Dreyfuss: Sanções inúteis e contraproducentes

Tempo de leitura: 4 min

Sanções contra o Irã: Inúteis, além de contraproducentes

9/6/2010, Robert Dreyfuss, The Nation – Traduzido por Caia Fittipaldi

A votação, no Conselho de Segurança da ONU hoje, para impor uma quarta rodada de sanções contra o programa nuclear iraniano – os três blocos de sanções impostas antes foram aprovados sob pressão do presidente Bush e de seu governo, com destaque para o embaixador John Bolton – são claro sinal de que o presidente Obama não tem ideia alguma sobre o que fazer sobre o Irã.

Todos ouviremos muita conversa vinda da turba conservadora anti-Irã e do próprio governo Obama, sobretudo do Departamento de Estado, sobre essa suposta grande vitória. Todos ouviremos, sobretudo, dos degoladores-do-Irã, da claque neoconservadora e do próprio Departamento de Estado, que as sanções seriam resultado do brilhante esforço de Obama e do Departamento de Estado para ‘dobrar’ Rússia e China. Eles dirão que Obama conseguiu isolar o Irã e persuadir Moscou e Pequim a aprovar novas sanções contra o Irã.

De fato, a verdade é bem outra: Rússia e China conseguiram que as sanções que venham a ser impostas pelo CSONU signifiquem rigorosamente nada. E, claro, já aconteceu também com o presidente Bush, três vezes.

Apesar da abordagem à cowboy da implantação de uma hegemonia unilateral em guerras distantes, Bush, ele também, obteve apoio de russos e chineses, nas três vezes em que o CSONU votou sanções contra o Irã entre 2006 e 2008.

Declaração autocongratulatória do escritório do Departamento de Defesa na ONU – quer dizer, da lojinha de Susan Rice – observa que os EUA “continuam abertos ao diálogo” com o Irã. Em seguida, lista nada menos de 14 novas sanções, ou as antigas ‘reforçadas’, impostas ao Irã pela Resolução n. 1.929 do CSONU.

A verdade é que nenhuma das sanções sanciona coisa alguma, de importante. Não há sequer uma sanção “incapacitante”. Nenhuma sanção toca, nem de longe, nas importações de petróleo e gasolina . Nenhuma sanção tem qualquer coisa a ver com a economia real do Irã. Nenhuma contribui para persuadir, compelir ou aterroriza o Irã, ou o empurra na direção de ter de alterar sua política nuclear. (O fato de as sanções serem fraquíssimas e sem significado algum é consequência direta de Rússia e China terem imposto a exigência de que nenhuma sanção causasse impacto ou sofrimento à população iraniana.)

Então, segundo o Departamento de Estado, as sanções impostas pela Resolução n. 1.929 proíbem investimentos (no Irã) em programas nucleares e de mísseis; fecha o acesso do Irã a fabricantes de várias armas convencionais; impedem que o Irã tenha acesso à tecnologia de mísseis balísticos; dão às nações direito de inspecionar navios que levem carga ao Irã; tornam as empresas IEISL de navegação e aviação objetos-alvo de “vigilância” ampliada; e incluem várias medidas relacionadas a finanças, por exemplo, uma conclamação a todas as nações para que “proíbam, em seus países, novas relações bancárias com o Irã, inclusive a constituição de novos ramos de bancos iranianos, joint ventures e correspondentes relacionamentos bancários, nos casos em que haja qualquer vínculo suspeito de proliferação”.

Em resposta, o Irã fingirá que está muito ofendido. Mas o Irã sabe perfeitamente que as sanções não passam de declaração política.

Claro que o Irã está infeliz por nem Rússia nem China terem agido para impedir completamente a votação, ou por não terem vetado, a Resolução n. 1.929. Mas todos (Irã, Rússia e China) sabem que as sanções absolutamente não farão o que se diz que farão.

