Pepe Escobar: O imperador afia os instrumentos de tortura

Tempo de leitura: 5 min

18/12/2010

por Pepe Escobar, Asia Times Online

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Oh! Não se usam mais espiões atualmente! É profissão extinta. Os jornais fazem hoje, o mesmo servicinho. [Oscar Wilde, An Ideal Husband, Ato III[1]]

“Ele não voltará à cela onde um dia esteve Oscar Wilde.”

De fato, não voltou. Mas mal sabia Mark Stephens, um dos advogados de Julian Assange, que ainda se passariam angustiosas três horas de idas e vindas, antes de que seu cliente saísse das Cortes Reais de Justiça, no centro de Londres, afinal, homem livre.   Foi como se Assange, fundador de WikiLeaks, emergindo do silêncio das sombras para a algaravia proverbialmente frenética da mídia, já soubesse que a verdadeira guerra começa agora – e nada tem a ver com fãzocas enciumadas, camisinhas com defeito e “sexo por surpresa”.

Eis o trecho chave da breve declaração que Assange leu imediatamente depois de novamente respirar o ar de Londres. Disse ele:   “Preso numa cela solitária no fundo de uma prisão vitoriana, tive tempo para refletir sobre as condições em que tantos vivem confinados, em todo o mundo, em celas solitárias, e que lá continuam, em condições muito mais difíceis do que as que enfrentei. Todas essas pessoas precisam da atenção e do apoio de vocês.”

Em outras palavras: prestem imediata e total atenção ao que o governo dos EUA está fazendo a Bradley Manning, o soldado de 22 anos acusado ter vazado centenas de milhares de telegramas para WikiLeaks. Manning continua preso em cela solitária, no quartel da Marinha dos EUA em Quantico, Virginia, já há cinco meses. Não foi julgado nem condenado. Em artigo devastador publicado em Salon, Glenn Greenwald diz que Manning sobrevive em condições “que caracterizam tratamento cruel e desumano e que, pela lei de várias nações, configuram tortura.” [2]

Foi o modo tenso que Assange encontrou para dizer ao mundo: Big Brother está de olho em vocês. O que estão fazendo a Manning querem fazer comigo e, metaforicamente, com todos que creiam na liberdade de informação.  

Pede pra sair, vazador[3]

Para grande horror do imperador, WikiLeaks continua na luta, de agora em diante confortavelmente instalada numa vasta e remota casa de campo, Ellingham Hall, para onde Assange foi mandado sob fiança, entre Norfolk e Suffolk.   Assange será convidado de honra do ex-capitão Vaughan Smith do exército britânico, além de fundador do Clube Frontline de jornalistas em Londres, onde Assange já morou por algum tempo.

Como o porta-voz de WikiLeaks spokesman Kristinn Hrafnsson esclareceu, a banda larga é boa. E isso é tudo de que todos os membros de WikiLeaks que “nunca estiveram no lugar de Assange” precisam.   E assim Assange vai-se convertendo no mais conhecido prisioneiro político em todo o mundo.

Agora todo mundo sabe, graças ao blogueiro advogado Carl Gardner, que quem de fato se opôs à libertação sob fiança de Assange na 3ª-feira passada foram os procuradores da coroa britânica – não os suecos (tecnicamente, segundo o art. 12 da legislação europeia  [ing. European Arrest Warrant], a procuradoria sueca também declarou que permanece aberta a via legal para que Assange seja extraditado para outros países da União Europeia).

Com tudo isso, aumentou em todo mundo a suspeita de que o Reino Unido estava usando o novelão sueco da camisinha defeituosa/“sexo por surpresa” como pretexto para manter Assange em cela solitária, sem seu computador, durante 23 horas e 30 minutos por dia, sob vigilância ininterrupta de câmaras de lentes infravermelhas, até que “o relacionamento especial” com os EUA gere alguma acusação recém-inventada que possibilite outra ordem de extradição.

