Egito: O Irã ganha e Israel perde

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Egito: o Irã ganha e Israel perde

1/2/2011, M K Bhadrakumar, Asia Times Online

As duas potências regionais mais afetadas pelo torvelinho no Oriente Médio serão Irã e Israel. A vida, tantas vezes, oferece estranhos paralelos e há muitas coisas em comum entre os dois adversários e desafetos intratáveis.

São dois países não-árabes, ambos curiosamente “estáveis” numa região sacudida num vendaval. Ninguém aponta dedo acusador a nenhum deles, como “mão oculta” ativa por trás do torvelinho que agita o país vizinho de ambos – nem os piores detratores. De fato, parece que os dois países foram surpreendidos pela torrente de eventos, sem saber como assimilar o indefinido e ainda inimaginável significado do que está acontecendo no Egito.

Os dois países são suficientemente espertos para saber que pequenas fagulhas iniciam erupções de dimensões vulcânicas – um trem blindado correndo da Alemanha para a Rússia; um sermão pregado por velho imã no exílio, nos arredores de Paris, à sombra de uma macieira; ou um policial cuja consciência o faça desobedecer ordens para atirar contra manifestantes numa rua de Tirana. E nenhum dos dois países pode adivinhar que segredos as ruas do Cairo ainda revelarão ao mundo.

Mas há também diferença fundamental entre eles. Para o Irã, tudo se resume a determinar o tamanho da vitória. Para Israel, trata-se de conter as perdas. E é verdade também que, se o vencedor não leva tudo, algo perde.

O Irã surfa a crista da onda

Teerã manifestou-se rapidamente em apoio ao levante popular no Egito. Foi a única voz a manifestar-se, solitária, na região. Círculos religiosos, políticos e militares manifestaram-se em Teerã, e o ministério das Relações Exteriores falou (“O Irã monitora os acontecimentos regionais”, 30/1/2011, Press TV, Teerã, e em português em Redecastorphoto, em http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/01/o-ira-monitora-os-acontecimentos.html).

A declaração mais significativa até agora veio do presidente do Majlis [Parlamento] iraniano Ali Larijani, que anunciou o apoio do Irã aos levantes populares na Tunísia e no Egito, descrevendo-os como “uma fagulha” para outros movimentos no Oriente Médio: “A tendência evolucionário dessa revolução regional surpreendeu os ditadores e a revolução dos livres de coração” transcendeu os limites do nacionalismo.

Alto comandante militar, comandante do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, general Hossein Salami, ecoou os sentimentos: “O Egito é o coração do mundo árabe (…) e quaisquer mudanças ou revoluções sociopolíticas no Egito repetir-se-ão em muitos outros países islâmicos”. Disse que o Egito havia-se convertido em quintal de Israel e “ponto de apoio geoestratégico para as políticas dos EUA para a África”. Salami afirmou a afinidade ideológica do Irã com o levante do Egito, chamando-o “manifestação da Revolução Islâmica [de 1979] no Oriente Médio e no mundo islâmico”.

O establishment religioso está evidentemente em estado de graça. O líder interino das orações das 6as.-feiras em Teerã, o aiatolá Ahmad Khatami, disse que os levantes significaram o nascimento de um “Oriente Médio Islâmico” baseado em princípios de religião e democracia.

Em declaração oficial, o ministério das Relações Exteriores do Irã disse que “As demonstrações no Egito, nação muçulmana, são movimento que visa à realização da justiça e a atender as exigências nacionais e ideológicas do povo egípcio.” E aconselhou o governo de Hosni Mubarak a ouvir “a voz de sua nação muçulmana”, a aceitar o “despertar islâmico” e a render-se às exigências do povo.

Para o ministro das Relações Exteriores Ali Akbar Salehi, “Hoje, o Egito e o povo egípcio servem-se da valiosa experiência de resistência da história contemporânea do Oriente Médio e começam a assumir o controle de seu próprio destino, exigindo o respeito que merecem pelo lugar que ocupam na Região.” Disse ao Majlis que “O que vemos no Oriente Médio e no norte da África são nações que são potências regionais, vigilantes, inspiradas pelo ensinamento islâmico, um despertar do islã, buscando libertar-se pelas forças populares, da dominação de poderes hegemônicos e alcançar independência real” (“O Irã monitora os acontecimentos regionais”, 30/1/2011, Press TV, Teerã, e em português em Redecastorphoto, em http://redecastorphoto.blogspot.com/2011/01/o-ira-monitora-os-acontecimentos.html).

