Adilson Filho: Chega, não dá mais!

Tempo de leitura: 3 min

por Adilson  Filho*

“Eu pensei que fosse uma bomba, pois sempre tem essas coisas por aqui”

A fala da menina, na porta da Escola Municipal Tasso da Silveira, após a tragédia mais cruel de que se tem notícia aqui no Brasil,  é sintomática e não deixa dúvidas : A escola virou definitivamente um ambiente permeado pela violência manifestada em todas as suas formas, física, simbólica, moral etc.

Há muito que se ouve, sem tem notícia e se sabe de casos de professores agredidos verbal e fisicamente , e até ameaçados por armas de fogo, alunos que se engalfinham entoando cantos de guerra de facções do tráfico, bombas, depredações, pichações etc.

O ambiente escolar além de não ser atraente pros jovens, tornou-se também muito perigoso, pra todos que ali frequentam, alunos, professorres e familiares.

Portanto, sinceramente, nesse momento tão doloroso, pouco importa saber se o “cara” como disse o governador, é um animal ou um psicopata. Pouco importa, se o “modus operandi” foi inspirado em Columbine  ou se o crime foi motivado por fanatismo  religioso.  Não quero saber nada disso.

O que eu quero é que alguma autoridade se pronuncie de forma clara e o mais rápido possível pra falar sobre  o que será feito de maneira radical pra mudar a segurança de nossas escolas daqui pra frente; pra que uma pessoa não entre dizendo que vai fazer uma palestra, sem sequer ter seu nome checado na entrada, e dispare mais de cem tiros pra cima de crianças indefesas!  Pra que uma menina de 12 anos não fale em rede nacional que jogam bombas “por ali”, na maior naturalidade desse mundo!

Ou vamos optar por continuar dando  ênfase aos policiais heróis que aparecerão no Jornal Nacional? Vamos continuar ouvindo o nome do assassino ser repetido um milhão de vezes, continuar assistindo passivos e morbidamente curiosos aos especialistas e psicólogos convidados dos próximos dias na televisão? Ou dando entrevista a jornalista da Globo News  na laje “privilegiada” de uma moradora?

Aonde nós vamos parar? Que novo país é esse que estamos construindo em que num momento como esse não se para pra analisar, refletir e se inclinar seriamente pra mudar esse quadro nitidamente falido que  é o da segurança de nossas crianças e adolescentes no ambiente escolar brasileiro.

Será que essa é a maneira que nós como sociedade, vamos escolher para acabar de vez com a educação, já tão debilitada e relegada a sabe-se lá que plano em  nosso país? Vendo a vida de nossos alunos ser retirada na própria sala de aula – meu Deus! – em crimes que poderiam (sim) serem evitados .

O prefeito do Rio de Janeiro, que dias atrás se disse aliviado  por não entrar pra história como aquele que fechou o “Amarelinho”, agora aparece dizendo que a Escola onde ocorreu a tragédia deve permanecer aberta, pois é essa a função social dela etc_ Fechar o Amarelinho, fechar a escola, abrir um fechar o outro ou vice-versa, sinceramente parece fazer pouca diferença nessa equação política, na qual não me aventuro  sequer especular.

O fato é que as crianças que choramos hoje, nós não recuperaremos mais, mas e o amanhã? E as  crianças e jovens que ficaram , os sobreviventes de todo o Brasil, que  amanhã terão que ir pras suas salas de aula viver mais um dia de insegurança  e de medo?

Eu termino com a mesma  frase que iniciei esse desabafo, que muito me chocou, da menina que deu entrevista a um telejornal do Rio logo após a tragédia:

“Eu pensei que fosse uma bomba, pois sempre tem essas coisas por aqui”

Não podemos naturalizar isso de jeito nenhum. Devemos uma resposta digna , contundente e imediata a essa aluna da Escola Tasso da Silveira , que hoje, dia 7 de abril, simboliza o luto e a luta pra que se implante de uma  vez por todas uma Educação digna e humana no Brasil.

Chega!

Adilson Filho, Professor da Rede Estadual do Rio de Janeiro

Leia aqui a análise de Brizola Neto sobre o comportamento da mídia na tragédia do Rio de Janeiro.


