Flávio Gomes: A era do grunhido impresso

Tempo de leitura: 3 min

20 de Junho de 2010 – 23h47

Flávio Gomes: Veja inaugura a era do grunhido impresso

O Brasil tem uma revista semanal, “Veja”, que se considera a maior do país. Deve até ser mesmo, sei lá quais são os critérios, não sei quantos leitores tem, quanto fatura, não me interessa. Deixei de assinar essa porcaria anos atrás, já não me lembro se por algum motivo específico, ou se foi, apenas, porque um dia peguei na porta de casa e me espantei: eu ainda gasto dinheiro com esta merda?

Por Flávio Gomes, em seu Blog da Copa, via Vermelho

Tal revista perdeu a relevância, para estabelecer um marco, depois da queda de Collor de Mello. Naqueles anos de impeachment, as semanais deram vários furos, foram importantes, descobriram coisas. Depois, sumiram. Hoje, a “Veja” é reduto de uns caras chiliquentos como Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. “Ah, você não lê, como sabe?”, vai perguntar alguém.

Eu de tudo sei, tudo conheço. Piadinha interna.

Mas não quero falar aqui dessas figuras ridículas que acham que escrevem bem e que se julgam parte de algum grupo de pensadores contemporâneos, já que são cheios de fazer citações by Wikipedia e com elas impressionam seus leitores babacas. O que escrevem e dizem, para não ofender demais, repercute entre eles três e seus leitores babacas, todos compartilhados. Eles detestam o Lula e o PT, e é tudo que conseguem exprimir com sua verborragia enjoativa e padronizada. Mas dali não sai, suas opiniões e ataques histéricos contra o que chamam de esquerda brasileira não têm importância alguma, não produzem eco algum.

Só que a capa da “Veja”, embora a revista seja uma droga indizível, tem importância, sim. Afinal, ela é vista por alguns milhões de pessoas, repousa amarrotada durante meses em mesinhas de consultórios médicos, dentistas e despachantes, e as pessoas a notam nas bancas de jornais, ao lado de mulheres peladas. E algumas pessoas ainda puxam assunto em mesas de bares e restaurantes dizendo “li na ‘Veja’”, e tal. São os “formadores de opinião”. Uau.

E aí aparece aqui na minha frente, no estúdio da rádio, a ”Veja” que foi hoje às bancas. Na capa, “CALA BOCA GALVÃO”, uma foto do narrador da Globo, e está dada a senha para uma pretensa reportagem séria de sete páginas, um “box” e três gráficos sobre o poder do Twitter, motivada por uma bobagem infanto-juvenil que nem os “tuiteiros” levam muito a sério, lançada no dia da abertura da Copa. Aliás, nem o Galvão levou a sério, claro, porque discutir um uma “hashtag” de Twitter é como sugerir um seminário para analisar a musicalidade de uma vuvuzela, ou um congresso sobre comunidades bizarras do Orkut.

Ontem morreu José Saramago. O maior escritor da língua portuguesa mereceu desse semanário indefensável meia página, com uma foto e uma legenda editorializada, porque ”Veja” tem opiniões formadas até sobre índice e numeração de páginas. Diz a legenda: “ESTILO E EQUÍVOCO”, reduzindo Saramago a isso, a alguém que tinha estilo e era equivocado, para atacar as posições políticas e religiosas do escritor, comunista e ateu.

Alguém ser comunista e ateu, para a “Veja”, é algo mais condenável do que estuprar a mãe no tanque. “Ao lado da criação literária, manteve-se sempre ativo, e equivocado, na política”, diz o texto pastoso, que nem assinado foi. Uma pobreza jornalística inacreditável. “Nos países cujos regimes ele defendia, nenhum escritor que ousou discordar teve o luxo de uma morte tranquila”, encerra o autor. Como é que alguém pode escrever uma merda desse tamanho? Será que essa gente não tem vergonha do que coloca no papel?