Teerã estima que o Oriente Médio chegou a uma encruzilhada histórica e que, afinal, a ira popular despertou, contra os regimes autocráticos. Trabalha agora para estabelecer uma ponte de afinidades islâmicas com os levantes populares, mas sempre atenta para não exortar os povos árabes à revolta. Teerã aproveitará a oportunidade que surgiu para construir elos com seus vizinhos árabes e, assim, começar a quebrar o isolamento regional imposto pelos EUA.

Toda a situação geral na Região caminha em direção que favorece o Irã. Um governo patrocinado por Teerã já começou a trabalhar em Bagdá. No Líbano, um governo controlado pelo Hezbollah está assumindo o poder democraticamente em Beirute. Os documentos publicados pela rede al-Jazeera sobre negociações secretas entre o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas e os EUA e Israel, faz aumentar a representatividade do Hamás como voz da resistência. O Irã mantém sólidos laços com a Síria. E há hoje entendimento que jamais se viu antes entre o Irã e a Turquia.

Por outro lado, o desarranjo que se vê no campo palestino e a fluidez dos eventos no Cairo são fortes obstáculos que impedem Washington de retomar qualquer processo de paz em futuro próximo ou previsível – o que significa que os inúmeros fracassos do governo Obama no Oriente Médio continuam absolutamente expostos, além da desconfiança declarada que inspira à rua árabe.

Também opera a favor de Teerã a evidência de que é tarefa do governo Obama lidar com as mudanças cataclísmicas que varrem toda a Região. A questão nuclear iraniana sai do centro do palco, empurrada para as fileiras finais, ante as novas prioridades que se impõem a Washington. Washington, doravante, estará soterrada nas tarefas de ‘construção’ do “Novo Oriente Médio”.

Enquanto isso, toda a estratégia dos EUA para isolar o Irã na Região, construindo uma falange de regimes árabes “pró-ocidente” plus Israel esvai-se água abaixo. E a influência do Irã como potência regional tem chances de alcançar novo patamar qualitativo.

A Israel… resta do blues do Oriente Médio

Em Telavive o nervosismo é extremo, em claro contraste com o júbilo que se ouve em Teerã. Os israelenses, sempre tão falantes ao desdenhar os vizinhos árabes, estão mudos. Apostam e fingem que creem que o governo Mubarak sobreviverá, de alguma forma, à tempestade. “Mubarak não é Zine el-Abidine Ben Ali, [presidente deposto da Tunísia]. Há enorme diferença. O regime egípcio tem raízes profundas, inclusive no establishment da Defesa. O governo é forte o bastante para superar as dificuldades atuais”.

Funcionário do governo de Israel disse à Agência France-Presse que “é interesse fundamental do Egito manter os laços privilegiados que o ligam ao ocidente, e manter a paz com Israel”. Pesquisador israelense tomou posição de assumido retrocesso: “Ainda que a Fraternidade Muçulmana, que sempre criticou os ‘laços ilegais’ entre Egito e Israel, assuma o poder, o exército e os serviços de segurança egípcios farão oposição total, com todo o poder que têm”.

Israel está obrigado a apostar todas as suas fichas no vice-presidente recém indicado, general Omar Suleiman (que foi chefe dos serviços de segurança e trabalhou sempre muito próximo do establishment de segurança israelense), que, na prática, está sendo entronizado sobre os cacos do regime de Mubarak.

Mas Telavive não se exporá a nenhum risco. Diplomatas israelenses no Cairo já foram discretamente evacuados por helicóptero e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou que ninguém, dentro do governo, comente os acontecimentos no Egito. Nas palavras de um importante político israelense, “Israel nada pode fazer quanto ao que está acontecendo lá. Só podemos manifestar nosso apoio a Mubarak e esperar que os tumultos se esvaziem”.

