Pedro Toledo: PT e PSDB abraçam o bônus, esmola que detona a educação

Tempo de leitura: 6 min

Ela mudou de ideia, mas o atraso do atraso vai levar um tempo para descobrir

por Pedro Toledo, via Facebook

Muito se discutiu sobre o bônus distribuído aos professores no final deste mês. Discussões, aliás, bastante apaixonadas, contra e a favor.

Acompanhei o debate em silêncio, apreensivo que tal tema tenha ganhado tamanha prioridade em nossas vidas. Alguns defendiam o mérito que o bônus tenta identificar e recompensar.

Outros apontavam para o caráter diversionista da política de bonificação, criada para dividir a categoria e mascarar as condições medonhas de trabalho em que vivemos. Agora que a Inês já está morta, gostaria de fazer algumas colocações.

O Bônus é excrecência de um modelo que fracassou miseravelmente no mundo todo. Este modelo, criado nos Estados Unidos na gênese da hegemonia neoliberal e exportado para o mundo todo, baseou-se na padronização curricular imposta de cima para baixo; na imposição de testes padronizados; na responsabilização da categoria docente pelo fracasso escolar; na utilização de um sem-número de avaliações externas que serviram para estabelecer valores de bonificação aos funcionários do sistema educacional; na planificação grosseira dos resultados escolares; e no enfraquecimento sistemático dos sindicatos. Vinte anos se passaram e a única conquista desse modelo já não tão novo foi possibilitar a infestação de Charter Schools, escolas fundacionais alimentadas com o dinheiro público.

Diane Ravitch esteve na vanguarda desse processo, como secretária assistente da Educação do EUA e, por vinte anos, o defendeu ardorosamente. No ano passado, publicou um livro obrigatório para todos os que refletem sobre os rumos das políticas educacionais: “The Death and Life of the Great American School System: How Testing and Choice Are Undermining Education”.

Em sua obra, Diane faz uma “mea culpa” sobre sua atuação à frente da reforma educacional neoliberal, admitindo que o sucesso escolar vai muito além do esforço economicista e da neurose estatística que tomou os especialistas em educação pública.

Não contente, a autora denuncia os crimes cometidos pela imposição desse modelo ao sistema educacional americano que, após vinte anos, não impediu que os EUA, cujas escolas encontram-se em estado de abandono material, amargassem uma das últimas posições entre os países desenvolvidos

O que assusta não é o arrependimento tardio de Ravitch. Antes tarde do que nunca. O que assusta é saber que tal modelo entranhou-se de tal forma no sistema educacional brasileiro que rompeu todas as barreiras ideológicas e partidárias.

Não há diferença ALGUMA entre as políticas educacionais implementadas pelos governos do PSDB e PT, seja na prefeitura de São Paulo, seja no governo do Estado mais rico da Federação.

Na rede municipal somos assediados com o desconto do PDE em caso de licença médica e abonadas. No Estado, somos obrigados a nos digladiar pelo malfadado bônus.

Provas Brasil, São Paulo, Saeb, Saresp e outras são aplicadas obsessivamente, não importando a sigla da vez que governa. Do PSDB, já esperava. O fetichismo Ianque está no DNA dessa gente. Mas me entristece saber que o PT que abrigou Paulo Freire como secretário da Educação faz hoje política educacional como Paulo Renato.

E quanto ao Bônus? Como professor, sou radicalmente contrário à sua implementação. Gostaria aqui de enumerar as razões:

1 — O IDESP, índice que orienta o pagamento de bônus, é incapaz de determinar mérito. Sob o pretexto de selecionar os “melhores” grupos escolares, o IDESP desqualifica a diversidade pedagógica das escolas. As boas escolas deixam de ser aquelas que educam para a formação crítica, para o respeito à diversidade, para o crescimento emocional das crianças, para a formação Iluminista. As escolas que atuam por meio de projetos pedagógicos criativos e interdisciplinares e que por isso são amadas por seus alunos, também desaparecem no IDESP. No IDESP só aparecem as escolas que massacraram seus alunos durante um ano com a aplicação torturante da péssima apostila do Estado ao ponto de fazerem as crianças decorarem a maldita. Não importa que as crianças se sintam queridas em um espaço seguro. Não importam os diversos projetos bem-sucedidos que tomam centenas de horas não pagas de seus professores. O que importa para o IDESP é a decoreba da apostilinha.