Pois todas as palavras ditas e escritas por Saramago, capaz de obras-primas da literatura universal como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “Ensaio Sobre a Cegueira”, “Todos os Nomes”, “Memorial do Convento”, “Caim”, “Jangada de Pedra”, mereceram da “Veja” meia página, enquanto três palavras bobas espalhadas pelo Twitter foram parar na capa da revista e em sete de suas páginas.

O que mais me atormenta, quando vejo essas coisas, é saber que graças a decisões editoriais como essa, uma babaquice como o “CALA BOCA GALVÃO” assume, diante dos olhos e do julgamento dos retardados que levam tal revista a sério, uma importância bem maior do que a vida e a obra de Saramago.

Saramago pedindo um café a sua esposa tem mais conteúdo, provavelmente, do que todas as edições juntas de “Veja” dos últimos 15 anos. Ele tinha razão, quando falava do Twitter — não se enganem, Saramago tinha até blog, não era um velhote vivendo numa caverna. Numa recente entrevista por e-mail a “O Globo”, disse: “Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido”.

Pois a “Veja”, hoje, inaugurou a era do grunhido impresso.


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Comentários

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Áurea

Adorei. Concordo totalmente com esse manifesto.
Odeio a VEJA!
As vezes a lia quando ia à Academia fazer musculação e esquecia de levar minha própria leitura. Só tinha a Veja e Boa Forma ( quanta opção!). Então parei de ir à Academia pois comecei achar que ela era um pouco Veja também , as músicas que tocavam e os papos que rolavam ( comecei a levar MP3 para tapar meus ouvidos ) as roupas, o perfil das pessoas, enfim lugar que só tem revista Veja ou pouco mais que isso , pode desconfiar…

Mas eu lia ate´ para saber o que eles andavam dizendo e depois levar essa "visão " da Veja para a sala de aula junto , é claro , com a crítica. Porque eles são perversos e manipuladores e conseguem pegar/enganar realmente quem não tem uma visão mais crítica, de olhar por detrás das aparências, concorda? São armadilhas terríveis.

Um dias desses alguém na sala de aula na faculdade falou algo sobre a Veja, e eu aproveitei para dizer da minha aversão em relação à ela e ainda ressalvei: confesso que tenho preconceito contra a Veja e então um aluno esclareceu: Não professora, não é PRÉ- Conceito é PÓS- conceito! E vários alunos riram e aprovaram.

maria

Saramago não precisa que esse esgoto que se diz revista para que sua genialidade seja reconhecida.

Gerson Pompeu

O Ministério da Saúde adverte: PIG faz mal à saúde (física e mental).

Mc_SimplesAssim

Ainda não entendi qual é a relevância do twitter.

Só repercute o que a imprensa quer que repercuta.

E a imprensa tem seus próprios valores.

José Américo

Belíssimo texto do Flávio Gomes. O conhecia apenas pelo estilo "sincero" que caracteriza todos os comentaristas da ESPN Brasil, que, muitas vezes, a pretexto dessa sinceridade, acabam sendo arrogantes, prepotentes e preconceituosos. Muitos ali fazem aquele tipo do defensor intransigente da ética e da moral. Me lembram um certo segmento de nossa política. De toda a sorte, parabéns ao comentarista, se mostrou lúcido, responsável e detentor de belos argumentos para ajudar a demolir e enterrar de vez, a moribunda "Veja". O Flávio tem surpreendido com belos textos, durante a Copa. Vai longe, rs.

francisco.latorre

naspers. aquela do apartheid.

civita. agente do império.

desde sempre.

tá no sangue.

..

Urbano

Aliás, se pelo menos alguma vez ela tivesse sido revista, não seria pior do que a bósnia que ela é.

Urbano

Acredito que a revista citada deva estar abaixo de bósnia alguns graus… Vai ter que melhorar muito, mas muito mesmo para poder zerar.

Rios

Uau… muito bom… faz tanto tempo que nao vejo a Veja que sequer olho para a as suas capas!!! mas esse "erro" é imperdoável… Saramago x Galvão… diga que capa fazes, que te direi quem és!!!