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Comentários

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N. Konthyegki

Eu também creio que o menor dos problemas esteja no fato de que, ao realizar uma retrospectiva do rapaz, se tenha identificado o bulling. Constatar isso após o fato consumado não é nenhuma glória para nenhum repórter ou quem quer que seja. Pois, novamente, depois que acontece esse tipo de coisa é muito fácil para quem conviveu com ele falar que a pessoa era "esquisita", "não conversava com ninguém", "andava de cabeça baixa". Isso é óbvio, pelo simples fato de que muitos desses que deram o relato pode ter sido um dos que praticavam o bulling. Basta ver a entrevista de Heloísa Villela, neste mesmo Vi o Mundo, para vermos que é muito reducionista culparmos o bulling e a psicopatia.
Como professor, também observo dia a dia a deterioração do sistema educacional, e é o caso de falar que sou de São Paulo sim, porque, como já disse alguns outros, aqui é onde vejo serem cada vez mais desvalorizado o professor. De relatos que ouço, não dá para acreditar, uma colega foi repreendida por escrito porque teve de conter um aluno que queria agredi-la – porque não se pode tocar no aluno! Ao professor nada! É onde estamos chegando nesse estado, que se quer modelo para o país! (quem diz isso são os direitosos, não eu).
Concordo com o professor da carta, o que não podemos fazer é deixar com que tais coisas sejam naturalizadas. No entanto, para desfazermos o estrago que já foi feito, há um longo percurso se começarmos a revalorizar e dar autonomia para a escola e para os educadores nesse momento, caso contrário, assim como Columbine se tornou o leit motiv norte americano, Tasso da Silveira será o nosso.
Condelências aos que perderam suas filhas e filhos nesse doloroso incidente.

@gilsonmhjr

As medidas de seguranã são precisas e necessária,s mas sem transformar as escolas em caixas forte… e não se pode ignroar que a escola fica em local pacífic, ao contrário do padrão globo de preconceito colcoar toda a zona oeste pobre como barril de pólvora e a escola tme relativa segurança e aparato , ou seja, há necessidade de seghurança, óbvio, mas há a ncessidade de entender que as medidas de segurança não precisam tornar a escola um ambiente presídio. Não ahco que os professores estejam exagerando, mas é normal tomarme posições acima do tom diante do risco a que se veem alvo, é normal irem al[ém.

@gilsonmhjr

Pra mim a questão menor aí é do tal bullying que o cara possa ter recebido, tem muito a ser discutido sobre od escaso diante da detecção de doenças psiquicas nas redes escolares, flata de tratamento de qualidade e universal a estes problerma,s mas também sorbe a origem de idéias destrutivas como as que el ecoou, que saem da boca de malafaias, bolsonaros e outros.. e estõa pro vái, uma hora o clima,o ar dá liga com um doido e está pronta a tragédia.

Gilson Moura

Pra mim a questão menor aí é do tal bullying que o cara possa ter recebido, tem muito a ser discutido sobre od escaso diante da detecção de doenças psiquicas nas redes escolares, flata de tratamento de qualidade e universal a estes problerma,s mas também sorbe a origem de idéias destrutivas como as que el ecoou, que saem da boca de malafaias, bolsonaros e outros.. e estõa pro vái, uma hora o clima,o ar dá liga com um doido e está pronta a tragédia.

culpas os professores é menor, não pq não exista a incompetnecia entre o corpod e professore,s ma spqw eles são elementos do sistema e não lideranças dele.

Gilson Moura

A questão ahcoqueé de desarmamento, simples assim, segurança armaod na escolas não ahco, a esocla não ficava em área braba e tinah equipamento de segurança sim. Falta mais cuidado? pode ser, mas tenhamos calma. A tal Bomba, que smepr soltam por lá, é bomba de são joão, que inclusive tme som parecido com tiro, não a transformemos em TNT, muito cuidado nessa hora pra não criar uma bolha de desespeor pra explcia ro inexplicável.

O menor problema das escola sé entulhar de segurança armado e outras entulharias, e mais de te rpolítica de desarmamento e treinamento pra porteiros, linha direta com polícia,etc.. mas sme criar um estado autoritários em cada escola.

Adilson

A secretária de Educação acaba de dar uma declaração dizendo que não tomará medidas para reforçar a segurança das escolas.

Aí é que reside o problema, não se trata de reforçar – pois reforçar pressupõe-se que já tem alguma força – mas sim de REAVALIAR. Repito: Um homem não pode entrar num lugar onde se guarda a VIDA DE CRIANÇAS sem ser rigidamente checado.

Mas não adianta, vamos ouvir os especialistas, psicologos, sociologos, comentaristas e estudiosos do comportamento falarem sobre tudo, menos sobre isso que é FUNDAMENTAL.
A tragédia ocorrida vira um grande laboratório onde vamos testar na mídia teses e hipótese socilógicas, psicológicas etc.
E nesse ponto, infelizmente, não tem esquerda , direita, PIG, ou midia alternativa; talvez seja esse um unico momento onde haja um consenso: Não vamos priorizar a segurança pois aconteceu com "os outros".