2 — O bônus promove a corrupção e o desvio moral dentro das escolas. Desesperados pelo bônus, não é incomum que equipes escolares realizem a prova junto aos seus alunos. Também é comum a aprovação arbitrária em Conselho de alunos evadidos para evitar a redução da nota geral. Diversas escolas promovem “suspensões” em massa, para impedir que alunos com déficit compareçam no dia da Aplicação. A situação acomete mesmo supervisores que, pressionados pelos Dirigentes, acabam por rematricular à revelia alunos evadidos de diversas escolas em uma única escola, cujo IDESP vai à zero e poupa as outras unidades, servindo de bode expiatório no Holocausto Educacional do ranqueamento. Como cobrar compromisso ético de nossos alunos se o sistema educacional privilegia o desvio dos agentes educacionais?

3 — O bônus sustenta a política de arrocho salarial que vivenciamos há décadas. O apoio desesperado que alguns educadores dedicam à defesa do Bônus evidencia a carência privada sobre a necessidade pública. Somos uma categoria pauperizada. Somos a profissão mais mal paga entre as atividades que requerem curso superior. Para aqueles que dependem do salário, a manutenção de um custo de vida pouco acima da linha da pobreza resume-se em uma única palavra: dívidas. Somos uma categoria endividada. Não raro, o bônus serve como uma tragada de ar para o afogado. Com o bônus, muitos professores conseguem uma folga financeira que sinaliza a possibilidade de mais dívidas até o próximo bônus. O Governo do Estado de São Paulo conta com a nossa miséria para perpetuar tal política. O Bônus, em suma, torna particular um problema que exige uma resposta pública.

4 — O Bônus esconde o descalabro da Educação Pública ao creditar para os professores o protagonismo singular para o sucesso escolar das crianças. Resume-se o fracasso escolar a “bons” ou ‘maus” professores, escamoteando a infraestrutura precária, a falta de laboratórios, as bibliotecas esvaziadas, as salas de informática fechadas, a quantidade insuficiente de livros didáticos, as “saunas” de aula, a superlotação, a violência deflagrada entre professores e alunos, a gestão escolar incompetente, aos conselhos escolares vazios, ao entorno escolar degradado, a falta de segurança, etc, etc, etc… fatores que vão muito além do chão da sala de aula e que exigem medidas drásticas e eficazes, medidas que necessitam de uma coragem que inexiste no comando do Governo Estadual.

5 — O Bônus afasta os bons professores das escolas que mais precisam deles: as escolas prioritárias da periferia. Uma rápida passada de olhos no topo da lista do IDESP, mostra que as escolas que ali figuram encontram-se todas em regiões centrais e bairros nobres da cidade de São Paulo. Atrás apenas das ETECs mais tradicionais figura a Escola de referência em Ensino Integral Prof. Antonio Alves Cruz, melhor escola estadual regular de SP, localizada entre Alto de Pinheiros e Perdizes. Como as Escolas de Ensino Integral selecionam seus professores por perfil, fica claro que para ali vão os melhores e mais experientes, criando assim um círculo vicioso: as escolas mais carentes tornam-se lugares malditos para a maioria dos professores, sofrendo com a carência de professores de Português, Geografia, Matemática, Física e Química, justamente as matérias que são mais cobradas na prova do Saresp.

Poderia continuar listando motivos: afastamento de alunos pró-ativos, assédio moral por parte da gestão, etc.

Mas o que me interessa mesmo é entender os efeitos dessa política sobre a nossa categoria.

Para começar, devemos reconhecer que essa situação tem dinamitado nosso sindicato, controlado por um grupo que coloca os interesses partidários do PT à frente das necessidades de nossa categoria.

Ora, como confrontar o Governo Tucano do Estado de São Paulo, se a menina dos olhos de nosso partido faz a mesmíssima coisa na Prefeitura? Além disso, assistimos hoje a um hiato abismal entre a diretoria burocratizada do nosso sindicato e a base dos professores. É desanimador perceber que as eleições sindicais que se avizinham foram fortemente preteridas em favor do Bônus no debate cotidiano. Eu credito isso ao enfraquecimento da imagem do nosso sindicato junto aos professores, que não enxergam na direção colegas de categoria e com uma boa razão: a maioria não sabe o que é pó de giz há muito tempo.

Por fim, ainda que seja um alívio no plano individual, o Bônus deve ser visto como realmente é: uma esmola. Pior, uma droga que traz prazer na hora, mas que mata à longo prazo. A única resposta que podemos dar é a luta organizada, de atrito, através da organização sindical. Não vejo isso ocorrendo nos próximos anos, uma vez que o hiato não afeta apenas a direção, mas também a oposição. Precisamos refundar nosso sindicato através da base. Acho saudável que os partidos participem da vida sindical. Não só saudável, mas também necessário!

