Bruno Mendonça Coêlho: O TDHA existe e deve ser levado a sério

Tempo de leitura: 8 min

por Bruno Mendonça Coêlho

Sou psiquiatra, trabalho com crianças e adolescentes, e gostaria tecer alguns comentários acerca de artigo publicado, no dia 08 de dezembro, no site Vi o mundo.

Em primeiro lugar, gostaria de confirmar a referência do artigo citado como fonte. Numa busca no Pubmed – Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA –, maior fonte de pesquisa de artigos científicos da área medica, não consta qualquer referencia ao Sr. Alfie Hohn ou a estudos seus sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Achei apenas um artigo desse autor no seu sitio na internet numa busca no Google. Isso acaba tornando a discussão bastante enviesada, tendo em vista que esse tipo de publicação é bastante contestável, pois reflete apenas a opinião do mesmo, não dispõe de metodologia apropriada e não é passa por criteriosa avaliação dos seus pares como ocorre com os artigos publicados em revistas científicas. Para se ter uma idéia da importância da revisão por pares (“peer review”), a CAPES utiliza como um dos indicadores da qualidade tanto dos programas de pós-graduação quanto dos orientadores de mestrado e/ou doutorado o números desses artigos que foi publicado pelas instituições ou pelos pesquisadores (sendo que a qualidade revista onde foi publicado – QUALIS A, B ou C – também é levada em conta). Artigos como o citado no texto (e mesmo formatos mais formais como capítulos de livros) sequer são levados em consideração por carecerem de credibilidade.

Com relação a sua sintomatologia, apesar de ter sido descrita pela primeira vez no século XVIII, por Alexander Crichton, (Palmer et al., 2001) os sintomas essenciais ao diagnóstico descritos já naquela época (Crichton, 1798) são basicamente idênticos aos que usamos para diagnosticar o transtorno atualmente (APA, 2000). Cabe aqui perguntar como uma doença inventada conseguiria sobreviver há tantos séculos de evolução científica?

No que concerne o seu tratamento, há algumas modalidades de tratamento desse transtorno (Pliszka  et al., 2000a e 2000b), entretanto a medida mais eficaz, de fato, é o uso de estimulantes (MTA Cooperative Group, 1999; Snatosh et al., 2005) e, entres eles, o metilfenidato nas suas diferentes formulações (RitalinaÒ, Ritalina LAÒ, ConcertaÒ). O uso de terapias comportamentais, principalmente quando combinada a psicofarmacologia, é também recomendada (MTA Cooperative group, 1999). Portanto, o dito consenso em torno do tratamento não se formou a toa, mas embasado em dados sólidos da literatura. Com qualquer outra medicação, há possibilidade de efeitos colaterais, entretanto a intenção não é deixar as crianças como “zumbis” conforme menciona o texto. Se isso ocorre, trata-se de um efeito colateral e deve ser manejado como tal.

Outra “curiosa” colocação atribuída ao “artigo” do Sr. Alfie Khon é que “não existe, até hoje, depois de mais de 40 anos de pesquisas, nenhuma prova da existência biológica ou orgânica da doença. Desenvolvimento cerebral, danos no sistema nervoso ou algo do gênero”. De fato, a causa precisa do TDAH ainda não está estabelecida. Entretanto isso longe de refletir prova de inexistência da patologia, mostra o estágio atual do nosso conhecimento científico. Esta, inclusive, não é uma realidade diferente de do que ocorre com outras doenças sejam elas psiquiátricas (como Esquizofrenia, Autismo ou Transtorno Bipolar) ou não-psiquiátricas (tais como Vitiligo ou Doença de Parkinson), cuja existência não é contestada por pessoas como o Sr. Khon, mas cuja causa específica ainda não está totalmente esclarecida. Ainda em relação a sua etiologia, diferentemente do que foi exposto, já há vários estudos que demonstraram os substratos neurobiológicos do TDAH e, mais ainda, sua condição etiológica complexa e multifacetada. (Ivanov et al., 2010; Asherson et al., 2005; Nigg et al., 2005; Fallgatter et al., 2003; Schweitzer et al., 2003; Ernst et al., 2003; Rubia et al., 1999, 2005; Russell, 2002; Vaidva et al., 2005; Durston et al, 2003). Adicionalmente, alguns importantes trabalhos demonstram que a validade do diagnóstico de TDAH independe do local geográfico ou mesmo de questões culturais onde o estudo foi feito (Bauermeister et al., 2010; Polanczyk et al., 2007). Portanto, se fosse uma patologia “inventada” ou uma patologia secundária ao modo de educar as crianças, diferenças socioculturais deveriam mostrar variações nos sintomas. Mas não mostram! Outras evidências a favor da validade do diagnóstico são os estudos com famílias, com gêmeos e de adoção os quais demonstram a alta herdabilidade – entre 60 e 90% – do  transtorno (Rietveld et al., 2003; Thapar et al., 2000), sendo que pais e filhos de indivíduos com TDAH tem até oito vezes mais risco de apresentar o transtorno quando comparados a controles (Faraone & Biederman, 2000) e parentes biológicos tem risco maior de TDAH que parentes adotados (Sprich et al., 2000).

Por outro lado, existe sim alguma supervalorização do diagnóstico por alguns profissionais como, por exemplo, professores (a idéia de uma causa “biológica” para problemas prosaicos da sala de aula e de um remédio que possa resolver quaisquer desses problemas é extremamente tentadora!). Entretanto, com uma prevalência no Brasil de 5.8% (Fleitlich-Bilyk, Goodman, 2004) e menos de 500 profissionais especializados em psiquiatria da infância e da adolescência no país, o que ocorre é que há muito mais pacientes não tratados que diagnósticos errôneos. A prevalência no nosso país é comparável com a mundial, estimada em 5.29% (Polanczyk G et al., 2007).

Para finalizar, devemos lembrar que os indivíduos não tratados adequadamente apresentam maior risco de transtornos por uso de substâncias (Biederman et al., 2010, Wilens et al., 2003), menor escolaridade, maior abandono escolar, maiores taxas de desemprego e subempregos, maiores dificuldades relacionais (Millstein et al., 1998, Arnold e Jensen, 1995; Barkley, 1996; Mannuzza et al., 1993), maior risco de acidentes, maiores taxas de divórcios, maior risco de apresentarem comportamentos anti-sociais e de delinqüência (Kessler et al., 2006, Farrington, 1995).

Portanto, o TDAH é uma importante condição medica que deve ser levada a sério, tratada de maneira adequada o mais precocemente possível e a população melhor informada sobre suas características. O mau uso de algumas medicações por indivíduos com intenções variadas não deve ser considerado empecilho para  estas medidas.

Atenciosamente,

Dr. Bruno Mendonça Coêlho

Coordenador do Ambulatório de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (APIA) da Faculdade de Medicina do ABC ;

Coordenador Técnico da Unidade de Saúde da Infância e da Adolescência (USCA) de São Caetano do Sul;

Pesquisador do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP.

Referencias bibliográficas:

1 – Palmer ED; Finger S. An Early Description of ADHD (Inattentive Subtype): Dr Alexander Crichton and ‘Mental Restlessness’ (1798). Child Psychology and Psychiatry Review (2001), 6:2:66-73

2 – ARNOLD, L.E.; JENSEN, P.S. – Attention-deficit disorders, In: Kaplan HI & Sadock BJ (eds.) Comprehensive Textbook of Psychiatry, vol. II, 6th edition. Williams e Wilkins, Baltimore, pp. 2295-310, 1995.

3- BARKLEY, R.A. – Attention-deficit/hyperactivity disorder. In: Mash EJ & Barkley RA (eds.) Child Psychopathology. Guilford, New York, pp. 63-112, 1996.

4- Farrington, D. P. (1995). The Twelfth Jack Tizard Memorial Lecture. The development of offending and antisocial behaviour from childhood: Key findings from the Cambridge Study in Delinquent Development. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 36, 929 –964.

5- Wilens, T. E., Faraone, S. V., Biederman, J., & Gunawardene, S. (2003). Does stimulant therapy of attention-deficit/hyperactivity disorder beget later substance abuse? A meta-analytic review of the liter- ature. Pediatrics, 111, 179–185.

6-
Kessler RC,  Adler L,  Barkley R,  Biederman J,  e cols. (2006). The Prevalence and  Correlates of Adult ADHD in the United States: Results From the National Comorbidity Survey Replication .  The American Journal of Psychiatry,163(4):716-723.

7- Alexander Crichton: An inquiry into the nature and origin of mental derangement: comprehending a concise system of the physiology and pathology of the human mind and a history of the passions and their effects. 1798.

8- MANNUZZA, S.; KLEIN, R.G.; BESSLER, A. et al. – Adult outcome of hyperactive boys. Arch Gen Psychiatry 50:565-76, 1993.

9- Biederman J, Petty CR, Monuteaux MC, Fried R, Byrne D, Mirto T, Spencer T, Wilens TE, Faraone SV. Adult Psychiatric Outcomes of Girls with Attention Deficit Hyperactivity Disorder: 11-Year Follow-Up in a Longitudinal Case-Control Study. Am J Psychiatry 2010; 167:409-417

10- American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (4th ed., text revision). Washington, DC: 2000.

11- Pliszka SR, Greenhill LL, Crismon ML, Sedillo A, Carlson C, Conners CK, McCracken JT, Swanson JM, Hughes CW, Llana ME, Lopez M, Toprac MG. The Texas Children’s Medication Algorithm Project: Report of the Texas Consensus Conference Panel on Medication Treatment of Childhood Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Part I. Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2000 Jul;39(7):908-19.

12- Pliszka SR, Greenhill LL, Crismon ML, Sedillo A, Carlson C, Conners CK, McCracken JT, Swanson JM, Hughes CW, Llana ME, Lopez M, Toprac MG. The Texas Children’s Medication Algorithm Project: Report of the Texas Consensus Conference Panel on Medication Treatment of Childhood Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Part II: Tactics. Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2000 Jul;39(7):920-7.

