Emir Sader: O maior massacre da história da humanidade

Tempo de leitura: 2 min

12 de outubro marca o início dos maiores massacres da história da humanidade. A chegada dos colonizadores, invadindo e ocupando o nosso continente – até aí chamado Aby ayala pelas populações indígenas -, representava a chegada do capitalismo, com o despojo das riquezas naturais dos nossos países, da destruição das populações indígenas e a introdução da pior das selvagerias: a escravidão. Chegaram com a espada e a cruz, para dominar e oprimir, para impor seu poder militar e tentar impor sua religião.

Centenas de milhões de negros foram arrancados dos países, das suas famílias, do seu continente, à força, para serem trazidos como raça inferior, para produzir riquezas para as populações ricas da Europa branca e colonizadora. Uma grande proporção morria na viagem, os que chegavam tinham vida curta – de 7 a 9 anos -, porque era mais barato trazer nova leva de escravos da África.

Os massacres das populações indígenas e dos negros revelava como o capitalismo chegava ao novo continente jorrando sangue, demonstrando o que faria ao longo dos séculos de colonialismo e imperialismo. Fomos submetidos à chamada acumulação originária, aquele processo no qual as novas potências coloniais disputavam pelo mundo afora o acesso a matérias primas, mão de obra barata e mercados. A exploração colonial das Américas fez parte da disputa entre as potências coloniais no processo de revolução comercial, em que se definia quem estaria em melhores condições de liderar o processo de revolução industrial.

Durante mais de 4 séculos fomos reduzidos a isso. Os ciclos econômicos da nossa história foram determinados não por decisões das populações locais, mas das necessidades e interesses do mercado mundial, controlado pelas potências colonizadoras. Pau brasil, açúcar, açúcar, borracha, no nosso caso. Ouro, prata, cobre, carne, couro, e outras tantas riquezas do novo continente, foram sendo reiteradamente dilapidados em favor do enriquecimento das potências colonizadoras europeias.

Assim foi produzida a dicotomia entre o Norte rico e o Sul pobre, entre o poder e a riqueza concentrada no Norte – a que eles chamavam de “civilização” – e a pobreza e a opressão – a que eles chamavam de “barbárie”.

O início desse processo marca a data de hoje, que eles chamavam de “descoberta da América”, como se não existissem as populações nativas antes que eles as “descobrissem”. No momento do quinto centenário buscaram abrandar a expressão, chamando de momento de “encontro de duas civilizações”. Um encontro imposto por eles, baseado na força militar, que desembocou no despojo, na opressão e na discriminação.

Não nos esqueçamos disso, darmos à data seu verdadeiro significado, que nos permita entender o presente à luz desse tenebroso passado de exploração e de massacre das populações indígenas e das populações negras.

Blog do Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo.


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Comentários

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Diego Junges

Não sou historiador… mas sou uma pessoa
li vários comentários abaixo onde o povo fica debatendo coisas sem importância… se o que fez com que isso tudo acontecesse foi o capitalismo … se o capitalismo existia… porque naquela época o dinheiro não havia sido inventado .. bla bla bla….

Senhores… nada disso importa.

O que importa é isso: Havia vida aqui, (ou em praticamente qualquer outro continente que fora colonizado). Estas terras tinham donos (que por azar ou não, não tinha muita noção de “posses”) … de uma hora pra outra chegou uma galera aí e tomou tudo. Simples.

Faça a seguinte analogia … você tem sua casa … mora lá … aí, do nada, chega uma galera lá e fala: “perdeu mano”. Você acha isso certo? Eu também não. E se vc acha certo, estou torcendo pra que roubem sua casa.

Pouco importa se havia dinheiro, se havia capitalismo… o que aconteceu foi errado. Somos “filhos” dos que erraram … lembrem-se disso, para que a humanidade não cometa esse tipo de erro novamente, especialmente por motivos, que todos sabemos, não foram nobres.

ZABS

Este post e seus comentários são um campo infestado de trolls, animais adestrados, isso não parece ser uma ação isolada; tenho visto isso recorrentemente, sugiro critérios mais rígidos no filtro aos comentários. Este nível de conversa dá no saco.

Marcelo Duarte

Outro detalhes sobre esse assunto.