Mas não podemos permitir que o sindicato seja tomado como ferramenta de luta partidária em detrimento das necessidades da nossa categoria. Não é o PT, PCO, PSTU ou PSOL que sabem o que é melhor para a gente. Quem sabe isso somos nós e nosso sindicato deve ser a nossa ferramenta de luta. Saúdo a todos os companheiros de esquerda que queiram lutar com a gente, mas não posso aceitar que nos usem para lutar por eles.

Reclamar do Bônus não adianta. Temos que retomar nosso sindicato. E aqui é o espaço ideal para sairmos da lamúria e partirmos para a ação.

Veja também:

Paulo Henrique Amorim: PT é o primeiro a não enfrentar a Globo


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Comentários

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rita

esta é a realidade do bônus pago pelo o governo de são Paulo:

Número de atingidos 50

Valor pago Entre R$ 20.001 a R$ 28 mil

(conforme SEE)

Valor Médio do Bônus R$ 24.000

% do total pago 0,2%

% do total de servidores 0,02

Quem Ganhou? Cúpula da SEE, Dirigentes de Ensino

Fonte: Causa Operária.

Hudson Lacerda

Conceição Lemes, L.C. Azenha, sugiro que dêem uma olhada no choque de má gestão que estourou nas mãos do governador de Minas Gerais, o Doutor Anastasia, às vésperas de sua saída: ADI 4876.

Urbano

A obtusidade com a qual se vê sobre o que é bom e o que é ruim para a vida de um povo, tendo-se como exemplo um bem especial, que foi dado por um professor na USP, imagine-se então nas escolas primárias desse país. E isso, levando-se em conta que a qualidade didática sobre a cátedra seja excelente; e sabemos bem que a coisa não é bem assim. O grande perigo se encontra naqueles dez ou quinze minutos para o término da aula. Num desses instantes, lá na UFPE, tive a oportunidade de ouvir da boca de um professor babaca (difícil era não encontrar com um), que a MPB era uma porcaria. Caiu do cavalo comigo. Para que se tenha uma ideia, durante o tempo que passei fazendo o curso (cheguei a esticar um pouco, devido a que o Campus era uma ilha cercada de bares por todos os lados), creio que eu tenha encontrado um ou dois no máximo. A competência profissional não elimina a burrice…

    Urbano

    No caso, um ou dois que não viesse a ser do quilate do gravata borboleta da USP.

maria de belem

Caros senhores, não sou professora, sou serv pública de outro ramo, mas vejo com extrema preocupação o que aqui foi relatado.

Sabemos que a educação no País está decadente há décadas, entretanto não conseguimos nos organizar pra mudar isso, especificamente.

Ainda ontem, assistindo a TV Senado, vi um senador do PSDB cobrando educação e falando coisas sérias e importantes, não o conheço, pois é de SC e infelizmente a mídia (inclusive os blogs que acesso) falam muitos nos parlamentares do centro do País (RJ, SP, MG e, quando muito GO). Achei o pronunciamento respeitável, mas, pra variar nenhuma idéia foi apresentada. E assim acontece com quase todos que falam a respeito.

Entendo que por ser um assunto de vital importancia para a existencia do País e muito usado por ocasião de eleições, de dois em dois anos, mas sempre ignorado nos demais períodos (falo do carater estrutural), penso se não seria a hora de pessoas ligadas à área, principalmente professores e pesquisadores, se reunirem e tentarem uma EC que estabeleça a relação entre salário de professor e educação, pois realmente sem salário nao há como ter profissionais que dediquem a sua criatividade, pois pra se chegar à criatividade tem de haver folga orçamentária; vc na pressão nao tem como ser criativo e digo criativo no sentido de pensar a educação para o futuro e não para as estatísticas. Aliás hj o mundo é movido pelas estatísticas, somos reduzidos a numeros e isso não é nada bom, na verdade, é catastrófico!

Pois bem, vamos tentar fazer uma corrente, no Brasil todo, para que possamos estabelecer contato com esses parlamentares; vamos assistir às manifestações desses parlamentares e arquivar os nomes daqueles que parecem sensíveis ao assunto, pois infelizmente a gande maioria só se preocupa com o caixa 2 das eleições.

Acho que perdemos uma grande oportunidade de começar isso qudo aquela professora foi lá no congresso e falou pros deputados que o salário dela, de um mês todo, não dava pra comprar o terno que o deputado usava. Ela, apessoa responsável por educar os nossos filhos, aqueles que no futuro serão os empresários, médicos, empresários, carpinteiros, políticos, professores, etc. etc. Isso é catástrofe! É o fim da picada!