Israel não previu qualquer levante popular no Egito. Na 3ª.feira, quando já havia tumultos de rua no Cairo, o novo chefe da inteligência militar de Israel Aviv Kochavi, dizia em audiência na Comissão de Assuntos Exteriores e Defesa do Knesset (Parlamento) que nada ameaçava o governo Mubarak e que a Fraternidade Muçulmana não estava suficientemente organizada, de modo que ameaçasse o regime.

De todos, qual o pior cenário para Israel? Há medo, em Israel, sob vários formatos. Sem dúvida, o desafio estratégico é que pode acontecer de Israel ver-se em posição de agudo isolamento regional. Comentarista do jornal israelense Ha’aretz observou que “o poder cada vez mais fraco do governo de Mubarak deixa Israel em situação de extrema fragilidade estratégica. Sem Mubarak, já praticamente não restam amigos de Israel, no Oriente Médio; ano passado, foi o colapso da aliança entre Israel e Turquia. De agora em diante, será cada vez mais difícil, para Israel, depender de um governo egípcio cindido por lutas internas.”

O tratado de paz de 1979 com o Egito, gerou não apenas dividendo de paz para Israel (porque permitiu que Israel fizesse cortes em suas despesas desproporcionalmente altas com a Defesa), mas também criou condições para que as forças israelenses pudessem concentrar-se no chamado “front norte” – Síria, Líbano e Irã – e na defesa das colônias nos territórios palestinos ocupados. Incertezas no Egito imporão novo envio de forças para o sul, sobretudo para o Corredor Philadelphi entre Sinai e Gaza, que os resistentes palestinos usam para abastecimento.

À frente o mar parece agitado. Algum novo regime que suceda Mubarak cooperará com Israel tanto quanto Mubarak – apesar da “paz fria”? Se a Fraternidade Muçulmana chegar ao poder no Cairo, o tratado de paz entre Israel e Egito virará relíquia histórica?

E, se a agitação alastrar-se pela Cisjordânia e atingir Abbas? Suleiman oferece a Israel um “canal oculto” [ing. “back channel”] para o Hamás. O fervor islâmico que cresce na região fortalece muitíssimo os dois “atores não estatais” que são a mais grave ameaça à segurança de Israel – o Hezbollah no Líbano e o Hamás. As mudanças políticas em Beirute fortalecem a mão do Hezbollah, da Síria e do Irã.

Além disso tudo, há a ameaça existencial de um surge iraniano. Os EUA estarão ocupados em tentar salvar a própria influência na Região. Pode acontecer de Washington ter de afastar os olhos, por um momento, de Teerã, para cuidar, dedicadamente de questões arroz-com-feijão – o canal de Suez, a transição política na Arábia Saudita, o petróleo, o Iraque, a retirada do Afeganistão e a obrigação histórica imperativa de tentar direcionar qualquer massivo levante popular na direção da democracia, afastando as massas de qualquer via islâmica radical.

Israel dedicou-se quase exclusivamente a atrair a atenção dos EUA para o processo de paz no Oriente Médio e para conter o programa nuclear iraniano. O plano estava dando certo, até que a crise política no Oriente Médio trouxe de volta a questão palestina para o centro da política regional. É o camelo dentro da tenda, que ninguém conseguirá não ver.

Pressão ocidental, sobretudo europeia, aumentarão muito e, a menos que se dê atenção à crise fundamental entre palestinos e Israel, não haverá estabilidade durável no Oriente Médio, e os interesses ocidental estarão gravemente ameaçados. Pode acontecer de Israel não poder prosseguir facilmente com suas políticas racistas e antiárabes.

O coração da questão é que os interesses de EUA e Israel divergem muito significativamente. Não há traço de “antiamericanismo” nos levantes, pelo menos até agora. Mas os regimes que vierem a estabelecer-se farão oposição séria ao apoio monolítico dos EUA a Israel, e não será questão de rotina. A principal preocupação de Israel será que as novas realidades no Oriente Médio talvez obriguem os EUA a reprogramar sua visão regional.

Não há, entre os encarregados de informar Obama sobre o fogo no Oriente Médio durante o fim-de-semana, nenhum especialista – Tom Donilon, Conselheiro de Segurança Nacional; Bill Daley, Chefe de Gabinete; Ben Rhodes, Conselheiro de Segurança Nacional; Tony Blinken, Conselheiro de Segurança Nacional do vice-presidente; Denis McDonough, secretário do Conselho de Segurança Nacional; John Brennan, assessor da presidência; e Robert Cardillo, diretor de Inteligência Nacional.