13- MTA Cooperative Group. (1999). A 14-month randomized clinical trial of treatment strategies for attention-deficit/hyperactivity disorder. Multimodal Treatment Study of Children with ADHD. Archives of General Psychiatry, 56, 1073–1086.

14- Santosh, P. J., Taylor, E., Swanson, J., Wigal, T., Chuang, S., Davies, M., et al. (2005). Refining the diagnoses of inattention and overactivity syndromes: A reanalysis of the Multimodal Treatment study of attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) based on ICD-10 criteria for hyperkinetic disorder. Clinical Neuroscience Research, 5, 307–314.

15- Iliyan Ivanov, M.D., Ravi Bansal, Ph.D., Xuejun Hao, Ph.D., Hongtu Zhu, Ph.D., Cristoph Kellendonk, Ph.D., Loren Miller, M.S., Juan Sanchez-Pena, M.S., Ann M. Miller, M.D., Ph.D., M. Mallar Chakravarty, Ph.D., Kristin Klahr, M.S., Kathleen Durkin, M.S., Laurence L. Greenhill, M.D., and Bradley S. Peterson, M.D. Morphological Abnormalities of the Thalamus in Youths with Attention Deficit Hyperactivity Disorder Am J Psychiatry 2010; 167:397-408

16 – Fallgatter, A. J., Ehlis, A. C., Rosler, M., Strik, W. K., Blocher, D., & Herrmann, M. J. (2005). Diminished prefrontal brain function in adults with psychopathology in childhood related to attention deficit hyperactivity disorder. Psychiatry Research, 138, 157–169.

17-
Schweitzer, J. B., Lee, D. O., Hanford, R. B., Tagamets, M. A., Hoffman, J. M., Grafton, S. T., et al. (2003). A positron emission tomography study of methylphenidate in adults with ADHD: Alterations in resting blood flow and predicting treatment res- ponse. Neuropsychopharmacology, 28, 967–973.

18- Ernst, M., Kimes, A. S., London, E. D., Matochik, J. A., Eldreth, D., Tata, S., et al. (2003). Neural substrates of decision making in adults with attention deficit hyperactivity disorder. American Journal of Psychiatry, 160, 1061–1070.

19- Asherson, P., Kuntsi, J., & Taylor, E. (2005). Unravelling the com- plexity of attention-deficit hyperactivity disorder: A behavioural genomic approach. British Journal of Psychiatry, 187, 103–105.

20- Nigg, J. T., Willcutt, E. G., Doyle, A. E., & Sonuga-Barke, E. J. S. (2005). Causal heterogeneity in attention-deficit/hyperactivity disorder: Do we need neuropsychologically impaired subtypes? Bio- logical Psychiatry, 57, 1224–1230.

21- Durston, S., Tottenham, N. T., Thomas, K. M., Davidson, M. C., Eigsti, I. M., Yang, Y. H., et al. (2003). Differential patterns of striatal activation in young children with and without ADHD. Biological Psychiatry, 53, 871–878.

22-
Rubia, K., Overmeyer, S., Taylor, E., Brammer, M., Williams, S. C. R., Simmons, A., et al. (1999). Hypofrontality in attention deficit hyperactivity disorder during higher-order motor control: A study with functional MRI. American Journal of Psychiatry, 156, 891– 896.

23-
Rubia, K., Smith, A. B., Brammer, M. J., Toone, B., & Taylor, E. (2005). Abnormal brain activation during inhibition and error detection in medication-naive adolescents with ADHD. American Journal of Psychiatry, 162, 1067–1075.

24-
Russell, V. A. (2002). Hypodopaminergic and hypernoradrenergic activity in prefrontal cortex slices of an animal model for atten- tion-deficit hyperactivity disorder: The spontaneously hypertensive rat. Behavioural Brain Research, 130, 191–196.

25- Vaidya, C. J., Bunge, S. A., Dudukovic, N. M., & Zalecki, C. A. (2005). Altered neural substrates of cognitive control in childhood ADHD: Evidence from functional magnetic resonance imaging. American Journal of Psychiatry, 162, 1605–1613.

26- Bauermeister JJ, Canino G, Polanczyk G, Rohde LA. ADHD across cultures: is there evidence for a bidimensional organization of symptoms? J Clin Child Adolesc Psychol. 2010;39:362-72

27- Polanczyk G et al. The worldwide prevalence of ADHD: a systematic review and metaregression analysis. Am J Psychiatry. 2007;164:942-8

28-
Sprich, S., Biederman, J., Crawford, M. H., Mundy, E., & Faraone, S. V. (2000). Adoptive and biological families of children and adolescents with ADHD. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 39, 1432–1437.

29- Thapar, A., Harrington, R., Ross, K., & McGuffin, P. (2000). Does the definition of ADHD affect heritability? Journal of the Amer- ican Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 39, 1528–1536.

30- Rietveld, M. J. H., Hudziak, J. J., Bartels, M., van Beijsterveldt, C. E. M., & Boomsma, D. I. (2003). Heritability of attention problems in children. I. Cross-sectional results from a study of twins, age 3–12 years. American Journal of Medical Genetics, Part B. Neuropsychiatric Genetics, 117B, 102–113.

31- Faraone, S. V., & Biederman, J. (2000). Nature, nurture, and atten- tion deficit hyperactivity disorder. Developmental Review, 20, 568–581.

32- Fleitlich-Bilyk B, Goodman R. Prevalence of child and adolescent psychiatric disorders in southeast Brazil. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry 2004;43(6):727-34.


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@gusbru

Na medida em que as açoes de médicos e professores sao em parte estruturadas a partir desta expectativa do diagnóstico, a crítica ao diagnóstico tal como é feito hoje é uma importante ferramente para possibilitar mudanças. No Quebéc os sindicatos dos professores lutam por diagnósticos mais precoces de alunos com dificuldade de adaptaçao porque isso reverte em mais recursos e mais apoio para os docentes. O ministério da educacao daqui hesita a intensificar o ritmo dos diagnósticos precoces, por temor ao fenômeno da rotulaçao de alunos e dúvidas a respeito da eficácia de tal política. O debate está quente. No Brasil, como você acha que mais e melhores diagnósticos precoces ajudariam aos professores de escola pública? Suponha uma sala de 25 alunos, o professor tem certeza que 5 alunos preenchem perfeitamente todas os critérios do DSMIV e do CID10, os pais concordam, mas a metaregressao indica que seria estatisticamente provável que apenas um tivesse a patologia.
Nao é evidente para mim. Tenho mais dúvidas que respostas. Bom discutir com vc.

@gusbru

O fenômeno do diagnóstico estrutura uma parte do trabalho do professor, suas expectativas em relaçao ao aluno e ao suporte que poderá ter para desenvolver seu trabalho. Ter um aluno diagnosticado, para o professor, significa mais suporte para desenvolver seu trabalho e com sorte uma equipe multidisciplinar, com um excelente psicólogo comportamental co-responsável pelo desenvolvimento do aluno. Pergunto: se este suporte já estivesse presente ou se fizesse menos necessário por mudanças estruturais na escola, o diagnóstico seria tao fundamental para o professor? Haveria a mesma pressao sobre os psiquiatras para diagnósticos precisos e eficazes?

@gusbru

“It is important to note, however, that we do not suggest that culture has no influence on the prevalence of this disorder in a given population. Environmental and cultural aspects should play a role in the etiology of ADHD/HD, since the estimates of heritability in the disorder are approximately 80% (24, 25)”. Só 20%? Hesito, mas quem pode contra os numeros? Eu diria que é mais mas nao tenho meios de demonstrar, tenho recolher argumentos… E por cultura… os autores querem dizer o que mesmo? Cultura médica entra na fórmula?

@gusbru

“Nevertheless, data concerning the lack of significant differences in ADHD/HD prevalence rates between North America and Europe in all sets of metaregression analyses are extremely relevant”. O consenso professional e as afinidades culturais e históricas também sao maiores entre essas duas regioes.
“This finding argues against the view that ADHD/HD is a culturally-based construct peculiar to the North American culture (12)”. Regiao, por sinal, grande exportadora de cultura, tanto médica, como cultura geral, incluindo ampla influência sobre economia dos paises periféricos e a regulaçao de seus sistemas educativos.

@gusbru

Ora, nao existe ciência neutra senao como ideal de ciência e os métodos nao diferem por falta de padronizaçao dos nossos protocolos, ou por “erro”, mas sao a própria expressao de nossas diferentes visoes de sociedade e de ciência. O estudo em questao opta por uma metaregressao, outro poderia ter optado por uma análise do contexto histórico e político das escolhas metodológicas daqueles estudos.
“Our finding of lower ADHD/HD prevalence rates in Africa and the Middle East than in North America should be carefully interpreted. These geographic areas contributed with only a few studies to the overall analysis, and therefore we cannot rule out the possibility of lower accuracy of the adjustment for methodological aspects of these studies”. Talvez mais interessante que ajustar os aspectos metodológicos para comparer prevalências, fosse interpretar estes aspectos. Porque estes pesquisadores africanos e do meio-oriente preferiram estas abordagens? Há relacao dessa escolha com o modo como o fenômeno aparece no seu país?

@gusbru

Acho que pode ser bom para o sistema educativo (e consequentemente para alguns de seus usuários) uma crítica ao mesmo via uma critica à proliferaçao do diagnóstico. Como você mesmo disse "existe sim alguma supervalorização do diagnóstico por alguns profissionais como, por exemplo, professores". Acredito que esta supervalorisaçao difunda-se por toda sociedade, afetando inclusive o trabalho de seus colegas, que fazem parte da sociedade. Tenho por hipótese que os diferentes métodos que permitem aferiçao de diferentes prevalências no mundo, analisados por Polanczyk G et al. sofrem influência de diferentes visoes de mundo dos pesquisadores, das sociedades onde se inserem. “our results should be interpreted with caution because of the large variability found in all analyses. Our metaregression analysis reports, for the first time, on the critical role that methodological variables (i.e., impairment criterion, diagnostic criteria, and source of information) play in the large variability of ADHD/HD prevalence estimates in different geographic locations”. (p.946).

acwm

Quem sofre com o transtorno e a família de quem tem tdah sabe muito bem que ela existe, é genética, e o resto é com os médicos.

