Com a economia estagnada, espanhóis lamentam ultrapassagem do Brasil

Tempo de leitura: 2 min

La economía española se baja del pódium

Editorial do jornal espanhol Expansión

17.08.2010

A economia espanhola aspirou durante muito tempo fazer parte do grupo das sete economias mais importantes do mundo, do todo-poderoso G-7, integrado pelos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Canadá.

Sobretudo durante o período do governo Aznar, tentou infrutiferamente usar a condição de oitava potência mundial para obter um assento no G-7.

Em 2007 o Banco da Espanha certificava que a economia espanhola era a sétima do mundo depois de ter desbancado o Canadá, mas tampouco o presidente Zapatero teve melhor sorte em suas reivindicações, por mais que se gabasse de que a economia espanhola estivesse entre as campeãs, que havia superado a da Itália em renda per capita e que em breve faria o mesmo com a da França.

Agora, a severidade com que a crise golpeou a economia espanhola e seus efeitos de contração do PIB nos distanciaram desta velha aspiração. Segundo os dados disponíveis, entre o primeiro trimestre de 2009 e o primeiro deste ano, o Brasil, com um PIB de 1,8 trilhão de dólares, desbancou a Espanha do oitavo posto, com um PIB de 1,5 trilhão.

O Brasil, cujo principal destino exportador é a China, sofreu apenas dois trimestres de crescimento negativo entre 2008 e 2009 e suas perspectivas de crescimento são de 7% para este exercício e de 11% para o próximo. Apesar disso, o Banco Mundial já estimava em 2008 que a economia espanhola ocupava a décima primeira posição do planeta, claramente abaixo do Brasil, se se comparasse as duas em termos de poder de compra.

Em todo caso, o dinamismo do Brasil contrasta com a paralisia da economia espanhola e com suas pobres perspectivas de recuperação, pois existe uma concordância generalizada de que há adiante um longo calvário de estagnação econômica. De fato, a tímida recuperação dos dois primeiros trimestres do ano, com a volta de baixas taxas de crescimento, poderá ser truncada na segunda metade deste ano.

O aumento do IVA, o enorme endividamento das famílias e a deterioração do mercado de trabalho, a falta de confiança e o eventual aumento dos impostos manterão inibida a demanda interna, motivo pelo qual a economia espanhola deve colocar todos os seus esforços em revitalizar seu setor exportador que, como em crises anteriores, pode ser o motor da recuperação.

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Ontem se soube que as exportações espanholas tiveram aumento de 16,3% no primeiro semestre, o que é um dado que dá esperanças, mas ainda insuficiente para pensar que o setor exportador pode ocupar o lugar do consumo interno. A depreciação do euro e o vigor da recuperação em países da eurozona como Alemanha e França, importantes destinos de nossas exportações, oferecem um cenário favorável, que devemos aproveitar aumentando a qualidade e a quantidade de nossa oferta exportadora.

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