150% dos "progressistas" gostam de falar mal do partido republicano dos EUA.

Será que sabem que o PR foi criado no começo em meados do século XIX por ativistas que se opunham à escravidão e que Lincoln (republicano) acabou com a escravidão naquele país?

O partido republicano também desempenhou uma função importante para assegurar o voto da mulher, sendo o primeiro partido importante a favorecer o sufrágio feminino.

A primeira mulher eleita ao Congresso foi uma republicana.

Mulheres e negros têm dívida com esse partido hein.

Marcelo Duarte

Uma pergunta aos "ilustres progressistas" aqui presentes:

Só os negros foram escravizados durante a história? Brancos nunca foram escravizados?

    cronopio

    Pergunta retórica, essa, hein? Deixe de ser hipócrita e apresente argumentos. Se você quer defender a escravidão, ou culpar os próprios negros por essa barbárie, pelo menos o faça abertamente.

J.C.CAMARGO

No México havia no Século XVI cerca de 06 milhões de indíginas! Hoje, sòmente de indí-
ginas puros, que não se mesclaram com europeus e seus descendentes, há mais de 15 milhões! JÁ de /
mestiços, há mais de 70 milhões! Essa proporção vale, também, para a MesoAmérica! BASTOU aos euro-
peus coibirem os incontáveis sacrifícios humanos aos Deuses dos indios (Quetzalcoatl principalmente) e
a população nativa cresceu desmesuradamente! No Brasil, por ocasião da Rodovia TransAmazônica, fo-
ram contactados silvícolas que viviam e vivem como seus ancestrais! Vivem em petição de miséria -alguns
são incluisives canibais! Portanto, esse (pseudo) sociólogo/cientista/ comunista,que lave sua língua antes
de proferir suas inúteis difamações! Êle que vá ao Saara Islâmico, onde ainda ocorre escravidão, ou mes-
mo na antiga URSS, onde Lenin e Stalin tricidaram mais de 12 milhões de russos, e isso tudo em pleno /
Século XX! Caluniar, Difamar é fácil. Provar é o difícil! Quanta MESQUINHARIA

J.C.CAMARGO

Segundo dados
históricos confiáveis, existia nas AMÉRICAS uma população nativa de aproximadamente 20 milhões de ín-
dios, dos quais um terço (próximo de 07 milhões) morreram pelo contágio com os brancos! No México, não ocorreu escravidão negra (os negros lá encontrados eram fugitivos dos EUA!), bem como na /
América Central.numa simples matéria!

    Marcelo Duarte

    Apesar de ninguém falar isso, centenas de milhares de mortes foram causadas na Europa por males vindos da América.

    Ao chegarem a América, espanhóis, franceses, portugueses e holandeses penaram com doenças novas e as transmitiram pelo mundo afora.

    Por exemplo… Antes nao havia consenso de que a SÍFILIS tenha sido transmitida aos europeus pelos índios Americanos. Mesmo o fato da primeira epidemia ter acontecido em Nápoles no ano de 1495, logo depois das primeiras viagens a América, haviam descrições mais antigas de sintomas similares.

    A certeza veio em 2008, com um estudo genético da Universidade Emory, dos Estados Unidos. Os pesquisadores compararam o DNA de diferentes bactérias e conseguiram montar uma árvore genealógica delas, revelando então que a causadora da sífilis é afiliada de bactérias americanas.

    Com a análise, ficou provado que a doença saiu da América a bordo das caravelas. E a sífilis causou tragédias na Europa.

    O homem apontado como o primeiro sifilítico da Europa é justamente um navegador. Martin Alonso Pinzón, que descobriu a América junto com Cristóvão Colombo, em 1492.

    Pinzón morreu em 1493, logo depois de voltar da viagem do descobrimento, com o corpo cheio de feridas causadas pela sífilis.

    Americanos e europeus também trocaram costumes mortais.

    É muito comum atribuir aos brancos a responsabilidade pelo alcoolismo entre índios.

    Ninguém, no entanto, culpa os índios por um hábito tão trágico ou pior que o consumo de álcool: fumar tabaco.

