Blog do Planalto: O supercomputador Tupã

Tempo de leitura: 2 min

Terça-feira, 18 de janeiro de 2011 às 14:24

O Brasil precisa ter a cultura da prevenção dos riscos de desastres naturais

do blog do Planalto

A população brasileira precisa ter a cultura da prevenção dos riscos de desastres naturais. E o modelo ideal é aquele desenvolvido no Japão. Lá, todos são capacidados por meio de treinamento a enfrentar as mais diversas situações de catástrofes. A avaliação é do novo secretário de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, em entrevista ao Blog do Planalto. Ele informou que o supercomputador Tupã, que entra em operação este mês, na unidade do INPE [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], no município de Cachoeira Paulista (SP), é uma ferramenta importante no sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais.

“O Brasil não é imune aos riscos de novas tragédias. Elas estão ocorrendo agora com mais frequência. Temos que começar com o plano. Não podemos esperar o próximo ano, as próximas chuvas”, disse.

O supercomputador Tupã, adquirido por meio de licitação internacional, é uma das peças fundamentais nesta engrenagem de previsão e alerta dos desastres naturais. Adquirido junto à Cray Inc., o equipamento passará a gerar previsões de tempo mais confiáveis, com mais dias de antecedência, e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para cinco quilômetros na América do Sul e 20 quilômetros para todo o globo. Será possível prever ainda eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, granizo, geadas, nevoeiros, ventos fortes, ondas de calor, entre outros.

De acordo com o INPE, estas melhorias serão perceptíveis aos usuários das previsões quando a nova infraestrutura computacional de alto desempenho do CPTEC entrar em operação agora em janeiro. O novo supercomputador custou R$ 50 milhões, sendo R$ 35 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e R$ 15 milhões da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Carlos Nobre afirmou ao Blog do Planalto que o Tupã é uma das pontas deste sistema. Outros equipamentos a se somaram neste contexto são o pluviômetro e o radar meteorológico. Ou seja, enquanto o computador produz informações matemáticas, o pluviômetro afere a quantidade de chuva numa determinada região e o radar produz detalhamento sobre a incidência das preciptações. Esta quantidade de dados permite ao sistema alertar estados e municípios que serão atingidos pelos desastres naturais.

Para cobrir o território nacional, segundo Nobre, serão necessários mais 700 pluviômetros. O secretário assegurou que a indústria nacional tem condições de atender a demanda por este equipamento. Com relação aos radares, o país já dispõe de 20 equipamentos e seriam adquiridos mais 15 unidades para fechar o cerco de visualização do país. Num primeiro instante, o foco deste monitoramento seria nas cerca de 800 áreas de risco de deslizamentos e inundações. De acordo com o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, cinco milhões de pessoas moram nestas regiões.

“O mapeamento do risco vai dizer se pode ocorrer escorregamento de terra. Neste instante a informação é repassada para a Defesa Civil que, bem instrumentada, poderá fazer análise no local sobre os riscos de tragédia”, explicou o secretário.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Silvia

Toda esta tecnologia deve estar muito bem articulada à comunicação e orientação às pessoas atingidas, bem como ao respaldo que elas necessitam num momento de abandonar suas casas, evitar construções em áreas de risco. Um trabalho de educação e treinamento que deve ser iniciado desde ontem.

reynaldo nery

esse computador, fará muito bem ao nosso brasil

LuisCPPrudente

Os principais culpados dos deslizamentos de terras e outros desastres "naturais" são os governos estaduais e municipais que não cumprem a contento suas obrigações. O supercomputador Tupã é bom, mas de nada adianta o Governo Federal avisar de algum problema metereólógico se os governos estaduais e as prefeituras não cumprirem as suas obrigações de fiscalizar as construções irregulares e de criarem um plano diretor que busque o desenvolvimento social e sustentável.

    Elton

    Nas esferas municipal e estadual nem sempre existe "sintonia" com o governo federal. É nas esferas menores onde há mais conservadores no poder onde as verbas federais mais são desviadas para atender interesses cartoriais locais.

Tiago

"O Brasil precisa ter a cultura da prevenção dos riscos de desastres naturais"

E essa cultura não foi difundida nos últimos oito anos porque…?

    Elton

    Porque depende de obras municipais ou estaduais onde muitas vezes governa o PSDB/DEM.

Carlos

Cabe uma Lei de Responsabilidade Social clara, objetiva, sem entrelinhas e sem possibilidade de inumeráveis recursos da parte de quem a descumprir.

broz

Não adianta em nada comprar supercomputadores se o Brasil não faz o básico que é planejamento urbano, planejamento urbano que leve em consideração não apenas a especulação imobiliária, mas também as características geomorfológicas, climáticas e sociais. O Brasil precisa de valorizar o geógrafo. Outro dia alguém me disse que na prefeitura de São Paulo trabalham cerca de geógrafos, seriam quase um para 1 milhão.

    Elton

    Sou Geógrafo e concordo, não somos ouvidos, mas há de se levar em consideração que nosso trabalho pode embasar leis de uso do solo, burladas pelos interesses econômicos de imobiliárias e empreiteiras.