Foi em Realengo não foi no Leblon.

    Geraldo Mendonça

    Os filhos da secretária de Educação estudam em escola particular.

    Os filhos do governador estudam em escola particular.

    Os filhos dos jornalistas da Globo e dos "especialistas" entrevistados estudam todos em escola particular.

    Nessas escolas particulares, tem segurança de sobra. Os seguranças da escola trabalham armados, e controlam a entrada e saída de todo mundo.

    Os filhos deles estão seguros. Os filhos do pobre, não.

    Passada a dor desse momento trágico, os pais das vítimas deveriam processar o Estado por não garantir a segurança de seus filhos menores de idade. Os pais entregaram os filhos ao Estado, e o Estado estava responsável por eles, responsável pela custódia dessas crianças e pré-adolescentes.

    Como era de se esperar, o Estado dos ricos não vai "gastar dinheiro" com "bobagens" como detector de metais nas portas das escolas públicas. Afinal, filho de pobre não precisa de segurança.

    Adilson

    Pois é Geraldo, e ai de quem tentar pedir para que se trate isso com a seriedade que se exige por se tratar da vida de crianças, ai de nós quando pedimos pra que e se faça pelo menos o básico em matéria de proteger as crianças que ali estão, vulneráveis…

    Somos acusados de militaristas, paranóicos, de priorizar um estado patrulhador e não a educação…

    Volto a dizer, aconteceu com os filhos da classe popular…Poucos levantam a voz nesse momento (NEM NESSE MOMENTO!) pra que se atente pra esse problema na escola pública.

    uma pena.

    Paula

    fico pensando na trajetória dessa pessoa ( o assassino) que foi também vítima do descaso, da falta de acompanhamento digno as suas inumeras questões psiquicas e emocionais……muitos outros "Wellintons " existem por aí e onde estão as práticas assistenciais que impedem uma pessoas dessa a chegar nesse nível da loucura , que muitos dizem " sem precedentes"…..fala sério né! Onde está essa familia meu Deus, que nada faz quando ouve um jovem dizer que fará com o Cristo Redentor o que assistimos nas torres gêmeas……essa é a nossas sociedade que não cuida, não planeja, não se antecipa na prevenção e depois fica aí, aplaudindo os heróis…..

    Adilson

    Realmente Paula vc tem toda razão, num momento extremop como esse, olhando a cobertura miditática, os especilistas com suas teses sofisticadas, o festival de vaidades intelectuais e tudo isso que infelizmente influencia o senso comum e a voz das ruas, temos que nos perguntar: Que sociedade é essa que construimos?

    um grande abraço

Maria Dirce

As pessoas não entenderam ainda que a discussão sobre o genocídio é inútil, pq os portões das escolas continuarão sem segurança.Se o cara era psicótico ou esquizofrênico, ou qquer coisa, não vai ressuscitar a vida das crianças mortas.Temos que olhar a segurança das escolas e refazer tudo o que esta ai, mudar radicalmente predios escolares e novas"cartilhas"de ensino aprendizagem.Vamos reformular conceitos antigos de projetos escolares, o mundo esta todo computadorizado e as escolas pararam no tempo.Como disse um pai de uma filha morta, pra pegar atestado de óbito tem detentor de metal!!!!!!

    Adilson

    Exatamente Maria, vc foi no ponto.

    Primeiro nossas crianças precisam ter a GARANTIA DA VIDA, em seguida pensamos nas causas da violência (fundamental) e na produção dessas anomalias.
    Se todos fizessem um esforço pra tentar se COLOCAR NO LUGAR das milhares de famílias da classe trabalhadora que não tem alternativa e precisam usar a escola pública do jeito que ela está, rapidamente veríamoso pensamento hegemônico concentrado na direção de melhorar essa Escola.
    Mas infelizmente, não, muitos reclamam da mídia mas pensam com acabeça igual ao do Willian Bonner e Fátima Bernardes, já que seus filhos e o das pessoas que amam estudam em escolas limpinhas e mais protegidas. Elas pensam sobre o registro de sua experiência de vida, condicionada por sua classe social, está claro. Nesse caso, é compreeensível que a prioridade torne-se discutir e repercutir o assassino e suas motivações, lembrar de casos, fazer comparações etc.

    Adilson

    ..pois não são os seus filhos que terão que ir pra uma Escola onde um sujeito diz qualquer coisa na entrada, passa tranquilamente e atira mais de 100 vezes na cabeças de inocentes e indefesos.

