Juca Ferreira defende regulação urgente dos meios de comunicação

Tempo de leitura: 3 min

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por Altamiro Borges, em seu blog

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República confirmou na noite desta terça-feira (30) que Juca Ferreira será o ministro da Cultura do segundo governo Dilma Rousseff. A notícia é altamente positiva.

Após vários recuos para “acalmar o mercado” e “garantir a governabilidade” no Congresso Nacional, com a indicação de nomes que expressam o conservadorismo, a presidenta vai equilibrando o jogo e indicando ministros mais identificados com as bandeiras mudancistas que garantiram a sua reeleição.

O atual secretário de Cultura da capital paulista é reconhecido por suas posições mais a esquerda. Ele é respeitado nos coletivos culturais da juventude por suas ideias inovadoras e ousadas.

Juca Ferreira também é um defensor da radicalização da democracia no país. Na semana retrasada, no lançamento do Fórum-21 — uma articulação que reúne intelectuais, comunicadores e lutadores sociais dispostos a reforçar o campo das ideias progressistas –, o novo ministro da Cultura defendeu a urgência da democratização dos meios de comunicação.

Segundo reportagem de Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual, ele argumentou que a formação da uma sociedade política e culturalmente madura depende da superação da mídia monopolizada.

“Durante os longos anos de ditadura, nos acostumamos a ir contra a censura do Estado. Mas hoje tem a censura do mercado, e outro tipo de censura que a sociedade brasileira está descobrindo agora, que é a censura a partir dos interesses dos donos dos grandes meios de comunicação… Se não tivermos uma informação correta e desideologizada, que garanta que a população tenha discernimento e capacidade de analisar por si mesma, a gente não tem uma sociedade livre… A relação que isso tem com a cultura é fundamental. A informação é a base do desenvolvimento cultural. Se a informação é viciada, parcial e não democrática, atrasa e dificulta a formação de uma sociedade que se desenvolve culturalmente”, afirmou Juca Ferreira no evento em São Paulo.

Para o novo ministro da Cultura, “a grande mídia tem um poder enorme na formação de opinião da sociedade. Quer manter como está, e os que dirigem o processo político têm avaliado que não têm condições (de fazer a reforma democrática dos meios)… Acho que dá para avançar, não com golpe de mão, mas com discussão na sociedade, que vai compreender que é preciso que se regulamente a atividade, não no sentido de cercear a opinião, mas no de ampliar a possibilidade de que todas as opiniões tenham presença nos meios de comunicação”.

Reproduzo abaixo reportagem da Agência Brasil com a biografia do novo ministro da Cultura:

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Juca Ferreira está de volta ao governo

Por Helena Martins

Atual secretário de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, de 65 anos, foi anunciado hoje (30) como novo chefe do Ministério da Cultura (MinC). O nome foi divulgado no começo da noite, por meio de nota, pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República.

O baiano estará à frente do ministério pela segunda vez. A primeira foi durante o governo Lula, em 2008, quando substituiu o músico Gilberto Gil, com quem trabalhou durante mais de cinco anos no MinC como secretário executivo, entre 2003 e 2008. Na sua primeira passagem pelo ministério, Juca colaborou na formulação dos Pontos de Cultura, programa que levou para São Paulo.

A volta de Juca Ferreira à Esplanada dos Ministérios está vinculada tanto à atuação na prefeitura de São Paulo como na campanha de Dilma à reeleição. Ele coordenou o programa de cultura da candidata e também mobilizou artistas e grupos culturais para apoiá-la. Nas últimas semanas da disputa, chegou a se licenciar da prefeitura para dedicar-se exclusivamente às eleições.

A militância política do futuro ministro da Cultura vem desde a juventude. Ele foi líder estudantil e, em 1968, chegou a ser eleito presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), mas não assumiu por causa do Ato Institucional Número 5, que proibiu o funcionamento da entidade. Juca viveu nove anos no exílio no Chile, na Suécia e na França, onde se formou em Ciências Sociais na Universidade Paris 1 – Sorbonne.

No Brasil, passou a atuar com políticas de cultura na Bahia. Nos anos 1980, ingressou também na militância ambiental. Depois, participou de fóruns internacionais sobre cultura e meio ambiente como representante da sociedade civil. Filiado ao PV, foi secretário municipal de Meio Ambiente de Salvador e vereador da capital baiana por dois mandatos, tendo sido eleito em 1992 e 2000. Depois de mais duas décadas no PV, filiou-se ao PT em 2012.

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Comentários

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Mariax

Pra comecar: fazer um slogan exemplo,
“Melhor distribuicao da verba governamental de propaganda”
E malhar.Pois os ixxperrrtos ja atinaram para o uso que podem fazer da ignorancia sobre a Regulacao.Regulacao e palavra que da ideia de prisao, controle,falta de liberdade publica.Distribuicao e palavra bem simpatica.