    Até os navegadores descobrirem a América, não havia cigarros na Europa nem o costume de tragar fumaça. Já os índios americanos fumavam, cheiravam e mascavam a folha de tabaco à vontade.

    Os primeiros carregamentos de tabaco consumidos entre os nobres europeus vieram do Brasil.

    Séculos depois, com a industrialização do cigarro, o hábito de fumar tabaco resultaria numa catástrofe com milhões de mortes. A Organização Mundial de Saúde estima que o fumo vai matar l bilhão de
    pessoas no século 21.

    E agora, culpa dos índios? Claro que não. Os índios e seus descendentes não têm nenhuma responsabilidade sobre um hábito que copiamos deles.

    Da mesma forma, quem hoje se considera índio poderia deixar de culpar os outros por seus problemas.

mfs

Sou admirador de E. Sader, e esse texto exprime um justa revolta contra os efeitos do antigo sistema colonial europeu sobre as Américas. Contudo, acho que há imprecisões e até erros históricos.
No século XVI e XVII, os países ibéricos estavam longe de ser capitalistas. Em Portugal, 1500, por exemplo, quase 90% do comércio não utilizava moedas.
Hoje, caiu em descrédito a idéia de que teria havido um capitalismo “comercial”. Primeiro, porque não há capitalismo sem comércio (sem mercadorias, pois). Segundo, porque comércio não é sinônimo de capitalismo. Havia comércio ativo em Roma antiga, e a vida urbana e o mercado nunca deixaram de existir na Europa medieval.
K. Marx falou em formas antidiluvianas de capital. Ou seja, poderia haver capital sem haver capitalismo.
A Europa ainda era basicamente feudal quando teve início a colonização da América. A maior parte dos excedentes era obtida por coerção direta, mediante tributos. E o Estado absolutista servia de armadura para a nobreza, como uma obra já antiga de P. Anderson demonstrou.
A expressão “ A exploração colonial das Américas fez parte da disputa entre as potências coloniais no processo de revolução comercial, em que se definia quem estaria em melhores condições de liderar o processo de revolução industrial” está no mínimo mal-colocada. Porque sugere o grave erro de raciocínio teleológico (tentar explicar o passado a partir do que aconteceu no futuro conhecido pelo historiador). Afinal, como é que os países poderiam tentar se colocar melhor para a revolução industrial se ninguém sabia que ela iria acontecer mais tarde?
A idéia de que houve “ciclos econômicos” também já foi descartada pelos historiadores. Também já não se sustenta a tese de que a economia monocultora-exportadora foi simplesmente imposta pela metrópole. Por exemplo, a legislação colonial portuguesa em diversas ocasiões estipulava limites para a monocultura e estimulava a policultura no Brasil. Hoje, sabemos que os principais agentes da reprodução das relações coloniais foram os próprios colonos, em particular as elites coloniais (os grandes comerciantes em destaque). Pesquisadores brasileiros e estrangeiros já cansaram de documentar a pujança do mercado interno colonial.
A escravização dos africanos não foi, inicialmente, acompanha de concepções racistas tais como as que predominam hoje. De certo modo, o racismo atual é produto do cientificismo e do biologismo do século XIX. Recordemos que os europeus não capturavam escravos na África, eles compravam escravos vendidos por mercadores do próprio continente (isso não torna a Europa menos culpada nem os africanos menos vítimas. A idéia de que “africanos” ou “negros” escravizavam “negros” ou “africanos” não era levantada. De modo análogo, não se cogitava que as guerras européias eram de “brancos” que massacravam “brancos”. A identidade das vítimas é uma construção histórica, paciente e tenaz, com lutas que ainda persistem.)
Em suma, podemos criticar o capitalismo mas não dá para botar a culpa do capitalismo em tudo. Senão, daqui a pouco iremos encontrar capitalistas até debaixo da cama.
Os mudanças históricas nas mentalidades podem ser muito lentas. Mudam-se as estruturas mas as sobrevivências têm fôlego. Assim, a luta contra as formas contemporâneas de colonialismo (aí sim, capitalistas) envolve uma espécie de resgate da memória das lutas das gerações passados, com quem temos o compromisso histórico.