Paulo

Eu acredito muito nos médicos, sempre fui bem atendido, mesmo quando fui a um hospital público. Essa classe merece todo meu respeito. Como em QUALQUER profissão tem as ovelhas negras. Te garanto que a maioria das pessoas que escrevem aqui, quando necessitarem, vão ao médico e depois de tratados voltam a malhar. Parabens ao Dr. que escreveu o artigo. Imagino que tenha tentado dar sua colaboração para informar, mas como nesse país não se valoriza o estudo, alguns de seus cidadãos estão a se manifestar. Desculpe-os Dr., eles não sabem o que dizem…

    Elton

    Sei o que digo, mas ao contrário de alguns profissionais, estou aberto À discussão, à críticas.

    @gusbru

    Alguns cidadao vao a médico e depois de tratados seguem sua vida fazendo obedientemente o tratamento, que nao necessariamente resulta em mudanca ou melhora de condicoes cronicas. Outros cidadaos procuram estabelecer um dialogo critico e construtivo com os médicos e corresponsabilizar-se pelas mudanças que se fazem necessárias em sua vida. O problema é que corporaçao medica tem alguns vícios que dificulta o diálogo e a construçao de relaçoes mais proxima de apoio aos seus pacientes. A boa clínica vai se tornado cada vez mais vítima da obcessao pela medicina baseada em provas.

    Ricardo

    O que me chateia nessa discussao é que estavamos indo bem com a problematica do TDAH. Nao estavamos discutindo valorização ou não dos medicos…perdeu o foco. Olha que interessante o post de hoje no Nassif. Um medico cansou de apanhar no blog. Toda generalização é burra. Nao vou desistir de discutir pois é para isso que estamos aqui…mas te gente se excedendo…vamos promover e procurar curandeiros….ta dificil nesse nivel. Quem quiser ver o post:
    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-intole

    Conceição Lemes

    Por isso, achei oportuna a tua observação. abs

    turmadazica

    Ricardo, o médico que se irritou hoje no Nassif é um baita dum arrogante… Cito: "Sabe, é isso mesmo. A profissão é FANTÁSTICA, EMOCIONANTE, SINGULAR, não melhor que as outras, mas ÚNICA. Ser médico me enche de orgulho! Sou ainda preceptor, pesquisador e acima de tudo, CLÍNICO!!!!"

    Além de achar que o médico é único, se acha melhor que os outros por ser clínico, e não um cirurgião… Imagino qual deva ser a opinião dele sobre médicos de família…

Hélio Jacinto

Li e reli,não entendi muito bem,mas gostei do artigo,vou me informar melhor sobre TDHA.
Gostei,principalmente da firmeza do Doutor em defender seu ponto de vista.

Domingos Sávio

E o que dizer do Brasil ser o segundo país do mundo em prescrição da Ritalina, a droga da obediência? E o que dizer dos males que ela causa, além da dependência? Inclusive o desenvolvimento de manias e psicoses. Será que a terapia, a atenção familiar, a escola não substituiriam as anfetaminas? Depois de anos tomando Ritalina o jovem quando parar vai querer colocar o que no lugar dela? A droga da obediência é a solução? Cadê as respostas?

    Maria Goreth

    Sr. Domingos Sávio, fiquei interessado em saber a fonte dos seus dados sobre o Brasil ser o segundo país em prescrição de ritalina. Quem é o primeiro? Por favor, poderia dar aqui a sua fonte? Poderia também nos falar sobre o que os enhor chama de droga da obediência? O senhor tem filhos normais ou com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? Porque s enão convive com o problema não tem gabarito e nem moral para falar assim. Não é sobre nós, os supostos normais que estamos falando, não é? O que os enhor acha que é a solução para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? Ou os enhor acha que ela não existe

    Domingos Sávio

    A fonte minha cara é a Unicamp. Você a descredencia? Pela sua raiva em ser contrariada ou você tomou Ritalina ou não sabe nada a respeito? Você fala em gabarito e moral como se fosse a paladina do conhecimento ou tem transtornos muito mais sérios do que posso imaginar? Calma, discordar é saudável e o Brasil é sim o segundo país do mundo em prescrição da Ritalina. Saia do comodismo. Graças a Deus pude investir tempo , atenção, dedicação e uma escuta atenta para os meus filhos que estão muito bem obrigado. Quanto a você, primeiro aprenda a entrar num debate de forma civilizada ou então por que não te calas????

eli

Não sou médica, mas por minha experiencia de vida acredito que realmente devemos tratar crianças e adolescentes hiperativos para que no futuro elas não sofram o que diogo relatou acima. É dificil fazer um diagnóstico precoce para estas crianças.

Marcio

Os médicos que mais temo são os que colocam curriculos extensos para dizer que estão certos, Não entro no mérito, Pode existir a doença, mas não considerar que muitos médicos prescrevem medicamentos para se verem livres de ter de pesquisar e conhecer melhor o paciente é enganar.Isso é fato: Atendimento rápido + grana = tempo prá fazer muitos cursos = mais grana.

    Elton

    É Exatamente este o ponto, parabéns!

Albertina Gomes

Acredito que só quem não tem uma pessoa querida, familiar ou amiga, com sinais e sintomas ou diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) se dá à ignorância de dizer que esta condição não existe. Conviver com pessoas que tanto sofrem não é fácil, pois os eu sofrimento repercute na família inteira. Eis os fatos.
Não se trata de medicalização do transtorno, mas de cuidar de quem porta o transtorno com o objetivo de fazer com que ela tenha qualidade de vida. Pessoa portadora de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) dificilmente conseguem te ruma boa qualidade de vida sem tratamento adequado.

Maria de Lourdes

A quem interessar possa, esse assunto de algum modo já foi abordado antes no Azenha em umas três crônicas da Dra. Fátima Oliveira. Vale à pena dar uma olhadinha nas crônicas e nos comentários para enriquecer rmais o presente debate:
1. Fátima Oliveira: A lei “acariciou a onipotência” do goleiro Bruno (com 207 comentários) http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fatima-ol
2. Compartilhando fragmentos do livro "Então, Deixa Chover" (com 24 comentários) http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fatima-ol
3. As memórias balsâmicas podem minorar a insanidade moral? (com 41 comentários) http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/fatima-ol

Maria de Lourdes

É fácil igniorar os estragos do TDAH na vida das pessoas quando não se tem a doença, faz de conta que não tem parentes que sofrem com ela. O fato é que ela destrói a vida das pessoas e de todas que as amam quando não são devidamente cuidadas. O Dr. Bruno não quis dar a última palavra sobre a doença, até porque essa tal de última palavra ainda não existe. Ele apenas deu uma geral sobre o atual estágio dos conehcimentos sobre essa doença maldita. Tão maldita que muita gente se recus a aceitá-la como uma doença.

@gusbru

Outras obsordagens em ciências humanas procuram entender o sintoma em seu contexto social, mas nao tem um tratamento a oferecer. Para algums, a “cura” do transtorno estaria ligada à uma mudança mais estrutural em relaçao às expectativas sobre as crianças, uma mudança no sistema educacional, que poderia ser mais diversificado e menos competitivo. A interessante palestre de Sir Ken Robinson no RSAnimate apresenta algumas idéias nesse sentido. (http://www.youtube.com/user/theRSAorg#p/u/0/zDZFcDGpL4U)

@gusbru

Claro que o TDAH “existe”. Claro que existem diagnósticos e tratamentos bem feitos e que a medicaçao, bem administrada, contribui para a qualidade de vida do paciente. Como todo diagnóstico, ele é a expressao de um estado de nosso conhecimento e tem uma utilidade digamos, operacional. Mas como se sabe, os manuais de diagnósticos sofrem atualizaçoes contínuas, basta reconfigurarem-se os consensos profissionais médicos. Muda a sociedade, mudam seus problemas, e conjuntos de comportamentos antes considerados normais podem configurar-se doenças, como o doenças podem deixar de existir. Portanto nao seria o caso de atribuir um status de “Verdade” ao TDAH, mas antes pensar o que podemos fazer com ele a partir dos consensos existentes. Considerando o status quo da psiquiatria, farmacoteriapia. E dada as evidências, concordo com Bruno que o transtorno, considerado individualmente, deve ser tratado. Se eu tivesse um filho com sintomas, consultaria um psiquiatra. Nao o Bruno…

@gusbru

O texto de Bruno Mendonça baseia-se em uma abordagem muito valorizada na medicina e importada cada vez mais pelas ciências humanas chamada medicina baseada em provas. Pretende-se rigorosamente científica e neutra, portanto “verdadeira” mas revela-se deficitária de uma reflexao epistemológica mais profunda. Quando Bruno diz: “Portanto, o dito consenso em torno do tratamento não se formou a toa, mas embasado em dados sólidos da literatura”, falta acrescentar que trata-se de uma determinada literatura, revista por certos tipo de pares que tem determinado consenso profissional.