    Maria Dirce

    Adilçon
    A rede Globo, principalmente a Globo News, levam psiquiatras, para discutir o falecido assassino, querendo saber qual a sua anomalia psíquica.Isso é substimar a inteligencia do telespectador.Ora, vamos discutir segurança pra nossas crianças, e não o que tinha o assassino, outros assassinos poderão vir eos portões continuarão sem segurança!!!

    Adilson

    Parece-me que o Rodrigo Pimentel foi o unico que, no meio de um debate onde tentava-se indiretamente responsabilizar o corpo docente, parou e disse: Gente o problema extrapola a questão educacional, uma pessoa não entra EM LUGAR NENHUM DIZENDO QUE VAI DAR UMA PALESTRA E ISSO NÃO É CHECADO!

helena catin

SIM! Vamos assistir passivos e morbidamente curiosos…por um mês mais ou menos ou ate o próximo massacre, porque somos: tchan tchan than tchan BRASILEIROS!!! Aquele povinho crackeado manja? Um exército de zumbis pra TUDO TUDINHO que é importante, mas se quiser ver algum sinal de vida experimente qq assunto relacionado a futebol ou 'celebridade' de preferencia algum com teor sexual, vai bombar de gente 'participando' do debate.

Gerson Carneiro

É isso mesmo. A escola não é mais o lugar interessante de estudo. Há muito perdeu o encanto e nada se faz para recuperá-lo. É tudo isso aí que o Adilson falou. Nenhuma política séria no sentido de recuperar e tornar a escola um local interessante de estudo e convivência pacífica. É só blábláblá. Em São Paulo por exemplo, que o Serra tanto gaba-se de ter ido à sala de aula dar aula, o Estado, da política que ele também tanto se gaba, chegou a pagar R$ 0,48 centavos de bônus a professores neste ano. Isso é deboche e irresponsabilidade.

    Klaus

    Sempre São Paulo por exemplo…Mas é só coincidência, né?

    Gerson Carneiro

    São Paulo é o exemplo de tudo de bom, da boa Educação, das boas estradas, da boa Administração Pública, não é? Pelo menos é o que São Paulo anuncia em propagandas do PSDB pelo Brasil afora. E que fatos constantemente desmentem as tais propagandas. Por isso que estou sempre citando São Paulo.

    edv

    Quem se gaba de ser bão, num pode ser migué!
    Não é coincidência, há motivos mesmo…
    Chama-se "desmascarar".

    Gerson Carneiro

    Deixa ele pensar que bosta de pinto é pipoca.

    edv

    Não vou falar que tem verme de bosta que acaba no "célebro"…
    Não é um diagnóstico, colega Klaus, apenas um alerta…

    Gerson Carneiro

    eu já ouvi falar… esse verme sai do reto, sobe pelo espinhaço, passa pelo estambo, e atinge o célebro.

Múcio Alcântara

A Escola é e será uma extensão do lar, as crianças são aquilo que elas veem em casa, na rua, na tv, enfim em tudo aquilo que compõe a sua realidade. Então, se os pais atentassem um pouco mais para os seus filhos já ajudaria e muito.

É preciso integração: família, escola, sociedade e governo. Vai pensando que isso acabou, o garoto simplesmente colocou em prática aquilo que muitos querem fazer e sentirão motivados, na dúvida, vejam a relação de bullying no Brasil na velha Wikipedia.

Estão todos falando mas não querem discutir o problema, não vi os especialistas convidados, falarem da sociedade que é formatada da maneira como está e seleciona as pessoas no seu Darwinismo Social. Ninguém quer falar sobre isso, pois se falar vai ter de chegar nessa coisa absurvada chamada selvageria.

edu

vamos desarmar todo mundo, começando pelos bandidos e psicopatas, vamos fazer uma passeata com pombas brancas e pedindo paz para os bandidos e psicopatas, assim com certeza eles entregarão as armas que possuem e entram à vontade no Brasil pelo Paraguai a arredores.

monge scéptico

A questão não é só de segurança. É necessário mudar os métodos de educação, para
dar aos prefessores mais autoridade, de forma a conquistar o respeito do aluno. Métodos
e metas de ensino nacionais; planejadas por brasileiros.
Essa tragédia demonstrou que as escolas por mais modestas que sejam merecem uma
portaria capaz de barrar qualquer que seja, até a identificação, como se faz nas portarias
de prédios comerciais etc.
A reforma no ensino tem que começar pelo professor, que tem que ganhar melhor, para
poder se dedicar mais, inclusive na administração das escolas.
Estamos vivenciando uma dor dolorida que incomoda.Minha solidariedade aos pais………