O presidente Ahmadinejad viajará à China imediatamente, visita presidencial, para visitar Xangai, onde provavelmente se reunirá com o presidente Hu Jintao. E o Irã já reuniu-se essa semana na Turquia, com turcos e russos. Não que tudo esteja azul entre o Irã e seus aliados asiáticos: em troca de Moscou e Pequim terem votado a favor das sanções, o Irã considera boicotar o encontro da Shanghai Cooperation Organization – a protoaliança asiática que une Rússia, China e vários países da Ásia Central, e na qual o Irã tem status de “observador”. De qualquer modo, Rússia e China de modo algum permitirão que os EUA imponham novas penalidades ao Irã. Os iranianos sabem disso. (…) Anteontem, Putin disse, em declaração pública, que “O Conselho de Segurança não criará nenhuma dificuldade para a liderança e para o povo do Irã.”

Brasil e Turquia votaram contra a Resolução n. 1.929. No início desse mês, Brasil e Turquia engajaram-se em brilhante esforço diplomático para persuadir o Irã a manter os termos do acordo de outubro de 2009, construído com os EUA em Genebra, e apenas ligeiramente modificado. Os EUA não estão contentes com Brasil e Turquia, porque veem (acuradamente) que o esforço diplomático foi meio para deter o frenesi de sanções. Hillary Clinton não dará sinais de amor imorredouro pelo Brasil e pela Turquia. Aliás, já começaram: em insulto calculado a Brasil e Turquia, os EUA disseram hoje à Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) que o esforço diplomático foi má ideia. Segundo o Los Angeles Times:

“Os EUA disseram à IAEA e aos inspetores da ONU, na 5ª-feira que o esforço de Brasil e Turquia para resolver o impasse sobre o programa nuclear iraniano ignorou importantes preocupações internacionais.”

Os neoconservadores, claro, fingirão que estão felicíssimos. Fingimento, porque os neoconservadores mais venenosos, como Bolton, jamais se interessaram por sanções e cansaram-se de repetir que as sanções são inúteis e sem sentido e que não deterão o Irã. E o grupo dos ‘inspetores nucleares’ neoconservadores – do grupo United Against Nuclear Iran (UANI) – lançou documento, instantes depois de as sanções serem aprovadas, sem festejar e exigindo muito mais (…).

Fato é que a resolução tornará ainda mais difícil, não mais fácil, alcançar-se qualquer solução para o programa nuclear iraniano. Quanto mais o Irã for provocado e acossado, mais difícil qualquer negociação, sem dar, ao público interno, a impressão de ceder.

Obama, esse, é quem mais perdeu. Para o presidente que tentou abrir uma porta de diálogo com o Irã, a Resolução n. 1.929 é como um monumento ao fracasso. Se se excluiu a opção militar, é preciso escolher entre contenção e diplomacia para um Irã pós-nuclear. Nessa escolha, as sanções são irrelevantes. Mas têm o grave inconveniente de tornar a diplomacia muito mais difícil.

Para o governo Obama, o máximo que se pode dizer é que servirão para ganhar algum tempo; e ajudarão a cozinhar os alucinados do Congresso que exigem todos os dias embargo naval; e os lunáticos conservadores que querem que Obama bombardeie, bombardeie, bombardeie, até reduzir a pó, o Irã. Infelizmente, o presidente Obama, até aqui, só fez encorajar esses alucinados e esses lunáticos.

A artigo original, em inglês, pode ser lido em: Iran Sanctions: Not Just Useless but Counterproductive


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Comentários

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moacir antonio esquevani

Pensem nisso essa pessoa com todo tecnologia e dados informações ao seu dispor como uma equipe ao seu lado se sosinho ela tem 10 ideias por mes sendo 120 no ano ela com isso quantos aumentaria para nossa nação isto é um exemplo mas tem que ser ideia que liga tudo deste da sua obra ja resolvendo a situação de trabalho pra muitas familias depois a obra consumada ja contruida mesclando o turismo o cinema a propaganda programa de tv e outras isto é multiplicação quanto mais mais tera é como a propria fé.