Como Helena Cobban escreveu em seu blog, é caso impressionante de “cegos guiando cego e cegos aconselhando cego” no Salão Oval (“Obama’s know-nothings discuss Egypt”, Helena Cobban, 28/1/2011).

É hora de convocar os “Arabistas do Departamento de Estado”, até agora expulsos para o exílio das questões ideológicas, para substituir a equipe de conhecidos militantes pró-Israel que Obama nomeou como seus conselheiros.


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Comentários

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Leno

Pelo menos mais um sensato pra comentar, dukrai lá embaixo tem um pouco de sensibilidade ao menos. Agora, com a queda de Mubarak, é uma questão de tempo pra que Israel seja isolado no Oriente. Israel já tem sido um peso principalmente para as Nações Unidas, que tanto querem um tratado de paz que bem sei de onde vem e no que vai dar, Israel, no entanto, é visto como uma ameaça à paz mundial, ora Israel se defende contra as invasões e os terroristas da "Palestina". Eu é que não quero essa falsa paz.

Como disse Jesus: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize."

Infelizmente, a paz do mundo (ONU) é HIPÓCRITA, ou seja fingida.

Victor

Todos sabem que a rixa entre árabes islâmicos e judeus é histórica e religiosa. Passado o tumulto, virá uma nova proposta de paz, mas Israel sabe quais são as verdadeiras intenções e investidas das Nações Unidas contra a sua pátria e religião. Somente eles sabem o quanto isto os atinge. Não é o caso de se estar promovendo a guerra e a matança de civis inocentes, mas é que justamente estes civis são friamente usados pela mídia internacional, cheia de sensacionalismo barato e inescrupuloso para pôr a culpa em Israel. Até agora não ouvi falar de nenhum homem-bomba israelense no momento. Todos são de orígem árabe, muçulmana ou islãmica, como queira. Os árabes que realmente abominam os abalos ocorridos no Oriente Médio, bem como os muçulmanos pacíficos, estão espalhados pelo mundo, inclusive no Brasil. As Nações Unidas, quando passar este momento, virá com preceitos de uma paz hipócrita e aquelas nações que se recusarem serão acusados de intolerância ou outras palavras como estas que estão na moda atualmente, preconceito, discriminação etc. Tudo hipocrisia.

    Vera Palmer

    Ora, mas a coisa que mais há pelo mundo é homem-bomba israelense! E o Mossad inteiro?! E os banqueiros?! O fato de que esses homens-bombas israelenses não se autoexplodam — eles preferem amarrar as bombas NA NOSSA BARRIGA — não implica que não sejam homens-bomba. Vitor acima precisa abrir o olho e parar de explicar a história do mundo como se fosse briga de vizinhas futriqueiras. "Hipocrisia" não é categoria política e, de fato, parece papim de D. Danuza. Acorde, sô!

    Victor

    Bem! Respeito sua opinião Vera Palmer, mas quando se fala de Mossad, qual é o seu principal oposto? Certamente chama-se Hamas. Um dos principais grupos terroristas, e pelo que sei, não são israelenses. Nada justifica qualquer carnificina ou loucura seja de quem for, é injustificável. Todavia, sendo uma inteligência militar, o Mossad, por mais faltoso que seja, é uma coação aos terroristas "palestinos". Hipocrisia sim! Quem não consegue resolver seus problemas em casa, vai querer resolver os problemas de outras nações!!! Hipocrisia das braba e que aliás, sempre foi categoria política, muito mais quando se fala de ONU, UNICEF, Direitos Humanos, dentre outras.