    Rogério

    Fernando Novais vai ao cerne da questão quando coloca: qual a intenção secreta daqueles que negam o genocídio acontecido na América e negam também essa fase de transição do feudalismo para o capitalismo, que é donomindado corretamente de capitalismo comercial? os próprios historiadores da metrópole tentando defender o genocídio perpretado por seus países. O pior é ver historiadores brasileiros adotando incautamente essa perspectiva. Sem perceber, talvez, acabam adotando a perspectiva do colonizador! O chamado capitalismo orgânico, baseado nas relações assalariadas, não caiu do céu a partir do século XVIII na Europa, foi preciso ocorreu, o que Marx denominou de acumulação primitiva de capital, no qual a colonização européia é parte fundamental. Só falta esses ingênuos negarem que o ouro e diiamantes extraídos nas Minas Gerais não foi apropriado no circuito do capital mercantil do século XVIII. A sociedade portuguesa e, consequentemente, a socieade colonial brasileira era fundamentalmente estamental. Mas da onde vinha o dinheiro para a formação da lavoura de cana de açucar, para a montagem dos engenhos, para a importação de escravos da Àfrica, ora, do capital mercantil. Não entender isso, é não entender absolutamente nada! Um texto teórico fundamental a esse respeito é o do grande Florestan Fernandes, A sociedade escravista no Brasil, editado no seu livro Circuito Fechado. Leitura altamente aconselhavel, ao invés de ficar reproduzindo a visão de historiadores colonialistas europeis e, o que é pior, brasileiros, estes totalmente ingênuos e sem formação teórica.

    mfs

    Então a classe equestre em Roma antiga era formada por capitalistas?
    E que negócio é esse de "intenção secreta"? Estamos a ler o mesmo vocabulário dos que identificam os 'inimigos do proletariado" em todos os discordantes?
    A tese do Novaes está praticamente abandonada. Ninguém pode levar a sério uma teoria que confunde comércio com capitalismo. Encontrar capitalismo numa sociedade em que o trabalho livre assalariado quase não conta?
    Marx fala em capital existindo sem capitalismo! Usa o termo formas antidiluvianas.
    O termo acumulação primitiva de capital não pode ser interpretado de maneira teleológica. Não era uma preparação para o capitalismo que viria ou para a revolução industrial. Era o modo de reprodução da sociedade feudal europeia naquele estágio. Acreditar que comércio e feudalismo são opostos é retornar Pas ideias ultrapassadas de um Pirenne.

    Rogério

    Toda essa questão leva a uma quase aporia teórica. A difuldade é pensar a longa fase de transição do feudalismo para o capitalismo. Como definí-la? Por isso houve gente que classificou o Brasil como feudal, como capitalista e até criaram um novo modo de produção, o escravismo colonial. Mas a expansão do cpitalismo começa nas entranhas da própria idade média. E, creio que não é possível esquecer ou ignorar essa fato, é o capital mercantil, que financia boa parte do negócio mercantil que se estabelece no Brasil colônial e se apropria dos seus lucros. Ou isso também está ultrapassado? É só ler o capítulo sobre a acumulação primitiva de capital de Marx e também os Grundrisse para ver a importância que Marx dá ao colonialismo moderno nesse processo. E é extamente disso formas antiduluvianas. Estamos falando do mesmo processo. Então como denominar? Você prefere escravismo colonial? na linha de jacob gorander e ciro flamarion? Eu discordo de você, a tese de Novais não está abandonada, talvez no Rio de Janeiro. Eu sigo Novais, Florestan Fernandes e falo em capitalismo. Mas, e isso Novais alerta, um capitalismo específico, se se quiser antidiluviano.

    Marcelo

    No Rio de Janeiro estes historiadores fazem pesquisa empírica em grandes arquivos. A justificativa do Rogério parece mais uma profissão de fé religiosa "Eu sigo Novais, Florestan Fernandes". Parece um devoto falando eu sigo Alan Kardec, Martinho Lutero, Lao Tsé… O problema de parte da historiografia uspiana (pois na Unicamp é diferente) é a excessiva submissão a modelos teóricos, quase com uma sociologia histórica descarnada do confronto com as fontes documentais. Seguir um historiador, sociólogo como se fosse uma autoridade religiosa inquestionável é complicado. Em nada diminui Florestan e Novais fazer uma crítica consistente, a partir de novas perspectivas. Afinal o conhecimento científico é provisório e em constante reelaboração.

