Pepe Escobar e a Líbia: Dividir, governar, arrancar petróleo

Tempo de leitura: 6 min

Líbia: Dividir, governar e arrancar de lá o petróleo

24/3/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online

Sem romper o nevoeiro da guerra, é impossível entender o que realmente se passa na Líbia.

A Operação Alvorada da Odisséia só está acontecendo porque os 22 membros da Liga Árabe, em votação, aprovaram a imposição de uma zona aérea de exclusão sobre a Líbia. A Liga Árabe – sempre apresentada rotineiramente nas capitais ocidentais como irrelevante, antes dessa decisão – não passa de instrumento da política externa da Casa de Saud.

A “decisão” da Liga Árabe foi incentivada pela promessa de Washington de proteger os reis/xeiques/oligarcas do Conselho de Cooperação do Golfo, contra a ação das aspirações democráticas dos respectivos cidadãos – que só aspiram a alcançar os mesmos direitos democráticos pelos quais lutam seus ‘primos’ do leste da Líbia.

Trata-se de exatamente o mesmo Conselho de Cooperação do Golfo que aprovou que a Arábia Saudita invadisse o Bahrain para ajudar a dinastia do sunita al-Khalifa a esmagar o movimento pró-democracia. A gangue do Conselho de Cooperação do Golfo é considerado pelo ocidente como “os nossos filhos-da-puta”, enquanto o coronel Muammar Gaddafi – segundo a narrativa ocidental – é terrorista que passou por curso intensivo e agora já é bandido-assassino.

O Conselho de Cooperação do Golfo inclui conhecidos campeões da luta pela igualdade: Arábia Saudita, Bahrain, Kuwait, Qatar, Omã e os Emirados Árabes Unidos. Quem primeiro votou a favor da zona aérea de exclusão foi o CCG; depois, a Arábia Saudita, cachorro grande, mediante chaves-de-braço & propinas prometidas, arrancou a aprovação pela Liga Árabe (Síria e Argélia, por exemplo, eram seriamente contra).

Para o oportunista secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa, que já está concorrendo à presidência do Egito, foi ótimo negócio. Recebeu ordem de Riad, ao mesmo tempo em que dava uma polida no próprio currículo, para mostrar em Washington.

Para a Arábia Saudita foi também ótimo negócio: chance perfeita para que o rei Abdullah livre-se de Gaddafi (há rixa insanável, legendária, entre os dois, desde 2002), e chance perfeita para que a Casa de Saud dê uma mão a Washington.

A Operação Aurora da Odisseia não tem meta clara. O presidente Barack Obama disse várias vezes que a coisa só acabará com a partida de Gaddafi (“Gaddafi tem de sair”). A isso se chama “mudança de regime”. Ou nos termos da nova doutrina de duas garras, de Obama,  é “o braço dos EUA” (que se estende em socorro dos que se oponham aos “governos do mal”); governos que não sejam muito do mal, casos do Bahrain ou do Iêmen, são estimulados a fazer simples “alteração de regime”.

O problema é que “mudança de regime” não é coisa que a Resolução n. 1973 tenha autorizado.

A Operação Alvorada da Odisseia é a primeira guerra africana do mais novo comando militar do Pentágono do outro lado do mundo – o AFRICOM. Em pouco tempo, virará a primeira guerra africana do Tratado da Organização do Atlântico Norte (OTAN). Embora vendida como “missão limitada”, a Alvorada da Odisseia – só para impor e manter uma zona aérea de exclusão – custará, no mínimo, 15 bilhões de dólares/ano. Os membros da Liga Árabe deverão pagar parte substancial da conta – porque o único estado que enviará forças militares é o Qatar (dois jatos Mirage).

O circo que se vê armado hoje só tem a ver com a “transição” da guerra, do comando do Pentágono na África – cuja base está em Stuttgart, Alemanha, porque nenhum dos 53 países africanos dispôs-se a recebê-la –, para o comando do Pentágono na Europa, também conhecido como OTAN.

A OTAN já interveio na Somália em 2010 – para onde levou, por avião, milhares de soldados de Uganda. Agora está conduzindo a Operação “Escudo do Oceano” ao largo do chifre da África. E antes da Alvorada da Odisseia já pusera a Líbia sob vigilância 24 horas/dia, no foco de seus aviões equipados com Sistema Aéreo de Alerta e Controle [ing. Airborne Warning and Control System, AWACS] – ativos há quase dez anos na já velha Operação Active Endeavor.