Na quinta-feira, antes de assinar a liberdade condicional de Assange, o juiz britânico Duncan Ouseley reconheceu um ponto crucial: que Assange cooperou com os suecos, e até que estava convencido de que, na Suécia, havia forte probabilidade de que Assange sequer tivesse sido preso.   Antes, no mesmo dia, o advogado de Assange, Stephens, dissera que “Ainda não tratamos da questão da ação legal dos EUA, se é possível ou não.”

Bem, melhor que tratem logo de tratar disso, e rápido. Mesmo que uma possível acusação pelos EUA de “conspiração” não tenha equivalente no Reino Unido. E, isso, para não falar que os EUA não têm jurisdição nos locais onde talvez tenham ocorrido esses ‘crimes’, que só são crimes nos EUA.   Só os mortalmente ingênuos acreditam que o Departamento de Justiça dos EUA não ordenou ao governo sueco que mobilizasse a Interpol para obter um mandato de prisão à velocidade da luz, associado à saga melosa da camisinha defeituosa/“sex por surpresa”.

Em toda a extensão do país das liberdades, o imperador move seus canhões contra a China (pode-se dizer que todos os imperadores se parecem), censurando os métodos de censurar a internet – e a televisão – para ver se soterra, sob uma montanha de esquecimento, todos os telegramas. Alguns dos métodos dos EUA são dignos dos Três Patetas: a Força Aérea dos EUA bloqueou dos próprios computadores, tudo que tenha a ver com “cablegate”; o Pentágono proibiu tudo, inclusive ler jornais!

Alguns métodos são ligeiramente mais refinados. Assange foi escolhido “Personalidade do Ano”, em pesquisa entre os leitores da revista Time. Mas os editores em nenhum caso teriam colhões para respeitar a opinião pública, se isso enfurecesse ainda mais o imperador. Passaram então o prêmio para um autista abobalhado que inventou o Facebook porque levou um fora da namorada.

Para Barbara Walters, endeusada nos EUA como uma espécie de Hera dos entrevistadores de televisão, Assange não passa de “criminoso limítrofe”; não fosse assim, nunca mais ganharia nem um “oi” de Hillary Clinton. Bill Keller, editor-chefe do New York Times, teve estômago para escrever que: “Concordamos de todo o coração com a ideia de que a transparência não é bem absoluto. A liberdade de imprensa inclui a liberdade de não publicar, e essa é uma liberdade que exercemos com alguma regularidade”. Keller, considerado jornalista, na prática só deseja não ter de publicar coisa alguma que tenha a ver com “cablegate”. Já disse, com todas as letras, que, para o New York Times, é função da imprensa zelar pelos segredos do governo.

Nos remotos tempos dos sovietes havia o Pravda; agora, o Pravda mora em Nova Iorque e é escrito em inglês [4].   E, cereja do bolo, temos o governo de Barack Obama, Prêmio Nobel da Paz, que lançou todos os cães de uma blitzkrieg extrajudicial contra WikiLeaks. O fato de que WikiLeaks não feriu nenhuma lei norte-americana é, claro, irrelevante.   O imperador carece desesperadamente exibir um exemplo: vejam o que acontece com quem desafia o desejo do imperador. Mas não se pode dizer que a estratégia do Departamento de Justiça dos EUA incorpore exatamente o imperativo categórico de Kant. Tentarão de tudo, possível e impossível, para obrigar Manning a depor contra Assange –, para, depois, acusarem Assange de crime de conspiração no “cablegate” e nos vazamentos de arquivos do Iraque e do Afeganistão.

RESUMO: o governo Obama obra para criminalizar o jornalismo investigativo. Criminalizar o bom jornalismo. Ponto. O professor de Direito de Yale Jack Balkin já disse que “a teoria da conspiração também ameaça os jornalistas tradicionais”. E tudo isso, por aplicação de uma lógica tortuosa digna da era Bush: “OK, fazemos um acordo com o americano imbecil que vazou aquela merda. Depois pegamos o estrangeiro imbecil que pôs aquela merda na internet”.   O governo dos EUA prepara-se para meter WikiLeaks na câmara de tortura. Começarão com a tortura do semiafogamento. Todos estamos ameaçados de morte.