Gustavo Pamplona

Depois ainda me negativam quando falo que vocês estão alienando…. este texto do Emir Sader é a prova…

O cara odeia tanto o capitalismo que escreve um texto falando sobre o "massacre" de12 de outubro, fala sobre o odiadio capitalismo depois volta a falar do massacre no final.

Mas quando é para receber o salário dele ele deve gostar bastante do "capitalismo"

Então eu pergunto: Será que se não tivesse havido este massacre ele, o Emir Sader teria existido? Ou melhor, nós teríamos existido? O Brasil teria existido?

Outra pergunta: Se o comunismo era tão bom assim… porque será que ele morreu e que Cuba e a Coréia do Norte vivem num atraso?

    mfs

    O Dr. Pangloss finalmente se pronuncia! Ainda bem que há narizes, senão não poderíamos usar os óculos como usamos hoje em dia. E ainda bem que houve o Terceiro Reich, senão meu pai poderia ter voltado para a Alemanha e então ele não teria casado com minha mãe – o que leva então, por causa dela, a agradecer a ocupação austríaca do Friuli e à miséria que expulsou os camponeses italianos para o Brasil. Lógica da Polyana, as desgraças ocorrem para podermos viver melhor.

    cronopio

    Caro Gustavo, só o Sader critica o colonialismo você já quer enviá-lo para o Gulag? Será que você não consegue perceber que a civilização ocidental é esse amálgama de cultura e barbárie? Criticar o capitalismo é fazer o elogio de Stálin? Não consigo pensar em nada mais panfletário do que essa necessidade de suspender o juízo crítico para defender alguma causa…

    Acho que você joga sujo quando fala sobre o salário que o Sader recebe das mãos do capitalismo. A crítica só pode ser verdadeira quando é dotada de alguma impessoalidade.

    Mais critério, por favor…

Fabio_Passos

Otima análise do Emir. Acertou em cheio.
Ele continua incomodando muito a classe média adestrada pela mídia-lixo-corporativa.

E o massacre ainda não acabou.

Ainda hoje as grandes potências tentam nos manter subjugados para se apropriar das nossas fabulosas riquezas naturais. Contam com aliados importantes: As "elites" locais. Historicamente sócias do butim e da exploração.

Felizmente os povos das Américas, neste momento, estão lutando por independência.

Conservador316

"Centenas de milhões de negros foram arrancados dos países, das suas famílias, do seu continente, à força, para serem trazidos como raça inferior, para produzir riquezas para as populações ricas da Europa branca e colonizadora. Uma grande proporção morria na viagem, os que chegavam tinham vida curta – de 7 a 9 anos -, porque era mais barato trazer nova leva de escravos da África."

Esqueceu de dizer que os próprios negros ajudavam a capturar outros negros. Tribos invadiam outras tribos e capturavam os escravos.

Ps: Esse massacre é igual aos massacres cometidos pelas ditaduras comunistas?

    cronopio

    Quanta bobagem…

    mfs

    Os escravizados foram vítimas, e seus descendentes por surpreendente coincidência são pobres no Brasil de hoje. Ser considerado negro não é resultado da biologia, é resultado da construção histórica – que envolve luta e conscientização. As nações africanas guerreavam e escravizavam os inimigos. Não viam aquilo como uma guerra de negros contra negros. Já os europeus, por serem mais civilizados, preferiam assassinar os inimigos, fossem eles europeus, africanos, índios, asiáticos, etc. Mas também não identificavam uma guerra de brancos contra brancos quando franceses matavam alemães que matavam ingleses que matavam irlandeses…

    cronopio

    Perfeito, mfs.

    Marcelo Duarte

    "Esqueceu de dizer que os próprios negros ajudavam a capturar outros negros."

    Não só ajudavam a capturar e ganharam muito dinheiro com a venda de seus "irmãos", bem como tinham seus próprios escravos.