Marcelo Fraga

Meia página para Saramago. Apesar de que com "Veja" estampado na capa, Saramago não iria querer nem uma citação. Saramago foi muito maior do que essa revista jamais representou.

william porto

A Veja esta fazendo mesmo papel que a revista do Ibad em 64. Os seus redatores nao diferem de amoral nato. Sao os jornalistas amestrados, paus-mandados, seviçaise e capachos da direita reacionaria. Veja acabou quando Mino Carta saiu da revista. Faz imprensa marrom. So isso.

A. S. Braga

O vulto mundialmente impoluto de SARAMAGO não é atingido nem na altura de seus sapatos, por uma publicação tão julenta como a veja!!! A.s.bRAGA.

Glauco Lima

Flavinho meu ídolo!!!!
Você disse quase tudo do que eu queria dizer.
Beleza garoto !!!!!

sergio

essa tambem tenta doar o lixo e ninguem quer

HÉLIO TATTU

Ainda bem que nunca assinei o referido semanário (comedido nas palavras em respeito à Dona Loudes, a qual não conheço, mas a admiro, pelos ensinamento dados ao Azenha. Claro, o Senhor Azenha também merece referência). Não tenho frequentado consultórios, graças a Deus, portanto não tenho tido contato com tal revista. Caso tivesse lido aquele despautério quem escreveram sobre Marecedes Sosa, eu teria vomitado. Tenho pena de quem tem opinião formada a partir de "veja".
Estamos nos emburrecendos dioturnamente.

voxetopinio

Li e aprovei. É a era do grunhido impresso por VEJA, Folha Serra Presidente e O Globo. É a era do grunhido televisivo no Jornal Nacional.

José de Almeida

Os Civita por meio da sua editora de livros didáticos (esqueci o nome) tinha seu faturamento garantido por um trânsito no governo FHC. Assim o ministério da educação era seu principal comprador.

Qdo o governo Lula democratizou a compra de livros didáticos passando a comprar de diversas editoras e transferindo esses livros para as escolas, quebrou as pernas da Abril.

Em política tudo tem um motivo econômico, ou alguém que comeu a mulher de alguém. É isso o Gov Lula quebrou o "esquema" de faturamento da Abril.

O Serra em contrapartida foi lá e comprou 3 milhões de assinaturas da revista Escola para a rede estadual. Muitas dessas assinaturas jamais chegaram à escolas.

    C.C. Bregamin

    Não são para as escolas, é muito mais grave, as revistas vão para as casas dos professores! cumprindo dupla função: enquanto sustentam finaceiramente a Abril as assinaturas ainda doutrinam ideologicamente os verdadeiros formadores de opinião, os professores!

W K

Quem lê veja, veleja …

Carlos F.

O que faz o Flávio Gomes ?

    Carlos Botelho Filho

    É jornalista esportivo, com enfoque em automobilismo (F1). Possui o melhor site de F1 brasileiro, o grandeprêmio, e trabalha na ESPN brasil

Rodrigo Prado

Não sei se vale a pena discutir sobre a Veja. Há tempos que deixou de ser referência para informação.
É uma revista neocon formada apenas por colunistas e matérias baseadas em opinões.
Veja, mas não cheire, pois o fedor é grande. Veja, mas não pense, deixe que pensemos por você.

    cassio

    Rodrigo Prado: se vc ñ sabe, eu sei: ñ vale a pena discutir a "Óia". Perda de tempo.
    Nem pra limpar aquilo que sai de nossos intestinos ela serve – mancha o fiofó.
    Veja?: xapralá.

MAURO RAMOS

ESSA TAL DE REVISTA(?)VEJA NAO PASSA DE UM PASQUINETE
PAROQUIANO E IMBECIL!!

Hans Bintje

Flávio Gomes:

Grunhido impresso é chamar a revista Veja de "merda".

Gostemos ou não da revista, ela está cumprindo seu papel histórico. Como dizia o Barão de Itararé, "um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga."

Cabe a você, se for capaz de usar melhores argumentos do que chamar seus adversários de "caras chiliquentos" e "figuras ridículas", ajudar a criar alternativas de qualidade a essa imprensa tão ruim.