Maria Dirce

Azenha,
As escolas municipais e estaduais estão entregues a sua própria sorte, e faz tempo.As escolas que lecionei estaduais sp, são verdadeiros lixos humanos.muitas vezes as segundas feiras,as escolas amanheciam depredadas destruidas sem nada no lugar, a secretaria da escola onde tem toda documentação tb destruida>Sala de aulas com mais de 50 alunos, drogas por toda parte, principalmente a noite, e se o professor chamar atenção de aluno,é o maior perigo pra ele,coloca sua vida em risco, porque formam-se gangues de aliados do aluno e inimigos do professor.O governo de SP remenda faz tempo o que esta em farrapos!!!!!

Elias

A sociedade e os políticos estão transferindo pra escola e professores uma responsabilidade que não compete a eles, pois a finalidade principal dela é educar e preparar o cidadão pra vida e não ficar resolvendo conflitos constantes, provacando aí a sua total descaracterização, fazendo do ambiente escolar um lugar de terror como é hoje no seu dia-a-dia. Ainda, o professor e todo grupo pertencente à escola não é reconpensado por tudo isso, pois veja o salário de miséria que todos recebem. Só quem vive esse terror diário sabe perfeitamente do que se trata ; é o fim da Escola Pública, desgraçadamente!!!!!!!

Marta

Com a palavra os defensores do armamento. Onde estão eles? Escondidos sob as "saias" de quem?

    Klaus

    Marta, com certeza se houvesse o desarmamento esta tragédia não teria acontecido, não é mesmo, visto que assassinos e psicopatas só cometem este tipo de crime com armas legalmente adquiridas pois eles não querem problemas com a justiça. E aí? A palavra é sua agora, desenvolva.

edv

Talvez a próxima capa da Veja seja, mais uma vez, o manjado (e "indignado"): "Até quando?!"…
Parece que esta é a linha do (digno) professor.
Eu estudei em escolas públicas e particulares.
Em todas elas, uma bomba explodir num banheiro não era um fato raro.
Sempre tinha um grupo de engraçadinhos de mau gosto, mas o fato é que, depois do susto, muitos davam risadas da gracinha.
Sabemos que a violência escolar hoje é mais grave: bullying, drogas, agressões a professores, etc.
Agora, correlacionar ESTE evento à violência, um assassinato trágico de crianças (a maioria meninas!) à religião, ou ao terrorismo, ou ao não desarmamento, ou à violência urbana, etc., cometido por um DESEQUILIBRADO, me parece similarmente desequilibrado.
Como assim "pouco importa se era um psicopata"?!
Vamos colocar, na porta de cada escola (e todos os outros locais), um DLE (detetor de loucos e desequilibrados)?!
E continuar jogando, em cada evento no país, o jogo da mírdia?

@orivaldog

Bem, na minha modestíssima opinião, o ocorrido é a junção de uma psicopatia gravíssima com um turbilhão de informações religiosas.
Entendo que é mais uma vitíma da crença em seres místicos e inexistentes que resolveu fazer várias outras vítimas.
A cobertura da mídia (todos os canais) de tão ruim nem merece comentários.

Marcelo Fraga

Qualquer um que se proponha a uma análise fria (que é o que esse tipo de situação precisa) é tachado de "insensível", é dito que não respeita o sofrimento das famílias, que se aproveita da situação para politicagem.

Muitos acham que o certo nesse momento é a tentativa (falha) de humilhar o assassino, como uma espécie de repúdio ao que ele fez, chamando-o de doente mental e coisas do tipo. Isso só afeta aqueles que realmente têm alguma doença mental, pois dizem na imprensa que só um "doente mental" para fazer aquilo.

Fernando Monteiro

Olha, vou propor uma medida aqui que PODERIA sim ter impedido essa tragédia. Espero não ser esculhambado nem chamado de direitista, até porque eu sou de esquerda.

A medida é: instalar portas giratórias com detector de metais, igual a de banco, em todas as escolas públicas.

Trata-se de uma medida simples, e sem nenhum "viés ideológico". Todos os bancos não são obrigados a ter portas giratórias com detector de metais (PGDM)? O que é que tem dentro do banco? Dinheiro… Agora me digam: qual bem é mais importante, e precisa ser melhor defendido: dinheiro, ou a vida de crianças e adolescentes que estão sob a responsabilidade do Estado? Acredito que a vida de crianças e adolescentes seja um bem muito mais precioso.