Roberto Locatelli

Nossos piedosos jesuítas, logo após o descobrimento, diziam que os índios não eram gente, portanto não tinham alma. Assim, não era pecado violentar as mulheres, assim como não era pecado assassinar quantos fosse necessário para tomar posse dos territórios.

REnato

Caro críticos deixem de tolices. O texto é generalizante, porém correto, no que tange ao genocídio que ocorreu com a conquista do continente que os europeus convencionaram chamar de América. É evidente que havia escravidão no continente africano e que os árabes praticavam o tráfico, isto não é argumento para endossar o tráfico negreiro efetuado pelos europeus. Que astecas faziam sacrifícios humanos um aluno de escola fundamental tem tal informação, isto não justifica as atrocidades perpretadas pelos espanhóis, portugueses, franceses, ingleses e holandesas no processo de conquista e colonização da América. Antes de criticar leiam uma bibliografia básica sobre o tema. Não podemos mudar o passado, podemos, contudo compreendê-lo criticamente. Emir perdoai-vos não passam de uns im…

    cronopio

    Perfeito!

    Luca K

    Tua resposta mal educada certamente é em parte dirigida ao meu post. Em que lugar eu "endossei" tráfico negreiro cidadão? Sequer entendestes o meu ponto de vista. Aprenda a andar antes de tentar correr…

Fernando

Digite o texto aqui![youtube A7CKjx4J9bY http://www.youtube.com/watch?v=A7CKjx4J9bY youtube]

Luca K

Mais um texto simplista e tolo de Emir Sader. Sem dúvida a vinda dos europeus para as Américas provocou o eclipse das populações indígenas. Sem dúvida tb q o tráfico transatlântico de escravos negros foi uma barbárie. Ocorre q o mundo era diferente então. É a questão de contexto. A lei do mais forte imperava – e, na real, ainda impera – e o processo de colonização era algo relativamente normal. Ora, escravidão e imperialismo NÃO SÃO privilégios de cristãos europeus. Nunca o foram. Quando mais fortes militarmente, os árabes conquistaram todo o Oreinte médio, norte da áfrica e parte da Europa. Não tivessem sido derrotados pelos Francos e muita coisa poderia ter sido diferente. Levaram tb sua religião, o lslã, aos derrotados. Os turcos otomanos mais tarde fizeram o mesmo, por isso temos muçulmanos nos bálcans e uma parte da Turquia fica na Eruropa. Os árabes participaram ATIVAMENTE do processo de escravidão do negro africano desde os primórdios. Os judeus tb. Vale lembrar que os próprios negros tb usavam escravos na Africa e q muitos chefes participaram do tráfico transatlantico. Nas Americas, o mesmo acontecia com muitas tribos. Será que o Sader já ouviu falar dos horripilantes sacrificios humanos perpetrados pelos Astecas contra indios aprisionados em tribos vizinnhas? Com certeza.
Naquele momento histórico, os europeus podiam mais e fizeram valer sua força. Sader sem dúvida sabe que países como Brasil, Argentina , EUA e tantos outros NÃO existiriam sem a colonização. Sader sabe com certeza q ele é brasileiro pq os odiosos colonos criaram o Brasil… a familia dele, pelo nome de origem árabe, certmente não teria imigrado para viver entre as tribos amerindias… ou teria?
:P

    cronopio

    Relativismo tosco…

    mfs

    Outro Dr. Pangloss entre nós. Por que não estender a lógica? Se não fossem os ladrões, não haveria a pujante indústria de cadeados, alarmes, portas, cercas elétricas e armamentos. Milhares ficariam desempregados.

    J.C.CAMARGO

    LUCAS: Parabens! De fato, a escravidão de negros africanos se iniciou das seguintes maneiras: PRIMEI-
    RAMENTE entre êles mesmos,ou seja, nas guerras entre as milhares de tribos africanas, os mais fortes
    derrotavam os mais fracos, e êstes tornavam-se escravos dos vencedores; posteriormente, com a chega-
    da dos islâmicos ao norte da Africa, os escravos negros excedentes eram vendidos a êles; depois, as /
    as tribos africanas mais fortes tornaram-se escravocatas e passaram a comercializar violentamente os
    negros derrotados; com a descoberta das Américas, êsses escravos negros passaram a ser importados,
    já que os índios nativos não eram, pela sua natureza, apropriados ao trabalho escravos!

