“Medo” fez homem jogar carro de uma tonelada contra bicicletas

Tempo de leitura: 2 min

28/02/2011 – 17h57
Atropelador de ciclistas diz que acelerou para evitar linchamento

GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

da Folha.com

O bancário Ricardo Neis, 47, que atropelou dezenas de ciclistas em Porto Alegre, disse nesta segunda-feira à Polícia Civil que acelerou o carro contra a multidão para “evitar ser linchado”.

Pelo menos 16 pessoas foram atropeladas — 8 delas foram parar no hospital com cortes e fraturas. O episódio aconteceu na sexta-feira (25) à noite.

Na versão que apresentou à Polícia Civil hoje à tarde, o bancário alega que estava na companhia do filho de 15 anos e que os ciclistas começaram a bater no carro.

“Durante todo o caminho, eles foram batendo no carro. A partir de um momento, vi uma brecha e passei um pouco de alguns deles [ultrapassou], eles se enfureceram e começaram a agredir violentamente o carro. Quebraram o espelho, deram vários socos, jogaram a bicicleta por cima”, acusou.

Ele diz que arremeteu com o carro contra os ciclistas por medo. “Naquela situação, eu me desesperei e tinha que sair dali o mais rapidamente possível para evitar o linchamento”, afirmou à imprensa, na saída da delegacia.

Após ser ouvido, na companhia de dois advogados, o atropelador foi liberado pela polícia. O delegado que investiga o caso, Gilberto Almeida Montenegro, não quis dar entrevista.

A Polícia Civil não informou como vai enquadrar criminalmente a conduta do motorista. Ele pode responder por lesão corporal ou por tentativa de homicídio contra os ciclistas.

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Do R7:

publicado em 28/02/2011 às 21h55:
Ministério Público pede prisão preventiva de  homem que atropelou ciclistas em Porto Alegre

Motorista atingiu ao menos 20 pessoas durante manifestação contra o uso de carro

Do Correio do Povo

O Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu, nesta segunda-feira (28), a prisão preventiva do homem que atropelou ciclistas que faziam uma passeata em Porto Alegre (RS). A solicitação partiu dos promotores Eugênio Paes Amorim e Lúcia Helena Calegare.

Na sexta-feira (25), ele arrancou em velocidade com seu carro e atropelou um grupo de ciclistas que fazia uma manifestação no bairro Cidade Baixa, região central de Porto Alegre. O evento da organização ambiental Massa Crítica contava com 150 pessoas, das quais dez ficaram feridas.

Amorim afirmou que o homem já possui um histórico de violências doméstica e no trânsito.

– É um réu com histórico de violência e impulsivade, e o Ministério Público não podia esperar mais.

Ao contrário da Polícia Civil, a promotoria diz que está convicta de que houve uma múltipla tentativa de homicídio doloso. No início da noite, a Polícia Civil também pediu a prisão preventiva dele à Justiça gaúcha.

O homem dirigia atrás do comboio de ciclistas e chegou a buzinar uma vez antes de passar pelo grupo, conforme testemunhas. Um vídeo que caiu na internet mostra o carro atropelando as vítimas antes de fugir em velocidade. Ao depor na polícia, nesta segunda, o bancário alegou que foi ameaçado e que queria proteger seu filho, de 15 anos, quando tomou a atitude.

– Eles estavam batendo no carro (durante a marcha). Se eu ficasse ali, seria linchado.

O carro foi encontrado, aparentemente abandonado, no bairro Partenon. O homem, no entanto, negou que tenha tentado se livrar do veículo, uma vez que os documentos permaneceram no carro. Ele admitiu, no entanto, que se arrepende do que fez.

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