O manifesto do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé aponta que "ela nunca esteve tão vulnerável e sofreu tantos questionamentos da sociedade. No mundo todo, cresce a resistência às manipulações da mídia. Alguns governantes enfrentam, com formas e ritmos diferentes, esse poder que atenta contra a democracia e o Estado de Direito. Os avanços tecnológicos também criam brechas para o enfrentamento desse poder midiático. Novas mídias surgem no mundo inteiro, tirando audiência (e reduzindo o poder) dos veículos tradicionais." ( http://www.baraodeitarare.org.br/index.php?option… )

E eu respeito demais o trabalho desse Centro de Estudos. Que tal, ao invés de perder tempo com "merda", produzir bons tutoriais e vídeos para instruir os blogueiros alternativos e divulgá-los no ótimo site do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé?

    Jerry

    Hans e Conceição, faz favor! não tem nada de mais falar o termo (que só não vou falar porque corro o risco de ter esta m… publicada). Coisas ruins, como a veja, a gente trata assim mesmo. Tem nada de mais chamar os caras de chiliquentos também, ora essa! Ninguém pode fazer desabafo mais? Fica com essa preocupação excessiva de ser certinho e etc. Sem exagero de pudores e hipocrisia, ok?

    clemes

    Jerry, é critério do Viomundo. Abs

    Carlos Castro

    Independente do critério do Viomundo, o Hans é do grupo "Pacifistas Inócuos", vamos relevar o mau que essa publicação faz ao Brasil e vamos ser o gatinhos manhosos que combatem o canhão com uma Rosa, aí que lindo esse mundo do faz de conta.

    Leider_Lincoln

    Olha, o Flávio Gomes é um jornalista fabuloso. E comentarista esportivo dos melhores nem têm grandes pretensões literárias ou intelectuais. Bintje e Conceição: dêem uma lida nisto aqui http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2010/05/2… e vocês me entenderão. Ele apenas adota o estilo dele.
    Respeito demais os dois, minha idolatrada jornalista da saúde e meu grande colega batavo. Mas da mesma forma que, nas bocas nazistas o Gott mit us suja o nome do Criador, na pena do Flávio Gomes, com toda a devida vênia e respeito pela Dona Lourdes, "merda" têm um quê de poesia.

    Hans Bintje

    Conceição Lemes:

    Eu também penso na dona Lourdes com muito carinho. Ela representa a possibilidade mais concreta do que "nunca antes na história deste país" de construir uma mídia de qualidade.

    Ela deve ter orgulho, muito merecido, do Azenha.

    A minha esposa chama-se Carolyn. Se quiser entrar em contato conosco, envie um e-mail: o endereço eletrônico deste comentário é válido.

    clemes

    Valeu, Hans. Beijo pra Carolyn, abração pra vc

    dukrai

    Glória Leite, tem uma citação no seu blog, http://brasilmostraatuacara.blogspot.com

    "Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer)

    Por isto vale a pena descer a lenha nesses sub-produtos de esgoto, a inVeja não está simplesmente atendendo a uma demanda mas (de)formando um (e)leitor imbecil, fascista e reacionário e porque estamos fartos dessa canalhice de patrão encher os bolsos às custas, não do trabalho de jornalista porque é coisa que não existe lá, mas do assassinato de reputações com reporcagens, encomendadas pelo capo mafiosi e pagas pelo contribuinte paulista, como descrito por Altamiro Borges:
    "A relação promiscua com os tucanos

    Já da parte de governos demos-tucanos, o apoio à famíglia Civita é perfeitamente compreensível. Afinal, a Editora Abril é hoje o principal quartel-general da oposição golpista no país e a revista Veja é o mais atuante e corrosivo partido da direita brasileira. Não é de se estranhar suas relações promíscuas com o presidenciável José Serra e outros expoentes do PSDB-DEM. Recentemente, o Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola.