NOTAS

[1] Pode-se baixar, grátis, em http://www.scribd.com/doc/7040675/Oscar-Wilde-Um-Marido-Ideal.

[2] 16/12/2010, “Getting to Assange through Manning”, Glenn Greenwald, Salon, em http://www.salon.com/news/opinion/glenn_greenwald/2010/12/16/wikileaks

[3] No orig. “Make my day, leaker”; “make my day” é fala do Inspetor (Dirty Harry) Callahan [Clint Eastwood], no filme Sudden Impact (1983). Traduzimos aqui pela expressão “Pede p’rá sair”, fala do Capitão Nascimento [Wagner Moura], no filme Tropa de Elite. Nenhuma tradução é perfeita e algumas podem ser muito imperfeitas. Só a luta ensina (NTs).

[4] No Brasil, o colunista Luis Felipe Pondé escreveu na Folha de S.Paulo, 13/12/2010, em “Terroristas”: “E o terrorista do WikiLeaks brinca de justiceiro acusando os EUA de inimigo da democracia. Piada idiota. E tem gente que crê nessa bobagem” (em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1312201018.htm), para citar um exemplo; há muitos.


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Comentários

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Mário SF Alves

Então é essa a matéria do já famosíssimo Pondé? E é essa a tese anti-Assange e anti-tudo o que não seja um eterno vida longa ao esclerosado e decrépito capitalismo de tipo quase que totalmente fagocitado pelas mega-corporações americanas ou não? Mas, deixem-me ver. Eis alguns dos termos empregados pelo dito autor: coração de estudante; cinderela; ideologia = papo de estudante comunista = coisa da idade da pedra; terroristas; papinho de professor de ciências humanas sobre guerras (sic) poderem ser resolvidas com "amor ao próximo" ou "justiça social internacional"; blábláblá; imagens da guerra na TV a cabo = democracia.
Feito isso, vamos lá. Não sem antes, ingerir uma boa dose de um sal de frutas qualquer, e só após isso, quem sabe, tomar o tal remedinho contra o coração de estudante.
Vejamos. Qual o drama do caro Pondé? Seria viver na corda-bamba ideológica? Não, não pode ser. Ao que tudo indica, para o autor, ideologia só existe se à esquerda! Então, o que mais teríamos de interessante nesse dramão pondériano?
Pode ser que seja aminésia auto sugerida? É… pode até ser, e seria cômico, se não fosse trágico. Como é que pode a coisa – o front da guerra – assim sem mais nem porque transferir-se da ex-URSS para meia dúzia de homens-bomba, o dito terrorismo islâmico? Vai ver caiu-lhe na cabeça algum tijolo do WTC, em 11 de setembro. Não, tijolo não! Mesmo porque a natureza da amnésia seria outra. Pode ser, sim, que o autor em seu afã de negação de todos os corações, em sua síndrome de super-homem pós-moderno, tenha se esquecido totalmente da história de um Nelson Mandela. E não satisfeito esqueceu-se também o inesquecível. Ao subestimar o professor de ciências sociais, esqueceu-se do Gandhi.
Diante de tão fatal e perniciosa perda de memória, e de tão deplorável apelo à babaquice coletiva, agora só há um remédio: WikiLeaks nele!

Renato

Deixa eu perguntar, se eu sou um funcionário público da receita federal e vazo para o Azenha informações confidenciais sobre a Globo e o Azenha pública, o que eu e o Azenha somos?
Criminosos, quebra de sigilo é crime.

Assim, como o fundador do wikileaks e esse soldado, são criminosos. Quiebra de sigilo é crime.