    Bruno M. Coêlho

    Caro @gusbru,

    Devo confessar que fiquei um tanto confuso com as suas várias colocações.
    Condensarei todas as minhas questões…

    Você lança uma série de pontos sem, no entanto, justificar suas afirmações ou propor métodos mais eficazes de fazer. Fala, por exemplo: "O problema é que corporaçao medica tem alguns vícios que dificulta o diálogo e a construçao de relaçoes mais proxima de apoio aos seus pacientes. A boa clínica vai se tornado cada vez mais vítima da obcessao pela medicina baseada em provas."
    MINHAS QUESTÕES: O que é que vc entende por "corporação médica"? Existe também um de professores ou de engenheiros? Que "vícios" são esses? O que você considera um "boa clínica"? Por fim, os tratamento que ministramos em alguém não devem ter evidências de que funcionam ("medicina baseada em provas")? Como você propõe a escolha de um tratamento?

    Por outro lado, está correto quando fala que uma "reflexão epistemológica mais profunda" não foi abordada no texto. De fato isso ocorreu: 1) porque o objetivo do texto não era este; 2) porque, como você mesmo disse, os textos médicos seguem um modelo. CLARO que há problemas com este modelo, por outro lado, foi este mesmo modelo que fez com que a ciência médica avançasse até o ponto atual. Este não é o modelo perfeito, mas é o adotado na medicina (mas também química, física, matemática etc) em todo mundo (até o momento). Foi sob este pressuposto que o texto foi escrito, portanto dispensando "acrescentar que trata-se de uma determinada literatura, revista por certos tipo de pares que tem determinado consenso profissional" como em qualquer texto médico. Você, por exemplo, não cita nas suas colocações nada do gênero (que suas colocações "trata[m]-se de uma determinada literatura, revista por certos tipo de pares que tem determinado consenso profissional")!
    QUESTÃO MINHA: Poderia me dizer de que modo você faria diferente?

    Você também coloca que "a “cura” do transtorno estaria ligada à uma mudança mais estrutural em relação às expectativas sobre as crianças, uma mudança no sistema educacional, que poderia ser mais diversificado e menos competitivo". Isso não explica, entretanto, porque em diversos locais do mundo, em diversas épocas, e com diversas "expectativas" diferentes, o TDAH se mantém presente? Você, com essa afirmação, quer dizer que o TDAH é apenas produto do social? Que apenas melhorando o "sistema educacional" que temos a criança ficaria "curada"? Poderia me explicar melhor isso?

    Por fim, você fala que "considerando o status quo da psiquiatria, farmacoteriapia" seria o tratamento usado por mim e pelos demais psiquiatras. Mais ainda, coloca que "o transtorno, considerado individualmente, deve ser tratado". O mais interessante nisso tudo é que eu, em nenhum momento, considerei que o transtorno deveria ser encarado individualmente, descolado da realidade do indivíduo. Mais ainda, é muito reducionista considerar que a conduta do psiquiatras é apenas farmacoterapia.

    Não espero que você pense como eu, mas ao menos, ao colocar suas "verdades" diga que sua opinião é embasada em "uma determinada literatura, revista por certos tipo de pares que tem determinado consenso profissional".
    Abraço,
    Bruno Mendonça Coêlho

    @gusbru

    Caro Bruno,
    Obrigado pelas suas ponderaçoes. Tentarei esclarecer alguns pontos a partir de suas perguntas. Começo esclarecendo minha área de pesquisas é sobre trabalho docente e que aí cheguei vindo da psicologia e da fonoaudiologia. De fato como vc bem observou meu texto era mais provocativo que propositivo. Você me pergunta que métodos mais eficazes eu proponho, eu te respondo que nem só de proposicoes se faz boa ciência e que considero legítimo levantar suspeitas sobre a eficácia dos diagnósticos de TDAH que estao sendo feitos, na escala em que estao sendo feitos. Como disse no texto concordo que considerando-se individualmente o paciente com sofrimento mental, após bom diagnóstico, deve-se medicar em caso de necessidade. Acredito no tratamento e optaria por ele para meu filho. Isso contudo nao me impede uma postura crítica em relaçao ao sistema educacional, que gera o sofrimento mental que se expressa preferencialmente através do TDAH.

    Bruno M. Coêlho

    Gustavo,
    de fato recebo muitos pacientes com "suspeita" do TDAH que são encaminhados porque "não se encaixam no padrão" da escola. Como falei antes, um diagnóstico que vira panacéia para todos os problemas da escola é altamente tentador. Entretanto, o que é mais frequente no meu dia-a-dia é ver crianças que demoraram demais para serem diagnosticadas e só chegam a mim quando muito prejuízo já tiveram. E para se ter TDAH há que se ter muito mais problemas que apenas na escola.
    Por mais que sejam problemas interligados (sistema educacional e TDAH) eles também "existem" individualmente. Criticar o sistema (concordo contigo!) via uma crítica ao diagnóstico… não vejo como pode ser bom (tanto parta uma coisa quanto para outra). Não acho que constroi!
    abç
    Bruno

    @gusbru

    A corporaçao médica tem características especiais em relacao a outras existentes. Minha hipótese é que estao associadas ao seu perfil elitista, e ao lugar central que ocupam na sociedade, em que repondem por nossa vida e por nossa morte. Reconheco, admiro e me beneficio dos avancos da MBP da mesma forma que reconheco que os médicos confiam demais em seus próprios referenciais e intrumentos e frequentemente revelam-se pouco abertos a outros. O fato de estarem no centro e nao na periferia da sociedade os distancia da perspectiva de trabalhar com outras formas de conheximento mais frouxos, como aqueles advindos das ciências humanas e da própria clínica médica. É facil, dizem aos candidatos a interlocutores: e quais evidências você tem? Nao tem? Ah, entao nao é ciência… E desqualificam todos que nao falam sua língua, a única que consideram válida. Perigoso, nao?

    Bruno M. Coêlho


    De fato os médicos acabam privilegiando um determinado tipo de conhecimento. Mas isso tem mais a ver com o desenvolvimento da especialidade que foi moldado nessas bases. Com seus erros e acertos… A cada dia, porem, a medicina passa a usar outros métodos aliados a modelos quantitativos (predominantes). Mas isso não é algo específico da medicina. Uma série de pesquisadores que cito e outros vários da epidemiologia psiquiátrica não são médicos.
    Essa é uma tendência em diversas outras áreas…
    apesar do seu "perigo"…
    A grande questão é que o que ocorre com o indivíduo não necessáriamente ocorre com todos e vice-versa. Isso acaba gerando a necessidade de controlar experimentos etc…

    @gusbru

    Por outro lado reconheço que nao é confortável ministrar tratamentos em outros baseados em conhecimentos “frouxos”. O equilíbrio entre integrar novos conhecimentos ao saber estabelecido e agregrar novos métodos e teorias é ao meu ver algo a ser buscado. E no caso do TDAH existem vários saberes profissionais mais ou menos sistematizados, mais “duros” ou mais “fouxos”, a debaterem com o saber médico, por exemplo o de cientistas sociais, professores, pedagogos os psicos… Outros saberes a serem integrados ao saber médicos podem e certamente sao feitos pela velha a boa “boa clínica”. A meu ver a base de uma relaçao de ajuda que permite a compreensao do contexto do paciente e permite ao médico duvidar de alguns aprioris que a literature lhe coloca.

    Bruno M. Coêlho

    …na clínica diária os "estudos" são uma base. A "arte" na medicina é a aplicação disso tudo no individual. O juntar os dados da vida do garoto (escola, pais, amigos etc) faz parte do processo (e para isso usamos todos os saberes disponíveis).
    Mas tb nessa clínica diária não há muito espaço para agregar esses novos métodos. Os pacientes procuram por respostas! Pouquíssimos topariam passar por algo mais "frouxamente" embasado. E o melhor é que eu necessito usar, no tratamento, da ajuda de professores, pedagogos os psicos… e tudo isso de maneira bem embasada.
    Pra completar…mesmo o CFM não permite o uso de métodos "frouxos" (a não ser em pesquisas)…

    @gusbru

    Sobre “a “cura” do transtorno estaria ligada à uma mudança mais estrutural em relação às expectativas sobre as crianças, uma mudança no sistema educacional, que poderia ser mais diversificado e menos competitivo” e você problematiza em seguida “Isso não explica, entretanto, porque em diversos locais do mundo, em diversas épocas, e com diversas "expectativas" diferentes, o TDAH se mantém presente? Você, com essa afirmação, quer dizer que o TDAH é apenas produto do social? Que apenas melhorando o "sistema educacional" que temos a criança ficaria "curada"? Poderia me explicar melhor isso?”

    @gusbru

    – o comportamente observado no TDAH tem um subtrato orgânico (como todo comportamento, no fundo, o tem).
    – o déficit de atençao e hiperatividade é, em nossa sociedade, inegável fonte de frustraçao e sofrimento. A intervençao precoce e respectivo tratamento é importante para o sucesso individual do paciente.
    – identificá-lo como doença é em funcao de um contexto social. Os diagnósticos (e por hipotese a prevalencia) nos diferentes estados dos EUA varia em funçao da expectativa de êxito dos elunos e da competitividade do sistema educacional. Há poucos TDAH no Texas e muitos em NY. (http://www.youtube.com/user/theRSAorg#p/u/0/zDZFcDGpL4U). Mudar os fatores que atuam na causa (ou comorbidade) é, ao meu ver, no âmbito das políticas públicas, mais importante que favorecer as linhas de pesquisa na área médica.

    Bruno M. Coêlho

    …as prevalências variam, mas o maior fator para isso é a metodologia do estudo (escalas usadas, tipo de prevalência – de ponto ou "lifetime" – tipo de análise estatística etc). Vale a pena vc dar uma olhada no seguinte texto que fala sobre isso:
    Polanczyk G et al. The worldwide prevalence of ADHD: a systematic review and metaregression analysis. Am J Psychiatry. 2007;164:942-8.

    "Mudar os fatores que atuam na causa (ou comorbidade) é, ao meu ver, no âmbito das políticas públicas, mais importante que favorecer as linhas de pesquisa na área médica." Uma coisa não inviabiliza a outra.

