, em uma atitude totalmente antidemocrática.

Conclamamos toda a sociedade e, em especial, às organizações aliadas da luta da Via Campesina, a enviarem correios eletrônicos para todos os deputados federais, exigindo que haja mais tempo para o debate desse tema tão importante e tão polêmico.

A mobilização social é fundamental, pois com o encerramento do ano essa votação pode acontecer a qualquer momento, a partir desta terça-feira, dia 14 de dezembro.

Digamos não ao pedido de urgência para o relatório do deputado Aldo Rebelo!

Via Campesina Brasil
Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento das  Mulheres Camponesas – MMC
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimentos dos Pescadores e Pescadoras Artesanais
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Pastoral da Juventude Rural – PJR


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Comentários

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Moisés M. Rodrigues

Eles querem é plantar diretamente dentro do próprio rio. Sem margem, sem reserva. Os solos usados esão se esterilizando. Para usar um solo virgem precisam desmatar. E tem o fato de o Brasil ser um dos paises que utiliza agrotóxicos proibidos em outros países facilitar o contrabando destes.

Júlio Cerqueira César: Fixar largura de área de preservação ao longo dos rios é inconsistente | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Leia aqui para saber por que a Via Campesina rechaça a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para o Código Florestal. […]

José Manoel

Azenha: será que esse deputado tomou óleo diesel queimado??????????????????

Beto

Ex-comunista é o pior dos "ex". Não tem ex-mulher,ex-sogra,ex-fumante,ex-ateu,ex-pobre que se compare ao ex-comunista, chagando perto só mesmo um ex-trotskista .
Aldo Rabelo anda lado a lado com o que há de mais atrasado no ruralismo nacional.
Ele é autor de uma lei, não sei se vingou, que proibia usar termos em inglês, uma bobagem parecida.
Definitivamente o PCdoB virou o partido da boquinha.

edson

(…) continuando

ONGs

Quem
financiava (e financia) essas ONGs? O Clube dos 1001, uma sociedade
mais ou menos secreta, só de milionários e bilionários:
a Fundação Rockfeller, ligada primeiro à
‘eugenia’, depois ao ‘controle populacional’; o piloto
norte-americano pró-nazistas Charles Lindberg; o presidente do
Banco Mundial Maynard Keynes; a Fundação Ford (criada
por Henry Ford, cuja inspiração para a ‘Mein kampf’
Hitler agradeceu).

E
mais: o príncipe Bernardo da Holanda, que foi nazista, membro
das SS Motorizadas, como ficou comprovado em Nuremberg, e cuja filha,
a rainha Beatriz, se casou com o alemão Claus, do exército
de Hitler, que entrou na Itália comandando a 90ª divisão
panzer de tanques nazistas; o secretário de Estado americano
Robert McNamara; o ex-ditador do Zaire Mobutu Seko; Daniel Ludwig, do
Projeto Jari; Gordon Moore, da Intel; Ted Turner, ex da CNN, com os
maiores rebanhos de búfalo no mundo, etc.

Amazônia

Todos
eles, e muita gente mais, desaguam no Greenpeace. É uma cadeia
só: a Eugenics, a IUCN, a WWF, o Greenpeace, a ‘mentira
verde’, que estão por trás de milhares de ONGs
internacionais e nacionais. Elas
usam os índios e outras comunidades no mundo inteiro,
sobretudo na América Latina, para ‘quebrar a soberania dos
países e abrir as portas da intervenção
internacional’. Como na Amazônia, na Raposa Terra do Sol. Toda
essa história, que aqui resumi, está em um livro
fascinante e indispensável, ‘Eco-fascismo – As internacionais
ecológicas e as soberanias nacionais’ (Editorial Planeta, de
Buenos Aires), do jornalista, ensaísta e pesquisador argentino
Jorge Orduna, que viveu na França, Equador, Peru, Bolívia
e desmascara as ONGs, os novos exércitos do novo colonialismo.
Outro livro excelente dele é ‘ONGs, as mentiras da ajuda’.