Roberto

Hoje a Globo apresentou o empossamento dos governadores no nefasto Jornal da Globo. Só os do PSDB tiveram voz na telinha. Globo, o povo não é bobo. Quem será o dono? O PSDB é dono da Globo ou a Globo é dona do PSDB? Ou será que os yanques são donos da Globo e do PSDB? Quem manda mais no fracassado e decadente ninho neoliberal? O apresentador Willian Waack representa bem o papel nojento e nefasto de apresentar essa joça golpista. Faltou o Bonner, que detonou o nome de Mário Lago, figura tão importante no cenário cultural brasileiro. Mário Lago não merecia essa terrível homenagem pós morte. Ele não merecia homenagear, desculpem a redundância, esse outro nefasto da telinha. E bota nefasto nesse indizível Simpson, grotesco, bajulador bajulado forçadamente, lambe saco de lixo.

abolicionista

Deveria ter sido escolhido para ministro da comunicação, as declarações são muito sensatas. É um dos poucos ministros em que dá para depositar esperanças. Se Dilma começar a democratizar as comunicações, meu voto já valeu a pena. Essa questão do oligopólio é um pouco como o nó górdio: o único jeito de desamarrar é na base da força. Dilma vai ter que encarar os coronéis da mídia, é hora de provar a valentia anunciada na campanha.

Zanchetta

Uma das primeiras medidas é censurar a Marta Suplicy…kkkkkkkkk

    abolicionista

    A propósito, viu só o que o Serra aprontou com o Aécio?

Indio Tupi

Aqui do Alto Xingu, os índios continuam indicando como melhor livro do século XXI — no caso, em dois volumes com cerca de 1.200 páginas — o monumental “Política de la liberación: História mundial y crítica” e “Política de la liberación II: Arquitectónica”, de Enrique Dussel, um dos maiores filósofos vivos e seguramente o mais importante filósofo do Hemisfério Sul. Os dois volumes foram editados pela Editorial Trotta, da Espanha, em 2007, mas o primeiro volume vem de ser publicado no Brasil pela visionária Ifibe Editora, de Passo Fundo (RS). Os índios recomendam vivamente que todo o pessoal do “blog” leia, assim como cada um dos leitores. A visão do mundo de muita gente mudará.

Cláudio

Ouvindo A Voz do Brasil e postando: Feliz 2015 ! ! ! !

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************* Abaixo o PIG brasileiro — Partido da Imprensa Golpista no Brasil, na feliz definição do deputado Fernando Ferro; pig que é a míRdia que se acredita dona de mandato divino para governar.

Lei de Mídias Já!!!! **** … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. **** … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …

Edgar Rocha

A propósito, viram o “novo” secretário de Cultura? O Juca Ferreira, ex-secretário de Cultura de São Paulo. O mesmo que afirmou que pancadão no meio da rua é manifestação cultural de pobre carente.
Agora, leiam isto:
“Recentemente o Senado dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre as práticas de tortura realizadas pela CIA com os prisioneiros capturados, sobretudo depois de 11 de setembro de 2001. Entre os dados revelados há um relatório sobre como a música é usada em sessões de tortura, com canções que buscam provocar um choque prolongado nas vítimas. As melodias são tocadas em alto volume por dias para causar desorientação nos prisioneiros, inclusive deixando-os sem dormir, como sugeria Baudrillard, que o inferno é a repetição do mesmo.”
Leia mais em: As canções mais usadas pela CIA para torturar seus prisioneiros – Metamorfose Digital http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=33204#ixzz3NRTpDKwn
Como podem perceber, isto é técnica de tortura. Mas, não para o Secretário Juca Ferreira:
“O funk faz parte de uma realidade de afirmação, de expressão, de desejo, de alegria. A expressão corporal é uma tradição da nossa população. O funk está ligado ao direito de dançar. Como dizia um grupo na Bahia, ‘quem não dança dança’. É um direito que muitas vezes os cidadãos mais conservadores da nossa sociedade não conseguem compreender. É um direito, um direito cultural, um direito fundamental. Faz parte da saúde e da qualidade de vida das pessoas. Como você vai cercear uma coisa dessas? A não ser que você tivesse algo muito melhor para oferecer, mas mesmo assim não acredito que uma postura correta fosse proibir.” (http://farofafa.cartacapital.com.br/2014/01/02/o-proibidao-de-haddad/)
Tá vendo? Faz parte da saúde e da qualidade de vida das pessoas. Pancadão = funk = dança = saúde.
Então, vocês conhecem a piada do cara que aprendeu lógica? Perguntem ao Juca Ferreira. Tu tens aquário em casa?

O que significam as “bandeiras mudancistas que garantiram a sua reeleição?” “O atual secretário de Cultura da capital paulista é reconhecido por suas posições mais a esquerda. Ele é respeitado nos coletivos culturais da juventude por suas ideias inovadoras e ousadas.” Em resumo, vaselina pura. E alegação para afirmar isto é que, um Ministro da Cultura pouco pode fazer pra alavancar mudanças na mídia sem interação com o Ministro das Telecomunicações. Vai ser o discurso apaziguador pra petista otário ouvir, enquanto se faz o de sempre: nada. depois, é só tirar o corpo fora e dizer que fez de um tudo pra mudar as coisas, mas estas estavam além de suas prerrogativas. E vão o petistas de São Paulo “contemporizar”.
Referi-me anteriormente a questão do pancadão de rua. Em outros posts deixei claro o que é visível a olho nu nas periferias. A “manifestação” cultural é praticada também pelos arte-educadores da CIA, e com os mesmos objetivos. Se as bandeiras mudancistas que elegeram a Dilma se comprometem com esta concepção de cultura, só posso supor que fui mais uma vez enganado.

maria nadiê rodrigues

Quem não tá gostando nada dessa indicação é Marta Suplicy. Por que será que essa mulher está atacando tanto Dilma e seu governo? Dizem que ela está pulando fora do PT. Já vai tarde. Se não pode ajudar, que não desajude.

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