Jornalistas mineiros denunciam “ação golpista e antinacional” da imprensa conservadora

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JORNALISTAS PELO BRASIL

do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, enviado por Eliara Santana

Os ares da liberdade não estão circulando de forma desimpedida no Brasil.

Há pouco fôlego para o debate de ideias e menos espaço para o exercício meticuloso, criativo e responsável da busca da verdade.

O jornalismo, com sua tarefa civilizadora de consagrar o direito à informação, vem perdendo sua força em razão do domínio empresarial de um negócio em profunda crise de identidade por razões tecnológicas, econômicas e morais.

O setor deixou de lado suas bases históricas para se definir por meio de alianças cada vez mais incontestáveis com projetos econômicos liberais e de poder político conservador. O resultado tem sido uma perda de relevância do jornalismo. De fiador da liberdade a ator interessado, com visão particular de mundo, sociedade e política, a indústria da notícia ocupa hoje um lugar estranho à sua origem e razão de ser.

A realidade da divisão social foi transformada pela mídia em ambiente de doentia confrontação, que alimenta o golpismo contra a democracia real e estimula o ódio entre as pessoas.

A imprensa, nesse contexto, vem cumprindo a triste missão de desinformar para manipular melhor.

Os jornalistas, nessa hora nebulosa, precisam trazer seu raio ordenador: o sentido da verdade, a crença na pluralidade, a força do argumento contra o nivelamento rasteiro do pensamento único. O teste vigoroso da investigação jornalística, do conhecimento fundado nos fatos, do alimento à reflexão, da sensibilidade humana aos personagens da vida real.

É urgente a defesa das conquistas democráticas, com sua pletora de ideias dissonantes em livre e saudável embate, em lugar do autoritarismo dos colunistas orgânicos, homens e mulheres servis aos patrões, das repetições acríticas das análises prontas, e do silêncio constrangido. Ações deletérias que se armam a partir das mais torpes estratégias, como a mentira, o cinismo, a venalidade e a censura.

É hora do jornalismo responsável. Contra a lógica destrutiva do quanto pior melhor; em confronto com as simplificações que personalizam os problemas estruturais; em franco embate com a defesa do privilégio, do preconceito e da exclusão.

Um jornalismo feito com força moral para combater a corrupção em toda sua extensão. Com apuro técnico que desvele as antecâmaras de uma sociedade desigual e concentradora. Com ligações com o sentimento popular e as verdadeiras expressões de aprimoramento social e humano. Uma trincheira ética que todos reconheçam.

Para isso é preciso que se enfrentem grandes inimigos e estruturas seculares que construíram um dos mais lucrativos mercados do planeta que, se hoje claudica, não é por falta de privilégios, mas pela incapacidade de competir de forma honesta, já que foi nutrido em ambiente protegido. Uma flor de estufa que apodrece em praça pública. Mais que um sistema de ampliação de vozes, a imprensa brasileira confunde a voz do dono com o dono da voz.

Um setor que defende o mercado, mas que quer se eximir de seus controles. Que não aceita regulações nem mesmo quando exerce uma concessão pública por natureza precária e sujeita a renovações. Incapaz de compreender a dimensão pública do direito à informação. Que se arvora em cantar loas à competição enquanto luta ferozmente para manter privilégios na distribuição das verbas publicitárias públicas. Que, em ato repetido de má fé, confunde regulamentação com censura.

Uma indústria eivada de estereótipos, que não gosta do povo, que criminaliza a miséria, que promove o racismo e a violência contra minorias. Que parte de noções preconcebidas, que transforma ideologias em fatos, que vai ao mundo apenas para validar sua visão menor de realidade e seu desprazer em conviver com a diferença.

E nesse quadro de capitulação da imprensa conservadora diante dos poderosos, os jornalões e as cadeias de tevê e rádio lançam-se à mais implacável campanha de descrédito e desestabilização do governo da República. Não pelos seus possíveis erros, mas pelos seus muitos acertos. Os jornalistas denunciam mais essa ação golpista e antinacional da imprensa conservadora, explorando problemas conjunturais que o Brasil enfrenta (como de resto, tantos outros países), para a defesa de seus interesses e dos setores que representam.

É contra tudo isso que os jornalistas se unem em coro com a população brasileira. Pela liberdade de expressão, pela liberdade de informação, pela defesa da riqueza brasileira, na figura de sua maior e mais valiosa empresa, a Petrobras; pelos valores democráticos, pelos direitos humanos, contra todas as formas de golpe e de fascismo.

Um jornalismo de combate.

Um jornalismo de afirmação.

Jornalistas pela verdade.

Jornalistas por uma nova narrativa pública.

Jornalistas pela igualdade.

Jornalistas por um mundo mais humano.

Jornalistas pelo Brasil.

Casa do Jornalista, 8 de abril de 2015.

Leia também:

Cynara Menezes: Quem paga os blogs limpos, cujos patrões escondem dinheiro na Suiça?


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Comentários

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C.Paoliello

É um plágio do manifesto dos #JornalistasLivres.