No grande quadro, o papel combinado dos tentáculos globais do Pentágono são parte da Doutrina da Total Dominação [ing. Full Spectrum Dominance], que visa a impedir que qualquer nação em desenvolvimento, ou bloco de nações, estabeleçam alianças de relações preferenciais com China e Rússia.

China e Rússia estão entre os quatro principais países BRICSs, com Brasil e Índia. Esses quatro países abstiveram-se na votação do CSONU. Só 48 antes da correria para obter essa resolução, Muammar Gaddafi havia ameaçado que, se fosse atacado pelo ocidente, transferiria os sumarentos contratos de fornecimento de petróleo para companhias da Rússia, Índia e China.

Guerra por comissão

A oposição líbia é uma colcha de retalhos de tribos inamistosas entre elas, o bem-intencionado movimento de jovens, desertores civis e militares do regime de Gaddafi, ativos patrocinados pela CIA (como o sinistro ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel-Jalil), islamistas relacionados (e não relacionados) com a Fraternidade Muçulmana e monarquistas tribais senussi. A tribo senussi é a principal na área de Benghazi; a maioria dos “rebeldes” de keffiah & Kalashnikovs são senussi, como era o rei Idris, derrubado pela revolução de Gaddafi em 1969.

O conselho transicional da Líbia chama-se agora “governo interino” – embora ainda comprometido, segundo palavras dele, com uma Líbia não dividida. Mas não se pode excluir a divisão do país – porque a Cyrenaica, historicamente, sempre viveu às turras com a Tripolitania. Se Gaddafi conseguir organizar uma maioria tribal que o apóie, seu regime não cai.

Todos os olhos estarão postos numa “marcha verde” anunciada pela poderosa tribo al-Warfalla, a maior da Líbia, de um milhão de almas; desertaram da oposição e, agora, farão praticamente qualquer coisa para convencer Gaddafi de sua lealdade.

Nada assegura que o Movimento 17 de fevereiro, força política que esteve à frente da revolta na Líbia, com plataforma democrática de respeito aos direitos humanos, estado de direito e garantia de eleições limpas, terá o controle político em ambiente de pós-era Gaddafi.

O ocidente dará preferência a liderança que fale inglês e conheça bem as capitais europeias, além de Washington. Se possível, um fantoche maleável. O petróleo pode corromper qualquer nova liderança até o âmago. Acrescente-se a isso as apimentadas notícias sobre a al-Qaeda no Maghreb Islâmico [ing. al-Qaeda in the Islamic Maghreb (AQIM)] – mais um front de combate da CIA – com um máximo de 800 jihadis, que já estaria apoiando os “rebeldes”. Que ninguém se surpreenda com virada à Armageddon nesse cenário. – A queda de Gaddafi tem potencial para produzir mais um Afeganistão ou outro Iraque.

O acordo ao qual chegaram Obama, o primeiro-ministro britânico David Cameron e o francês Nicolas Sarkozy é que a OTAN desempenhará “papel protagonista” na Alvorada da Odisseia. Tradução: para todos os efeitos, é guerra da OTAN. A liderança política ficará com um “comitê de controle” de ministros de Relações Exteriores – um clube anglo-francês-norte-americano com borrifos de Liga Árabe. Espera-se que se encontrem em breve, em Bruxelas, Londres ou Paris.

Obama telefonou ao primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan e aparentemente convenceu-o sobre o arranjo – embora, em discurso ao seu partido governante, Partido Justiça e Desenvolvimento, Erdogan tenha dito que a Turquia “jamais apontará uma arma contra o povo líbio”.

O ministro francês Alain Juppe disse que, dado que nem todos os membros da coalizão militar são membros da OTAN, “essa, portanto, não é operação da OTAN”. Que ninguém se engane: é.

Essa guerra “é da OTAN, não é da OTAN” não é exatamente o que Sarkozy mais queria – uma plataforma “heroica” que salve sua reeleição em 2012. Mas a motivação ocidental, acima de tudo, tem sabor de petróleo. Se não se conta a Arábia Saudita, a Líbia é o mais espetacular pedaço de mundo com que podem sonhar os dependentes de petróleo de todo o ocidente: um posto de gasolina gigante no meio do deserto, sem ninguém por perto, que fiscalize.