    Victor

    Desde que o termo "Palestina" surgiu, Israel é sempre misturado. A mídia é profissional nisso. Quando fala de terroristas, falam palestina, englobando tudo que ali está, mas quando fala de palestino morto, fala de forças militares israelenses, focando Israel e vitimizando os pobres homens-bomba do Hamas e invasores da faixa de Gaza. Abra menos a Isto É e a Veja, pare um pouco de assistir Jornal Nacional daí você pode começar a realizar um pouco mais a fundo a situação. Não são poucos os indícios de manipulação de fotos e de notícias publicadas por imprensa e emissora sensacionalistas. A história do mundo é cheio de cartas marcadas pelos mais hipócritas possíveis e qual foi o fim deles? Até Pérsia e Roma sucumbiram.
    Não sou nem nunca serei pro-terrorismo, mas o mundo está cheio de terroristas informativos de grande veiculação, principalmente os mais famosos, revistas, sociólogos, psicólogos, imprensa, organizações de fachada como a ONU. Vejo que o pior tem sido os direitos humanos e a famosa "democracia". Putz!!

Victor

Assim aconteceu na Primeira e na Segunda Guerra Mundial dentre outras. Todas elas foram sucedidas de uma unificação tendenciosa e perspicaz para a implementação de uma paz, baseada em relativização da moral e uma forte tendência individualista em todas as questões. Porque a democracia é tão desejada em países onde a "intolerância" religiosa impera? Simples, povo nenhum tem condições de governar uma nação. Dessa forma fica fácil "fazer a vontade do povo" e implementar ideologias autocráticas sob um disfarce democrático. A democracia é uma farça em países como estes. A movimentação no Egito implicará no isolamento de Israel no aspecto político. Não haverá mais aliados praticamente, se o Egito assumir um governo caracterizado pela religião muçulmana.

Paulo Villas

EUA e Israel , o povo do destino manifesto aliado ao povo escolhido. Isso não podia dar certo.

henrique de oliveira

Que duvida os EUA e Israel tem que o povo do Egito vai para um governo Islâmico?

    Vera Palmer

    UAI, mas… e de onde saiu essa ideia?! É CLARO que o Egito NÃO VAI para nenhum governo Islâmico! De onde, agora, tiraram essa asnice?! Do Estadão? Aprenderam com o Merval?! Mas… que besteira da grossa, sô!

Ronaldo Irion

Espero que seja só o começo; e que acabe de uma vez a era dos regimes fantoches do Império americano-sionista.

benjamim

É começar a rezar. A 3ª Guerra Mundial é eminente. Deus nos proteja.
Benjamim

Jean

Bom, vários povos estão rejubilando pela revolta Egípcia e esperando que o movimento se alastre, em prol da justiça, ou da prosperidade, ou da independência, ou do islã, ou de tudo isso junto. Acho que esses povos tem capacidade de escolher o que é melhor para eles e nós, ocidentais, temos que ficar de biquinho calado, porque temos 5 mil anos a menos de história.
Agora, a grande, vital e assustadora revolução que está para acontecer será na China. Cada vez que um árabe joga uma garrafa na polícia o PC Chinês tem um tremelique. Esse será sem dúvida o acontecimento que marcará definitivamente o século. E não vai demorar. Consequências? Ninguém sabe, óbvio. Mas todo mundo treme em pensar.

    Bonifa

    Tomara que, antes dela, a China concluia seu trabalho de modernização do campo e educação das populações rurais. Revolução com gente educada e em país com infraestrutura forte com certeza terá pouca ou nenhuma violência.

Egito: O Irã ganha e Israel perde | ESTADO ANARQUISTA

[…] M K Bhadrakumar, no  Asia Times Online pelo Viomundo […]

Leider_Lincoln

É aquilo que disse há uns posts atrás: "Ô Israel, pode esperar, a sua hora vai chegar!".

Jairo_Beraldo

"O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu nesta terça-feira (1º) à comunidade internacional que garanta que o Egito vai continuar fiel ao tratado de paz com Israel."

VIVA A PALESTINA!

    mariazinha

    VIVA A PALESTINA!

tonipoeta

Caso o governo do Egito caia, o novo governo só se tornará religioso se a diplomacia no entorno falhar.
Pelo que noto, a manifestação só quer comida e emprego. Outros elementos entrarão apenas como vacilo dos interessados (EUA, Israel e Irã). Creio que. a forma que for mantido o Governo da Arabia Saudita pelos americanos, é que vai orientar as demandas seguintes. Se houver truculencia americana, o radicalismo entra, caso contrario, não haverá demanda que não possa ser resolvida diplomaticamente.

