Com Temer enfraquecido, as facas estão sendo afiadas em Brasília

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Nas conversas, além de Temer, sobraram ataques também para os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Moreira Franco. Acusaram os três de não terem sido eleitos nas últimas eleições que disputaram no voto, e que, por não serem candidatos em 2018, estão impondo o “suicídio” político a quem precisa de voto para garantir um mandato ano que vem. “Nenhum deles é candidato a nada e nas últimas eleições perderam. Agora querem cobrar dos parlamentares o apoio às reformas. Querem impor isso ao Congresso. O povo não quer e os congressistas vivem do voto. Estão nos propondo um suicídio — reclamou um dos aliados de Renan”. Descrição em O Globo de jantar promovido por Kátia Abreu

Movimentações de Rodrigo Maia e Aldo Rebelo dão sinais de que Temer pode cair

Nos corredores da Câmara, deputados apontam alguns indícios que poderiam revelar um clima de conspiração contra o presidente. Presente a jantar da senadora Kátia Abreu na terça, deputado diz que reunião “efetivamente discutiu a sucessão de Temer”

por Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual

São Paulo – As perspectivas do presidente Michel Temer e suas eventuais dificuldades para vencer na Câmara dos Deputados a votação da segunda denúncia do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda são incertas. Deputados da oposição avaliam que Temer ainda está em vantagem e tem a maioria, embora com mais dificuldades para derrubar a peça acusatória do que em 2 de agosto, quando derrotou a oposição com 263 votos contra 227.

Porém, nos corredores da Câmara, reservadamente, deputados consideram que alguns indícios podem apontar para uma surpresa. Um deles é a movimentação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estaria dando sinais significativos. Segundo essa avaliação, se sentir que tem chance, “Maia pode entrar no jogo para valer” e aceitar ser o condutor da transição, disse um deputado à reportagem.

De acordo com essa interpretação, Maia estaria sondando suas possibilidades de arregimentar votos suficientes para derrotar o presidente. Em caso positivo, ele poderia de fato se aventurar. Mas seu risco é muito grande. De qualquer modo, a movimentação do presidente da Câmara e primeiro nome na linha sucessória é perceptível. Sinal claro foi sua presença no jantar oferecido pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) na terça-feira (3).

Um deputado que esteve presente à reunião afirma que o jantar serviu “efetivamente para discutir a sucessão de Temer”. Para esse deputado, ao participar do jantar, Rodrigo Maia admite que está no jogo para comandar a transição, se as condições o favorecerem.

Já a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) afirmou que, no jantar, vários parlamentares da base do governo relataram as dificuldades que estão encontrando na relação com o Planalto. “O que uniu todo mundo lá é o reconhecimento da grave crise institucional que nós vivemos”, afirmou Vanessa.

Outro indício importante contra o futuro de Temer como presidente é a postura do ex-ministro Aldo Rebelo, que, depois de 40 anos no PCdoB, resolveu se filiar ao PSB.

Essa mudança, segundo deputados ouvidos pela reportagem, não se dá por acaso e já apontaria na direção de que Temer pode estar com os dias contados. Até porque Aldo Rebelo sustenta um discurso de apoio ao presidente da Câmara, além de ter bom trânsito entre várias correntes do Congresso, à direita e à esquerda.

Há duas semanas, o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília, analisando a conjuntura política, lembrou que havia em Brasília duas correntes sobre o destino da segunda denúncia de Janot. Para a corrente majoritária, Temer deve vencer e, segundo a maioria, com votação ainda mais fácil do que na primeira.

Na ocasião, Caldas chamou a atenção para o comportamento de Rodrigo Maia, que é “a pessoa mais importante nesse momento a acompanhar e é a chave do processo”, segundo o analista. “Se essa visão minoritária prevalecer, à qual me filio, Maia vai começar a minar o presidente Temer”, previu.

Já para o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Maia poderia até ter desempenhado o papel de líder da transição, mas esse momento, em sua opinião, já passou, junto com a primeira denúncia. “A chance dele foi lá atrás. Ele não tem condições políticas de fazer qualquer movimento contra o governo no momento.”

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Comentários

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Nelson

Senhor Lins. Como muitos, o senhor acredita que os políticos estão a roubar tudo. Não, meu amigo. Os políticos que estão votando contra o povo e o país estão, sim, se beneficiando de corrupção, porém, o grosso da roubalheira, a parte do leão, não fica com eles.

Eles ficam com a propina. O grosso vai parar nos cofres do grande capital. Afinal, quem é que tem dinheiro suficiente para pagar propinas? Somos nós, trabalhadores, ou o grande empresariado.

Então, amigo, quem está se beneficiando, mesmo, de toda essa corrupção é o grande capital, os já milionários ou bilionários, o grande empresariado, os grandes proprietários. E de nada adiantaria explodirmos todos os políticos lá do Congresso, porque este mesmo grande capital daria um jeito de colocar outros iguais lá. Nossa democracia vem sendo movida a dinheiro, muito dinheiro.

Aqui entra a necessidade, imperiosa, de fazermos uma Reforma Política profunda no Brasil, que proíba de vez o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e institua uma outra forma, democrática, transparente e equânime para este financiamento; o financiamento público das campanhas, quem sabe.