FrancoAtirador

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Delator ‘desdelata’ sobrepreço de 3%
nos contratos de licitação da Petrobras
cobrado pelas empreiteiras como verba
para repasse a políticos e a partidos.
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(http://tijolaco.com.br/blog/?p=26217)
(http://jornalggn.com.br/noticia/lavagem-a-seco-por-janio-de-freitas)
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Como disse o Miníster Fucks:
A Verdade é uma Quimera”
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FrancoAtirador

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Rede Globo, Polícia Militar e Federação Paulista de Futebol
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juntas com a Manada de Muares Fascistas pelo Impíxi Já!
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(http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2015/04/10/manifestacao-de-domingo-esta-sendo-preparada-pela-globo-pm-e-fpf)
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Comentário de Isaias Santos (*), no Blog do Rovai:
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“Vai aqui uma dica.
Uma atitude ousada e correta seria ampliar o sinal da TV Pública
e torná-la aberta com transmissão para todo País.
Em seguida, fazer uma campanha junto as instituições de ensino
para ampliar a sua audiência.
É fato, sem alarde, mas o governo precisa reagir,
o poder dos meios ainda é significativo,
não podemos menosprezar”
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(*) Isaias Santos é Professor no Instituto Federal Catarinense – IFC OFICIAL
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(https://www.facebook.com/isaias.santos.56884)
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maria ines azambuja

Melhor divulgar um filme Mexicano chamado “la dictadura perfecta”… todos somos o México… ver no netflix..

Donizeti – SP

O Judiciário e o Ministério Público também deviam fazer ” sua mea culpa ” , igual esses jornalistas mineiros estão fazendo enquanto profissionais e instituição imprensa.

No Brasil atual, grande parte do poder Judiciário e do MP se politizaram e tomaram lado político e ideológico, quase sempre do lado conservador, contra o povo e os interesses maiores da nação.

mineiro

o que esta em curso no brasil é ditadura da pior especie. no brasil nesse momento nao existe democracia , é uma ditadura descarada e todas as frentes de poder unida para um proposito. derrubar essa morta viva e acabar de vez com a democracia, so idiota nao ve isso. eles estao vindo para quebrar tudo e nao deixar nada. e o pior de tudo , é que nao tem ninguem para combate-lo, ninguem mesmo. tem um bando de gente que diz de esquerda latindo para todo lado. se isso no brasil nao for ditadura , o que é entao.

    Mário SF Alves

    Nem tudo o que reluz é ouro, cumpadi.
    A guerra é mundial, meu caro.
    __________________________
    Lembra a declaração da magnífica presidenta Dilma: não vai ficar pedra sobre pedra? Pois é.
    Se você realmente tem um lado nesta história, siga as lideranças populares, faça sua parte e aguarde.

    Maria Inês Azambuja

    Jaime Garzón – Conferencia en Cali, 1997 (Completa) – tem uma versão resumida no youtube.

    o palestrante – humorista político – foi assassinado em 1999.
    https://www.youtube.com/watch?v=uj4C4pHOLWY&list=PLlnRvntitNOcvTFhuttUUMAjC_-SNeG8c&index=2

    O espanhol é difícil… mas é muito boa a palestra…
    É BASICAMENTE uma denuncia contra a política de desinformação praticada pelas midias e areprodução da ignorância nas universidades…

    Lá ele já faz a defesa da descriminalização das drogas…

    OU SEJA, NADA DE NOVO….

    Quem sabe o Governo promove um Ciências Sociais sem fronteiras na América Latina?
    Veríamos como tudo o que nos parece tão próprio é igual em toda a Região, o que nos permitiria novas perguntas…

    Abs
    Maria Inês

    Mário SF Alves

    E mais. De uma coisa você pode estar certo, Mineiro, tudo o que a direta/ultra-deireta “brasileira” menos quer é Democracia no Brasil. Aliás, o poder de fato que sempre mandou neste país tem verdadeira ojeriza de Democracia.
    Democracia é só firula.
    Mas, guiemo-nos pela lógica. Deixemos de lado qualquer possibilidade de retórica politiqueira ou direitosa:
    Se respeitassem ou valorizassem a Democracia este Congresso não seria hoje um Congresso reacionário. O poder estaria, de fato, emanando do povo e não através do povo. E, sim, de modo algum este Congresso não estaria a toque de caixa aprovando o PL da escravização.

Mauro

Vamos divulgar esse texto nas redes sociais para que os coxinhas percebam que são manipulados pela “imprensa” conservadora.

    mineiro

    divulgar para os coxinhas? os coxinhas reacionarios nao quer saber de nada, esses zumbis ja estao hipnotizado a anos e nao ta nem ai para o brasil. nao so os coxinhas dos quintos dos infernos, tem pobre e trabalhador maldito junto com eles.

Euler

Onde estão os jornalistas de esquerda, ou progressistas, ou independentes, que não conseguem se unir e montar uma cooperativa ou algo semelhante e exigir do governo federal a concessão de rádios e TVs comunitárias, publicidade oficial e financiamento do BNDES nas mesmas condições vantajosas que foram dadas às emissoras da direita golpista?

    Mário SF Alves

    Exigir é mesmo o termo mais apropriado, Euler?

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