    José Ricardo Romero

    Você não está "notando" direito, Toni! É trivial e maquiavélico dizer que o povo só quer pão e circo. O mesmo faz o PIG quando sustenta que todo o apoio dado ao governo Lula é porque o Lula é um ilusionista e engana o povo. Este movimento nos países do norte da África é totalmente consciente e político.

    tonipoeta

    José Ricardo, a fome faz a revolução primeiro. A parte politica , tanto entra , que citei a Arabia Saudita. Mas um povo que teve um lider morto por um tiro de tanque de guerra, lembro-me, que era um lider do mundo arabe, submetido a uma ditadura montada pos o assassinato e calado há trinta anos, mesmo com um povo culto, o fator desencadeante foi a fome (começou com a imolação de um jovem sem perspectiva de futuro), a parte politica e religiosa obviamente vai entrar, mas este não é a tonica do momento, ela virá a seguir como falei no comentário e terá a evolução de acordo de como será tratado o povo Arabe como um todo e o ponto nevralgico é a Arabia Saudita, um pais controlado por uma monarquia decadente e o povo vigiado por metralhadoras

Tania Guimaraes

O Israel, the land of milk and honey is a spiritual one, not a conctre one. O mundo te ve arrancando, matando sadicamente atuando contra outros humanos. Quando o mundo te cobram tu chams tuas vitimas de terroristas. Teu Deus ouve isto? Como ele te julga. Israel! Tu nao gosta nem de ouvir as palavras Nazzi e o nome Hitler, porem estas agindo de forma semelhante. Israel! vai chegando a hora em que so uma guerra unimaginable de armas de destruicao massiva (Que nao tinha no Iraque e nao deve ter no Ira)

    Gustavo Pamplona

    Amiga… existem teorias que falam que no fundo, no fundo… todo israelense (e sua maioria são judeus) querem mesmo é uma vingança contra a Alemanha… alguns israelenses até se consideram alemães, austríacos, poloneses (e a maioria de fato é descendente).

    Algo assim… como tiveram a "impotência" na época e não conseguiram lutar, hoje armaram-se até os dentes (com a ajudinha dos EUA) e vivem "procurando" inimigos mas a maioria gostaria mesmo é de uma "desforra" contra a Alemanha.

    Jairo_Beraldo

    Estados Unidos e Israel não querem aguardar o desfecho da revolta porque sabem que, seja qual for o governante, eles serão os únicos perdedores.

Tania Guimaraes

O Israel!

Estas perdendo oportunidade unica de construir a paz e vir a ser mais um vizinho amogo no Oriente medio. estas embriagada pelo poder de quem na realidade nao tem poderes. Seu apartheid e seu inimigo. O sionismo nao e o jugaismo em sua essenci espiritual. Tu eres a corrupcao e a exploracao. Estas matando seus irmaos, ameacando los todo o tempo. Tens gana incontidas. Queres tudo pra si e nada para o proximo. Junto com USA causad dores incompreesiveis a tantos. Por que tao friamente assassinastes humanos que levavam assistencia humana que negastes? E depois humilhas toda a humanidade com o resultado de suas investigacoes? Por que desrrespeitas todas as orientacoes da ONU? Por que insigas tanto odio a Ira?

    Victor

    Tania, estás equivocada e não caia na manipulação da mídia, tão pouco da ONU, UNICEF e outras que possuem, todas elas, secretários de identidade islãmica e pró-árabe. Todos sabem que a terra pertence à Israel, por direito, no mínimo de maior tempo de habitação na região. Não é Israel contra o mundo, mas o mundo contraa Israel. Toda revolução, toda guerra é prenuncio de uma reforma política e religiosa.

    Amira

    socorrrrooo… espero que teu apurado senso de justiça já esteja confabulando junto à tupinambás, carajós e tantos outros povos nativos para nos arrancar a todos os brasileiros dessa terra que não nos pertence!

egitoebrasil

quem pensa que o Egito poderia se tornar um Irã, é que porque pouco conhece do país. Fora que apoiar uma ditadura em nome de estabilidade regional, é um disparate, pois é a falta de estrutura nesses países, emprego, etc, que tem causado tensões e o crescimento de radicalismo. Já a democracia, inexiste.