moacir antonio esquevani

Outra situação contrapruducente é uma pessoa ficar no anonimato enviando ideias para todos os lados atirando pra todos os lados e não registrar suas ideias e tambem não ser reconhecido ou melhor trabalhar na area de informações de ideias para a nação em geral isto é contrapruducente agora quanto uma pessoa de destaca como tal e registra suas ideias e logo é convidado para trabalhar para o governo e ou tambem em alguma emissoara de tv isto com uma preparação para tal função seria util e producente ao país ao estado e tambem ao municipio onde ela mora ou nasceu.

moacir esquevani

Contraproducente pra mim é tudo aquilo que se desfaz numa discordia de interesse pessoal partidario ou não quem não gosta da ideias que resolve para outro e não pra si proprio é como a doença e a cura ja descobriu a vacina mas esperar mais um pouco e ver muitas mortes se torna lucro tanto pra vender esta vacina como pra a literatura antes de plantar ja colhe a funerarria contraproducente tambem é aproveitar as ideias e comentarios de moacir antonio esquevani e não aproveitar o proprio moacir contraproducente é eu ter que escrever isto seria melhor que a cura chega-se mais rapido porque a doença se alastra e ninguem diz que ela é contraproducente.

Leider_Lincoln

Ele andou sumido depois que o Serra tomou umas peias e o PSDB andou mentindo e sendo pego, mas já que é um assunto que não envergonha ainda mais o mais preparado dos candidatos que nem vice conseguem arrumar, ele voltou para atazanar.

Maria Dirce

Os parceiros comerciais do Irã ,que são- China, japão Russia, vão virar as costas para o 3 maior exportador de petróleo???????ah ta!!! só pq a Hilary quer

    dvorak

    Os EUA só querem que eles continuem votando ao lado dos americanos, cara Maria…

    eheheheheheheheh

    Leider_Lincoln

    Votando como votaram? Para fingir que concordaram com as sanções inócuas, só para os extremistas se sentirem vitoriosos e os imbecis, alegres?

sergio

O Babaca Obama, é tão fraco que nem sabe lidar com um vazamento de petróleo em sua casa. Um fraco, um covarde, que ao menor sinal de qualquer contenda se retrai. Não passa de um fantoche na mão da mal-amada e corneada Hilary Clinton. Seu grande feito vai ser devolver o governo para os conservadores daqui a uns 2 anos.
O cara só tem discurso e retórica, ação que é bom nenhuma.
Mas tem uma dúvida que não quer calar. Quanto será que ele pagou pelo Nobel da Paz? Não posso conceber que a banca deu um prêmio da Paz, justamente para o presidente de um país belicoso como EUA. Será que teve alguma ameaça nuclear para a banca lhe conceder o prêmio ou foi ameaça de sanções na ONU?

STALENIOSKY BOLCHEV

DEARAQUE VOLTOU…..!!!!!!!!!!!!!!!!
FALANDO AS MESMAS IDIOTICES….

Lucas Cardoso

E o Globo, jornal aqui do Rio, deu como manchete "Brasil vota a favor do Irã e se isola dentro da ONU".

Seria cômico se não fosse trágico.

Ou vice-versa.

    dvorak

    A manchete apenas define o que realmente aconteceu, caro Lucas.O Brasil está, sim, ficando isolado do grupo de países que realmente decidem as coisas no mundo ao optar defender ditaduras e ditadores…Simples assim…

    Lucas Cardoso

    Essa crítica (que o Brasil está negociando com não-democráticos no caso do Irã) até que é contundente, Dvorak. E por isso vou dar três contra-argumentos:

    1- No Oriente Médio, ou você negocia com governos não-democráticos (o Irã não chega a ser uma ditadura. Tem até eleição), ou não negocia com ninguém. O governo mais democrático de lá é Israel, que discrimina mais ou menos oficialmente grande parcela de sua população e vive em constante estado de emergência marcial.

    2 – Se as negociações derem certo, pode-se evitar um segundo Iraque. O desenvolvimento daquela guerra foi semelhante, com sanções, acusações infundadas e então invasão. Perto do que a guerra fez ao país, seria preferível continuar com o Saddam (eventualmente ele seria derrubado de qualquer forma).