    @gusbru

    Enfim, Bruno, nao sou dono da verdade, nao trabalho diretamente sobre o assunto, mas como ele permeia minhas pesquisas e está presente na minha área de atuaçao profissional gosto de pensar e discutir sobre ele. Respeito seu trabalho, vejo que você é muito sério e comprometido e me admiro que você se disponha a debater com tamanha paixao o assunto. Qualquer um de nós dois pode estar enganado, mas é debatendo que alguma coisa vai mudar.
    Um Abraço,
    Gustavo Gonçalves

    Bruno M. Coêlho

    …acho que você tem questões muito válidas.
    E se escrevo aqui é pq as considero!
    Tenho essas conversas com frequencia com amigos professores.
    Há muito o que fazer.
    Temos que reconhecer todas as partes do problema. No fim, quem sai ganhando é o indivíduo.
    Abraço
    Bruno
    [email protected]

Beatriz de P. Souza

Em tempo: está em http://www.crpsp.org.br/medicalizacao/manifesto.aspx o Manifesto de lançamento do Forum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade. Para quem quiser se inteirar e, se concordar, assinar como indivíduo e/ou entidade. E divulgar.

Beatriz de P. Souza

Para quem quiser informar-se com mais profundidade esse assunto, indico o livro Medicalização da Infância e da Adolescência: conflitos silenciados pela redução de problemas sociais a doenças de indivíduos. Editora Casa do Psicólogo. Para obtê-lo, o mais fácil é entrar em contato direto com a editora: http://www.casadopsicólogo.com.br Recomendo especialmente o capítulo Dislexia e TDAH: uma análise a partir da ciência médica, de M.Aparecida A. Moysés e Cecília A.L. Collares. Entre outras contribuições, traz uma retrospectiva de como o conceito de TDAH foi sendo formulado através de uma sequência de trabalhos que não passam pelo crivo da cientificidade e como pedaços inconvenientes dessa história foram sendo "perdidos" pelo caminho. Recomendo, ainda, uma olhada na matéria Brasil é o segundo maior consumidor mundial de Ritalina, da Globonews, que foi ao ar recentemente. 13 minutos de puro fogo informativo: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,…
Depois me contem…

Henrique

A psiquiatria americana, exportada para todo o mundo, tem cada vez mais diagnósticos, a relação aumenta dia-a-dia, o que faz a felicidade das multinacionais produtoras de medicamentos psico-ativos. Esse TDHA é um deles! A coisa virou uma comédia! Fico imaginando um personagem do grande Chico Anísio tratando do assunto! Seria muito hilariante!

Ricardo

Aenha, Essa é uma carta-email que mandei para muitas pessoas que passaram por minha vida….ser TDAH é doloroso, mas quando a gente entende, de certa forma se torna magnifico perceber a alta produtividade que se pode alcançar com alguma tecnica de organizacao e com o medicamento correto. Sou médico e sei muito bem do que falo….ha 2 anos fui diagnosticado e miha vida simplesmente mudou. Com o tratamento quem está ao meu redor está mais feliz. Eu tambem estou muito bem, mas a angustia da existencia acelerada nao some nunca…..

Para meus amigos e colegas….
sobre a descoberta que clarificou minha mente

Voce sabe o que é TDAH ?
Alguns consideram doenca, eu considero apenas um estado mental permanentemente acelerado, o qual não se pode escolher se queremos ter ou nao.
Pois é, nasci assim. e isso domina TODAS as esferas de minha vida, da mesma forma que o obcessivo-complusivo, o bipolar, o dislexico ou o autista….quem é TDAH tem que lidar com o desgaste da hiperatividade, impulsividade e desatencao 24h por dia…..ë bom e ruim….estou confortado por saber que sou diferente.

95% das minhas questoes existenciais se autoexplicaram, inclusive meus problemas com relacionamentos e minhas culpas que adivinham em grande parte, da insatisfacao que minha instabilidade gerava nos outros….coisa que até pouco tempo nao sabia controlar.

Espero que isso ajude quem me considera, a saber lidar melhor comigo e com a montanha russa emocional da minha vida

Esse email não é direcionado a ninguem especificamente, nem uma forma de eximir de responsabilidades, mas para que voce possam entender um pouco, o que é viver 24 horas com o cerebro plugado na tomada…. fato que só se acomodou apos essa descoberta e o uso dos medicamentos corretos…nem terapia funcionou.
Peco desculpas aos que algum dia se sentiram magoados ou desconsiderados devido a minhas instabilidades, confusoes, indecisoes, humores, irritacoes, ausencias e exageros. espero que contrabalancem com o outro lado da personalidade deste que vos fala, algo que nem todo mundo teve oportunidade de vivenciar nos ultimos anos….a inventividade, a inteligencia, criatividade, impulsividae e paixão.

Em anexo, uma declaracao adaptada por mim….do que é ser TDAH. Quem conhecer ou tiver algum parente com algo parecido, sugiro com veemencia, que leiam o livro Mentes inquietas: TDAH, Desatencao, hiperatividade e impulsividade. divulguem o livro, quem sabe assim algumas pessoas que sofrem com o isolacionismo e a falta de compreensao sobre si proprio ( o que não é mais o meu caso) possam se sentir mais confortados e procurarem um especialista.

Abracos a todos, peco que leiam o anexo adaptado por mim.
e acessem esse link http://veja.abril.com.br/livros_mais_vendidos/tre

PEÇO QUE PUBLIQUE COM DESTAQUE, minha carta e/ou esse artigo abaixo, que segundo os pesquisadores, sao mais provas da existencia do TDAH. Mas pra dizer a verdade é só morar com um portador para se ter todas as provas necessarias. Tenho toda a bibliografia sobre o assunto, fique a vontade para editar e publicar.

ARTIGO QUE MOSTRA INDICIOS DE BASE GENETICA ENTRE TDAH AUTISMO E ESQUIZOFRENIA http://pagingdrgupta.blogs.cnn.com/2010/09/29/adh

turmadazica

Brothers, vendo os comentários vejo que vcs ainda estão a ler os dois textos e maneira simplista… Pena, pois é uma questão séria, tanto o TDAH e a pilantragem que envolve as farmacêuticas…

    Elton

    Então se você é de elevado gabarito nessa área, escreva um artigo próprio relatando suas experiências, sua opinião sobre o tema, bem fundamentado e deixe de ser "lugar-comum" como somos todos nós "simplistas" a seu modo de ver.

    turmadazica

    Já escrevi, nesse mesmo post.

Lucio Dias

Impressiona-me o artigo do Dr. Bruno Coelho sobre TDAH. A medicina não é uma ciência exata, ainda mais em se tratando de problemas da mente. Tambem parabenizo a todos os comentaristas pelo nível de conhecimento sobre o assunto, sejam concordantes ou divergentes. Mas uma coisa é certa, se o Prates da RBS, se aqui estivesse, não poderia dizer que aqui ninguem leu um livro.

    Albertina Gomes

    Sim Lúcio medicina não é matemática, o que não quer dizer que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não exista! Não entendo a resistência das pessoas quando transtornos mentais de diferentes ordens são abordados. É impressionante como os comentários primam pela negação.

bio1968

Eu sou hiperativo. Não existe essa história de "nem tanto ao mar, nem tanto à terra": quem disser que o TDAH não existe ou está mentindo ou está demonstrando ignorância.

Quando eu era criança, o diagnóstico de TDAH era desconhecido. Eu estava em uma excelente escola, o Instituto Educacional João XXIII de Porto Alegre – RS, portanto tinha um ótimo acompanhamento mesmo que ninguém soubesse o que era TDAH, simplesmente porque havia respeito à criança.

Quando mudei de escola é que percebi o quanto estava em um ambiente privilegiado antes. A escola em que estudei da 6ª a 8ª séries era uma escola estadual de qualidade tão sofrível quanto a média das escolas públicas. Se eu não tivesse uma sólida base devido aos anos anteriores, minha vida acadêmica teria sido a mesma desgraça que a média brasileira.

Tenho sorte de ser um portador de TDAH tipo II, com manifestação principal de hiperativdade e pouco déficit de atenção, ou não teria sido o primeiro colocado em dois vestibulares e uma seleção de mestrado. A péssima qualidade do ensino brasileiro afugenta de sala de aula a grande maioria dos estudantes – ou torna a vida acadêmica um penoso exercício de paciência para obtenção de um canudo. Para quem tem déficit de atenção, este é um suplício intolerável sem o suporte da ritalina.

Se existe exagero na prescrição de ritalina? Sim, claro. Como eu disse, o ensino brasileiro é péssimo e isso se aplica também ao nível "superior", inclusive às faculdades de medicina. Já conversei com médicos cuja melhor contribuição à saúde pública é seu período de férias. Mas nada disso serve como base para afirmar que o TDAH é uma condição inexistente ou que a ritalina seja uma "geradora de zumbis" para aquelas crianças, adolescentes e adultos que dela se beneficiam para controlar o déficit de atenção.

    Scan

    "Já conversei com médicos cuja melhor contribuição à saúde pública é seu período de férias."

    Hahahaha! Boa!
    A grande maioria de médicos que eu conheço faz parte desse grupo!

    Paulo

    Quando tiveres algo grave vai a um curandeiro, talvez sobrevivas…

    Elton

    Muitas vezes é mais eficaz e praticamente gratuito.

Flavio A Nascimento

O TDAH quando bem diagnosticado contribui muito para a melhora do paciente, seuas relações interpessoais e sua compreensão sobre si mesmo. Conhecimento, como sempre dizemos aqui, nunca é demais. Portanto os dois artigos possuem sua validade e como pessoa diagnosticada com o problema posso contribuir dizendo que hoje sem dúvida nenhuma sou uma pessoas melhor e que se pudesse escolher, gostaria sim de ter sido tratado de maneira adequada há muito mais tempo.