Clube Militar

Amanhã,
quarta-feira, 1º de outubro, a partir das 14h30, no Clube
Militar (Cinelândia, Rio), o ex-senador e ministro Bernardo
Cabral e o general Leônidas Gonçalves, dois bravos
brasileiros, farão palestras em um ‘Encontro de amazônidas’,
sobre a Amazônia e as ONGs invasoras.
http://wiltreze.wordpress.com/2008/10/03/eco-faci

    Mateus Gouveia

    Veja quem assina esse texto mentiroso cheio de "teorias conspiratórias": o Clube Militar.

    O PCdoB se alia às viúvas da ditadura militar, para defender os interesses do agronegócio, e atacar os ambientalistas, com esse papo furado de "conspiração" das "ONGs estrangeiras".

edson

Eco-fascismo: as internacionais ecológicas e as soberanias nacionais

Por Sebastião Nery
TRIBUNA da imprensa online

Dizem
que os incas andaram por lá antes. Mas quem viu primeiro e
contou foi frei Tomás de Berlanga, em 1534. Viajando do Panamá
para o Peru, correntes marítimas arrastaram seu barco até
as ilhas. Os marinheiros desceram para pegar água e comida.
Muitos morreram.
O
frade escreveu para Carlos V, rei da Espanha, sobre o arquipélago
de 7.844 km2, no meio do Pacífico, a mil quilômetros da
costa do Equador, que chamou de ‘Colón’, em homenagem a
Colombo, que havia acabado de descobrir a América. E falou
sobre as ‘tartarugas gigantes’ (‘galápagos’).

Durante
dois séculos as Ilhas Encantadas, sem população
local, foram refúgio de piratas, que de lá atacavam os
portos coloniais espanhóis. Calcula-se que 100 mil tartarugas
foram levadas vivas para serem comidas aos poucos. Bem mais ao sul,
ficavam as Ilhas de Juan Fernandez, onde foi deixado, e viveu muitos
anos totalmente sozinho, Alexander Selkirk, em cuja história
Daniel Defoe se inspirou para criar o imortal Robinson Crusoe

Galápagos

Em
1793, o inglês James Colnett começou a explorar
Galápagos, atrás de baleias, peles de focas e
tartarugas. No começo do século 19, os americanos
atacaram a frota baleeira inglesa e deixaram lá cabras, que
alteraram a ecologia das ilhas. Em 1832, afinal, o Equador assumiu as
ilhas.

O
mais importante aconteceu dois anos depois. Charles Darwin vinha
dando uma volta ao mundo numa expedição do navio inglês
Beagle, que já havia passado por Nova Zelândia,
Austrália, Cabo Verde, Bahia, Rio de Janeiro (até
Macaé), Malvinas, Patagônia, Terra do Fogo, Chile, Peru.
E desembarcou nas Galápagos, onde suas pesquisas biológicas
avançaram até a publicação, em 1859
(morreu em 1882), de ‘A origem das espécies’.

Um
primo de Darwin, Francis Galton, criou a expressão ‘eugenia’
(‘ciência que estuda a melhoria da raça humana, através
do controle da reprodução’), associou-se ao biólogo
Julian Huxley, irmão do escritor Aldous Huxley, e outros na
Fundação Charles Darwin, na Sociedade Britânica
de Eugenia e depois, em 1948, na IUCN (União Internacional
para a Conservação da Natureza). Tudo aparentemente
cientÍfico e generoso.

A
WWF

Da
IUCN nasceu, na Suíça, a WWF (Fundação
para a Conservação da Natureza). Galton: ‘Eugenia é
a ciência da melhoria do fundo genético da raça
humana através do melhor cruzamento. É o estudo das
instituições de controle social, que podem melhorar as
qualidades raciais’.

Outro
sócio deles, Madison Grant, milionário americano, autor
de ‘A passagem para a grande raça’: ‘A eugenia é uma
solução prática, piedosa e inevitável de
todo o problema’. Hitler escreveu: ‘Este livro é minha
bíblia’. Charles Mathias havia passado pela Alemanha e
informado: ‘O trabalho de vocês tem desempenhado grande papel
na formação da opinião dos intelectuais que
estão por trás de Hitler em seu projeto’.