    3 – Os países que realmente decidem as coisas no mundo constantemente defendem a não-democracia. Lembra de Honduras?

Carlos

Quem detém o controle acionário da BP, privatizada nos anos 80 por Thatcher?
Governo inglês detém as tais "golden share"?

Jordam

A verdade é que tentaram desqualificar uma ação que deu certo, Lula quando pactuou o acordo com o Irã buscou o entendimento através do diálogos, Obama esta em declinio nos EUA e não consegue ser ouvido por mais ninguém, assim para tirar o brilho do nosso País, precisou articular o que eles fazem com maestria que foi a truculência através da ONU.

Supertramp68

Já disse e volto a repetir. primeiro os bobos, depois as sanções e depois o bombardeio.
O irã com toda arrogancia de seus lideres não conseguirá levar a cabo seu programa nuclear.
E nós… bem, pelo menos venderemos mais aço…

    Gustavo

    Idiotas úteis….vc por acaso é dono de alguma siderúrgica? hsuahsuahsuahsuahs

    Carlos

    Bombardeios, mortes, milhares de mortes, destruição, muita destruição de registros e monumentos históricos milenares (feito o que aconteceu no Iraque)… e você babando, babando por sangue, muito sangue, num gozo assim……

    Líderes iranianos que resistem à pressão do império é que são arrogantes?

    Marat

    Creio que também venderemos muitos caixões aos invasores (para os pilotos, e, principalmente, os muitos soldados estadunidenses, que, no mano a mano, não ganham de ninguém!)

    Nascimento

    Nós não estamos só defendendo o programa nuclear deles, na realidade fomos brigar pelo nosso programa nuclear. Acho que até 2018 nós dominaremos o ciclo completo. Se fosse em outros tempos (Farol de Alexandria) eles iriam nos fazer assinar os protocolos adicionais da famigerada TNP.

    Supertramp68

    Acorda Nascimento, já dominamos o ciclo completo desde os militares e por acaso nós tambem já assinamos a famigerada TNP. Nós e o Ahmadnejad, só que nós respeitamos o tratado e não temos gana de sumir com os vizinhos.

    O índio

    Não entendo qual é o problema de Supertramp68, com o Irã. O Irá é país historicamente pacífico, democrático, e sempre foi vítima, primeiro de russos e britânicos, depois dos EUA, que sempre fizeram horrores, por lá. Quando o Irã nacionalizou o petróleo, os EUA enlouqueceram, de vez: derrubaram o governo eleito e legítimo de Mossadeg, prenderam o homem e meteram lá o Xá, que tantas fez que, 20 anos depois, teve de fugir pra não ser esquartejado, que bem merecia.
    O presidente Ahmadinejad é homem inteligentíssimo, com raro talento pra dizer exatamente o que os EUA e a 'mídia' nativa (cá e lá) adorariam que ninguém jamais dissesse. Nesse sentido, Ahmadinejad é indispensável para manter a sanidade universal.
    Por que seria "arrogância" os iranianos quererem um programa nuclear que todo o mundo tem?

    Julio Silveira

    Ainda não percebeu, o coitado é autista.

Milton Hayek

Vamos apoiar sanções ao Irã e perder muito dinheiro,desempregando milhares de brasileiros:

As sanções ao Irã, o etanol brasileiro e Israel
Enviado por luisnassif, qui, 10/06/2010 – 10:13

Do Estadão

País é 'alertado' sobre venda de etanol ao Irã

Para EUA, transação do setor energético pode violar resolução aprovada pelo Conselho da ONU

Patrícia Campos Mello, CORRESPONDENTE / WASHINGTON – O Estado de S.Paulo

O governo americano afirmou ontem que "não seria uma boa ideia" o Brasil vender etanol ao Irã. "Eu não sei detalhes específicos sobre a iniciativa, mas (vender etanol ao Irã) seria muito arriscado, uma vez que a sanção aprovada pelo Conselho de Segurança reconhece que há uma ligação potencial entre o setor de energia do Irã e atividades de proliferação", disse um alto funcionário da Casa Branca.