A parte das reservas realmente já conhecidas e exploradas de petróleo e gás, da Líbia,  estão na Cyrenaica “rebelde”. Petróleo e gás respondem por 25% da economia, 97% das exportações e 90% da renda do governo. Sarkozy – além  de todo o ocidente – teme guerra muito longa. A França quer que termine logo. Diferente de Alemanha, Grã-Bretanha e Itália – que já estão lá –, a França saliva à espera de um gordo pedaço da carniça-petróleo.

Nada há, absolutamente nada, de humanitário, no atual cassino em que se converteram a União Europeia e a OTAN. A única coisa que conta é garantir posição certa na era pós-Gaddafi – bonança  de energia, primazia geoestratégica no Mediterrâneo e no espaço do Sahara-Sahel, gordos, sumarentos contratos no negócios da “reconstrução”.

Mudança de regime ou balkanização?

E a correção moral do ocidente somar-se-á a isso. Se você vende petróleo, compra armas e dedica-se a esmagar a al-Qaeda, moralmente, no ocidente, está tudo bem. Se matar seu próprio povo, não aos milhares, só às dúzias, também, tudo bem.

Assim a Arábia Saudita se safará, praticamente sem escoriações, no clima de contrarrevolução atual: a Casa de Saud está movendo todos os cordões para esmagar todas as medidas de aspiração democrática em todo o Golfo Persa.

Quanto aos regimes que matam talvez milhares de seu próprio povo – e têm petróleo, e ameaçam vender seu petróleo aos russos ou aos chineses –, seu destino é guerrear contra uma resolução-Tomahawk da ONU.

As forças da contrarrevolução estão unidas ao ocidente, como gêmeos xifópagos ligados pelo quadril. Os militares da Arábia Saudita continuarão dentro do Bahrain. O Conselho de Cooperação do Golfo legitima a guerra do ocidente contra a Líbia. Na Líbia, o ocidente dividirá para governar e escapará carregando o petróleo. A grande revolta árabe de 2011 estará acabando, em grande crash, derrubada nas areias do deserto?


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Comentários

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lucas

fala do presidente da venezuela hugo chavez, muito clara.

[youtube Jxy4HisRpfM http://www.youtube.com/watch?v=Jxy4HisRpfM youtube]

El Cid

A democracia nos países árabes é um conceito complicado, principalmente nas teocracias, que não é o caso da Líbia, mas mesmo lá é um conceito que não se fará real do dia para a noite.

Ninguém aqui é louco de achar que o Kadaffi é um grande líder ou algo do gênero, mas quem tem história de intervenções falaciosas, hipócritas e sanguinárias é a OTAN.

O problerma maior é a hipocrisia mundial, enquanto a decisão for por ditadores do bem, que continuam a fornecer petróleo e os do mau, que cortam o fornecimento, não dá para apoiar.

Ou vocês acham que o Kadaffi virou alvo pricipal quando disse que iria mandar todo o petróleo para China e Índia? Quem se prejudica primordialmentre? Itália e França que são os maiores apoiadores dos ataques da OTAN, é só ver os Rafales franceses estão a toda, logo os franceses tão ridicularizados pelos EUA militarmente.

Não há bonzinhos nessa história…

tunico

Em que pese todos os interesses espúrios do Ocidente, alguns analistas estão esquecendo o sentimento do povo Líbio, não esqueçamos que quem não quer Gaddafi no poder é o povo líbio. Não existe linha de raciocínio, conceito ou teoria que justifique uma família no poder de uma nação por 40 anos. Gaddafi tem de ser arrancado do poder, ainda que seja com a ajuda dos interesses espúrios do Ocidente.

Nelson

Minha cara Carmem Leporace

Dê uma olhada nesta matéria:
"Revista denuncia assassinato e mutilação de civis por soldados dos EUA" em http://www1.folha.uol.com.br/mundo/894942-revista

E nestas fotos:
"The Kill Team Photos-More war crime images the Pentagon doesn't want you to see", em http://www.rollingstone.com/politics/photos/the-k….

Após, responda para nós. Este "belo serviço" é coisa do "ditador, déspota, assassino e genocida Fidel Castro", como tu queres, ou do democrata e bem falante que ocupa a Casa Branca ou mesmo dos que a ocuparam em anos pregressos?

E faça mais um favorzinho para nós, respondendo a uma outra pergunta.

Qual deles é o ditador, déspota, assassino e genocida?

AKRAM

o artigo de Pepe Escobar esta cheio de informaçoes corretas mas sem nexo analitico nem fundo teorico basta observar:
1-qual e o rasao pela qual apoiamos umas revoluçoes e rejeitamos outras?
2- voces nao acham essa qualificaçao e o exato oposto da posiçao do occidente(que apoia eleticamente certas revoluçoes)?(quando o occidente apoia uma revoluçao imediatamente sou conta.e vice versa.
3-o occidente foi ´´obrigado ´´a apoiar as revoluçoes arabes por medo dela se radicalisar,seja para o esquerdismo seja para islamismo,levando o occidente perder o dominio politico de uma regiao estrategica,e,sobre o petrolio
4-usei as aspas no tremo´´ obrigado´´ no item anterior sem que seja muito exato,porque ele explica o que occidente nao queria que aconteça,mas o que eles querem extatamente que aconteça no oriente medio?vou responder no proximo post

Garcia

E ainda tem um monte de gente contra o beneficiamento de uranio pelo Irã que sabendo da covardia de seus vizinhos e o interesse dos EUA e Inglaterra mais a França, em seus petróleo tenta de toda maneira se armar e construir seu arsenal nuclear (que é muito justo, já que os maiores inimigos da humanidade possuem), então eles e todas outras nações também podem. Ah o Brasil também deve se armar com todas as armas possiveis pois para os imperialistas o negócio é dividir para comquistar.

carmen

O mundo sempre foi, desde os primordios da civilização um tabuleiro de xadrez , com os poderosos fazendo suas jogadas arriscadas e inescrupulosas pra ganhar o jogo a qualquer custo.Matar o povo é apenas,na visão dessa canalha um efeito colateral.

    luiz pinheiro

    Como enxadrista, protesto. Há uma certa mania de ligar o xadrez à frieza, à crueldade, à falta de escrúpulos, ao poder. Nesse comentário, xadrez é genocídio. Ora, o xadrez é só um jogo – um jogo refinado, decerto, meio ciência, meio arte. Quem faz essas comparações em geral nunca jogou xadrez. Por que não comparar essa guerra ao War, ou ao banco imobiliário? Ou ao vale-tudo da tv? Tem muito mais a ver. Por que não compará-la a estas porcarias de filmes americanos que glorificam a guerra e a violência, e que tanta gente gosta de assistir?

Pedro

Este artigo é o perfeito retrato do capitalismo que, agora, não tem outra face senão a dos bandidos…armados.

FrancoAtirador

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PROFESSOR EMIR SADER FAZ CONFERÊNCIA NO RJ

Neoliberalismo e Posneoliberalismo na América Latina

Teatro Casa Grande
20h
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emir diz:
28/03/2011
hoje volto ao teatro casa grande, no rio, onde coordenei o ato de artistas e intelectuais de apoio à dilma, no segundo turno – pelo qual a direita nao me perdoa até hoje, vide agressões recentes – para fazer conferência sobre neoliberalismo e posneoliberalismo na america latina, às 20 horas.
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Bonifa

Pelas fotos divulgadas na imprensa intercional podemos julgar as intenções do “Ocidente”. Só são divulgadas fotos "alinhadas" com suas intensões. No caso do Iemen, parece que as intenções não são de “troca” nem “alteração” de regime e sim, de deixar tudo como está, minimizando e fazendo desaparecer as imagens dos efeitos da repressão do “presidente” Saleh aos manifestantes pela democracia. O jornal francês "Le Monde" publica um jogo de fotos de supostas “manifestações pacíficas” anti-Saleh e pró-Saleh no Iemen:
As fotos pró-Saleh merecem atenção especial. A maioria delas mostra pequenos grupos que exibem arrogância selvagem. Há uma que mostra inclusive simpáticas mulheres militares. Uma outra, que de fato exibe um ajuntamento de dezenas de pessoas, parece ter sido batida em alguma mesquita em momento ordeiro de respeitosa oração, onde foi inserido um curioso retrato gigante do presidente-ditador Saleh. Quanto às fotos anti-Saleh, estas mostram realmente as multidões de milhares de manifestantes enchendo as ruas. http://www.lemonde.fr/international/infographe/20

bentoxvi-o santo

AZENHA.

E o brasil????muda de posição e apóia a intervenção…CUIDADO…o governo do império do mundo, mostra como é o seu governo…junta a desmoralizada ONU…a subserviente liga árabe…e a sua tropa de choque…a OTAN…e ataca os produtores de energia do planeta….para quem tem pré-sal…

Oliveira

Só vamos ser independentes e soberanos quando tivermos a bomba atômica. Esta é a triste realidade. Pois China, Rússia, EUA e Europa só aceitam este tipo de argumento.

    Bonifa

    E quando lançarmos satélites autênticamente brasileiros. E quando tivermos um sistema de vigilância impecável.

LuisC

A FSP na internet deu o seguinte título de matéria: Ditadura líbia mata quarenta! Na edição escrita estava menos escandaloso. Mas, em todos os casos, a coniviência, cumplicidade e adesão ao fatiamento da Líbia pelos "aliados" é dada com a maior cara de pau. Uma matéria interessante seria: Democracia israelence assassina crianças na Palestina; ou: Armas democráticas só atingem alvos militares na Líbia e só matam soldados de Ghadafi. CAra de pau é cara de pau. Fora Ghadafi, Obama e Clovis Rossi.

FrancoAtirador

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?QUANTO VALE A VIDA?
(Humberto Gessinger)

?quanto vale a vida de qualquer um de nós?
?quanto vale a vida em qualquer situação?
?quanto valia a vida perdida sem razão?
?num beco sem saída, quando vale a vida?
são segredos que a gente não conta
contas que a gente não faz
quem souber quanto vale, fale em alto e bom som

?quantas vidas vale o tesouro nacional?
?quantas vidas cabem na foto do jornal?
?às sete da manhã, quanto vale a vida
depois da meia-noite, antes de abrir o sinal?
são segredos que a gente não conta
(faz de conta que não quer nem saber)
quem souber, fale agora ou cale-se para sempre

?quanto vale a vida acima de qualquer supeita?
?quanto vale a vida debaixo dos viadutos?
?quanto vale a vida perto do fim do mês?
?quanto vale a vida longe de quem nos faz viver?
são segredos que a gente não conta
contas que a gente não faz
coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?

nas garras da águia
nas asas da pomba
em poucas palavras
no silêncio total
no olho do furacão
na ilha da fantasia
?quanto vale a vida?

?quanto vale a vida na última cena
quando todo mundo pode ser herói?
?quanto vale a vida quando vale a pena?
?quanto vale quando dói?
são coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?

[youtube YU0sBhRnnho&feature=player_detailpage http://www.youtube.com/watch?v=YU0sBhRnnho&feature=player_detailpage youtube]

ricardo silveira

E o pré-sal? Eles vão tomar na marra ou não vai precisar? Tempos difíceis. Mas qual não foi? Os brasileiros precisam ser bem informados, portanto, é preciso acabar com a mídia golpista que, até então, tem sido a grande arma dos estadunidenses contra os brasileiros.

ZePovinho

E os crimes de guerra que EUA/Europa cometeram no Iraque e agora cometem na Líbia?Estão usando bombas com ponta de urânio empobrecido que causa horrorosas deformações genéticas nas pessoas.Aqui estão algumas fotos horríveis: http://resistir.info/iraque/imagens/uranium_babie

Aqui alguns artigos explicando esses crimes de guerra:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos

Urânio empobrecido, uma estranha forma de proteger os civis líbios

Nas primeiras 24 horas de bombardeios a Libia, os aliados gastaram 100 milhões de libras esterlinas em munição dotada de ponta de urânio empobrecido. Trata-se de um resíduo do processo de enriquecimento de urânio que é utilizado nas armas e reatores nucleares, sendo uma substância muito valorizada no exército por sua capacidade para atravessar veículos blindados e edifícios. Esse urânio empobrecido pode causar danos renais, câncer de pulmão, câncer ósseo, problemas de pele, transtornos neurocognitivos, danos genéticos em bebês e síndromes de imunodeficiência, entre outras doenças. O artigo é de David Wilson.

David Wilson – Stop the War Coalition
http://resistir.info/iraque/du_21mar10.html

Urânio empobrecido:Um crime de guerra dentro de uma guerra criminosa
http://resistir.info/eua/leuren_moret_entrev.html

Urânio empobrecido,arma de extermínio da humanidade

monge scéptico

Quanto a dilma, embora ache cedo para dizer algo, acho que o ângulo de visão dela está
desfocado.Desconfio que………………………..

monge scéptico

A maioria dos paises da europa, não tem cacife para aguentar uma guerra prolongada.
Não há economia que suporte isso. Por outro lado, por mais que gastem em armamentos
sofisticados, os paises das regiões petrolíferas, não parecem assimilar capacidades de
defesa, além de depender de fornecimento e treinamento externo.
Oque quer que ocorra alí, dará a USA et caterva a sensação de vitória, em que pese
insastifação daqueles povos com seus inimigos. Estes incluindo a USA, podem esperar,
vez por outra um "ataque terrorista", que do meu ponto de vista é apenas uma reação
desesperada de defesa. A USA e seus suinos, parecem gostar dessa perspectiva, pois
mantem em alta a justificativa insana, para a sofisticação das armas, que tem ali, e em
outros lugares seus campos de testes. O petŕoleo, será por essa via(das armas) assal-
-tado mesmo.
Quanto a matança e tortura de iniocentes o papa nem pia; idem outras"facções" religio-
-sas etc etc…………………….

EdiSilva

Alguém aqui já viu este vídeo? http://edisilva64.blogspot.com/2011/03/guerra-que

    Carmem Leporace

    É do Lula contando piada no Uruguai??? não consegui abrir.

    Bonifa

    É não, Carmem. É você dançando a dança do ventre para divertir os soldados da coalizão.

Jair Almansur

Raciocínio brilhante porque não se aplica tão só à Libia mas também ao Irã, país que nossa presidente/patriota (em conluio com Washington) resolveu isolar.
Ficaria eu muito mais em paz com minha consciência se esse voto brasileiro na ON fosse proferido pelo Serra. Votei certo na candidata errada.

    Carmem Leporace

    Dilma está mesmo mais para FHC e Serra do que pra Lula.

    Isso dói muito em vocês????

    Rodrigo Sómon

    Dói muito menos do que se seu candidato tivesse sido eleito (toc,toc,toc).

    valdeci elias

    Qualquer um, cosegue atingir o nivel de FHC/Serra. Más se igualar a Lula tem que se trabalhar muito.

    SILOÉ

    Isso é o que vocês querem!!! Vão sonhando…

    David

    Entendi, erradicação da miséria não era seu objetivo. Você só votou na Dilma pra ela apoiar o Irã.
    Bom no meu caso, que votei por muitas outras razões e que prefiro um governo melhor do que estar em "paz" com a consciência porque o Serra ganhou mas não votei nele, prefiro as coisas como estão. Uma vitória do Serra seria uma desgraça.

Messias Macedo

Sobre o capitalismo:

"O capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento."

Zygmunt Bauman – sociólogo polonês

República de 'Nois' Bananas
Bahia,Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

    Carmem Leporace

    Vai te tratar velho, vai fazer alguma que preste a si mesmo.

    Vai estudar mano.

    Bonifa

    Olha o respeito, cara… Onde já se viu?

    Reinaldo

    Teoria recém aperfeiçoada por Hugo Chàvez, ao concluir sobre as razões da extinção da vida em Marte.

    Fabio SP

    Você está redondamente enganado. Hugo Chávez se referiu à água e não aos alimentos…Entendeu?

    SILOÉ

    Com certeza!!! Tô com o Chaves e não abro, e a lua toda esburacada? Quem que andou por lá????

Luiz Albuquerque

Vejam outras postagens sobre a Líbia: http://neccint.wordpress.com/?s=l%C3%ADbia
Luiz Albuquerque
Observatório de Relações Internacionais

    Carmem Leporace

    Não consigo abrir??? o que é?

    Flavio Lima

    Não consegue abrir, não consegue enxergar, não consegue argumentar… só consegue torrar!!

    SILOÉ

    É isso aí Flavio, Haja saco pra aturar!!!

Pepe Escobar: “Líbia: Dividir, governar e arrancar de lá o petróleo” | Projeto ORBIS – Observ@tório de Relações Internacionais

[…] Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/pepe-escobar-e-a-libia-dividir-governar-arrancar-petroleo.h… […]

maria mirian baroni

o Brasil com o pre sal que se cuide.

    Carmem Leporace

    Pior é que é.

    SILOÉ

    Ué!!! Tá concordando, você não é pago pra isso, vai perder o emprego hein!!!

maria mirian baroni

o brasil que se cuide com o pre sal.