Uma escola pública é uma instituição do Estado, onde menores de idade estão sob custódia e responsabilidade do Estado. Os pais entregam seus filhos ao Estado, que tem a responsabilidade de protegê-los.

A instalação de PGDM's em todas as escolas públicas poderia evitar tragédias semelhantes no futuro. Ninguém entra na escola sem passar pelo detector de metais.

E além de evitar tragédias desse tipo, evitaria um outro problema: as ameaças feitas por alunos marginais contra professores. Quem é professor está cansado de ouvir casos de colegas que foram ameaçados com armas de fogo por alunos marginais, DENTRO DE SALA DE AULA. Quem é professor sabe que isso não é fantasia, é realidade, e acontece com mais frequência do que se imagina.

Fica aqui uma proposta sensata, sem nenhum tipo de "viés ideológico", nem de esquerda nem de direita.

    Klaus

    As escolas públicas não tem dinheiro pro giz, imagina portas-giratórias.

    Lucio Braga

    A obrigação do Estado é garantir verba para isso.

Jorge

Divido com este professor minha revolta.
Todos somos culpados.
Criamos uma sociedade medíocre e extremamente violenta.

Álvaro Quincas

Ex-alunos, colegas desse rapaz, estão contando que ele era vítima de deboches na escola e que as meninas eram as que mais zombavam dele. Pode estar aí a explicação para a brutalidade contra meninas, principalmente. Mas me incomoda pensar que não houve um único professor, uma única professora nessa tal escola que tivesse a iniciativa de “adotar” esse rapaz rejeitado, ajudar a encaminhá-lo na vida, dar a ele um pouco de auto-estima, emprestar o seu apoio para integrá-lo ao grupo. Que tipo de professores são esses, que vêem um jovem sendo descriminado e se omitem, se acovardam, são incapazes de compreender a enorme dimensão de sua função de educadores?! Um gesto de solidariedade de um professor talvez pudesse ter evitado toda essa tragédia, preservado a vida desses meninos e meninas bestamente assassinados, a dor dessas famílias e de toda uma comunidade miserável, como mostraram as imagens das TVs.

alexmabreu

Colocar TODA a culpa na escola também já é hipocrisia, pois a função maior de conferir EDUCAÇÃO MORAL é da FAMÍLIA. Quem INSTRUI é a escola, mas quem lapida o CARÁTER É A FAMÍLIA. Um lar esfacelado gera é isso aí que vimos. A família é a célula-mãe da sociedade.

henrique de oliveira

A verdadeira educação começa em casa , teremos muito mais violencia se os pais não educarem seus filhos de acordo , não adianta a escola transferir conhecimento se o cara chega em casa e a mãe ta na novela que só dá péssimos exemplos se tem BBB para discutir no dia seguinte se esse ou aquele asno vai para o paredão.
Começa por ai.

Justiça!

Fanatismo e desamor, é o que mais presenciamos neste país: fanatismo pelo poder político e por salário alto, desamor ao povo, justiça, república e a democracia.Um aparteamento sem fim, prioridades e privilégios para os mesmos de sempre.A tragédia tem uma dimensão grande e abalou todos nós porque foi numa escola envolvendo crianças.Nossa sociedade é violenta e está com problemas sérios de justiça, igualdade e ética.Esta carta é a prova de que há vários problemas envolvidos anteriores ao massacre que deveriam merecer esforço dos senhores políticos para soluções.Há pessoa convivendo com o medo dentro de casa.É triste demais, é revoltante ter que conviver com tantas cenas de morte e medo. E há quem tente justificar, analisar, criticar, quando o correto era estarmos orando e cobrando ação de quem se elegeu para proteger o futuro daquelas crianças.Os discursos e análises que estamos ouvindo são preocupantes e não tranquilizam.A mídia é empresa de horror.

Alexandre Araújo

AZENHA: que tal elaborarmos um projeto de lei, nos moldes do ficha-limpa, visando a edução e saúde pública? Seria assim:

1- Educação: todo dependente de político, detentor de cargo público, só poderia se matricular em escola pública até 0 2º grauu, sob pena de perda do mandato.

2- Saúde: todo detentor de cargo eletivo ficaria PROIBIDO de contratar plano de saúde, nem sequer, participar como dependente, sob pena de perda do mandato.

EM 4 anos a educação e a saúde públicas no Brasil seriam de ponta!

    Klaus

    Inconstitucional.