    Tatiana

    Renato, o caso de Manning foi um ato de grandeza, o crime contra a humanidade é maior que o crime do sigilo, onde estamos? no mundo de seres vivos ou numa lei escrita sobre papel que não nos permite gritar pelos crimes da humanidade? tudo é relativo se existe uma consciência, você não tem uma? usa então, o Manning sabia o que estva fazendo, seguindo a sua consciência que ia lhe custar a vida. É um herói
    Eu faria o mesmo

Luiz Fernando

Certa vez li num livro sueco que o Nazismo havia atravessado o atlântico, assim o Império Americano, apenas teria um discurso liberal democrático para agradar uma classe média tonta e uma intelectualidade acadêmica ambos consumindo essa invenção hollywoodiana do doce sonho americano; enquanto isso eles a "ditadura democrática do Império do mal, promovia o genocídio do povo o vVietname, ditadores fascistas em toda América Latina e Ásia (a população do Timor quase foi extinta pelo Ditador Suharto apoiado com armas, pelos EUA). Aqui, conspiraram e deram um Golpe de Estado e em todo restante de nosso amado Continente. No Chile e na Argentina, morreram mais de 30mil pessoas. Enfim tem muitos jornalistas que ainda vivem espalhando essa farsa de que os Eua defendem a Democracia.

monge scéptico

Novo não; mais que não será mesmo publicado. Mas, mesmo assim grato.
USA OBama dejetos morais, execráveis.

SILOÉ

Agora é hora de todos os internautas se posicionarem à favor do soldado Bradley ,antes dele se tornar um mártir
não executado à pedradas, mas com injeção letal, para servir de exemplo, o que fatalmente ocorrerá se não houver uma manifestação global que impeça essa barbárie.

SILOÉ

Coitado do Obama!!! Infelizmente agora ele não apita mais nada. Sucumbiu diante da maioria branca.

Substantivo Plural » Blog Archive » O imperador afia os instrumentos de tortura

[…] aqui […]

Marcelo

Onde faço meu pós-doutoramento mostra que há vida inteligente nos EUA
http://www.cnn.com/2010/US/12/14/california.berke

Luiz Moreira

Os EUA sempre foi o país mais truculento de todos e seus valores sempre foram imperialistas e dignos dos maiores assassinos da humanidade. Quem leu a "carta" do cacique SEATLE, respondendo aos enviados do governo americano, sabe o quanto este espirito explorador sempre comandou o GRANDE IRMÃO DO NORTE.
Ao contrário da ESPANHA, que usou o garrote, eles usaram outros meios mais eficientes e Humanos, como a artilharia, para acabar com as populações indigenas. Mas foi por razões de eficiência. Matar mais a um custo menor.

Azarias

No RESUMO, é assim mesmo que as autoridades estadunidenses, incluindo seus embaixadores e diplomatas em geral, tratam todo o mundo e principalmente seus cidadãos comuns. "…é um imbecil, mande-o a merda; coloque na cadeia aquele bosta…" é isto mesmo a cultura estadunidense. Agora aparece este… CAU, deve ser um Troll…
quanta cultura (mandioca/batata/tomate/verduras em geral) corre pela verve deste elemento; o samba-do-crioulo doido. Vive animalescamente, assistindo Datena/Jo/Faustão/Jabor e lendo a Folha/Estadão, para poder ir tranquilo aos Shoppings nos fins-de-semana. E para ele, Democracia é ser convocado uma vez a cada dois anos para votar. Para ele, liberdade é a liberdade do capital. Ele, com o capital, pode fazer o que quizer com as pessoas.
Não conhece sistema/regime onde prevalece a liberdade dos seres humanos sobre o capital.