E também tem a incapacidade e a falta de vontade da maioria do nosso povo de compreender como é que funciona o jogo político. Tem a dificuldade do nosso povo de compreender que tem que se interessar por política para, a partir daí, começar a influenciar nas decisões. Esta indisposição para com a política nos levaria a votar da forma como vimos votando há muito tempo. Ou seja, elegendo maiorias nos parlamentos contrárias aos interesses da maior parte do povo.

Raimundo Nonato

Não sei como esse tal curso para cientistas político .pois os mesmos têm uma dificuldade danada de explicar à liderança de lula nas pesquisas.coisa que qualquer um boboca sabe explicar muito bem.(simples assim é só trabalhar em prol dos mais necessitados). Ou eu tô enganando povão?. Acho que já é muito apedeuta com diploma. Isso sim.

Osmar Ozzmmam

Contra a Dilma esse Termer e toda situação de trairagem bandidagem facciosa prevaleceu ….e o povo foi pras ruas no brasil todo tocou fogo até no Palácio…agora quê a cousa escancarou de vez com bandidos nas duas casas representativas da República e o bandido criminoso chefe da guadrilha no Planalto…o povo ta posando de corno mansso….dando uma de Lula ladrão…..não vejo nada nada vi e que o Brasil se exploda…não vai…se a crise continuar muitos generais Mourão vai aparecer….daí povo não reclama da sola das botas nas bundas de todos nós….

Samuel Francisco

O “gigante” continua deitado no “berço esplêndido” da conivência. Tudo que está acontecendo, o que esses canálhias desses políticos estão fazendo, é com a conivência do povo brasileiro. Vamos nos organizar, fazer a relação de todos os deputados que estão protegendo o presidente chefe de quadrilha, e tirar todos eles nas próximas eleições.

Anônimo

Quem votar a favor de Temer com certeza perderá nas eleições de 2018, simples assim.

    Nelson

    Eu não teria toda essa certeza, amigo. Se uma grande parte de nós, passadas algumas semanas já nem lembra mais em quem votou, imagina se, no ano que vem, na hora de ir à urna vai lembrar de quem apoiou o Temer agora?

Lau silva

Temer cacique dá lava jato

alcimeres Almeida lins

temer se não sair agora essa cambada de ladrões que está junto dele vão acabar com o Brasil mas o ano que vem tem eleições pra deputados e eu estou de olho em cada um que vota aí favor desse ladrão desde que entrou tem tirado todos os direitos dos trabalhadores nem pra binladem tá vivo pra mandar uma bomba no congresso porque pra matar ratos e ladrões matavam logo essa cambada de ladrões tudo de uma vez

    Cicero

    Isso não ocorrerá, mas do fogo que cristalizará a terra eles não escapam…

    Nelson

    Perdão, meu caro Lins, mas eu tenho que fazer uma observação. Quem é que consegue entender este teu comentário; não há vírgula, não há ponto e vírgula, não há ponto… É uma salada total.

    De outra parte, Lins, você está totalmente equivocado quando imaginas que matando todos os congressistas estaremos “numa boa”. Eu sou capaz de te garantir que, na eleição do próximo ano elegeríamos um Congresso nos mesmos moldes do que temos agora.

    O que está nos faltando é o convencimento, de cada brasileiro, de que temos que participar efetivamente da política. Eu quero dizer que tem que se filiar a um partido ou concorrer a algum cargo? Não necessariamente.

    Participar da política é votar melhor, ou seja, conhecer a trajetória do candidato e do partido a que ele pertence. Se você é trabalhador, do povão, terás que apostar em um candidato que tenha um histórico de apoio às causas dos trabalhadores e populares. Se votares em alguém que representa o empresariado, o capital, é claro que este alguém, se eleito, vai votar contra você no parlamento.

    Mas, não basta só votar. Tem que acompanhar o mandato de seu eleito e cobrar compromisso com as necessidades dos trabalhadores e do povão.

    Nelson

    Senhor Lins. O denuncismo praticado insistente e exaustivamente pela grande mídia faz parte da tentativa dos poderosos, de afastar cada vez mais as pessoas da política.

    Os poderosos detêm o poder político e, por conta disso, o poder econômico e não querem que as pessoas participem da política, porque elas poderiam passar a querer interferir nas decisões.

    Ou seja, os poderosos teriam que começar a dividir o poder político, trazendo consequências indesejadas sobre o domínio que eles detêm sobre a economia.

    Eles começariam a perder pelo menos arte de todo o poder econômico que detêm, algo que fatalmente, diminuiria seus lucros e suas fortunas.

    Temos que exigir a combate efetivo à corrupção? Claro, mas com serenidade, racionalidade e observando a lei, o Estado de Direito.

    O fanatismo, a passionalidade que o denuncismo procura injetar em cada um de nós, só nos conduzirá à irracionalidade e, daí, ao erro de avaliação que nos conduzirá a novos erros.

    A saída para o nosso país é a POLÍTICA. Sem ela, simplesmente não haverá saída.

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