Maria Fernanda Arruda: Somos enganados, sem consequências, desde o sequestro de Abílio Diniz

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O ex-governador [Luiz Antônio Fleury Filho, então secretário de Segurança Pública de São Paulo] também admitiu que a polícia vestiu camisetas do PT nos sequestradores e que houve uso político do episódio pra prejudicar o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje ele crê que a repercussão do sequestro pode ter ajudado a alterar o resultado da disputa em que saiu vitorioso o hoje senador Fernando Collor. […] Fleury nega ter tido qualquer participação no episódio em que os sequestradores foram vestidos e fotografados com camisetas de campanha do PT, imagens fartamente exploradas às vésperas do pleito, para prejudicar Lula. O ex-governador não quis entrar em detalhes sobre os autores da armação, mas fez questão de esclarecer que, ao contrário do que a polícia a ele subordinada divulgou, não havia nenhum petista envolvido com o caso e que nas casas alugadas pelos sequestradores havia material de propaganda das duas campanhas, que eram usados pelos sequestradores para confundir as autoridades. […] Ele afirma que ficou irritado com a divulgação das imagens e diz que chegou a cobrar do então diretor do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), delegado Gilberto Alves da Cunha, a quem o grupo antissequestro era subordinado, uma satisfação sobre o caso. De assessores próximos, Fleury ouviu que foi Cunha quem deixou vazar as fotos, com a clara intenção de agradar uma ala militar hostil a Lula, visto naquela época de transição entre o autoritarismo e a democracia, como uma ameaça ao regime que acabava de deixar o poder. Do Último Segundo

por Maria Fernanda Arruda*

Precisamos nos proteger das enganações derramadas sobre a sociedade.

Nossas ditas autoridades judiciais e extra judiciais, promotores e delegados, faz tempo sabotam a Democracia.

Esta que vemos como mera ficção face aos eventos ‘aprontados’ pelo grupo.

Podemos partir de um sequestro-relâmpago, que envolveu empresário afortunado e conhecido por sua participação no ramo de alimentação (Abilio Diniz).

Deu-se esse sequestro quando a presidência do país estava a cargo do Sarney, o Estado de São Paulo sob governo de Orestes Quércia.

O comando dos bandoleiros estava acima, e a manipuladora mídia já era quem coordenava os passos de delegados, policiais e mais elementos que tiraram proveito das funções para fazer sua própria justiça, corrompendo o sistema eleitoral e representativo da política.

Hoje, tudo foi apurado.

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Mas, nas vésperas de eleição disputada entre Lula e Collor, vimos como agem essas ratazanas.

Foi no exato momento em que se realizaria a eleição que a Globo e seus caudatários Estadão & Folha, com seus tentáculos na tv e rádio, lançaram um show mentiroso que foi desde a descoberta do cativeiro até a identidade dos sequestradores.

Publicaram-se fotos, todos com camisas do PT, vocês se lembram?

E, claro, com textos vinculando o candidato Lula aos responsáveis.

Nem os governos (não envolvidos na trama) puderam coibir esse abuso, porque a mídia age com braços mercenários da polícia venal, procuradores e juízes da mesma laia.

Só o tempo trouxe a verdade, mas a eleição já estava decidida — um golpe!

Tal como fizera dias antes a Globo, editando o debate entre os candidatos para prejudicar Lula.

Assim age essa verdadeira QUINTA COLUNA CONTRA A SOCIEDADE!

Agora, a repetição da mesmíssima prática.

Todos assistimos à palhaçada que foi a votação do impeachment na câmara dos deputados, de envergonhar o mundo com a imbecilidade exposta.

Seguindo-se com menos ruído e igual safadeza nas órbitas do senado e, pasmem-se, do judiciário.

Isso mostra que nem há elevação pessoal, mental ou moral entre os excelsos togados e a manada comandada pelo [ex-presidente da câmara Eduardo] Cunha, que agora sabemos foi financiada pelos Odebrecht.

Mas… e a mídia?

Estava em todas e cumprindo seu papel de emissária dos EUA, a quem obedece caninamente desde o golpe de 64.

Salivando a cada ordem do Tio Sam (efeito de condicionamento de Pavlov).

Golpe que se repetiu neste de agora, do PRÉ-SAL, pela ação da FIESP — que nos idos de 64 comprava heroicos generais e agora usou dinheiro do sistema S para fazer badernas sob as asas de um pato.

Daí o título RAIO-X, que detectou a ação da mídia+togados judiciais+MP=policiais, em uma conjuração contra a democracia brasileira.

Agentes cujos crimes ficam agora, como no passado, sem qualquer exame judicial, como se a sociedade fosse apenas uma peça enfadonha que tribunais encaram com desdém, ignorando o julgamento do golpe para evitar que sejam todos do plenário associados a ele, como de fato são.

Estas as considerações que temos de ter todos os brasileiros para distinguir quem são os destruidores e ladrões de nossa vida democrática, que já lesa a condição de república e de independência do país.

*O Raio-X, descoberta do físico alemão Roentgen, tornou-se uma dos maiores meios de diagnóstico de males como úlceras, tumores e outros, por penetrar em tecidos moles do organismo e registrar ocorrências que molestam os pacientes. É de tal forma revelador que causa medo aos enfermos sua visualização e interpretação. Precursor de exames chamados de IMAGEM: ultrassom, tomografias que chegaram depois. Como os fatos tem início antigo, fixo-os como raio-X.

*Maria Fernanda​, escritora e ativista digital​

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