O
diretor da Eugenics Society, Paton Blaker, fez em 1951 ‘informe sobre
as experiências realizadas pelos médicos nazistas em
seres humanos vivos para desenvolver um método econômico
de esterilização massiva’. O colonialismo inglês
havia ‘encontrado na eugenia, na superioridade branca e na
inferioridade dos povos colonizados a justificação
moral da dominação e do controle global dos recursos e
fontes de matérias-primas’.

Continua…
http://wiltreze.wordpress.com/2008/10/03/eco-faci

edson

Algo deve ser feito sim. Sou sitiante e possuo a reserva lega registrada em cartório, bem como reservei a APP dos dois riachos (um atravessa a parte baixa do terreno e ou outro é minha divisa) acima dos trinta metros, algo em torno de 40 metros criando um corredor ecológico ao lado dos riachos e unindo a minha reserva legal com as dos vizinhos. Porém, eu não consigo trabalhar o meio e o topo do terreno, pois o Instituto Estadual que é responsável pela liberação do corte raso no meio do terreno e diz que o topo não posso aproveitar… pasmem… ou seja, inviabilizou minha área d plantio. E um dos vizinhos (trilhionário) limpou -corte raso- e nem foi multado por isso. Quer dizer: Do jeito que está, só favorece os grandes latifundiários e levam os pequenos e médios produtores rurais a abandonarem suas terras e/ou venderem a preço de banana para os latifundiários. Desta forma, vamos inverter o papel da terra no Brasil, em vez de termos vários pequenos/médios produtores rurais, teremos a terra acumulada em poucos proprietários rurais (latifundiários).

Eu acho que tem ecologista de asfalto demais no Brasil (aqui neste blog mesmo tem um monte), e que não entendem patavina de produção agrícola, só lêem artigos acadêmicos de ONGs internacionais (as mesmas que trabalham para a riqueza do Hemisfério Norte).

Vamos estudar um pouco mais e sair das frases feitas… ou seja, usem a própria inteligência e não reproduzem os artigos (trabalhados pelos capitais estrangeiros) destas ONGs totalmente corruptas. Só para ressaltar: alguém sabe quem criou a ONG WWF?

leiam http://wiltreze.wordpress.com/2008/10/03/eco-faci

ratusnatus

Não se fazem mais comunistas como antigamente.

Leonardo Scalercio

Já não basta em SP o PC do B apoiar um tucano para presidência da Câmara (candidato do Kassab), agora mais essa e de um parlamentar que eu até pouco tempo respeitava. O que pensa o PC do B? Conheço Jandira Feghali e pelo que sei, ela não apoiaria tal projeto que beneficia ruralistas.

Janes Rodriguez

Aldo Rebelo como um homem de esquerda, deveria ficar bem desconfiado de ter uma Kátia Abreu como aliada entusiasmada do seu projeto de alteração do Código Florestal. Ora, a "Rainha da Motosserra" defendendo um novo Código Florestal é pra desconfiar, não é mesmo? O que houve Rebelo?

henrique de oliveira

Esta me parecendo que o deputado Aldo Rebelo esta a serviço da bancada da bala ou ruralista como queiram , esse pseudo comunista esta louco com sua proposta.

Urbano

Afinal, o aldo rebelo está a serviço de quem? Qual o propósito ou ganho disso?

ma.rosa

E o mau exemplo de Santa Catarina, que ja teve o seu codigo ambiental, empurrado goela abaixo da populaçao, fazendo escola!! aqui tambem as aberraçoes ambientais estao permitidas em prol do
agronegocio! como integrante da pastoral da saude e a favor da agricultura familiar sem agrotoxicos, me solidarizo com estes movimentos.

Fernando

Não entendo o porquê do PC do B não expulsar esse sujeitinho.

O lugar dele é no tucanato demoníaco.

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