Gerinho da Terra

Bem lembrado.
Deram o Nobel da Paz pro Obaminha Beira Mar.
O que será que estão fazendo os caras que votaram nele?
Gastando o seu milhão no Taiti?
Gastando seu milhão com psicanálise?
Gastando seu milhão com prostitutas sem usar camisinhas?
Gastando seu milhão com camisinhas sem usar prostitutas?

monge scéptico

A máscara ianque nunca caiu porque em verdade nunca foi posta. Cegos, os idólatras
do americanismo, não" enxergavam" que o way of life sempre foi uma farsa, para manter
o imbecilitado americano, dentro do curral, mugindo baixo. Hipócritas, falsos patriotas,
fingem não saber dos crimes hediondos,praticados pelo seu estado,PASMÉM1 fora
de suas fronteiras, como se tivessem direito!.
É possível intuir que arquivos sujos, existem aos milhares.Que crimes hediondos come-
-tidos contra a humanidade, jamais serão revelados. A pequena bôlha infecta que o wiki
leak conseguiu liberar, já é suficiente,para a humanidade esclarecida, execrar a política
externa ianque e interna, aos seus cidadãos que agitam a bandeira, numa falsa demonstração
de repito patriotismo, tangidos pelo mêdo de serem investigados, por motivos que se não
tem o departamento arranja. APAVORADOS!!. Obama é apenas um títere, cujos cordôes,
são manobrados pelo complexo industrial militar. Wikileak é a ponta do iceberg. Vamos
em fente……………………………………………..

DJALMA

SERÁ QUE FOI REALMENTE A ALEMANHA QUEM COMEÇOU A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL?
QUE AFUNDOU OS NAVIOS BRASILEIROS DE CARGA PARA FORÇAR O BRASIL DECLARAR GUERRA?

    carmen

    Djalma, foram os americanos que afundaram os navios, pois precisavam dos alimentos brasileiros. Meus pais eram crianças na época e já ouviam falar nisso. Americano não presta. Fazem qualquer coisa por uma guerra.

Maks Tiritan

Assange é o nosso Che Guevara da atualidade! Viva!

Julio Silveira

Os United States, outrora democracia exemplar, sucumbiu a encantos autoritários antes tão vêementemente combatidos por seu "gladiadores da liberdade".
Com discursos cada vez mais desconexos em relação aos seus atos, postos em transparência, fica caracterizado hoje como a nação dos lideres mais hipocritas do planeta. Pelo menos no que tange ao que é dado a conhecer nessas exposições.
Como exemplo para o mundo perdeu o carisma e o glamour, ficou transparente o regimento da sacagem, do falsete, e da encoberta intolerância para desmistificar uma pretensa liderança, que os países terão (em publico) vergonha de aderir.

Paulo Villas

O império sempre flertou com os sedutores métodos das ditaduras , que êles condenam.

Silvio

Azenha:
Nunca foram uma democracia sempre foi um império guerreiro. Desde sua fundação, os EUA tem invadido permanentemente, que o diga México, e Centro América.Depois parti ou para invadir no mundo, ou criando guerras ,para poder aproveitar das riquezas do pais invadido,ou colocar sua produção bélica. O que está passando agora, e que o mundo se está informando de fatos, que a imprensa nunca contou. Eles sempre foram torturadores, e nunca respeitarão as leis de guerra.. O Brasil não pode esquecer, que durante a ditadura militar, estive um instrutor de tortura americano ,aqui em Belo Horizonte, e depois no Rio.Mandado para Uruguai, posteriormente foi morto pelos Tupamaros, ele dava aula de tortura ,e utilizava para fazer suas demonstrações ao principio, pessoas que moravam na rua, depois com os presos políticos.

    Carlos Cruz

    Hoje, quando o mundo "civilizado" está em crise e a miséria se aproxima (lembro que somos "bárbaros"), os cidadãos europeus e estadunienses decobrem como seu governo, promotor das liberdades (?), trata quem vai de encontro a suas vontades. Sentem na pele o que é ser "oposição" aos poderosos de suas terras. Vivem isso os gregos e irlandeses, e viverão,brevemente, espanhois, portugueses, franceses, estadunienses. A tal "democracia e liberdade" nunca existiram. Destruiram nações, paises, governos, povos, em nome da pilhação de suas riquezas. Será um acordar das populações do norte? Viraram "bárbaros"?

