Cancella: Primeiro ato de Dutra na Petrobras foi receber viúvas de 11 petroleiros mortos

Tempo de leitura: 2 min

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José Eduardo Dutra, presente!

Emanuel Cancella, no Facebook 

O acidente da P-36, em 2001, a maior plataforma do mundo, levou para as profundezas do mar a maior corrupção na Petrobrás. A P-36 foi construída durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, sendo a última construída pela empresa Marítima, a qual participou de uma série de aquisições de plataformas em sequência eivadas de erros técnicos e, principalmente, de corrupção.

Mas por que a Lava Jato, apesar das várias delações premiadas, se nega a investigar o período FHC? O juiz Sérgio Moro faz uma investigação seletiva quando protege de forma exacerbada os tucanos, pois se o Lava Jato investigar o governo de FHC na Petrobrás, a República vem abaixo, pois encontrará níveis de corrupção inimagináveis pela sociedade. Isso torna altamente suspeito o juiz Sérgio Moro e só um juiz isento apuraria as reais causas da corrupção na Petrobrás, que tem como ápice o afundamento criminoso da P-36.

No governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, na presidência da Petrobrás, estava Francisco Gros, que se negou a receber as viúvas dos 11 trabalhadores mortos.

O Sindipetro-RJ chegou a realizar ato de apoio às viúvas dos José Eduardo Dutra mortos da plataforma, na porta da sede, com os portões fechados e vigilância reforçada.

José Eduardo Dutra morreu recentemente, em 04/10/2015. Foi o primeiro presidente da companhia no governo Lula do PT em 2003. O ato inaugural de sua gestão na Petrobrás foi receber as viúvas e seus familiares, e convidou representantes de todos os sindicatos de petróleo. Essa talvez tenha sido a sexta-feira mais alegre e triste de minha vida. Alegre pela empresa receber as viúvas desses verdadeiros heróis e triste porque nos recordamos dos 11 mortos que abandonaram seus alojamentos na plataforma e, como membros da brigada de incêndio, sucumbiram todos diante do fogo e das explosões.

Dutra não só recebeu as viúvas e seus familiares, como anunciou indenização às famílias dos mortos que incluía bolsa de estudo até o terceiro grau para os filhos dos mortos. De pronto, 10 das onze famílias aceitaram o acordo, somente uma das viúvas, assessorada por seu advogado, não aceitou naquele momento o acordo.

Foi emocionante e inesquecível o depoimento das viúvas falando de seus maridos e do amor que eles tinham pela Petrobrás. FHC e Francisco Gros, provavelmente, não receberam as viúvas somente por falta de solidariedade, foi principalmente para encobrir a corrupção na Petrobrás, que resultou no afundamento criminoso da P-36 e na morte dos 11 petroleiros.

No momento em que o governo de FHC se afundava na falta de solidariedade e na corrupção, junto com a plataforma P-36, José Eduardo Dutra emergia como homem público solidário e de grande valor.

José Eduardo Dutra, presente!

Rio de Janeiro, 05 outubro de 2015

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).  http://emanuelcancella.blogspot.com

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Comentários

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ana s.

Descanse em paz, companheiro! Vivemos tempos de inversão, com a escória batendo nos peitos e desrespeitando descaradamente aqueles que lutaram e lutam por justiça social. Gushiken, Deda, Dutra, tenho certeza de que o julgamento da História lhes será favorável.

Marcos Pinto Basto

Uma decisão muito humanitária de José Eduardo Dutra que mídia vendida e muito fajutona nunca mencionou.
Se o juiz Moro foi incumbido( E por quem?) de investigar a corrupção na Petrobras, está muito longe de caçar os maiores ladrões do dinheiro público daquela empresa. Está mais que provado que sua intenção é seguir as instruções que lhe deram para derrubar Dilma e afundar com a Petrobras, de lambuja está querendo afundar com a Odebretch S/A, mas tem que ficar esperto porque já mostrou quanta desonestidade o assiste!

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