Bertold

Quer acabar com as grandes mazelas originadas nas falhas do Estado e seus agentes públicos, mudem a lei 8.112 (Estatuto dos Servidores). Diminuam os privilégios, cobrem produtividade no trabalho, punam a irresponsabilidade, a corrupção, a negligência, o desrespeito ao cidadão e acabem com a estabilidade absoluta, que veremos um Estado melhor e realmente servidor do povo. Grande parte dos ambientes de trabalho bastante confortável, excelentes salários e muitas vantagens pecuniárias, estruturas de informatica moderna e de última geração de nada vão adiantar se a indolência e a cadeia de desmandos e omissões burocráticas não estiver enquadrada rigorosamente na prestação do serviço público eficiente e de qualidade para o (a) cidadão/cidadã.

    Paulo Elmar

    Até parece que a culpa é do servidor público concursado! A culpa das mazelas do serviço público é dos comissionados indicados por critérios políticos para o segundo, terceiro e quarto escalão! Esses são os verdadeiros incompetentes! Tem muito servidor público dedicado e que dá o sangue e o suor pelo país, mas o seu trabalho é desperdiçado por estar subordinado às ordens desses parasitas com cargos comissionados indicados por conchavo político.

    Andre

    Sinto muito, mas isso nao é verdade. Aqui no meu estado há uma empresa pública em que os únicos que trabalham sao os comissionados.

    Os efetivos sao desatualizados, relapsos, preguiçosos mesmo. Quando se dispões a realizar, nao sabe fazer corretamente o trabalho que precisa ser feito.

    Com raríssimas exceções, os servidores efetivos sao uma nulidade para a empresa.

    Lamentável…

    Morvan

    Bertold, se tu tens conhecimento destes privilégios, tu tens de denunciar, sob pena de crime de omissão. Sou servidor público e posso asseverar que nós não temos qualquer tipo de privilégio. Muito pelo contrário. Na minha sala de trabalho (suporte de informática) só há um servidor público (eu!); os outros quatroze (14) são terceirizados. Os problemas passam bem longe. Aquele chefe que deixou de fazer trabalho A para fazer trabalho, B, a mando de alguém que queria "economizar" para as eleições parece ser bem mais o foco da "eficiência" que você prega. Aliás, "eficiente" é uma palavra bastante usada pelo PIG, não achas? Outra palavra "mântrica" do PIG é competência… porque será, heim?

    Morvan, Usuário Linux #433640

    Marcelo M

    Quer um privilégio?
    Que tal a aposentadoria do funcionalismo que acaba com nossos sistema previdênciario…
    Que tal a impossibilidade de demissão sem justa causa(como ocorre em qualquer empresa privada do Brasil)?ou vocês realmenta acham que nenhuma empresa deveria demitir sem justa causa?
    Que tal a "plaquinha" dizendo que desrespeitar o servidor é crime, desrespeitar o funcionário privado pode?

    Quer ganhar sem trabalhar? vire funcionário público…

    Bonifa

    Dos servidores, não. Perseguição, nunca. Mas dos cargos, carguetos e cargões de comissão e "confiança" oriundos do sistema neoliberal, sim.

    LuisCPPrudente

    Pelo visto o Bertold deve ser um grande especialista do PSDB nessas questões de Serviço Público, pois o mesmo acha que toda culpa do péssimo serviço público está nos servidores e não nos gestores (como o dito-cujo é tucano devo grafar "jestores", pois o PSDB é o grande "jestor" de São Paulo e que vem inviabilizando os serviços públicos estaduais nos últimos 16 anos).

    Guanabara

    Parabéns! Vc conseguiu desviar do assunto!

    Agora, voltando ao tema do artigo, concordo com a falta de cultura de prevenção no país. Infelizmente, por várias empresas por que já passei, a maioria encarava treinamentos de emergência como uma brincadeira ou perda de tempo, coisa inútil. Aí, quando o pior acontece (e, SIM, ele acontece!) aparecem as reclamações. Ah, fulano não sabia operar a máquina tal (um bote de emergência em uma embarcação, por exemplo), e X pessoas morreram afogadadas e Y por hipotermia. Infelizmente isso é muito comum, acredito eu que pela maioria das pessoas acharem que nunca vai acontecer, ou, se acontecer, não será com elas.

    Gostei do investimento. É um passo. E melhor ainda por ver que está se buscando fazer o melhor possível, e não só ficar colocando a culpa em São Pedro, como fazem certos "bons jestores" em uma grande cidade brasileira.

edu marcondes

Azenha
O que li ontem na mídia tradicional é que o tal plano de prevenção de catastrofes já existe há cinco anos mas não foi implementado. Como essa mídia não é muito confiável, gostaria de saber se a informação procede e em caso afirmativo o que impediu que saisse do papel.
Abraço

Fernando

Concurso público? Mas a EBC não era um cabide de emprego para petistas censores?

EBC lançará edital com cerca de 400 vagas em breve

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) lançará em breve novo concurso público com oferta de 300 a 400 vagas. De acordo com a assessoria da presidência, o edital já está em fase de elaboração e deve ser publicado o mais rápido possível. Segundo a EBC, haverá chances para cargos de níveis médio/técnico e nível superior. Graduados poderão se inscrever para os cargos de jornalista e analista em diversas especialidades, como as de advogado e economista. A remuneração varia de R$ 1.673 a R$ 2.801, além de outros benefícios que a instituição oferece.

Deixe seu comentário

Leia também