Francisco Hugo

Atrevido, não me deixo impressionar com as 32 referências bibliográficas com as quais Coêlho pretende a última palavra.
Leitor e jornalista, sou grato a textos inteligentes como o da Heloísa Villela.
Sócrates, o-que-sabia-que-tudo-o-que-sabia-é-que-não-sabia-nada, não deixou obra escrita e poupou-se de ser usado como referência bibliográfica. Deixou-nos provocação: questionem, duvidem!
O texto da Heloísa é maiêutico.
Professor, testemunho há anos a situação colocada pela Heloísa. E já assisti a Um Estranho no Ninho.
Alfie, citado por Heloísa, tem razão: “a maneira de ensinar muda, completamente, o desempenho das crianças ditas portadoras de ADD.” (Attention Deficit Disorder)
Com ou sem ADD, criança alguma merece padecer cinco horas em salas superlotadas, assistindo a aulas desinteressantes de professores mal remunerados e, também por isso, impacientes e estressados.
Coêlho, com ou sem intenção, descolou da matéria de Heloísa a sua carapuça.
Não pegou o espírito da coisa.
Quanto ao comentarista Diogo… sinto muito!

    turmadazica

    Vc ta misturando banana com laranja…

    Scan

    "Sócrates, o-que-sabia-que-tudo-o-que-sabia-é-que-não-sabia-nada, não deixou obra escrita e poupou-se de ser usado como referência bibliográfica."

    O que faz parecer muito estranho você citá-lo, não é mesmo?
    Ah! E você assistiu "Um estranho no ninho"?! Pronto! Então já está credenciado…

    William

    não me deixo impressionar por maiêutico, pq não sei q q eh isso e inclusive ele veio sublinhado em vermelho no meu corretor ortográfico. :)

    nem por siglas em inglês :)

Emília

90% das coisas que a escola obriga a estudar só servem para o aluno tomar raiva de estudo.

As crianças realmente inteligentes devem ficar doidas diante dessa realidade.

    Elton

    O que em específico? A comentarista é da opinião de que devemos "enxugar" os conteúdos apenas a português e matemática? Não se deve apenas "jogar" afirmações sem justificá-las.

    Scan

    Adoro gente que não tem a mínima idéia do que está falando, mas tasca lá um "…tenho CERTEZA que 90% (ou 80, ou70) das coisas que , etc, etc.".
    Se você perguntar a elas o que significa exatamente essa percentagem, elas enrolam e não respondem.
    Experimente! É divertido.

Florival

Ótimo comentário com fundamentação científica. Quero aproveitar a lucidez acadêmica do Mendonça Coelho e pedir para me ajudar a entender uma coisa. Usando da mesma linha de pensamento gostaria que me apontasse em qual de suas referências citadas posso encontrar uma justificativa para a homossexualidade como doença. Pergunto isto não porque considere a homossexualidade como doença, ma sim porque ela muito antiga, teve diversas formas de manifestação, algumas vezes trouxe até limitação séria por quem é homossexual e também, como este conjunto de sintomas que cmpõem a TDAH também não teve significativas mudanças topográficas. Também gostaria de saber do professor se el temcnhecimento de pessoas que têm os sintomas que caracterizam a TDAH e que vivem bem a ponto de nunca terem tido a necessidade de buscar ajuda. Uma terceira questão. Outro me disse um amigo da área de saúde mental que não havia evidências científicas de que os transtornos comportamentais se deviam mais de 50% a fatores biológicos (genéticos?) ou a fatores ambientais. Será que ele blefou porque como alguns tem "resistência" em admitir que é um doente. Lembro-me dele ter me citado um autor chamado Plomin quando argumentou. Achei estranho. E ainda me disse que o fato de uma medicação acalmar uma pessoa ao atuar no centro nervoso não me permitia atribuir a causa da manifestação ao neurotransmissor e área em que atuava. Fiquei sem saber o que dizer. Pode me ajudar a contra argumentar. Só me dê uma bibliografia e já está bom, pode ser da que já apontou no comenta´rio excelente sobre TDAH. Certa vez li de uma psiquiatra chamada Shear, M. , sobre transtorno de pânico, que o fato de antidepressivos regularem a serotonina não garantia que o pânico era uma doença causada por deficiência se serotonina. Será que ela pensaria o mesmo sobre TDAH? Será que esta Senhora Shear (Margareth?) também é uma apócrifa? É tudo tão confuso essa coisa de ciência.

    Bruno M. Coêlho

    Florival
    FLORIVAL, GOATARIA DE RESPONDER NO SEU TEXTO AS QUESTÕES QUE VC FORMULOU. FAREI ISSO EM LETRAS MAIÚSCULAS PARA DESTACAR AS RESPOSTAS, OK?
    “Ótimo comentário com fundamentação científica. Quero aproveitar a lucidez acadêmica do Mendonça Coelho e pedir para me ajudar a entender uma coisa. Usando da mesma linha de pensamento gostaria que me apontasse em qual de suas referências citadas posso encontrar uma justificativa para a homossexualidade como doença. Pergunto isto não porque considere a homossexualidade como doença, ma sim porque ela muito antiga, teve diversas formas de manifestação, algumas vezes trouxe até limitação séria por quem é homossexual e também, como este conjunto de sintomas que cmpõem a TDAH também não teve significativas mudanças topográficas.“
    VOCÊ TEM RAZÃO QUANDO FALA QUE AS DUAS COISAS APRESENTAM SEMELHANÇAS. ENTRETANTO, O QUE FAZ UMA SAIR DO HALL DAS DOENÇAS E OUTRA PERMANECER É EXATAMENTE O ESCRUTÍNIO DOS PESQUISADORES. NO CASO DO TDAH, A SUA VALIDADE DIAGNÓSTICA TEM SIDO A CADA DIA REFORÇADA. COMO JÁ MENCIONEI EM OUTRA RESPOSTA, OS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS GERALMENTE APRESENTAM SINTOMAS QUE SÃO EXACERBAÇÕES DE COMPORTAMENTOS NORMAIS E QUE, NOS DOENTES, PROVOCAM SOFRIMENTO SIGNIFICATIVO E PREJUÍZO CONSIDERÁVEL NAS SUAS VIDAS. FAZENDO UM PARALELO, TODO MUNDO JÁ FICOU TRISTE NA VIDA, MAS APENAS ALGUNS DESENVOLVEM DEPRESSÃO, DOENÇA QUE PODE TER COMO UM DOS SINTOMAS UMA TRISTEZA CONSTANTE. SEM SOFRIMENTO/PREJUÍZO, NÃO DÁ PARA FALAR EM DOENÇA.
    Também gostaria de saber do professor se el temcnhecimento de pessoas que têm os sintomas que caracterizam a TDAH e que vivem bem a ponto de nunca terem tido a necessidade de buscar ajuda.
    SE O INDIVÍDUO NÃO APRESENTA QUALQUER PREJUÍZO NA SUA VIDA POR CONTA DOS SEUS COMPORTAMENTOS, ENTÃO ELE NÃO TEM DOENÇA. HÁ PESSOAS NO MUNDO QUE SÃO DESATENTAS E OUTRAS QUE SÃO AGITADAS, MAS PARA TER TDAH TEM QUE HAVER COMPROMETIMENTO/PREJUÍZO NA VIDA!
    Uma terceira questão. Outro me disse um amigo da área de saúde mental que não havia evidências científicas de que os transtornos comportamentais se deviam mais de 50% a fatores biológicos (genéticos?) ou a fatores ambientais.
    DEPENDENTO DA DOENÇA A QUAL ESTAMOS FALANDO, O RISCO GENÉTICO E O AMBIENTAL VARIAM ENORMEMENTE.
    Será que ele blefou porque como alguns tem "resistência" em admitir que é um doente.
    HÁ PESSOAS QUE TEM RESISTÊNCIA EM ASSUMIR QUALQUER DOENÇA, SEJA ELA MENTAL OU NÃO.
    Lembro-me dele ter me citado um autor chamado Plomin quando argumentou. Achei estranho.
    NÃO CONHEÇO OS TRABALHOS DESSE AUTOR.
    E ainda me disse que o fato de uma medicação acalmar uma pessoa ao atuar no centro nervoso não me permitia atribuir a causa da manifestação ao neurotransmissor e área em que atuava.
    NISSO ELE ESTÁ CORRETO. MUITA COISA EXISTE ALÉM DOS NEUROTRANSMISSORES. ELES SÃO A PONTA DO ICEBERG.
    Fiquei sem saber o que dizer. Pode me ajudar a contra argumentar. Só me dê uma bibliografia e já está bom, pode ser da que já apontou no comenta´rio excelente sobre TDAH. Certa vez li de uma psiquiatra chamada Shear, M. , sobre transtorno de pânico, que o fato de antidepressivos regularem a serotonina não garantia que o pânico era uma doença causada por deficiência se serotonina.
    NOVAMENTE CORRETO. O FATO DE TRATARMOS COM DROGAS QUE AGEM NUM DETERMINADO RECEPTOR NÃO IMPLICA DIZER QUE ELE É DIRETAMENTE A CAUSA DA DOENÇA. AS VEZES SE FALA ISSO APENAS PARA SIMPLIFICAR. ESTUDOS DE ASSOCIAÇÃO NÃO IMPLICAM NECESSARIAMENTE NUMA RELAÇÃO CAUSAL.
    Será que ela pensaria o mesmo sobre TDAH?
    IMAGINO QUE SIM.
    Será que esta Senhora Shear (Margareth?) também é uma apócrifa? É tudo tão confuso essa coisa de ciência.
    VOCÊ TEM RAZÃO. AS VEZES, É TUDO CONFUSO MESMO.
    ABÇ
    BRUNO MENDONÇA COÊLHO

waleria

Longevidade de uma categorização não qualIfica de forma definitiva um transtorno mental.

A homossexualidade foi por séculos um transtorno mental. Não é mais.