Então, gente, vamos tentar atuar direto onde são feitas as leis, no Congresso Nacional, pois na presidencia da república eu tenho certeza que temos pessoas que pela própria história tem compromisso com essa mudança, mas sozinhas não tem como fazê-lo.

temos uma arma de proporcões magníficas, a internet, vamos usá-la em nosso favor.

Achei extremamente esclarecedor o texto do Pedro Toledo, mas não sei quem é. Gostaria de saber pra tentar um contato.

Sou de Belém, Capital do Pará, Estado governado pelo PSDB desde os idos de FHC (aqui era o Almir Gabriel) e, gente, aqui a situação é gritante. Parece que SP é o grande norte de todos os governos do PSDB (sei que Minas vive o mesmo horror), então imeginem como é por aqui também. Tenho uma irmã que é professora há mais de 25 anos. Adquiriu milhares de hérnias na coluna vertebral, de vez em quando está acamada, sem poder se mover, vive se dopando com os remédios fortíssimos para suportar as dores; diabética; já foi afastada das salas de aula por causa da alergia ao pó do giz…, enfim, sei bem o que é ser professor neste país e fiquei muito satisfeita em ler um dos porquês nesse esclarecedor texto.

A luta sindical tmb é fundamental.

Vamos lá! A luta continua!

rita

sinceramente? não é o bônus que afasta o professor da periferia. mas o medo, a violencia, a estrutura de trabalho que é muito pior… precisamos garantir a igualdade de acesso ao sistema educacional, não importando onde a escola esteja e onde este aluno esteja. isso é democracia! o poder publico tem esse dever pois a sociedade paga impostos para isso e muitas outras coisas!

rita

ao invés de uma avaliação sem sentido, o saresp podia ser uma das portas de entrada para os alunos da escola publica nas universidades estaduais de sp. a prova e índice não servem para professor, mas pode valer para o aluno. mas aí a discussão seria longa, pois envolveria modelo pedagógico, trabalho do professor na escola, envolveria currículo… as relação entre escola e pais de alunos. A relação entre escola e universidade. teríamos uma escola melhor. mas quem quer encarar isso? a pior coisa que pode acontecer é um aluno fazer uma prova para professor ganhar recompensa financeira… é o abismo! professor ganha por produção a escola virou linha de montagem de aluno? aquele que tiver menos defeito o professor fatura? é o abismo!

rita

“Na rede municipal somos assediados com o desconto do PDE em caso de licença médica e abonadas. No Estado, somos obrigados a nos digladiar pelo malfadado bônus”… Alguém pode me dizer o que é PDE?

    Tiago Moreira

    Rita, PDE é o Prêmio de Desempenho Educacional. É uma espécie de “bônus assiduidade”, com premissas (e resultados) bastante controversos.

    rita

    obrigado!

Luís CPPrudente

A política de bônus nas escolas públicas é um desserviço aos próprios professores. Se a prefeitura municipal de São Paulo pensa em imitar isto, ela estará seguindo a política fracassada do PSDB com a Educação Pública.

Em vez de Bônus, os professores merecem salários decentes que permitam que eles trabalhem com dignidade e se aperfeiçoem. Mas com essa política de bônus a tendência é aumentar o massacre dos professores.

O PT não pode e nem deve assumir essa ideia tucana.

    tiago carneiro

    Infelizmente todo e qualquer governo enxerga educação como um gasto sem sentido.

    Aqui no ceará, por exemplo, governo estadual está sucateando a UECE, não faz mais concursos para professor do Estado.

    Prefeitura, comandada pelos fantoches do nosso governadora Cid Gomes, estraçalhou todo o ensino infantil: demissões, assédio moral, terceirização, falta de pagamentos.

FrancoAtirador

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Administração Neoliberal:

Governo Empresarial

ou Empresa Governamental.
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    rita

    concordo!

José Américo

O Pedro Toledo tem toda a razão quando afirma ser necessário retomar os sindicatos; não há um sequer que não seja objeto de disputas partidárias ou de grupos que não tem a menor preocupação com a categoria.

O resultado disso são as péssimas negociações salariais e de condições de trabalho para os servidores na educação e saúde e isso ocorre em TODO o Brasil. Não é privilégio ou demérito de um Estado ou município específico.