    Silvio

    Carlos Cruz:
    O povo tem acreditado em base as informações passadas, pelos médios de comunicação em que esses países, eram realmente democracias, e viviam em plena liberdade. Hoje nos estamos informando, de que isso e uma grande falácia.Agora entrando um pouco a fazer filosofia, a Liberdade e uma utopia.

jucanapoleão

PARABENS AO SOLDADO Bradley Manning , SE FOI ELE QUE VASOU AS INFORMAÇÕES DA PODRIDÃO NORTE AMERICANA, PROVOU QUE NEM TODO AMERICANO É IGUAL. ISSO AUMENTA AS ESPERANÇAS.

Polengo

Eu espero que esse moço tenha dado a idéia a mais gente.
Mesmo que o peguem, que surjam 10 para cada um que peguem.

Cau

Folha de São Paulo, segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
LUIZ FELIPE PONDÉ
Terroristas
Nosso mundo é muito mais complexo do que nosso "coração de estudante" consegue imaginar

E O TERRORISTA do WikiLeaks brinca de justiceiro acusando os EUA de inimigo da democracia. Piada idiota. E tem gente que crê nessa bobagem. Os EUA não são santos, ninguém é.
E o Brasil reconheceu o Estado Palestino. E a diplomacia brasileira brinca de amiguinha do presidente do Irã, um ditador da idade da pedra.
No que se refere ao Oriente Médio e ao terrorismo islâmico (que não é igual ao Islã em si), a diplomacia brasileira é ideológica, o que é a mesma coisa que dizer que parece papo de estudante comunista (outra coisa da idade da pedra).
Vale dizer que a culpa é dos professores que fizeram das universidades verdadeiras madrassas do fundamentalismo de esquerda, doutrinando os alunos ao seu bel prazer.
Madrassas são escolas de teologia islâmica, às vezes parasitadas pela teologia do terrorismo islâmico, mas que, obviamente, não se reduz a isso.
E há gente (infantil) que não entende que o Ocidente está em guerra com o fundamentalismo islâmico. Nunca haverá paz. E isso nada tem a ver com gostar de guerras.
Gente normal não vai pra guerra porque gosta, vai porque não tem outro jeito. Eis um fato que cinderelas não suportam.
A maioria de nós por aqui não sabe o que é odiar alguém a ponto de ir pra guerra. E acredita mesmo naquele papinho de professor de ciências humanas sobre guerras poderem ser resolvidas com "amor ao próximo" ou "justiça social internacional". Blábláblá.
Pouco importa se continuamos a doar dinheiro para crianças da África. Pouco importa se continuamos a nos olhar no espelho com o intuito secreto de nos emocionarmos com nossa própria sensibilidade.
Ainda assim há uma guerra com o terrorismo islâmico. Pouco importa se você acredita que o "outro" seja sempre legal (mentira, existem "outros" que são o fim da picada), ou se você não cresceu o bastante para não viver como cinderela.
O mundo é mais complexo do que nosso "coração de estudante" imagina.
Ódio + conflito de interesses = guerra. Entendeu? Vejamos. Você já brigou por um espólio de um pai morto? Já deixou de falar com seu irmão por conta de uma casa velha caindo aos pedaços? Já rompeu relações com alguém que amava loucamente no último verão e hoje o odeia com a certeza de um vulcão? Agora pense: seria o mundo diferente de mim e de você e nossos minúsculos conflitos de interesses?
Vejamos um exemplo "banal". Fronteira da cidade de Belém (sob controle da muitas vezes corrupta Autoridade Palestina) com Israel. Na fronteira, homens e mulheres, palestinos, fazem fila pra entrar em Israel. Muitos lá trabalham. Policiais os revistam. Corpos, bolsas, mochilas. Tudo desagradável.
Infelizmente, em meio a estes infelizes muitas vezes podem estar terroristas "disfarçados". A única solução é revistá-los. Procedimentos assim garantem o cotidiano de pessoas comuns em tempos de guerra.
Eu sei que você vai dizer isso e aquilo sobre quem começou a história. Em números mais fáceis, começou com os romanos. Ou, mais contemporaneamente, aconselho você a ler "Mitos e Fatos, a Verdade sobre o Conflito Árabe-israelense" de Mitchell G. Bard.
Antes que alguém diga "mas ele é judeu!", lembre-se que muitos não estranhariam que um "árabe de esquerda" falasse mal de Israel. Provavelmente assumiriam como verdade óbvia o que ele diz.
Em situações piores, a violência pode não ser apenas psicológica, mas também física. Eu sei que você e eu podemos ficar chocados com abusos americanos, ingleses ou israelenses. Filmes e fotos de abusos abundam na mídia.
E aí, as cinderelas gritam: "olhe como fazem os americanos"! Pergunte-se, pelo menos uma vez: o fato de que você, em seu apartamento com TV a cabo, pode ver essas imagens significa o quê?
Significa que você vive numa democracia, coisa diferente do Irã e dos currais dos terroristas islâmicos. Você sabia que em alguns países islâmicos se você pregar outra religião irá pra cadeia? Eles expõem seus "torturadores" publicamente?
Agora acorde, tome um remédio contra o "coração de estudante" e vá trabalhar.