Questionado se os EUA iriam desencorajar empresas brasileiras de venderem etanol aos iranianos, o funcionário afirmou: "Qualquer iniciativa que burle as sanções prejudica nosso objetivo, então não é uma boa ideia." A possibilidade de o Brasil suprir parte das necessidades de combustível do Irã com etanol brasileiro foi levantada pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, em visita a Teerã em abril. Ele afirmou que o Irã está interessado em comprar etanol brasileiro por causa dos problemas que enfrenta para comprar gasolina diante dos bloqueios comerciais que sofre.

Funcionários da Casa Branca convocaram uma entrevista com alguns jornalistas para discutir a posição dos EUA em relação às sanções aprovadas ontem e ao acordo de troca de combustível mediado pelo Brasil e pela Turquia. Um deles reduziu a importância das divergências de Washington e Brasília, apesar do voto do Brasil contra as sanções. "Nós temos divergências táticas, mas os mesmos objetivos, nem a Turquia nem o Brasil querem ver armas nucleares no Irã", disse o funcionário.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-sanco

    Ubaldo

    O comércio com o Irã é pífio. Ano passado representou 0,49% do nosso comércio internacional.

    Carlos

    Raciocínio mesquinho e oportunista.

    Milton Hayek

    Você deve ser muito rico para achar 1 bilhão de dólares de comércio exterior,convites para a PETROBRAS explorar petróleo por lá,futuras compras dos sistemas de artilharia ASTROS II e III;além da tecnologia de compressão de gás que eles querem nos fornecer(e a qual dominamos pouco).
    Você é um "jênio" !!!!

    "……………..Já em 2009, as exportações brasileiras para o Irã foram de US$ 1,2 bilhão, o que significou uma elevação de 7,5% sobre o resultado de 2008, quando as vendas externas totalizaram US$ 1,1 bilhão. As exportações para o mercado iraniano representaram 0,8 por cento do total exportado pelo Brasil no período." http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/noticia.php?…

Marat

Há muitos anos, um babaca qualquer escreveu um livro chamado SS-GB, onde imaginava os perigos de uma aliança soviético-nazista… pior que a SS-GB, é o que vemos hoje: mafiosos mandando no mundo… temos a CIA-GB… tempos sombrios se aproximam. Não vai demorar muito e o Irã será atacado militarmente… Faz-se premente que os estrategistas da resistência afegã golpeiem muito fortemente os invasores. Eles precisam ser enfraquecidos, pois o mundo será comandado por uma espécie de ditadura global liderada pela sinistra aliança EEUU-Rússia…

dukrai

A BP está mentindo e o governo dos EUA fingem que acreditam, esta matéria da UOL é uma das poucas veiculadas que permitem constatar a gravidade do vazamento. As consequências são citadas, mas muito longe de descrever o desastre.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/inter

"Tragédia ambiental no golfo do México completa 50 dias, e dimensão do desastre só aumenta

Do UOL Notícias*
Em São Paulo
09/06/2010 – 08h09 / Atualizada 09/06/2010 – 08h24

Vazamento de óleo varia de 12 mil a 25 mil barris diários ; Veja mais fotos do desastre
Uma das piores tragédias ambientais envolvendo petróleo na história, o vazamento da plataforma controlada pela BP (British Petroleum) no golfo do México chegou ao 50° dia ainda sem solução e com um saldo ainda incalculável dos estragos causados à natureza. De acordo com a estimativa oficial do governo norte-americano, o vazamento de óleo varia de 12 mil a 25 mil barris diários, volume que equivale a aproximadamente uma piscina olímpica de petróleo derramada no golfo do México por dia.

Apesar dos números, ainda não há consenso entre os especialistas sobre a eficácia dos planos de contenção do vazamento e a quantidade de óleo derramada por dia efetivamente. Na segunda-feira (7), por exemplo, cerca de 11 mil barris de petróleo estavam sendo capturados, enquanto algo entre 12 mil e 25 mil barris seguiam vazando.