Heloisa Villela

Toda essa discussão me faz pensar em duas coisas: que Brasil estamos construindo? Alguém está pensando mais lá na frente? Por que, ao que me parece, até agora só se pensou em crescer e ter uma economia forte, digna de primeiro mundo, com um forte mercado de consumo. Então, vamos distribuir renda, incentivar as compras e promover essa idéia de que a cidadania, o respeito, passa pelo direito de comprar mais. Não quer dizer que não deva haver distribuição de renda, etc, são os valores…
A outra coisa é o circo. A necessidade de usar um megafone. De aparecer e sair das sombras, o que uma ação como essa possibilita e a mídia alimenta. Um amigo meu, ontem, me dizia: "pois é, aqui no Brasil, apesar de todos os problemas que sempre tivemos, a maneira de tratar as professoras (as tias), as crianças e os idosos sempre foi muito especial". Foi… de um tempo que, pelo visto, passou e não volta mais. A escola, como sempre, é a célula menor onde tudo isso está em jogo.

    Adilson

    Pois é Heloisa, é inacreditável a forma como a mídia cobre isso. Acabo de ver na Globo News um debate onde disseram que o professor deveria ser mais preparado especializado em mediação de conflito etc.

    Mas ninguém fala do descaso e do abandono de nossas escolas. Do ambiente, pichado, sujo, ruidoso, de ataques e desrespeito onde se cria e se proliefera de forma fácil a "cultura da violência".

    Pra que falar nisso? Como você disse os trabalhadores estão podendo comprar no Brasil, que bom …mas seus filhos entregues de qualquer maneira na Escola Pública não incomoda ninguém.

Adilson Filho: Chega, não dá mais! « CartaCapital

[…] *Matéria publicada originalmente em Vi o Mundo […]

Mauro A. Silva

Esperava que um desabafo de professor fosse por mais Educação, e não mais uma voz a isolar as escolas das comunidades do entorno das escola.

    Tiago Barbosa

    Sr Mauro A. Silva porque você tem tanto ódio contra os professores,uma classe sofrida que enfrenta jornadas de 70 horas por semana,coisa do século XIX,aguenta desaforo de todos,principalmente de governos como os tucanos que não têm nenhum compromisso com a educação,ganham uma miséria e em reuniões pedagógicas são obrigados a assistirem vídeos contendo trololó de gente como Gabriel Chalita,Gustavo Iochspe,Gilberto Dimenstein,Claudio de Mauro Castro,etc….Sem falar que todas as medidas educacionais são impostas de cima para baixo sem ouvir as comunidades que o Sr. tanto defende,principalmente durante o governo Alkimim na qual o Sr declarou voto no ano passado.
    Não sou contra os métodos inovadores na educação,como o método construtivista,mas do jeito que foi imprementado,com salas com 55 alunos sendo que a Unesco recomenda no máximo 25 Alunos em sala de aula,a educação pública se deteriorou velozmente tudo em benefício das escolas privadas onde os alunos são adestrados para decorar fórmulas para passarem nos vestibulares mais concorridos.

    Tiago Barbosa

    Não sou contra a inovação na educação porém devemos ter uma prática dialética da educação,ou seja, ter uma análise crítica de todos os métodos pedagógicos,tanto os inovadores como os tradicionais,sob pena de cair no dogmatismo.

    Adilson

    Mauro,

    Leia com atenção, não se trata de isolar a Escola e o debate por melhor Educação, salário etc, fica pra outro momento. A prioridade hoje é a vida dos alunos.

Yes we créu !!!

Ora, estatisticamente o que ocorreu foi um evento raro, tragico mas raro. Nao justifica nenhuma outra atitude especifica que nao seja a da proibicao imediata da venda de armas. E ainda assim estariamos sujeitos novamente a eventos dessa natureza. A sociedade precisa entender que o ser humano eh dado a essas vicissutes. Prever comportamento nesses casos eh algo impossivel. O que se pode, no maximo, eh tentar previnir, mas ainda assim eh muito dificil evitar.

    Adilson

    Então vamos tentar previnir, ok?

Eduardo

Sinceramente não gostei. Essa tragédia nada tem a ver com segurança pública. Outra coisa: esse discurso está parecendo muito com o movimento "cansei". Texto cheio de cliches. Mudar a segurança daqui pra frente? Bobagem. Repito: essa questão não é de segurança pública. Se esse sujeito aí quisesse publicar textos reclamando da segurança pública por outros motivos, poderia tê-lo feito por muitas outras questões. Oportunismo puro e infeliz.