    A compra de 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da revista Nova Escola e injetou R$ 3,7 milhões aos cofres do “barão da mídia” Victor Civita. Mas este não é o único caso de privilégio ao grupo direitista. José Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições encalhadas do “Guia do Estudante”, outra publicação da Abril. Como observa o deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”. http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analis

    Conceição Lemes

    Hans, como a sua observação é muito boa, optei por não deletar o comentário. Uma das normas do Viomundo é vetar aquelescom termos escatológicos, palavrões, etc. A dona Lourdes, nossa mais ilustre leitora, não quer ler essas palavras deselegantes aqui. Para quem está chegando agora, dona Lourdes é a mãe do Azenha. Como não queremos que ela puxe as orelhas do Azenha, é melhor todo mundo se comportar. No caso em questão, dona Lourdes, a culpa é minha. Me penitencio. Um beijo pra senhora. Hans, obrigada por mais essa ótima contribuição. Grande abraço, um beijo pra esposa. Qual o nome dela, please?

Luiz Jornaleiro

A era do grunhido chega no momento oportuno, já que hoje a maiorira de seus "profissionais" comporta-se como verdadeiros trogloditas. Mas essa revista prestadora de manipulações diversas está com seus dias contados.

João

Na verdade minha indignação é com as pessoas que ainda se preocupam com esse tipo de jornalismo, não se pode esperar nada além disso, eles são medíocres e como tal devemos deixa-los. Veja, Globo, F. de São Paulo, Estadão, Grupo Bandeirates são todos lixos.

Carlos

"não sei… quanto fatura"
Se são beneficiadas com redução ou isenção de impostos de importação do papel em que são impressas, as revistas deveriam tornar públicas as informações sobre faturamento.
Aliás, se estão em débito com o INSS (e o IR, FGTS e o IPTU em SP também?), não deveria receber anúncios do setor público em nenhum nível.

Os mesmos critérios deveriam ser aplicados aos jornais.

Vitor

É simplesmente repugnante.
Mas coerente com o que tal revista publicou na ocasião da morte de Mercedes Sosa. Reproduzo abaixo. Preparem os estômagos:

"Mercedes Sosa, a cantora do bumbo argentina. Dia 4, aos 74 anos, de doenças associadas ao subdesenvolvimento latino-americano, como o mal de Chagas, em Buenos Aires."

Não sei se é vergonha, ideologia, ignorância… Decerto, perderam o senso.

eduardo ayrton

No emu consultorio não tem mais a veja…deixei de assinar há uns 08 meses…não queria que meus pacientes acreditassem que lia aquilo.

Christie Temporim

Belas últimas palavras do Saramago: "Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido".

Quanto a quem escreveu a nota sobre a morte do Saramago, a Veja tem o Mário Sabino, dublê de escritor e autorpomotor de si mesmo, conforme qualquer pessoa pode ver nesse link. http://sites.google.com/site/luisnassif02/osmaisv

Os que mandam na Veja têm a ética de uma maracujá podre.

    mauro ramos

    tuitando a veja:maracuja podre,da menos de140toques,rsrsrs!!!!!

Selma

Um amigo me contou esta manhã do desrespeito, absolutamente esperado, mas que sempre me torce o estômago, da revista Veja. Embora não tivesse lido a nota, podia imaginar o tom. Eu também, ex-jornalista, e permanente leitora, me pergunto, como Flávio Gomes, se essa gente não se envergonha do que coloca no papel. Sempre ouvi que os "colegas" escrevem isso ou aquilo para manter o emprego, ou o stauts, o que não me salva da indignação. Acho que minha grande questão ultimamente tem sido se isso é verdade ou não. Quando vejo o humorista Marcelo Madureira ir defender o Serra, fazer parte daquele ridículo Instituo Millenium, imagino que ele esteja embolsando o suficiente pra defender o patrão nas horas vagas, afinal, agora até comentarista esportivo o homem é, mas e os outros? E a massa de coleguinhas que faz esse trabalhinho sujo? É por ideologia? Por acaso? Por ignorância, pura e cura? Sugestões amplamente estimuladas…

    Jairo_Beraldo

    E triste, é ver que em todas as esferas, fazem "esse".. (tipo de)…" trabalhinho sujo" para manterem o status, o emprego… mas como manter a ética nisso tudo?

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