Rodrigo Sómon

Essa é a regra de ouro do sistema imperialista: quem tem o ouro faz a regra. Com ou sem a anuência da ONU, mas sempre respaldada pela delicadeza da OTAN.

Alexei_Alves

A revolta árabe não se esgotará assim tão rapidamente. Essas tentativas podem atrasar o processo, mas não mudarão o resultado final.

As ditaduras são insustentáveis, e só se mantinham ainda graças a uma comunhão de interesses ligados ao petróleo. Ainda estribucharão por alguns anos, mas hão de se acabar de algum modo ou de outro a medida que o povo for se emancipando gradativamente. Eles estão vivendo agora os nossos anos 80, e a caminhada é longa. Ainda levará talvez uns vinte anos até que esses países conheçam os seus respectivos Lulas, Chaves e Morales, mas o século XXI promete.

    Carmem Leporace

    """As ditaduras são insustentáveis"""

    Isso também vale para o ditador, déspota, assassino e genocida Fidel Castro???

    Bonifa

    Carmem está escrevendo no piloto automático. Em pouco estará trocando Jesus por Genésio.

    J. Teodoro

    Liga não Bonifa. Essa deve ser daquelas que tem mais língua do que cérebro.

Marcia Costa

Enquanto isso, morre o povo líbio insanamente debaixo de bombas, tiros, fome. Quanta estupidez!

SILOÉ

Eles já se apossaram do que interessava: As áreas onde ficam as petrolíferas.
Agora que eles briguem entre si, nessa arena mundial: Ao vencedor um troféu e um punhado de moedas.

FrancoAtirador

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.44 BILHÕES DE MOTIVOS PARA ATACAR A LÍBIA

"…A Líbia, com as buscas dos últimos anos demonstrou possuir um capital incalculável de petróleo e de gás.

Com as novas tecnologias, as estimativas sobre as reservas podem se duplicar. Falamos de 44 bilhões de barris de petróleo.

É um petróleo de muito boa qualidade, que custa pouco para refinar e que não se encontra facilmente em outros lugares
(…)
depois das destruições da guerra civil e da "humanitária", os contratos petrolíferas, se forem respeitados, poderão ser até mais favoráveis.

Porque, naturalmente, teremos um "vendedor", a Líbia, mais pobre e dividido e, portanto, mais chantageável.

E essa é a situação ideal à qual provavelmente se queria chegar…"

(Margherita Paolini, Il Manifesto/IHU)

Carta Maior; Domingo, 27/03/2011
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    Carmem Leporace

    Hummmm….Carta Maior… sei sei….

    Bonifa

    Esmagaram em bombardeio aéreo qualquer máquina maior que uma bicicleta na Líbia. Com isso, os rebeldes vão dar "um passeio" até Trípoli, onde pretendem entrar vitoriosos e enforcar festivamente o Kadafi. E as potências "vitorioras" já vão se reunir para fazer os ajustes políticos iniciais da administração geral do butim e da repartição dos gordos despojos do petróleo. Será que vai ser fácil assim? O Secretário Geral da ONU parece que adotou a tática de fazer-se de desentendido. Ora assume a versão dos assassinatos de civis por Kadafi como sendo uma verdade consagrada e a agressão ocidental como sendo uma operação abençoada pela ONU, ora diz que o destino de Kadafi deve ser decidido pelos próprios líbios. Louve-se a iniciativa da Itália de oferecer asilo a Kadafi. De onde pouco se espera, surge um pouco de honra, afinal.

carlos

Como os povos são manipulados. A conclusão a que se chega é que os governos no mundo capitalista têm a mídia como a atriz principal do espetáculo. Ela conseguiu mudar a direção dos fortes ventos ou furacões da "revolta árabe". Conseguiu dar o rumo que ela quer.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Pior é que não são só alguns governos capitalistas,

    notadamente de países do hemisfério norte,

    que estão por trás dessa mídia oligárquica internacional.

    É mais provável que os especuladores financeiros das megacorporações

    sejam os maiores responsáveis por esse patrocínio.
    .
    .

    Antenor L. Moreira

    Acertou em cheio, Franco Atirador!

    Carmem Leporace

    ""especuladores financeiros das megacorporações """

    Lula foi declartado o ""REI DE DAVOS""".. pra mim os caras de Davos são isso aí que tu falou véio…

    Te pergunto mano… Lula tá nessa????

    H. Zameron

    E lá vem a pentelha de plantão…

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