Os transtornos de identidade de genero – hoje em dia são muito questionados como NÃO PATOLOGIAS MENTAIS, mesmo que a APA (American Psychiatry Association) insista nessa classificação formal em sua revisão atual da norma DSM.

Publicações de mais do mesmo são comuns – infelizmente, na nossa acadamia.
O problema é compreender quando surge o novo, o inesperado.

Não questiono as conclusões do autor – questiono a logica interna de seus argumentos.

    NELSON NISENBAUM

    Waleria, a lógica interna da medicina é a articulação do conhecimento científico – que tem suas limitações e metodologias próprias – com o conhecimento e experiência acumulada por cada profissional. Portanto, há elementos que se categorizam pela lógica e outros não, portanto, se a tua expectativa é encontrar essa lógica interna em textos médicos científicos, desista. Claro que isto não justifica alguns absurdos cometidos por inexperientes, sensacionalistas e charlatães, encontradiços em qualquer recôndito do planeta, mas na maioria das vezes, as instituições da sociedade cuidam de filtrar esses elementos. Não conheço pessoalmente o professor Bruno, vim a conhecê-lo aqui pelo seu texto, é minha contribuição é a de dizer-me em sintonia com a sua experiência e opinião, que por sua vez, estão em sintonia com diversos outros autores e instituições científicas. Mas a maior verdade de todas só pode ser dita por quem tem a doença e foi tratado. É a única coisa que interessa, na realidade. Ou não?

    Bruno M. Coêlho

    Caro Nelson,
    Obrigado pelas considerações e pelo apoio.
    Suas últimas frases refletem, de fato, o que há de importante no trabalho médico: cuidar do indivíduo.
    Abraço,
    Bruno

NELSON NISENBAUM

Sou médico, diagnostico e trato pacientes com TDAH, e penso ser o artigo do professor um belíssimo exemplo de seriedade, profissionalismo e conhecimento. O tratamento, aplicado por profissional habilitado é seguro e eficaz, e sem dúvida, o medicamento tem impacto dramático na vida do paciente. Entretanto, há casos onde o transtorno deriva de outras condições, as formas secundárias. O bom profissional diferencia as formas pela história clínica e familiar cuidadosa. Infelizmente, já vi colegas médicos dando depoimentos contrários ao tratamento em grandes meios de comunicação o que é lamentável. Seria como dizer "não trate a sua diabetes", ou "não trate a sua pneumonia". Ok, voltemos às cavernas.

    Elton

    Todo médico é acima de tudo CORPORATIVO.

    waldez

    Não poderia ter colocado melhor, elton

    Laura

    O que ser corporativo? É um mal? Um crime? Se manquem! Nenhuma profissão se estabelece no mundo sem o "espírito de corpo". Nem as ideologias prescindem do espírito de corpo. Ser corporativo é um dever moral. ético e polítco, nada a ver com safadeza e com maquiavelismos. Vão estudar gente! Isso é falta de estudo.
    O vocábulo corporativo e derivados não possuem essa conotação depreciativa que o Elton e o Valdez colocaram em seus comentários. É uma ignorância não respeitar a ciência, isto sim! Se respeito é bom e todo mundo gosta vamos chegar á época da civilização. É triste gente que nunca sentou a bunda na cadeira para estudar anos a fio um assunto, achar que tem autoridade para em seus achismo leigos sentar o pau em quem se dedicou aos estudos de sua profissão.

    Elton

    Asseguro-lhe que não padeço de falta de estudo, possívelmente estudo há mais tempo do que a senhora. Há pelo menos 30 anos. Não pertenço todavia a nenhuma máfia, contra a qual não se pode tecer críticas. Sou professor e não médico, orgulho-me de minha profissão, esta sim duramente criticada e vez por outra lembrada apenas pelas pessoas "incapazes" que nela se encontram, pela má remuneração, pela "impaciência" com os TDHAs, etc, etc, etc…..
    Já tive de denunciar "profissionais" da área médica por diversas vezes, todas elas relacionadas a questões financeiras e negativas de tratamentos COBERTOS por planos de saúde, ou pagava, ou não operava……….porque o que o plano paga "é muito pouco"……..Não são corporativos? e os inúmeros casos de erros médicos acobertados????? Como você disse: "Se manquem".

    Paulo

    Pensei um pouco antes de te responder, mas a tua falta de educação é tanta que temo pelos teus alunos. Ora professor, vá plantar batatas e pare de escrever besteiras. É por pessoas que pensam como você que que nosso país está assim.

    NELSON NISENBAUM

    OK, Elton, se você acha que cultivar a ciência e o conhecimento para diminuir ou eliminar o sofrimento das pessoas, principalmente os sofrimentos desnecessários, é ser corporativo, então a questão é de dicionário. No restante, seu comentário embora muito curto, é imensamente lamentável.

    Elton

    Sustento o que disse e repito: Todo médico é acima de tudo CORPORATIVO. Se o senhor é pesquisador, parabéns, a maioria no entanto não o é. São mafiosos. Parabéns também pela resposta extremamente emotiva e ofendida!

    José Messias

    Inveja MATA! Impossível discutir qualquer coisa com gente que gostaria de ser médico e não é. A maioria dos comentários raivosos tem essa origem. Seria o seu caso, mestre? Deixe de babaquice, cresça e apareça! Ou procure um psiquiatra.
    EM TEMPO: não sou médico e nem da área de saúde, apenas um cidadão de bem com a vida e sua profissão.

    Elton

    JAMAIS quis ser médico, minha vocação é outra pois trabalho com ciências da Terra. Não conclua sem conhecimento, tenho imensa gratidão à minha profissão e devo o muito que tenho ao bom exercício da mesma. Cresço todos os dias e muito! Quem está de bem com a vida como você afirma, não se irrita tão facilmente como demonstrou aqui, Continue feliz!!!

    @gusbru

    E quando saber como dosar os recursos para pesquisa? Vamos continuar desenvolvendo medicamentos? Melhorar os protocolos? Investir nossos ultimos centavos até conseguir a descriçao perfeita da causa do transtorno e de como se manifesta no sistema nervoso? Conseguir o diagnóstico por imagem perfeito? Ou vamos favorer a pesquisa social, crítica que aponta as contartiçoes de nossas formas de vida em sociedade?

    Paulo

    Perdeu uma grande chance de ficar quieto…de não dizer asneira. Tens algo contra todos os médicos? A agressão é a arma do ignorante.

    Elton

    Viu só como não admitem questionamentos?? Sua palavra é a palavra de Deus? Tenho contra máfias, e refiro-me a uma delas.

    Elton

    Aliás, sua réplica não é nada delicada…….ao menos comungamos a mesma característica!!!

    turmadazica

    Dont feed the trolls

    Ricardo Wandega

    Lamentavelmente o nosso caro Elton, que diz que medicos nao podem ser criticados…mas age como se fosse dono da verdade, conseguiu transformar a discussao de algo importante em uma profunda critica aos medicos. Quando foi que eu entrei para a mafia que eu nao me lembro. A discussão estava rica mas até o Viomundo escondeu o post, talvez porque o nivel caiu. Graças em boa parte a intolerancia gratuita do cidadao em questao. Sem mais.

    Conceição Lemes

    Ricardo, não se trata de esconder o post. Diariamente colocamos várias matérias no ar. Com isso as mais recentes, vão dando lugar às mais "antigas". Esse é o critério. Claro, o ideal é ter comentários sobre o tema. O deste é o TDHA. Médico é uma parte da questao. Ficar batendo na tecla "médico" empobrece, muda o foco. A questão médico envolve a prática médica em geral, não é exclusiva desta ou daquela doença. abs

    Ricardo

    Desculpe…é porque tive dificuldade em achar. mas depois vi que estava em voce escreve.
    obrigado pelo esclareciemnto. O blog é um dos meus canais de noticias e ricas discussoes que sobraram. abraços

    Depois que a gente entende o blog fica facil, mas ainda prefiro um formato portal onde possamos encontrar por assunto.

    Ricardo

    Conceição, ainda sobre esclarecimentos. Sempre assino as respostas e comentarios e nunca chega o aviso em meu email, mesmo apos a confirmação do link intense debates. Tem alguma incompatibilidade com Chrome ou gmail? ou alguma outra ideia de porque nao esta funcionando? isso tambem acontece com alguem aqui?

    Conceição Lemes

    Nessa vc me pegou, Ricardo. Não entendo nada dessa áea. Vou repassar a sua pergunta para o Leandro Guedes. Depois, te respondo. abs

Beto

Nem tanto a terra , nem tanto ao mar… Não acho que o artigo anterior quis incutir preconceito sobre a classe médica ou suas importantes pesquisas para despertar a ira do autor acima .. o que o artigo anterior relaciona é o fato de que muitos dos métodos de pesquisa são sim questionáveis… sempre tem interesses das indústiras farmaceuticas…e sorry, mutios médicos são vendidos sim, os que trabalham nas químicas então, sabem de inúmeras informações e muitas vezes fazem vista grosssa para aprovara determinados medicamentos… enfim não da para tapar o sol com a peneira

    Elton

    Concordo plenamente, é aliás sobre isso que escrevi mais abaixo, antes que me interpretem mal.

Elton

Eu TAMBÉM CREIO que a cada campo de atuação profissional que se "cria" com o tempo, sem generalizar todavia, terá os respectivos "defensores" incondicionais. Estes por sua vez difícilmente admitirão questionamentos pois sentem-se automáticamente prejudicados, como que se alguém estivesse tentando desacreditá-los. Estão por sua vez a "defender o osso, ou o ganha-pão". Não é só entre profissionais da área da saúde, conheço o currículo das faculdades de Agronomia e quase todos os recém-formados saem de tais cursos chamando agrotóxicos de "defensivos agrícolas". Citei este caso apenas como MAIS UM exemplo.

    Ricardo

    Alguns psicologos nao aceitam a base genetica, do transtorno. Abre-se a discussão do corporativismo.me pergunto se os psicologos que estao sempre prontos a combater o uso do Metilfenidato não estao irresponsavelmente garantindo o tratamento para si. Claro que existem outros que fazem parceria com pedagogos só chegando a um diagnostico depois de varias sessoes com paciente e familia.Sou portador de TDAH, com H Maiusculo,fiz 5 anos de terapia e continuei destruindo relacionamentos. Com o tratamento com Metilfenidato, sem terapia cognitiva, da noite para o dia eu enxerguei de uma vez a diferença e toda a confusao que eu havia ajudado a perpetuar por 29 anos. Hoje tenho 32 e minha esposa sabe o dia que eu nao tomei o remedio. Ela leva um reserva na propria bolsa.Aprecio as opinioes contrarias a existencia do TDAH com preocupação. Talvez devam ser aperfeicoados os criterios do questionario, porque realmente é pouco especifico.Mas prender o paciente eternamente numa terapia, quando ele pode ter muitos beneficios imediatos é no minimo imprudente. Mas casos como o meu, com melhora de 50% dos sintomas (medidos objetivamente), não podem ser negligenciados. Sou medico de familia, portanto esse nao é meu ganha pao.

    turmadazica

    Não é o caso das minhas terapeutas pelo menos… Elas estão sempre em contato com a psiquiatra, e o diagnóstico, assim como a linha de tratamento foi definido com conjunto… Que pena que isso seja a exceção… Valeu pela ajuda brother… Pra galera que tá metendo o pau nos médicos, deveria ler seus posts… Não aquele do médico indignado lá no Nassif… Aquele só colocou mais gente do lado do preconceito…

Jair Ramos

Eu gostaria de saber, se existe alguma doença ou transtorno de origem biológica que atinja 5% da população. Entenda, não estou falando de contágio por vírus ou bactérias ou de intoxicação. Estou perguntado se é verdade que em cada vinte pessoas, uma nasce com esse problema e se existe algum paralelo com essa situação na história da medicina. Isto significaria que uma em cada vinte pessoas tem um mesmo problema de origem biológica. Existe alguma outra condição comparável a esta ? Não é uma estimativa bastante ousada para uma doença que só pode ser diagnosticada por sintomas comportamentais ? Corrija-me se eu estiver errado. Mas a maior parte daqueles que são diagnosticados como portadores de TDAH são crianças e adolescentes. Exatamente aqueles que estão submetidos a um processo de desenvolvimento e adaptação social frquentemente dramáticos. O que os médicos estão fazendo para evitar que estas crianças sofram diagnósticos equivocados? Veja bem, uma das ferramentas usadas para diagnosticar tdah é um questionário ridiculamente genérico que até pouco tempo atrás estava no site da associação brasileira de déficit de atençao. O neuropediatra de meu filho tentou que eu aplicasse cinco desses questionários na escola para embasar seu diagnóstico. Poucas vezes vi um comportamento tão irresponsável. Não existe nenhuma pesquisa séria que se baseie em cinco questionários. Para um número tão pequeno de pessoas interrogadas, faz-se entrevistas aprofundadas. Eu me pergunto: quantos médicos já foram observar e entrevistar crianças e professores nas escolas como parte do diagnóstico ? Por fim, estes questionários são uma excelente forma de dar início ao que os sociólogos chama de carreira moral (Goffman, 1982) que é a progressiva construção por parte das intituições de rótulos identitários aplicados sobre pessoas que adotam comportamentos desviantes, de modo que estes rótulos se tornem parte da imagem de si das próprias pessoas.

    Bruno M. Coêlho

    Caro Jair,
    1) Com relação a algumas doenças e suas prevalências:
    Depressão – 9.4% (nos últimos 12 meses)
    Fobia específica – 10.6% (nos últimos 12 meses)
    TOC – 3.9% (nos últimos 12 meses)
    Dependência de álcool – 4.0% (atual)
    Hipertensão Arterial Sistêmica – 20% (atual)
    Diabetes Mellitus – 7.6% (atual)
    Asma em adolescentes – 19% (atual)
    (Galduróz et al., 2000; Andrade et al., 2010; assoas et al., 2006; Malerbi e Franco, 1992; Solé et al., 2006)
    Além do mais, pesquisas em países desenvolvidos e em desenvolvimento mostram que mais de 25% das pessoas apresentam um ou mais transtornos mentais e comportamentais durante toda a sua vida (Regier e col., 1988; Wells e col., 1989; Almeida Filho e col., 1997).
    2) De fato a maior parte dos indivíduos diagnosticados são crianças e adolescentes. Entretanto boa parte dos indivíduos mantém sintomas na vida adulta (Faraone et al., 2006).
    3) O uso de testes apenas auxilia o diagnóstico, dá uma idéia e, dependendo de qual foi usado. Há, portanto, que se ter cuidados com seu uso. Eles funcionam parecido com quaisquer outros exames médicos. Há aqueles que são bons apenas para triagem, rastreamento ou screening e outros mais específicos. O teste do site da ABDA deve ser do 1o grupo (vc aplicou o SNAP, não?). Contudo, apesar desse auxílio, o diagnóstico é clínico! Não existe testes de imagens etc para fazer isso!
    4) Outra coisa em reação ao diagnóstico, é que é FUNDAMENTAL que o portador apresente um comprometimento SIGNIFICATIVO em DIVERSAS áreas de sua vida. Não basta ser agitado só em casa ou desatento só na escola para ter TDAH. A doença não escolhe lugar! No desenvolvimento normal as vezes a pessoa pode ter comportamentos diversos (até mesmo semelhantes ao do TDAH), mas isso não significa que tenha TDAH. No TDAH, como em outras doenças mentais, comportamentos que podem ser normais ocorrem em intensidade MUITO maior que o normal causando o tal comprometimento significativo que falei acima!
    5) Não posso comentar sobre a conduta do médico em questão, mas o uso de questionário é bastante comum, mas como disse, não dá o diagnóstico. O médico dá! E, para tal, deveria usar todos os meios disponíveis para obter informações.
    6) Para minimizar ao máximo a possibilidade de erros nos diagnósticos, é importante que o médico tenha uma boa formação e continue se atualizando.
    Espero que tenha respondido algumas de suas questões.
    Abraço,
    Bruno Mendonça Coêlho

turmadazica

Eu já havia dito que o artigo anterior era de qualidade duvidosa, mas acho que meu comentário não foi aprovado porque usei uma palavra um pouco mais forte, mas que já ilustrava minha indignação… Sou portador dessa zica, e infelizmente só comecei a ser tratado depois de meus 28 anos (hoje tenho 31), e o diagnóstico foi demorado, pq tenho outras comorbidades, o que não vem ao caso, mas a melhora veio com terapia e a Ritalina, que ainda estou no começo do tratamento com ela, mas que já me permite fazer uma mesma atividade por mais de 15 minutos, coisa que me dá uma alegria que vcs não tem idéia, é um mundo novo… Que bom que um profissional veio para desmontar o preconceito criado pelo artigo anterior, que apesar de ser feito por uma boa jornalista, todos tem seus dias ruins… Minha história tem muito disso que o Dr. cita nos últimos dois parágrafos: entrei por quatro vezes em faculdades e cursos completamente diferentes (usp, mack, puccamp e Gastro-anhembi), e sempre taxado de bêbado e vagabundo, e de estar jogando minha inteligência fora. Não é brincadeira não, e muito menos motivo de piadas… Hoje foi um marcado um ponto, uma vitória contra o preconceito e a ignorância… Espero que este comentário seja publicado…

diogojfaraujo

    Ricardo Wandega

    Conselho amigo… mude para Conserta.
    A duração de acao é muito maior. No minimo Ritalina LA.
    Conselho de medico e portador. Ja discuti muito sobre existencia ou nao. Tenho e acabou, quem fala contra geralmente argumenta sobre má criação e disturbios sociais….gostaria de trocar de corpo um dia somente com essas pessoas para que elas vejam o que é ter um sistema de 32 cameras na cabeça 24 horas por dia. è magnifico, mas muito angustiante. Abraços. Leia meu comentario se o Azenha publicar, sobre comprovação genetica do TDAH. Existem muitos outros. Pare de discutir sobre existencia ou nao, se concentre em esquecer ou redimir os erros de antes do diagnostico e otimizar sua vida a partir de agora. e aproveite os beneficios da Zica….o mundo é lento…e essa velocidade é fabulosa se bem utilizada.

    turmadazica

    to na Ritalina LA… E Tegretol CR400… E demorou pra chegar nisso… É bizarro trocar idéia sobre isso aqui, mas pelo menos alguém colocou a cara a tapa… Faço o que as mpedicas mandam, parei com a automedicação, hehehehe….

    @sjreis

    Concerta. A grande vantagem do Metilfenidato de longa duração é que alem de tomar apenas 1 vez por dia a liberação do medicamento é feita de forma que reduz os efeitos colaterais em algumas pessoas, por exemplo, a ansiedade logo no inicio e o cansaço no fim do efeito. Existe um periodo de ajuste da dosagem que pode ser demorada. Por exemplo, pessoas com dificuldade para acordar, podem tomar 10mg de Ritalina comum 1hora antes de se levantar, isso ajuda a acordar. E depois de tomar o cafe da manha pode tomar o Concerta. Em outras pessoas que acordam muito cedo e tomam o Concerta logo pela manhã pode ser interessante reforçar a dose no inicio da noite para assistir aulas ou mesmo agir de forma mais natural ou "conectado" numa relacao social. Sim! Relacoes sociais. Pessoas com TDAH tem dificuldades de prestarem atençao em colegas e companheiros, o remedio ajuda tambem nessa situação, não é apenas para produzir mais, é para se relacionar melhor e ter qualidade de vida. Desde é claro que o diagnostico esteja correto e o tratamento sendo acompanhado por um bom psiquiatra.

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