O governo dos Estados Unidos já admitiu que o trabalho de mitigação dos efeitos do vazamento na natureza do golfo do México pode levar anos. A mancha de petróleo se desintegra em muitos pedaços, e isso faz o óleo se espalhar por uma área maior. Mesmo que o vazamento seja contido em poucas semanas, os trabalhos de retenção da mancha à deriva na região podem durar até o início de dezembro, avaliam especialistas.

Nesta terça, novas informações trouxeram mais um alerta sobre a dimensão da tragédia: o governo e pesquisadores confirmaram que manchas de óleo dispersas se espalharam muito abaixo da superfície do oceano a partir do vazamento, levantando novas preocupações sobre o impacto do acidente sobre a vida de espécies marítimas.

Em coletiva na Casa Branca, em Washington, o chefe da Guarda Costeira dos Estados Unidos, almirante Thad Allen, disse que levará alguns meses para limpar a mancha de petróleo da superfície do Golfo, mas que o trabalho de limpeza dos pântanos e outros habitats afetados pelo vazamento poderá levar anos.

Questionado sobre a taxa diária de vazamento, Allen afirmou que a partir do momento em que a BP capturar mais petróleo, o governo será capaz de oferecer melhores estimativas do desastre como um todo.

“Essa é a grande incógnita que estamos tentando desvendar com números exatos”, disse. “E nós vamos divulgar esses números assim que descobrirmos. Não estamos querendo abaixá-los ou aumentá-los. Eles são o que são”, completou.

Segundo Kent Wells, executivo da BP envolvido na ação de contenção do vazamento, mais de 27 mil barris de óleo já foram recolhidos da natureza até agora.

    dukrai

    Continuação:
    Variação de números
    O sucesso do dispositivo de contenção lançou novas dúvidas sobre as estimativas oficiais do vazamento, desenvolvidas por uma equipa nomeada pelo governo de Obama. Em 27 de maio, a equipe realizou diversas análises e chegou ao resultado de 12 mil a 19 mil barris por dia.

    Esse valor alcançado foi de 2 a 4 vezes maior do que a primeira estimativa do governo, que apontava para 5 mil barris diários. Dias depois, os cientistas chegaram a uma nova conclusão, ampliando a margem de variação até onde conhece-se hoje, que é de 25 mil barris por dia.

    Poluição submarina
    Cientistas afirmaram que grandes faixas de petróleo não se integraram à maré negra que cobre a superfície de parte do golfo do México e se mantêm circulando no fundo do mar, uma situação que pode ser devastadora para o ecossistema submarino da região.

    “Amostras de água retiradas da região e analisadas por especialistas mostraram extensas faixas de petróleo em profundidades entre 50 e 1.400 metros”, disse à AFP o oceanógrafo Yonggang Liu, da Universidade do Sul da Flórida (USF, na sigla em inglês).

    “Esse petróleo em águas profundas é invisível para os satélites”, disse Liu, da Escola de Ciências Marinhas da USF, que integra uma equipe de especialistas de várias entidades especializadas que acompanham a circulação do vazamento na superfície e debaixo d’água.

    O fato de se manter oculto não faz com que seja menos nocivo, ao contrário, já que torna quase impossível limpá-lo e combater seus efeitos, afirmaram especialistas.

    “É uma questão de lógica ver que o ecossistema em águas profundas do Golfo vai ser afetado (…). O impacto pode ser muito grande em toda a cadeia alimentar, em espécies de peixes sensíveis e em pequenas criaturas do oceano”, acrescentaram.

    Quanto já vazou
    Melhor cenárioPior cenário
    109 milhões de litros449 milhões de litros
    43,6 piscinas olímpicas179,6 piscinas olímpicas
    *Com agências internacionais"

dukrai

O Lulinha dizendo em breves palavras o que Robert Dreyfuss detalha neste artigo, de que as sanções não tem outro efeito do que tornar muito difícil a retomada de negociações diplomáticas com o Irã. Mais grave, a não aceitação do acordo Brasil-Turquia retira qualquer controle do seu programa nuclear.
Resta saber se as sanções adotadas de faz de conta serão suficientes para conter a galera do mal, Pentágono e israel, ou se esses tem poder político para bancar um ataque, no mínimo seletivo, às instalações iranianas, visto que agora o programa nuclear iraniano corre livre, leve e solto.