    Ramalho

    Há definição popular de cínico bastante elucidativa: "cinico é o sujeito que sabe o preço de tudo, mas não sabe o valor de nada".

    É o caso do Luiz Felipe Pondé, cujo nome ponho por extenso por ter privado de convívio no passado com outro Pondé, boa pessoa que não merece ser maculada por este que traiu a estirpe. Por isto, Luiz Felipe Pondé, o cínico, e, não, apenas, Pondé, o cínico.

    O mundo não é movido por cínicos, mas por idealistas.

Emília

Os poderosos mentem, roubam e matam e querem que seus crimes fiquem ocultos.

Conseguirão?

Regina

Gostei da manifestaçaõ dos veteranos de guerra no EUA.Pena que tenham sido presos…Mas mostra como a América branca trata os questionadores e oposicionistas.Vejo que, o Manning e o Assange naõ estaõ brincando de justiceiros,mas mostrando a arrogância da América Branca em relaçaõ ao Mundo.O que as pessoas naõ perdoam é que, estaõ ousando enfrentar um Império,conquistando adeptos pelo Mundo e revelando o terrorismo do País.O poder começa a ser diluido e os segredos começam a inundar o Planeta,entaõ a elite e o pig perdem a capacidade de massificar as opiniões.E seremos capazes de dizer bye-bye.Apoiar Manning e Assange é apoiar,um jornalismo independente,uma postura ética dos Países e das Instituições.È a garantia de se PRESERVAR DIREITOS.

Fabio_Passos

Olha só que coisa impressionante… um relato da tortura a que está submetido o Bradley Manning.
Os eua são uma ditadura fascista. Não resta dúvida.

Lá no blog do Bourdoukan:

"Publico abaixo um artigo longo, de leitura imprescindível, que revela que a tão decantada “democracia americana” não passa de uma praticante contumaz de torturas contra inocentes.E com apoio da grande mídia daquele país.

As condições desumanas da prisão de Bradley Manning
Glenn Greenwald – Salon http://blogdobourdoukan.blogspot.com/

EUA, Inglaterra, Suécia… Ameaças contra a liberdade! | ESTADO ANARQUISTA

[…] Pepe Escobar, do Asia Times Online, Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu, publicado originalmente no Viomundo. […]

Leila Farkas

Alguem poderia "vazar" por aqui o artigo do L.F. Pondé? http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq13122
Nunca fui assinante da FSP.
Grata

    De Paula

    Li e não recomendo, Se vazar. fede.

    Exilado

    É verdade. Existe uma tênue fronteira entre a inocência e a burrice. Ou o moço é muito inocente e acredita no ET de Varginha ou é um imbecil mesmo. Na verdade, um analfabeto, ou seja, aquele que consegue ler mas não consegue entender….

    Gerson

    Eu acho que esse Pondé é burro mesmo !!

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