Bruno

(Continuando)

Em tempo: ouvi relatos – não sei se verdadeiros, digo de princípio para evitar celeumas – de que o rapaz, recluso, pouco se relacionava com o mundo. Talvez por alguma condição psiquiátrica, talvez por simplesmente não se encaixar no mundo. Evidente que este rapaz, que segundo a própria irmã nunca teve amigos e namorada, deve ter passado por maus apuros na primeira infância e na adolescência. Uma pergunta, gostaria que algum psiquiatra ou jornalista especializado em saúde (AKA Conceição) me respondesse: considerando ESTE cenário, pode-se dizer que SEM um cenário preconceituoso na escola – ou seja, com uma fiscalização mais intensa sobre a espezinhação do rapaz por suas diferenças naturais – as probabilidades de um caso destes acontecer seriam menores? Ou seja, a discriminação e a violência contra o jovem "diferente" são incentivadores para uma reação explosiva frenética como esta, no caso de um rapaz perturbado, psicótico, ou coisa do tipo? Me parece que sim, mas como não sou técnico no assunto, gostaria de ver opiniões concretas de gente bem-informada a respeito.

Bruno

Acho que a discussão não deve correr nesta linha. O problema da segurança nas escolas, em especial nas públicas, é seriíssimo, e deve ser discutido a fundo. Mas me parece um fato não só ímprevisível, mas praticamente inevitável. O que se deveria fazer, colocar revista íntima na entrada de cada escola? Este investimento vultoso se justifica, enquanto prefeituras e governos estaduais pouco investem no mais importante – o ensino?

Precisamos urgentemente de mais segurança nas escolas: para que os professores possam dar suas aulas com a garantia de poder sobre a turma, para que possam retirar alunos de sala e aplicar suspensões sem que tenham seus carros vandalizados e seus rostos agredidos, para que adolescentes não sejam expostos à prostituição infantil, a estupros, a drogas, e para que jovens que sofreram o hoje afamado bullying (uma prática antiga e das mais cruéis, que quando não machuca no corpo, rasga a alma). Este caso me parece muito mais pontual. Se não fosse dentro da escola seria no shopping, se não fosse com uma entrada fácil seria baleando seguranças desarmados.

    Adilson

    O que se deve fazer? Fingir que os filhos da elite é que estão lá dentro e não os da classe trabalhadora.

    Se assim fosse, esse sujeito jamais entraria sem identificação rigidamente checada.

    Mas isso aí não interessa, não é mesmo…

    Bruno

    Ué, mas as escolas onde os "filhos da elite" estudam tem dinheiro de sobra para torrar em seguranças, crachás chipados e o escambau. Só não acho que este seja o grande problema da educação pública brasileira. Plus ultra, não acho sequer que seja o maior problema da segurança na educação pública brasileira.

    Adilson

    Caro,

    pra faze-lo entender. Não se trata de exagerar na segurança, apenas de fazer o básico , simples.

Julio Silveira

Azenha, se me permite, outra opinião de deveria constar em teu site é a do Eduardo Guimarães, sobre a motivação do atirar de realengo, achei muito pertinente.

Priscila Susan

É com o profundo pesar que recebemos essa notícia ontem. Mas, já havia algo de errado a muito tempo nas escolas públicas deste país. E falo isso como professora da rede estadual de ensino em Pernambuco. A violência está maior a cada dia que passa nas escolas, nos professores e gestores sabemos disso a muito tempo, todos os dias clamamos por ajuda, por socorro. O Estado, no que tange a educação, não constrói uma política de Estado para a educação, mas sempre uma política de governo, não existe continuidade em educação. É só mudar prefeitos e governadores, de mesmo partido ou de outro, que a educação é mudada radicalmente, e quando a educação não tem o exito necessário a culpa sempre é do professor. Temos nas escolas públicas: tráficos, gangues, bullyngs, xingamentos e tantos e tantas formas de violência; E o professor tem que ser policial, psicólogo, pai, mãe, assistente social e quando sobra tempo ele pode exercer a profissão que se formou durante quatro anos de graduação, e as várias formas de pós-graduação (latos e stritus senso) que muitos professores da rede tem, além disso tudo tem a violência mais grave de todas que é tratar e pensar que a escola pública serve para o resto, para os miseráveis, para os desqualificados. A escola pública sempre foi e é uma escola para seres humanos. Mas como humanizar os nossos jovens e crianças, se eles escutam todos os dias que são restos e que não valem nada e que não podem ser alguém, somente pelo fato de estarem na escola pública. Basta!!! Que os políticos, que a imprensa e até mesmos os blog's sujos repensem como tratam a educação, a escola pública, e principalmente os homens e mulheres que estão no fronte desta batalha desumana que é o professor.

    maria

    Concordo inteiramente com você Priscila. