Italianas respondem a Berlusconi: “Agora queremos chegar ao Governo”

Tempo de leitura: 2 min

por Flavia Amabile, do La Stampa

A quem lhes classifica como um fenômeno folclórico ou um carnaval de domingo destinado a extinguir-se segunda de manhã, a Silvio Berlusconi, que lhes definiu como “facciosas”, as mulheres que levaram às ruas um milhão de pessoas respondem com os primeiros passos concretos. A atriz Angela Finochiaro havia dito ao fim da manifestação de domingo: “Agora queremos chegar ao Governo”. E uma outra atriz, Valeria Solarino,  admite que a única estrada é aquela de “entrar nos partidos políticos, nos sindicatos. Precisamos fazer-nos valer mais”.

O objetivo é ambicioso: para atingi-lo, o Comitê do Movimento “Se agora não, quando” desde ontem se tornou permanente e se dedica a estudar novas iniciativas. A próxima manifestação será daqui a menos de um mês, em 8 de março, que é o Dia Internacional da Mulher. “Queremos fazer dessa data um grande encontro”, explica Francesca Izzo, docente universitária na Universidade Oriental de Napoli e estrategista da praça de domingo. “Pensamos que as mulheres e não só por elas, chegaram à conclusão de que é preciso mudar essa sociedade que não mudou nada nos últimos vinte anos, para responder à maior revolução dos nossos tempos que é a revolução feminina. A Itália não está adequada, é preciso que mude. Nós esse ponto não negociaremos.”

Tudo bem.Mas nós já ouvimos essas coisas antes. Mas como fazer para chegar dessas palavras ao governo?

“Devemos atacar o poder em todos os âmbitos, do âmbito político ao econômico, social, midiático”, afirma Francesca Izzo. “Queremos constituir os ‘Estados Gerais das Mulheres’ uma força coletiva capaz de intervir e ser protagonista e interlocutora da cena pública.”

Isso é um lobby feminino?

“Muito mais que um lobby”, responde Francesca Izzo, “é um processo que se abre e se deve desenvolver. Nós lançamos as propostas, depois resta a esse grande movimento que se produziu a tarefa de encontrar as formas mais adequadas. Continuaremos a trabalhar, juntas a tantas outras realidades. Todas juntas. Esse é também um modo diferente de enfrentar os problemas da sociedade a respeito da imagem que passa o primeiro ministro, não dividir-nos mas criarmos uma ligação entre diversas experiências para ajudar mais ao País”.

PS do Viomundo:  Temos alguns textos em italiano sobre está acontecendo lá agora. Algum voluntário se habilitaria a traduzi-los? Obrigada


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Comentários

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Italianas respondem a Berlusconi: “Agora queremos chegar ao Governo” « CartaCapital

[…] *Publicada originalmente no Viomundo […]

altamir

Olá, me disponho também a ajudar na tradução de textos em italiano!

    Conceição Lemes

    Obrigada, Altamir. Vou contatá-lo. abs

armonyax

Caro Azenha! Me passe os textos que voccê quer que sejam traduzidos OK! Falo fluente italiano e moro em bolonha onde ocorreu também a mobilização das "donne italiane"!!!! Abraços

SILOÉ

Vamos lá mulheres!!! Lutem!!! Se mirem na presidenta do Brasil!!!

spin

Dilma dando exemplo, fazendo escola, quem diria

Ana

Cicciolina para primeira ministra!!!

ZePovinho

http://lfigueiredo.wordpress.com/2011/02/15/brasi

ZePovinho

Eu tenho uma prima em Recife,Azenha,que foi casada com um desses mafiosos que vivem em massa no nordeste.No começo dos anos 90 ele me disse,em Recife,isso o que vai descrito aí embaixo e,agora,se confirma:
http://lfigueiredo.wordpress.com/2011/02/15/brasi

Brasil, santuário de mafiosos

Mais um mafioso italiano foi preso em Fortaleza. Acusado na Itália de envolvimento em três assassinatos e de ser membro da Camorra (máfia napolitana), Francesco Salzano vivia no Brasil há quase um ano. Em Fortaleza fazia-se passar por turista. Morava num flat. “Ele jamais imaginava ser preso”, disse o delegado Thomas Wlassak, representante da Interpol no Ceará.
O mafioso, de 38 anos, será extraditado. A máfia italiana, entretanto, continuará operando fortemente no Ceará.
Treze anos atrás, ouvi do tenente-coronel italiano Angiolo Pellegrini a seguinte afirmação: “O Brasil se tornou um santuário para os mafiosos”. Era uma frase forte e, pior, dita por quem sabia das coisas. Na época, Pellegrini chefiava a seção calabresa da DIA (Direzione Investigativa Antimafia), órgão do Ministério do Interior. Sua base era um prédio feio de três andares em Reggio Calabria; seus subordinados, agentes especiais que, para cumprir a missão que lhes cabia, trabalhavam à paisana e escondiam seus rostos atrás de gorros ninja. O tenente-coronel Pellegrini viajava com frequência a Brasília. Na bagagem, sempre trazia documentos que indicavam que o Brasil se firmava, cada vez mais, como santuário de mafiosos. Numa dessas viagens, Pellegrini abriu o jogo enquanto comíamos uma picanha sangrando na churrascaria Spettus, na capital federal. “O criminoso vive do poder e da impunidade”, afirmou. “Se a impunidade cresce, cresce o poder. Os mafiosos estão sabendo reconhecer no Brasil um lugar perfeito para atuar; muitos estão se mudando para cá e fazendo negócios fabulosos com dinheiro sujo.”

Para mim, não era exatamente uma novidade o que ele dizia. No ano anterior, eu estevera na Itália investigando os elos da `Ndrangueta (máfia calabresa) com Paulo César Farias (tesoureiro de campanha presidencial do hoje senador Fernando Collor de Mello). Tive acesso aos impressionantes documentos oficiais – comprovantes de transações financeiras – que mostravam a ligação de PC com os mafiosos envolvidos em tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro. Em Reggio Calabria, na sede da DIA, escutei gravações de suspeitos que falavam de “negócios” no Rio de Janeiro, em São Paulo e, sobretudo, no Nordeste.

Os mafiosos fincaram suas bandeiras em todo o Nordeste, especialmente no Ceará e em Alagoas. Tráfico de drogas e lavagem de dinheiro (no turismo e no mercado imobiliário) são suas especialidades. Denunciei o avanço da máfia italiana sobre o Nordeste no livro Morcegos Negros – PC Farias, Collor, máfias e a história que o Brasil não conheceu, publicado no ano 2000. Antes de mim, o ex-juiz Wálter Maierovitch já o havia feito, incansavelmente, por intermédio do IBGF (Instituto Brasileiro Giovanni Falcone). No ano passado, a revista Carta Capital registrou o agravamento do fenômeno.

Roma tem feito o que pode para alertar Brasília: toda vez que a Itália aperta o garrote sobre a máfia, muitos de seus membros fogem para locais onde se sentem seguros para continuar operando. Cabe ao Brasil fazer a sua parte.

    armonyax

    Azenha, os textos para traduzir passeos pra mim ok! Estudo em Bolonha e sempre leio seu blog, se vcs precisam de uma mão eu os ajudo!!!! Abraços

    Conceição Lemes

    Obrigada, Armonyax. Vou mandar e-mail. abs

ZePovinho

Digite o texto aqui![youtube BPkgkM-CtCo http://www.youtube.com/watch?v=BPkgkM-CtCo youtube]

ZePovinho

Sabe-se que os chamados "piratas" da Somália, que a mídia mundial combate, lutam contra isso:lixo atômico que os países europeus(como Itália e França) estão jogando na costa do país por meio de contratos com a Máfia.Essa é uma das razões porque defendem Berlusconi.

[youtube -lM7VCIuCXI http://www.youtube.com/watch?v=-lM7VCIuCXI youtube]

Luis Eduardo

Muitos acontecimentos interessantes virão da Itália nos próximos meses. Está pintando uma revolução feminina por lá. E não é para menos. Berlusconi tratou-as de forma tão indigna que só mesmo elas podem acabar com essa bandalheira. E comprar briga com mulher, meu amigo… Vai ser espetacular vê-lo julgado por um colegiado de juízas, e, quem sabe, renunciar e ser sucedido por uma mulher.

Marcio

Elas são a Quarta Revolução! Que chegue logo!

ZePovinho

A luta das mulheres é a nossa também,mizifio Azenha.Preto Velho ZePovinho também tem sua companheira:

[youtube mV0Zxu5hZYg http://www.youtube.com/watch?v=mV0Zxu5hZYg youtube]

betinho2

Dou a maior força, desde que seja para assumirem o poder no intuito de moralizar a política e a governança pública, e não por amor ferido, por uma "guerra dos sexos", pois ai teriamos mais do mesmo, ou "da mesma", no feminino.
Quem sabe as mulheres redimam aquelas companheiras que não conseguiram fazer de "Berluscones" homens com "H" maiúsculo.

Jairo_Beraldo

Parece que estamos anos luz à frente destes machistas/facistas/mafiosos italianos (sou descendente) … já elegemos uma PRESIDENTA, temos várias ministras de governo (também alguns sinistros, que poderiam estar com ministras em seus lugares), "chefas" de polícia … e há ainda por aqui, em terras tupiniquins, mulheres que desprezam isso, e fazem coro com Berllusconi.

Daniel

Caramba, a mulherada tá entusiamada. Será que se o Berlusconi fosse menos metido à machão a situação seria outra? O que acham?

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