João R. Brandão

As associações, sindicatos, dos professores não têm muito o que fazer quanto ao abono. Pior que isso são os concursos internos para os professores do ensino fundamental, antiga escola primária, ginasial e colegial.
Os professores não se deram conta da armadilha, mas é uma maneira de não levar os aumentos com esses concursos ao pessoal que está aposentado.

Só tirando o PSDB do governo estadual.

A APEOSPE quanto a todo esse descalabro na educação vive numa inércia muito grande. Não tem mais poder de mobilização, dado seu descrédito junto ao professorado.

Assim também a CUT que virou um grande órgão burocrático a reboque do governo petista.

Mauro Assis

Sinceramente, eu não entendo essa resistência enorme que o professorado tem contra a meritocracia.

Esmola é o Bolsa-Família, que não cobra uma contrapartida aos seus zilhões de beneficiados…

fabio

Concordo inteiramente com o autor em relação aos itens 1 (falha na forma de medir desempenho) e 5 (agravamento da situação das escolas que precisam de apoio – é um efeito colateral muito grave, não pode ser aceito).
Os itens 3 (arrocho salarial) e 4 (falta de condições adequadas) não são necessariamente causados pelo bônus. Pode-se discutir o bônus e demais condições de trabalho.
Agora, o item 2 é uma piada: então quer dizer que os professores e administradores são todos bonzinhos e honestos que só se “corromperam” por causa da política de bônus? Faça-me o favor!
É importantíssimo recompensar o desempenho em qualquer atividade. Encontrar a forma adequada de medi-lo é um desafio muito mais amplo do que o resultado de uma prova.
Concordo com o debate e as críticas, mas não se deve retroceder no conceito de meritocracia porque há erros de execução. Muitas das políticas públicas bem sucedidas foram construídas por anos de erros e acertos; é a evolução natural de qualquer organização.

m.a.p

Na realidade esta mais do que na hora da Educação brasileira dar um basta em sua submissão de décadas ao Banco Mundial.
Penso ser essa a raiz de nossos problemas pois para garantir o financiamento externo nossos governantes aceitam metas e objetivos completamente desfocados de nossa realidade
O Brasil para se desenvolver nessa área terá que se livrar das amarras do Banco Mundial da mesma forma como o segundo governo Lula mandou o FMI às favas.

m.a.p

Bônus e licença prêmio prá mim são lendas urbanas.
Sei que existem porém nunca vi.

Narr

Faço parte dos que ignoram a real situação na cidade de São Paulo. Que os dois lados possam se manifestar.
Aguardamos a resposta da prefeitura de São Paulo.
Não é assim, vem um cara da oposição sindical diz o que acha e passa a ser verdade.
Só podemos concluir se ouvir os argumentos do outro lado.
Que se instaure o debate.

Roberta Ragi

Excelente texto de Pedro Toledo, mapa fiel do descalabro na educação de São Paulo. Concordo com o autor principalmente no que diz respeito à retomada do espaço sindical da categoria por professores verdadeiramente comprometidos com as nossas questões (infraestrutura precária, pauperização dos profissionais, salas lotadas, gestão incompetente e autoritária). Os atuais dirigentes não nos representam.

ALGOPI

Não concordo com o autor. Acho que a sociedade é que deve decidir que tipo de educação quer e não vice-versa. Essa noção de uma educação profético-divina se enquadra numa visão mais geral em que a sociedade deve ser tutelada por elite sábia e progressista. E, ademais, o texto, embora muito correto na maioria das questões levantadas, padece de um mal corporativista. Joga na mesma vala comum, aspectos bem diferentes que são o bônus e o desconto do PDE. Se a sociedade for consultada, acredito que sobre o desconto do PDE ela não vá ser contra. É a exigência mínima de quem tem que responder à sociedade com um serviço para o qual ela paga e que não pode ser visto apenas como ocupação profissional de uma categoria (importante, é verdade). Na minha opinião, a educação pode mudar a sociedade, mas isso precisa ser uma decisão desta mesma sociedade e não da elite iluminada que sabe e impõe o caminho. Todos são contra os políticos e eu não consigo ser diferente, mas a bem da verdade, eles são os únicos que tem representatividade para falar pelo povo, caso contrário o que se impõe é a tal meritocracia tão criticada pelo sindicato dos professores.

AT

Desse jeito, fica difícil acreditar, ter esperança… Como pôde, PT?

Herivelto Canales

Na hora do bônus há um alvoroço nas escolas.
Corrompidos, professores e dirigentes, forjam resultados para garantirem a corrupção disfarçada de bonificação por resultado.
É a forma do PSDB governar.
A legenda do PT não deveria abraçar esse modelo.

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