FabioT

só tem um jeito, quando será a proxima guerra?
depois que os republicanos mandarem o obama pra casa

Bertold

E aquele maluco nipo-americano que na sua tese bufa do "fim" da história, aquele que retirava dos sujeitos sociais os papéis preponderantes nas transformações políticas, está tendo mais um pesadelo, num processo sem fim de desmoralização de uma idéia.

    Mariano S. Silva

    Vamos dar nome ao idiota presunçoso : Francis Fukuiama! Quaquaquaqua!!!

    Bonifa

    Ele sabia muito bem a besteira que estava dizendo. Disse, meteu o dinheiro no bolso e se mandou.

Santos

O Tea Party está pronto para por o levante popular na conta do Obama.

O Irã e o Hezbollah estão esfregando as mãos.

Israel está tenso.

    Jairo_Beraldo

    A humanidade é uma ave de asas partidas, que vaga no Universo rumo ao desconhecido em busca de um sentido para a vida.

Bonifa

Lendo atentamente este artigo, percebe-se o que o autor quis dizer com a importancia de um fato pequeno, ou considerado pequeno, que pode desencadear um terremoto histórico. Sentindo-se seguro e superior, o orgulhoso Israel praticou absurdos, por exemplo, na faixa de Gaza. Desceu de rapel sobre um navio de ajuda humanitária e passou fogo na população atônita. Só aí o resultado foi atrair o ódio perpétuo de toda a população da Turquia, que perdeu vidas como resultado daquela insanidade. Depois, literalmente Israel dançou o miudinho sobre os corpos de palestinos, inclusive de mulheres e crianças, mutilados e incendiados por uma carnificina bárbara como há muito não se via na Humanidade. Israel não percebe que estas coisas podem explodir, através de ínvios e impensados meios em, por exemplo uma grande revolta social no seu aliado Egito? Não percebe o efeito cumulativo que se vai formando como uma vaga de tsunami indo para alto mar,e que de repente volta com força devastadora? Se o Estado de Israel até agora não percebeu que só a paz justa, a humildade, a mão estendida incondicionalmente aos vizinhos, poderá assegurar sua própria sobrevivência por um longo tempo, é porque não quer sobreviver. Está vivendo cada dia como se fosse o último.

    Mariano S. Silva

    Infelizmente a lógica da religião judaica (a lei Mosaica) é a lógica de Aristóteles, que não pode admitir o instrumento do perdão. Este só pode ser pensado dentro de uma estrutura dialética, na qual se fundamenta o Cristianismo, pois nesta o futuro é construído por uma síntese, e naquela, o tempo é reversível (o tempo de nossas simulações, também expectativas), e daí a grande importância da memória do passado (o instrumento da vingança). O curioso é que este ponto de crucial (de cruz mesmo) importância ao Cristianismo seja pouco comentado.

    Bonifa

    O Lula foi ao Knesset e lá disse com todas as letras que era necessário haver compaixão guiando as atitudes das Nações. Isso foi o maior escândalo religioso do século. Nem o Papa teria coragem para tal. Se o perdão é dialético, imagine o partilhamento da paixão.

    Marcos

    Pensando bem……se o Papa pediu perdão pelas fogueiras da Inquisição, se a Alemanha pediu perdão a Israel, por que Israel não perdoa ( perdoar não significa esquecer ) pelo Holocausto e começa a projetar um futuro livre do passado, em síntese com o presente ?
    Sr. Mariano, um lúcido e esclarecedor comentário !!!

Armando Habib

Nada será como dantes. Podens crêer!
O que está acontecendo no Egito é apenas a ponta do Iceberg.
Todo o Oriente Médio vai se conflagar.
O próximo será a Arábia Saudita, podem anotar ai!

mário

O novo Mundo está sendo mediado pela nova mídia. A velha que mediava os interesses americanos está perdendo crédito mundo afora. O que está acontecendo no Egito explica isso!

augusto

É a economia, nao é? E um leque de tendencias, todas contra submissao ao neoliberalismo e ao imperio, nao é? e a pobreza, não?
Se eu fosse o Hu Jintao, conversava com os lideres imediatamente, com ofertas irrecusaveis e dava um cheque mate no norte da africa. Se nao o faz, quer dividir o bolo. Ou stamos enganados?