Mário Salerno

Depois de ler o srtigo eu fiquei me perguntando: Que tipo de Presidente é Obama? Obama, me parece, faz o tipo inepto e incapaz. Até agora ele não conseguiu dar nenhum encaminhamento ás demandas legítimas, seja na política internacional, seja no "front" interno. Os EUA precisam aprovar urgentemente uma nova legislação regulamentando o sistema financeiro, além de procurar uma saída para a recessão. Isso implica passar da fase de resgate do sistema financeiro para a de resgatar as vítimas dele, que são, na maior parte, os endividados que perderam suas residências e seus empregos. No entanto, Obama, cercado pelos mesmos arquitetos da desgraça, é incapaz de encontrar (sequer e propor) uma saída.

No Afeganistão, Obama segue os "estrategistas" do Pentágono e aloca mais tropas. Mesmo sendo contra isso a população! Em Honduras, Obama flerta com o golpe para apenas ter removido o pequeno empecilho de ver o Senado aprovar seus embaixadores. Obama já foi humilhado até mesmo por seu cliente, o Estado de Israel, que na pessoa de Netanyahu negou paralisar as construções em Jerusalém e na Cisjordânia.

E agora, depois de solicitar à Lula que medie um acordo com o Irã, dá um passo atrás cedendo a… a quem mesmo e faz aprovar novas sanções.

Afinal, qual é mesmo a poítica de Obama? Aparentemente, ele não tem nenhuma, pois até agora, ele só fez seguir as políticas que lhe são impostas.

Maria de Fátima

Que decepção Obama!Confiamos em um novo Estados Unidos,um novo rumo para os estadunidenses ,aqueles cansados de guerra.Como fica os que o indicaram para o Nobel da Paz?Qual sera sua reação ao se olhar no espelhos todas as manhãs e saber que da maneira que esta dirigindo o país será um provável Bush III?Devolve o Nobel ,é mais digno .Ele é de companheiro.

    Supertramp68

    A população (principalmente negros) do Brasil e da Africa cantou e dançou festejando a eleição do Obama, talvez até vc Maria, comemorou. Esqueceram que ele foi eleito presidente dos EUA, e age como tal.
    Ô Obama devolve o Nobel que o "divino" tá babando querendo ganhar um…

Carlos.

Obama não manda nada, ficou claro. Mas tem coisa muito pior, a nos preocupar muito mais que o fato de Obama ser apenas figura decorativa no governo dos EUA: a ONU deu demonstração clara de que não serve mais para coisa alguma, pois transformou-se em instrumento de imposição da Lei do Mais Forte no mundo. Isto é um dos fatos mais graves que o episódio revelou. As nações não satélites dos EUA precisam urgentemente iniciar a criação de um novo novo orgão.

Gosto dos programas "Passagem Para", de Luis Nachbin. Pois ele fez uma reportagem no Irã e o que se vê ali é que existe GENTE que só quer viver a própria vida por lá, como em qualquer lugar do mundo, mas os EUA -e seus paus mandados na ONU- não reconhecem o direito que os seres humanos tem de viver a própria vida.

Werner_Piana

A população mundial com um mínimo de bom senso humanitário aguarda, ansiosa, as JUSTAS SANÇÕES do CS-ONU ao estado belicista assassino, nuclearizado ilegalmente e terrorista de Israel. Ansiosamente…

EEUU, o líder do "Império do Mal" do Século XXI… hipócritas e cínicos!

Marat

Sanções ao Irã: Prêmio a Israel pelo ataque terrorista ao barco de ajuda humanitária… Esse é nosso mundo, capitaneado pela "maior democracia do planeta"… que coisa podre!!!

