Tatiana Merlino: A ação contra o coronel Ustra

Tempo de leitura: 2 min

Testemunhas de ação contra coronel Ustra serão ouvidas amanhã

por Tatiana Merlino, via e-mail

O Tribunal de Justiça de São Paulo marcou a audiência da ação movida pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino no dia 27 de julho, AMANHÃ às 14h30, no Fórum João Mendes, centro da capital paulista.

O Tribunal de Justiça de São Paulo ouvirá, em julho, as testemunhas que presenciaram a tortura e morte do jornalista Luiz Eduardo Merlino, em audiência da ação movida por sua família contra o coronel reformado do Exército Brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra – como o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humano Paulo de Tarso Vanucchi. Do outro lado, entre as testemunhas arroladas por Ustra está o senador e ex-presidente José Sarney.

Merlino foi torturado e assassinado em São Paulo, em julho de 1971, nas dependências do Doi-Codi, centro de tortura comandado por Ustra entre outubro de 1969 e dezembro de 1973. A audiência acontece no mês em que se completam 40 anos do assassinato do jornalista.

Além de Vanucchi, devem depor sobre o crime o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos e ex-militantes do POC (Partido Operário Comunista), organização na qual Merlino militava, como Eleonora Menicucci de Oliveira, Laurindo Junqueira Filho, Leane de Almeida e Otacílio Cecchini.

Entre as testemunhas de defesa arroladas por Ustra, que serão ouvidas por carta precatória, estão ainda o ex-ministro Jarbas Passarinho, um coronel e três generais da reserva do Exército Brasileiro, Gélio Augusto Barbosa Fregapani Paulo Chagas, Raymundo Maximiano Negrão Torres e Valter Bischoff.

A ação por danos morais está sendo movida pela irmã do jornalista, Regina Maria Merlino Dias de Almeida, e sua ex-companheira, Angela Mendes de Almeida e é subscrita pelos advogados Fábio Konder Comparato, Claudineu de Melo e Aníbal Castro de Souza.

Em 2008, Ustra foi declarado torturador pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em ação movida pela família Teles. Esta é a segunda ação movida pela família de Merlino contra o coronel da reserva do Exército.

Merlino era jornalista. Trabalhou nas publicações Jornal da Tarde e Folha da Tarde. Era militante do Partido Operário Comunista (POC).


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Comentários

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Sebastião Medeiros

Este sujeito,Carlos Alberto Brilhante???? Ustra é um verdadeiro TERRORISTA!

Marcos Frota

Valeu Ustra.

Aracy_

Solidariedade aos Merlino e a todas as famílias que perderam entes queridos em razão da barbárie da ditadura militar. A luta por justiça não pode parar.

Sônia Bulhões

Não pode deixar barato. A Justiça tem de punir esses fascínoras. Estou de acordo com o Ricardo. Atos covardes como os praticados contra pessoas amarradas, presas, desarmadas. Cambada de monstros. Não há diferença do terrorista da Noruega. Não pode ficar impune, para desencorarjar os nazi-fascistas que andam soltos pelo mundo.

Marat

É verdade que o Sarney será testemunha de defesa!

Gerson Carneiro

O coronel reformado do Exército Brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra, já foi declarado torturador pela justiça de São Paulo em ação movida por Maria Amélia de Almeida teles, cesar teles e Criméia de Almeida.

Conhecido como "major Tibiriça" ele comandou o DOI-CODI de setembro de 1970 a janeiro de 1974. Nesse período houve 502 denúncias de torturas praticadas por homens sob o seu comando e por ele diretamente, além de 40 assassinatos decorrentes da violência utilizada nos interrogatórios.

"Apanhei muito e apanhei do coronel Ustra. Ele foi o primeiro a me torturar e me espancou até eu perder a consciência, sendo que eu era uma gestante bem barriguda. Estava no sétimo mês de gravidez", afirmou Criméia à revista Caros Amigos em dezembro de 2010.

Fabio_Passos

Uma boa oportunidade para o Brasil romper com a impunidade e finalmente punir alguém que praticou crimes contra a humanidade.

Ricardo – SP

Nao ha o que julgar, ha sim um fato – torturou e matou, portanto praticou um crime.
A punicao deve igual para todos os criminosos.
Principalmente em nome de uma ditadura militar, nao se pode anistiar um criminoso, pois estaria se legalizando as ditaduras e seus criminosos.

    Daniel

    Meu entendimento é que deveria-se colocar penas que fugissem do código Penal, algo bem acima dos 30 anos, e mesmo prisão perpétua aos torturadores, sequestro de bens e leilão como forma de indenizar as famílias do torturados e outros afins.

    Draconiano? Talvez. Mas seria uma limpeza sobre essa carga de chumbo que ainda existe desde 64. E seria uma ótima resposta à impunidade desses monstros.

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