Marcelo Ramos

O Irã pode se manifestar e pedir que o Egito respeite a liberdade de expressão, que o Egito não censure as TVs e internet. É… nos olhos dos outros não arde.

Egito: O Irã ganha e Israel perde « Dukrai's Blog

[…] O Irã ganha e Israel perde Por dukrai copiado do Viomundo http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/egito-o-ira-ganha-e-israel-perde.html 1 de fevereiro de 2011 às […]

Jorge

Tem uma célebre frase que diz:

"Você pode enganar uma pessoa de uma maneira uma parte do tempo; muitas pessoas de maneiras diferentes por um bom tempo; mas nunca conseguirá enganar a mesmas pessoas da mesma maneira o tempo todo."

Comprova-se uma vez mais a frase; comprova-se uma vez mais que tanto blogosfera como também redes sociais e micro-redes estão aí ajudando a quebrar estas últimas barreiras, disseminando informação, conhecimento e cidadania. O mundo com os atuais recursos de comunicação, não mais alimentam inverdades absolutas típicas das ditaduras.

    Jairo_Beraldo

    Israel e Estados Unidos já não sabem mais o que fazer. Querem porque querem participar da escolha do novo dirigente do Egito. Mas está difícil porque a população egípcia está irredutível.Querem escorraçar o ditador Mubarak o mais rápido possível do poder.

Marat

Se depender de Israel, e de seu criador, ou o ditador Mubarak ou outro ditador pago pelos EEUU tomará conta do Egito. Resta ver se o povo local realmente acordou de sua letargia e lutará para conquistar sua liberdade e sua soberania.

Celso

Wishful thinkings.

felipe augusto

É o que todos já sabem mas a direita sempre nega, Israel e EUA dependem do caos árabe, e se o povo árabe estiver vendo isso, será um problema para os EUA manter seu dispendioso modo de vida e Israel sua existência. Se árabes tomarem o Egito, e formarem um governo árabe para árabes, o oriente-médio muda e Israel terá sérios problemas em no máximo 10 anos.

    Caê

    A questão não é formar um "governo árabe para os árabes". E sim um governo ISLÂMICO para os ISLÂMICOS. Ai sim o Oriente Médio treme.

    felipe augusto

    Não concordo com teocracias e nem com governos pautados pela questão religiosa, basta que aqueles que cheguem lá sejam árabes pelos árabes, InI, nós por nós, e o resto será choro dos EUA e Israel, e o início quem sabe de uma verdadeira união entre as nações árabes.

    Khomenei que se cuide, ele e seus "guardiões".

Norton

Creio que o bixo vai pegar. O Obama que se cuide que o dele tá assando nos círculos raivosos.
A idéia ali é mais ou menos a seguinte: se amanhã, por exemplo, eu acordasse e tivesse uma viatura na porta da minha casa, reagiríamos? Não digo atirar, mas sair e revolucionar o mundo pra valer? Lá os caras não aguentam mais a patifaria, mas o que fazer, guerrear? Parece que existe diálogo (democracia?). Ninguém acreditaria, e sinceramente torço para que assim seja, porque não se costuma brincar com chumbinho naquela região..

carmen silvia

Um errinho bobo dessa gente foi pensar que com a queda do muro de Berlim estava "tudo dominado".Só esqueceram de combinar com o povo massacrado pela sanha neoliberal.Gente com fome não tem o que perder e a vida é sua última aposta.

João

Ao que tudo indica, mais do que questões religiosas, são as questões econômicas (desemprego, falta de perspectiva para os jovens) que norteiam o levante no Egito.
O neoliberalismo chegou lá, e está colhendo o que plantou.
Desconhecemos, de fato, o que é a sociedade Egípcia. Mas, se surgir por lá um "novo Lênin", que consiga canalizar os descontentamentos, pode haver mudanças sérias nesse importante país do oriente médio.
Vamos ver aonde isto vai dar.

    dukrai

    é, véi, a ditadura de Mubarak destroçou a classe média, detonou com os pobres e fez a alegria de uns poucos, mas é bom a gente não se esquecer que o Egito é um país muçulmano e o eixo religioso é o que move o Oriente Médio, a começar pelo estado teocrático de Israel.

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