Klaus

O capitalismo chegou à América em 1492, bem antes de existir na Europa. Antes de 1492, a história da humanidade não registrou despojo de riquezas dos dominados, nem escravidão, nem massacre de populações. A imposição de religião e a opressão pela espada é uma exclusividade do cristianismo, não há outra religião que tenha feito isto. Antes da chegada dos brancos, os povos das Américas viviam em paz, em totoal inocencia, não havia guerras e o continente se aproximava do paraíso terrestre, assim como era na Africa antes da chegada do homem branco. Nos dois continentes não havia escravidão também. Como é fácil reescrever a história sentado diante de um computador, hein. Agora sério: por que o texto não está na seção de humor?

    Fernando Garcia

    Certamente que o texto do Sader é simplista e não segue o rigor de um texto acadêmico. É um destes textos de propaganda no qual afirmações pra lá de imprecisas e questionáveis estão presentes… entendo a sua crítica sobre o pioneirismo do capitalismo (1492, brincadeira) mas não entendo alguns de seus outros pontos. Você realmente considera relevante reafirmar os crimes de todos os povos, todas as religiões, etc, numa discussão que no fundo quer descrever (e deveria faze-lo de maneira menos infantil) as profundas raízes na nossa história do processo de colonização? Você acredita que já superamos todos estes processos e que comenta-los é meramente remoer um passado que já morreu?

    cronopio

    Klaus, essa sua defesa de que os índios viviam em um paraíso terrestre é absolutamente reacionária e retrógrada. A ideia de que as Américas eram o Éden é de matriz católica, pura projeção jesuítica. A guerra, por exemplo, era uma das instituições mediadoras do convívio entre grande parte das tribos que viviam no território que hoje recebe o nome de América. É claro que as guerras que os índio travavam entre si eram muito diversas das que travavam os europeus. Os povos indígenas tinham suas próprias instituições e uma cultura altamente complexa. Procure ler um pouco mais sobre antropologia (não estou sendo irônico), recomendo vivamente a obra "Visões do paraíso", de Sérgio Buarque. Ninguém está livre de emitir opiniões preconceituosas e desacertadas, mas sempre vale a pena avançar na argumentação. Saudações cordiais.

    Klaus

    Foi ironia, meu caro.

    cronopio

    Entendo, mas acho que foi mal colocada. Dizer que a chegada dos portugueses e dos espanhóis à América promoveu uma das maiores barbáries da história não significa dizer que os índios viviam em um estado de pureza virginal. Como toda sociedade, as sociedades indígenas enfrentavam seus próprios problemas. Como eu afirmei em meu comentário, a guerra entre os índios nada tem a ver com a guerra entre os brancos. Recomendo ainda mais vivamente a leitura do livro do Sérgio Buarque, que critica com veemência o colonialismo europeu sem incorrer na promoção de uma visão idílica das sociedades indígenas. Tampouco acho que o Sader pinta esse panorama. Pelo contrário, quem criou essa visão foram os jesuítas (por isso sua ironia foi mal colocada, você ironiza quem critica a empresa colonial colocando na boca dos críticos o discurso dos próprios colonizadores). O debate aqui do site fica tão marcado pela galhofa e pela disputa comezinha que quase não há espaço para aprofundar as questões. Ironia não deve ser confundida com incoerência, meu caro.

Marcelo Duarte

kkkkkkkkkkkkkkk

Um dos texto mais malucos que ja vi na minha vida.

    g. maciel

    nao vou comentar, me nego a debater com uma pessoa que nao conhece o minimo de história

    fabricio

    Marcelo Duarte é um troll!!! não alimente o troll!!

    cronopio

    Eles são Gremlins, se você dá comida, viram monstrinhos babentos!

    nilauder

    leu poucos né?

    EUNAOSABIA

    E você ainda não viu foi NADA… esse rapaz é a sandice em pessoa.

    El Cid

    … você usando a lente do cinismo e da ignorância, é compreensível que tenha visto assim, troll !!

    Anônimo do Prado

    Os discípulos do Uncle king têm tudo anotado no caderno Avante. Estão fazendo o dever de casa.

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