Artur Henrique: Como o governo paulista “engana” o SUS

Tempo de leitura: 3 min

Em São Paulo, o SUS luta pela sobrevivência
agosto 4, 2010

do blog do Artur Henrique, presidente da CUT

O Sistema Único de Saúde enfrenta uma série de desafios para atingir de maneira uniforme, em todos os locais em que atua, o padrão de excelência a que se propõe. Sua concepção, abrangência e a prática efetiva da universalidade são reconhecidas internacionalmente como exemplares. E há grande número de casos em que a rede pública chega muito próximo do ideal pretendido.

Mesmo assim, um dos desafios do SUS é romper a insistência com que é retratado quase sempre a partir de notícias negativas. Relativamente, são poucas as ocasiões em que o sistema é apresentado em reportagens que apontem seus muitos acertos. E nunca, ao menos nos grandes meios de comunicação, são denunciados ataques – espécie de sabotagem, poderíamos dizer – a que é submetido, como, por exemplo, o fato de a rede privada de hospitais encaminhar seus clientes ao SUS em casos de alta complexidade, aumentando as filas e fugindo ao que vendem – literalmente – à opinião pública.

Nem fica explícito o fato de o fim da CPMF, que retirou fonte de financiamento do SUS, não ter baixado os preços dos produtos, como prometiam. O empresariado transformou em lucro a redução tributária que conseguiu com a ajuda da oposição ao governo Lula.

Outro caso muito grave de ataque ao SUS, e que merece atenção neste período eleitoral, é a tentativa sistemática dos governos estaduais paulistas, ao longo dos últimos anos, de esvaziar o caráter público do sistema.

Um dos mais notáveis mecanismos dos governos do PSDB em São Paulo é não cumprir de verdade a emenda 29. A emenda determina a aplicação de 12% das receitas do Estado diretamente em serviços de saúde de caráter universal. Para garantir o respeito a este princípio, os movimentos populares de Saúde e o movimento sindical estão pressionando pela regulamentação da emenda com o objetivo de, entre outras coisas, estabelecer de maneira muito clara o que deve ser considerado serviço de caráter universal.

Para simular cumprir os 12%, os governos estaduais tucanos em São Paulo incluem na conta programas como os de distribuição de leite ou o “Alimenta São Paulo”, de distribuição de cestas básicas para famílias de baixa renda. Por melhor que fossem, não são investimentos no sistema público de saúde universal, evidentemente.

Uma das consequências dessa postura é que os municípios são obrigados a investir muito mais do que o determinado pela lei para cobrir a ausência de participação do governo estadual.

A secretária municipal de Saúde de Diadema, Aparecida Linhares Pimenta, informa que a cidade investe 30% de suas receitas na rede pública, quando a emenda 29 recomenda 15%.

Vice-presidente da Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Cidinha, como é conhecida a secretária, denuncia também que, em média, as prefeituras investem 22% das receitas.

Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo, afirma que são até 25% empenhados pela cidade, enquanto o governo estadual comparece só com 1%. O restante vem de repasses federais.

Tal descaso vem acompanhado de uma estratégia privatizante que atende pelo nome de Organizações Sociais (OS’s), programa que delega a entidades de caráter privado – fundações, ONG’s e outras – a administração de hospitais públicos, desde o uso do dinheiro que recebem do Estado até a escolha de que tipo de paciente será atendido, terceirizando a gestão. No Estado de São Paulo, já são 27 hospitais públicos entregues a OS’s.

Entre os resultados dessa política, um exemplo recente e escandaloso vem da região do ABC, onde o hospital estadual Mário Covas, gerido por uma OS, suspendeu desde a semana retrasada o atendimento de parto. Sem aviso prévio, sem nenhum tipo de combinação com os prefeitos da região.

As entidades sindicais que atuam no Estado na área da Saúde já fizeram algumas denúncias dessa prática, com sólida documentação. Há casos em que hospitais geridos por OS’s suspendem o atendimento a acidentados, com o objetivo de cortar custos.

Além de desumano e contrário aos princípios da medicina, esse tipo de postura rompe com a lógica do SUS e seus princípios de equanimidade e universalidade.

A gestão dos recursos públicos pelas OS’s não é submetido a controle social. Denúncias de mau uso das verbas e interrupção de atendimentos, quando vêm à tona, acontecem pelo trabalho de sindicatos e de parlamentares, que cruzam relatórios do tribunal de contas e informações colhidas através de investigação militante.

Por fim, desmentindo os ideais de “competência” e “produtividade” dos hospitais geridos pelas OS’s, há relatos impressionantes de gastos suspeitos. Um jornal de grande circulação denunciou, em 2007, que o orçamento das OS’s era em média 13,5% maior que os da administração direta, apesar de ter volume de internações 25,8% menor.

Está na hora de aprofundar este debate.


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Comentários

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Basta de Hipocrisia

E ninguém critica o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que também implantou o esquema com OS's em Pernambuco ? Ih, esqueci, ele é babão de Lula, aí pode, né

Gerson Carneiro

Taí, faltou aos assessores da Dilma se ligarem nesse assunto pra explorá-lo no debate. O Serra falou tanto em saúde no debate que o Plínio chegou a chamá-lo de hipocondríaco. E os assessores da Dilma estivessem ligados nesse assunto materia a questão. Deixaria o Serra desnorteado.

Henrique

Não é só o SUS que o governo paulista engana, engana o povo, também.
Há uma evidente 'falha' ou 'preguiça' mental em SP. O povo de Sampa parece ser muito pacato com uma verdadeira 'vida de gado'. Tudo o que globo, fsp, estadão, veja, etc… veiculam, torna-se um roteiro vital para os paulistas.!
Exemplo: o rodoanel não serve prá "PN"; não aliviou em nada o trânsito urbano principalmente de São Paulo e cidades ao redor; não há incentivos aos caminhoneiros para utilizarem o rodoanel, pelo menos não cobrando a taxa de pedágio.; não, mas o único e absurdo e inconcebível incentivo são as inúmeras praças de pedágio criadas e ampliadas em SP.

E o povo cordeirinho de SP assimilou a lavagem cerebral, por 16 anos, das praças de pedágio e dos seus altos preços com o seguinte bordão, carimbado na testa de cada um: "pelos pedágios são as melhores rodovias do Brasil".
Não há contraposição nenhuma!
Quando vai acabar este bloqueio mental de mais de uma década???
Até quando este 'choque de gestão' vai continuar enganando????

Urbano

Ah! Se 'sesse' assim, só o SUS… Eles enganam o mundo todo, inclusive dono de cassino.

Luis Armidoro

O grande entusiasta destas OS´s (Organizações $ociai$), o ex-secretário estadual de saúde morreu há 15 dias – e fomos obrigados a ler em jornais trocentos artigos, cartas e notas destacando o "defensor do SUS". Não se esqueçam de reportagem da Carta Capital de Abril mostrando que a Secretaria Estadual de saúde de SP aplica a grana do SUS no mercado financeiro, ao invés de aplicarem atendimento à população

Ignez

O município de São Paulo foi na contra-mão da história, sendo o último a implantar a gestão plena do SUS. Isto em 2001 na gestão de Marta Suplicy. Depois, a tucanada voltou ao poder municipal e passou a "ceder" às OS: hospitais, laboratórios e a rede básica de assistência. O feitio desse partido – que se apossou de São Paulo – é a privatização desenfreada dos serviços públicos, a enganação e a omissão permanente diante das responsabilidades. E o Serra vem falar em "mutirão" como política social!!! Ainda bem que Dilma rebateu dizendo que não era contra, mas um país sério não pode se ater a "mutirões". E o senhor quer ser presidente com esse "conhecimento" e "propostas"?!!! Por favor!!!!

Carmen Pires

Seria bom, Luiz Azenha, que as pessoas que pagam os caros planos médicos privados, comparassem o tempo de espera para agendamento com os seus médicos para notarem que em muitos casos, superam e muito ao da média do SUS. Tinha palno Unim…. e demorei 6 meses para ser atendida por oftamologista. Pelo SUS consegui para 20 dias, sendo que antes havia passado por clínico geral, com espera de 13 dias

cidinha

O SUS tem problemas e precisa melhorar, e pra isso é preciso resolver o problema do subfinanciamento! O SUS faz atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, faz transplante, tratamento para câncer, aplica vacina ( foram mais de 80 milhões de brasileiros vacinados contra a gripe H1N1), fornece medicamentos, inclusive de alto custo, faz parto, faz cirurgia cardíaca, trata pacientes com doenças mentais nos CAPS, trata paciente portador do vírus da AIDS, e tudo é gratuito, e todo cidadão tem acesso aos serviços.
dá pra imaginar o que seria de milhões de brasileiros que usam o SUS se eles tivessem que pagar pelo atendimento????

Mirian

Fico feliz em ver a CUT, ou pelo menos seu presidente, retomando o debate sobre saúde e SUS. A pauta "saúde" de grande parte dos sindicatos nos últimos anos tem se restringido exclusivamente a defender convênios médicos para sua base. Não tenho nada contra um sindicato buscar boas condições de assistência à saúde para seus filiados e reconheço as deficiências do SUS. Mas, vejo com bons olhos a volta do interesse da CUT pelo debate sobre os grandes golpes contra o SUS, competentemente desferidos pelos setores que defendem a saúde como mercadoria e não como direito do cidadão.

ZePovinho

http://www.tijolaco.com/?p=22030

O ovo da serpente

quinta-feira, 5 agosto, 2010 às 16:41

Alertado pelo Carlos, um dos nossos comentaristas, fui ler e fiquei perplexo com a entrevista publicada no Terra, em que um porta-voz de um movimento de jovens universitários de São Paulo destila os preconceitos contidos no movimento batizado de “São Paulo para os paulistas”. O que me choca mais é que tal pensamento fascista esteja presente em jovens, entre 18 e 25 anos, supostamente esclarecidos, que estão nos bancos das universidades, inclusive públicas.

O movimento ataca a migração, especialmente a nordestina, e chega às raias de afirmar que os “migrantes não construíram São Paulo por serem alocados na construção civil”. O porta-voz do grupo, Williams Godoy Navarro, de apenas 22 anos, confirma o equívoco dessa visão dizendo que “quem constrói São Paulo não são os pedreiros. São os empresários, os investimentos aplicados na cidade, feitos por paulistas. Falar que outras pessoas construíram a cidade é absurdo. Eles trabalharam, usaram sua força de trabalho. Não significa que construíram São Paulo. Esse prédio que você trabalha, por exemplo, não foi construído por migrantes…por pedreiros. Foi construído pela empresa que investiu, que financiou o projeto. Entendeu o ponto de vista do manifesto?”

O desprezo pela força do trabalho revela a mesquinhez absurda desses jovens. Será que eles acham que São Paulo foi construída por quem? De onde surgiu o capital que pagou a mão-de-obra que eles tanto desprezam? São Paulo é um caldeirão de culturas não só do Brasil, mas do mundo. Não existe cultura de São Paulo, algo original, puro e superior, como a ideologia nazista. São Paulo é do Brasil e não dos paulistas como prega o infeliz movimento.

Os jovens do grupo rejeitam o ensino da cultura nordestina nas escolas e seu porta-voz diz que os alunos saem do Ensino Médio e não sabem o que foi a Revolução Constititucionalista de 1932. Seria muito importante que soubessem, mas verdadeiramente. Que se tratou de um movimento para manter os privilégios da oligarquia cafeeira diante de uma revolução que iniciava a transformação do país, misturado a idéias separatistas, explícitas no lema “Tudo por São Paulo”.

O atual movimento nega ser separatista, mas conhece bem o Movimento República de São Paulo, separatista, e deixa entrever ligações perigosas. “A gente apoia o MRSP, mas não apoia a ideia de separar São Paulo do Brasil”, diz o porta-voz. Como assim? Como é possível apoiar um movimento separatista sem apoiar a separação?

Não há uma resposta do porta-voz do movimento em que não se perceba rancor, preconceito, xenofobia e arrogância. A entrevista chega a assustar com declarações de que “São Paulo não deve nada ao Brasil” e que “o dinheiro dos impostos, das indústrias e do povo de São Paulo é revertido para outros Estados, ao invés de ser aplicado novamente aqui”. Tenho certeza de que um movimento como esse jamais deixará de ser minoritário, mas é preciso estar atento para que não se deixe desenvolver esse ovo da serpente.

Thiago

Por falar em SUS e em São Paulo, alguém leu esse absurdo que está no Terra Magazine?
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI46…

Cuidado para não vomitarem até morrer. Tomem um daqueles remédios para enjoo antes de lerem. A última invenção da classe podre de SP: o nazismo-light

Sou Paulista e fico com vergonha disso.

Sônia Bulhões

Concordo plenamente com o colega que escreveu sobre as OS implantadas em São Paulo que vai privatizando por dentro o nosso SUS. Só espero que os demais estados brasileiros não acompanhem São Paulo e garantam a ferramenta chamada SUS, sonho de muita gente que já se foi e que não será desmantelado por qualquer Zé ninguém. O povo já se apoderou do SUS e não tem quem tire.

Rogerio

O SUS tem problemas sérios de ordem ética com médicos envolvidos com planos de saúde. Exemplo: Conheço casos em mais de 4 cidades sendo uma no sul e 3 no sudeste, em que médicos que atendem em unidades municipais e depois em seus consultórios particulares pelos planos de saúde, aquelas UNItodomundo sabe o resto, SURRUPIAM dos PSF's o receituário e prescrevem remédios para serem recebidos gratuitamente nas farmácias do SUS/SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE, Digo isso para apontar um item do leque de mutretas e "canalhices" praticadas contra o SUS de cabo a rabo por muitos profissionais de saúde, verdadeiros mercenários, e seus comparsas, empresários do ramo hospitalar (não estou generalizando!). Daí vão dizer: mas esses cidadãos também tem direito! Ah tem sim, mas se tem dinheiro para pagarem plano caro e consulta particular, podem pagar pelos seus remédios também ora!?

Outra questão mas que já está a meu entender resolvida é a cobrança dos planos de saúde por atendimento pelo SUS aos seus segurados, que querendo ou não debitavam na conta do SUS o ônus e ficavam com o bônus das mensalidades sabidamente por todos, estratosféricas!!
O SUS é hoje um dos sistemas de saúde mais avançados do mundo! O problema é que tem muito esperto querendo se dar bem e muito pouca gente procurando melhorar este país. Precisa ser mais bem fiscalizado.

Ontem vi uma nota sobre o compromisso de que milhonarios estadunidenses vão doar ( não sei quando) 50% dos seus bens a programas sociais daquele país. Eu acho que é folclore, porque eu não estou acostumado com isso, mas pode ser que seja verdade. O fato é que existe uma grande diferença na mentalidade do empresariado de lá e o daqui. O de lá tem responsabilidade social. O daqui tem irresponsabilidade social. Poucos são os grandes empresários preocupados com a melhoria dessa nação. Querem mais é se darem bem. Não é à por acaso que os grandes devedores do INSS são empresários.

Wilson

Sou do RJ. Um amigo tem conhecida médica da rede pública de SP, que, segundo ele, trabalharia para várias OSs, "trepando" escalas (que não cumpre em parte, por óbvio), e, em compensação, recebendo menos que o declarado (alguém embolsaria a diferença…). E os caras ainda apresentam isso como "gestão moderna"…

Francisco

Perfeita a colocação do presidente da CUT, mas esqueceu de dizer que muitos governos do PT se utilizam do mesmo processo – parcerias com OS -, oferecendo aos demotucanos argumentos para desmoralizar a oposição ao projeto que aos poucos vai privatizando a gestão da saúde em favor de entidades nem sempre sérias e muitas vezes com interesses concorrentes ou simplesmente para auferir a certificação de filantropia. Muita gente do PT faz um discurso excelente quando candidato – defende os princípios do SUS, controle público etc – e quando chega lá abre a porta para as estripulias dos demotucanos. Por outro lado, alguns sindicatos, cutistas inclusive, que têm assento no CNS (conselho nacional de saúde), só enxergam os interesses de suas categorias e se fecham a qualquer prosposta de melhoria da gestão do SUS em detrimento da população e, por outro lado, ajudando moralmento os governos demotucanos em sua saga pela desconstrução do SUS
Francisco

    Luiz Carlos Azenha

    Francisco, você poderia elaborar um pouco mais para eu publicar como texto no blog e suscitar o debate. Pode mandar para o e-mail do blog, se topar. abs

    Ed.

    Azenha, progrediu algo sobre o tema do conceito de privataria inversa do Iléa?
    Abs

    Se Nagao

    Prezado Azenha,
    Não sou o Francisco e desculpe a intromissão.
    As OS (Organizações Sociais de Interesse Público) foram criadas para atender serviços que, em tese, seriam mais baratos do que se prestados diretamente pelo poder público.
    O fato de ser uma organização privada sem fins lucrativos não a exime de prestar contas da utilização do dinheiro público, aliás, qualquer organização que recebe recursos públicos públicos na forma das OS's são obrigadas a prestar contas e devem ser fiscalizadas pelo ente federativo que está repassando esses recursos.
    No entanto, como muita coisa neste país, acaba degenerando.
    Em tese, o serviço público prestado pelas OS's devem ser mais econômicos do que se prestados diretamente pelo poder público em função de não ter os encargos sociais que outras formas de gestão tem, porém a realidade é outra. Essas OS's acabam servindo para burlar a legislação de uma forma geral e especificamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, no que tange principalmente aos limites de gasto com pessoal. Os gastos com pessoal através das OS's não entram no cálculo dos 54% estabelecidos pela Constituição Federal, assim, como outras despesas correntes que são disfarçadas como gastos das OS's para a prestação do serviço para qual foram contratadas, e outras formas disfarçadas de uso do dinheiro público.
    O Poder Público de uma forma geral tem usado e muito essa forma de contratação de serviço dito público, administrações petistas inclusive. Antes de chegar ao poder combatem esse tipo de contratação, mas quando chegam ao poder não alteram o status quo. Para não generalizar, pode ser que ao assumir a administração alguns governos petistas ou não tratem a questão de forma ética e façam a OS funcionar dentro do espírito legal.
    Os Tribunais de Contas (nos três níveis de governo) nunca fizeram auditoria na forma da lei para coibir o abuso na utilização das contratações dessas OS's, até porque se o fizerem vão apanhar os seus aliados ideológicos.
    Mesmo antes da criação dessas OSIP, as ONG'S são contratadas para atender aos interesses escusos de governantes e nunca foram auditadas por Tribunais de Contas. Diga-se de passagem que as ONG's e OS's hoje controlam um volume de recursos extremamente elevados sem qualquer controle efetivo dos entes federativos que as contratam. Muito se discute sobre a forma institucional de prestar serviços públicos, seja por empresas de economia mista, empresas públicas, fundações, etc, todas esbarram nas obrigações legais impostas e que devem ser impostas mesmo, sob pena de descambar de vez a utilização dos recursos públicos.
    A chamada burocracia atinge qualquer órgão ou entidade pública ou sem fins lucrativos que utilizem recursos públicos. No entanto, se as formas de administração dos recursos públicos forem dentro de padrões de planejamento, programação e gestão efetiva a burocracia não impede a consecução dos objetivos do serviço público. Pode ser muita ingenuidade minha mas entendo que é possível se existir vontade política para isso.
    O tão falado espírito republicano para muitos não vai além do palanque.
    Desculpe a extensão do texto.

Supertramp68

O fim da CPMF foi compensado com o aumento do IOF e de outros impostos, que também não foram para a saúde.
Além do mais esse pais mlhorou tanto no governo Lula que não temos mais pobres, nem problemas por isso podemos nos dar ao luxo de dar 25 milhões para casas na faixa de Gaza, 600 milhòes para o Haiti, Construir a rodovia Transcocalera na Bolivia, reformar Cuba, pagar mais caro a energia eletrica para o bispo papatodas, alem de perdoar zilhões de dolares em dividas.
Dessa forma, SP nem precisa contribuir já que tem dinheiro sobrando para fazer caridade pelo mundo comprando o status de grande estadista.

    O Brasileiro

    O Lula faz como diz a Bíblia e a Cabala: "É dando que se recebe!"
    Se é para dar, é melhor dar para os pobres do que dar empresas estatais para os ricos e PROER para banqueiros semi-falidos!
    P.S.: Os banqueiros agradecem o esforço do Henrique Meirelles pela manutenção dos juros estratosféricos! O "spread" é por conta deles!

    Ed.

    Mas o objetivo de faciltar a vida dos grandes sonegadores da mediocrelite com o fim da CPMF foi alcançado…
    Que era o que eles queriam…
    Quanto à sua menção gratuita à SP, o tom de paulistas paulistas como vc, é sempre o de insinuar participar menos do todo e cuidar mais de si. Sempre mantendo o máximo de vantagens federativas, naturalmente.
    Quanto a Lula, é simples:
    É uma figura humana, que não se apequena. Por isso é estadista e não um mero "zelador" do seu pedaço.
    Não sei se um dia vc poderá compreender isso.

    Carlos

    Você sabe, mas cabe lembrar: saúde é de responsabilidade da União, estados e municípios.

    Críticas às doações revelam tua mesquinhez e mediocridade.

    superdilma

    supertripa.

Mariana

Em 2001, quando cheguei na cidade de Osasco, que na época tinha como prefeito o médico Celso Giglio (PSDB), passei maus bocados nos pronto socorros da cidade por causa de uma cistite que se repetia todo mês, no principal deles cheguei a ficar 3 horas esperando para ser atendida.
No início deste ano precisei levar meu irmão às pressas para o pronto socorro municipal com uma crise de hipertensão e fiquei impressionada com o atendimento, assim que chegou meu irmão foi atendido e medicado, apesar de ser um prédio já velho o hospital estava limpo, e não havia pessoas deitadas em macas e espalhadas pelo corredor, pelo menos nos corredores por onde passei, bem diferente da situação em que se encontrava o mesmo pronto socorro onde esperei 3 horas por atendimento alguns anos atrás.
Lembrando que hoje a cidade é administrada pelo prefeito Emídio de Souza (PT).
Abraços.

Paulo Cezar da Silva

O sistema público de saúde no Brasil pode ser bom agora, mas poderá ser melhor no dia em que for proibido Serviço Privado de saúde. Esta dicotomia que vivemos, faz com que a população pague o INSS compulsóriamente, contrate um plano de saúde particular para ter melhor atendimento, e não reinvidicar a melhora do serviço público. Precisamos nos inspirar na Europa. Assistam ao documentário de Michel Moore, onde ele foi ao Canadá, e Europa, para entender como eles conseguiam ter um sistema público e universal, e os EUA não conseguiam. É esclarecedor o filme.

Se Nagao

Prezados,

A EC 29 preconiza que os 15% para os municípios devem sair das receitas de impostos próprios (IPTU, ISS, IRRF, ITBI, Receitas de Dívida Ativam Multas e Juros de Mora de IPTU, ISS), transferências constitucionais da União (FPM, ITR e LC 87/96 – Desoneração do ICMS; do Estado (ICMS, IPVA e IPI Exportação). As Transferências Fundo a Fundo do SUS não fazem parte desses 15%.
Não foi colocado mas o DENASUS fez auditoria nos estados e no estado de São Paulo foi detetado que os recursos transferidos pela União para a Assistência Farmacêutica não foram repassados para os municípios, ficando na conta do estado, provavelmente para fazer parte do ajuste fiscal nas contas do estado.

    dukrai

    a auditoria pegou os governos de SP, RS, MG e DF, todos do PraSeDarBem, desviando o dinheiro das transferências federais do SUS para aplicações financeiras. Estavam, e estão, fazendo caixa com dinheiro federal e da saúde para o famoso déficit zero do xoqui di jestão.

    Carlos

    "os recursos transferidos pela União para a Assistência Farmacêutica não foram repassados para os municípios, ficando na conta do estado"
    Governo federal não deveria repassar diretamente para os municípios?

    Se Nagao

    Existem repasses que vão direto para os municípios, mas alguns recursos vão para os estados que devem complemtá-los para repassá-los para os municípios, aí é que a porca torce o rabo, "alguns" estados que não concordam com a lógica do SUS, ficam com os recursos para fazer gestão fiscal, como é o caso do Rio Grande do Sul, da famosa Yeda 'Choque de gestão" Crusius.

ZePovinho

Vejam como a privatização é coisa boa…………………..para os espanhóis.A TELEFONICA tira do bolso dos paulistas e dá para os espanhóis.Compreendo porque em lugar onde se aceita a megatributação (para beneficiar o setor privado) disfarçada de pedágios(São Paulo) pode-se tudo:
http://www.tijolaco.com/?p=21956

Telefonica, na Espanha, vende Jaguar a preço de Gol

Recebi de um colaborador (como sempre, obrigado, Noir) notícia publicada ontem no jornal Expansión, de Madri, de que a Movistar, marca da Telefonica, lançou uma promoção oferecendo um serviço de banda larga de 10 megas por 9,90 euros mensais, o que equivale a R$ 23,76, o que no Brasil não pagaria nem um serviço acima de 512 kbps.

A oferta da Movistar só dura três meses, mas depois desse prazo o preço dos mesmos 10 megas será de 19,90 euros (R$47,76). Engraçado é que o Euro é uma moeda mais forte que o Real e o preço do serviço de banda larga por lá é bem mais barato que aqui. A mesma Telefonica, através de sua marca Speedy, oferece em São Paulo um plano de 8 megas por R$ 199,90. Depois os tucanos vêm dizer que o problema da banda larga no Brasil é a baixa renda da população.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, feita mês passado, constatou que a banda larga no Brasil é cara, lenta e restrita. Para ter internet rápida em casa, o brasileiro paga em média US$ 28 por mês, valor que chega a 4,58% da renda per capita no país. Nos EUA, o valor é de apenas 0,5% da renda per capita, e na França, de 1,02%.

Em abril, o Ipea divulgou um estudo, que comentamos aqui, mostrando que o Brasil tem a quinta banda larga mais cara numa lista de 15 países. Custa cinco vezes mais que na França e dez vezes mais que nos EUA. E estamos falando só de preço, porque se formos entrar na qualidade do serviço não vai ser possível comparar com nenhum país da Europa ou da América do Norte.

Segundo levantamento recente realizado pela empresa americana Akamai, a velocidade de tráfego da internet brasileira é uma das mais lentas do mundo, pouco acima de um megabit por segundo (Mbps), 93% menor que a velocidade média da Coréia do Sul, líder do ranking. Além disso, 20% das conexões no Brasil têm velocidade inferior a 256 quilobits por segundo (Kbps), o que passa longe da velocidade mínima estabelecida pela União Internacional de Telecomunicações, entre 1,5 Mbps e 2 Mbps.

E o presidente do sindicato das teles ainda tem a caradura de declarar publicamente que os usuários brasileiros”querem ter um Jaguar pelo preço de um Gol”. O que nós queremos é uma internet decente, com conexão rápida e que não caia toda hora por um preço justo, que parece ser o que estas mesmas empresas praticam lá fora, mas não querem reproduzir aqui.

    Mateu O'Paul

    São tão Cara de Pau que lavam o rosto com veneno anti-cupim, fazem a barba com Lixa d'água e cortam o cabelo com talhadeira, o protetor solar é oleo de peroba, e não tem cera no ouvido não, tem latex.
    O seu comentário merece parabens assim como o Viomundo tb.

    O Brasileiro

    Pobre São Paulo!

ZePovinho

O PSDB é especialista em privatizar patrimônio público para empresários amigos.

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