Jairo_Beraldo

1.929, não é um núnero muito bom para os EEUU. Foi quando no século passado, a maior crise financeira da história moderna. E desta crise, foi o início da fábrica de guerra estadunidense, que veio a fazer deste, uma grande potencia. Agora, pode ser que seja o fim do império do terror, a Resolução nº 1.929.

beattrice

O Brasil e a Turquia mantiveram a altivez e a coerência, o Líbano, ora o Líbano fez o que dele se pode esperar, coisa nenhuma.
E o Conselho de Segurança e a ONU, em que pese o vazio imenso que preenche tais sanções, declararam formal e absoluto escárnio à humanidade, aprovando estas sanções na esteira das atividades terroristas de estado, de Israel.

Fabio_Passos

Repercutindo lá no Tijolaço…

"As sanções são uma vitória de Pirro"
Lula

[youtube M-BkmkZNTiA http://www.youtube.com/watch?v=M-BkmkZNTiA youtube]

francisco.latorre

lula e a 'vitória de pirro' do império declinante.

[youtube M-BkmkZNTiA&feature=player_embedded#at=107 http://www.youtube.com/watch?v=M-BkmkZNTiA&feature=player_embedded#at=107 youtube]

..

Gerson Carneiro

Não entendo o idioma iraniano. Vi e ouvi o presidente Ahmadinejad pronunciar alguma coisa que, pela expressão, me pareceu ser algo em português do tipo: "Ah tá. Dêxeu trabaiá".

Tem algum "arabiano" aí que possa traduzir pra gente?

francisco.latorre

patético esse obama.

o pior é que depois dele.. será o breu.

amerika declinante. vai de fascismo.

dias piores virão.

..

Ubaldo

Embora as sanções sejam de difícil aplicação representam sem nenhuma dúvida um ultimato antes do Irã ser atacado.
Qualquer descumprimento às sanções que seja descoberto automaticamente habilita aos EUA atacarem o Irã.
E nessa, mais uma vez, perdemos. E o pior é que o Amorim e o Lula vão convencer os comunistas que conseguimos nos posicionar de maneira independente e por isso saímos vitoriosos.
O Irã poderia ter o direito de construir suas armas nucleares a exemplo que têm as grandes potências. O que tira o direito à construção da bomba nuclear são as ameaças constantes à banir Israel do mapa pelo seu intrínseco fanatismo qual nem mesmo admite que existiu holocausto.
O Brasil, para tentar uma cartada e se inserir como potência política mundial jogou e perdeu.
Mas Amorim acha que não.

    Andre

    Ubaldo, vc está correto quando diz que as sanções seriam um meio de elgalizar eventual ataque, contudo tenho dúvidas qnto ao potencial financeiro, logístico e mesmo bélico dos EEUU atacarem o Irão, o país não é Iraque, tem 70 milhões de habitantes e uma extensão territoral de 1,6 milhão Km2, talvez, veja bem, talvez as sanções sejam tãolight de propósito, é conhecida a tática nos interrogatórios onde um dos inquisitores trata o interrogado bem e o outro o ataca..o interrogado tende a ceder ao que o trata bem…e tem a história da carta de Obama…

    Milton Hayek

    Só você,Ubaldo,pra achar que diplomacia se resume a essa visão futebolística do ganhar e perder.Se o Brasil tivesse apoiado esas sanções o nosso comércio exterior com o Irã seria extremamente prejudicado.O Brasil fez e faz muito bem em defender os interesses do Brasil e o emprego dos brasileiros.
    Só a direita brasileira para aceitar prejuízo em troca de um afago dos americanos.Nem os vira-latas se rebaixam tanto!!!

    Mário Salerno

    Senhor Ubaldo, continue o seu bom trabalho na sua horta de abobrinhas.

    dvorak

    A relação comercial da China e Rússia com o Irã é muito maior do que com o Brasil, nem por isso os dois países deixaram de apoiar as sanções.Na realidade, utilizando metáforas futebolísticas ao gosto do "divino", foi uma goleada (21×2), e o Brasil vai ficando cada vez mais isolado.Logo logo, terá que fazer negócios com a Albânia ou Togo…

    eheheheheheheeheh

    dvorak

    Retificando, 12×2…Goleada do mesmo jeito…

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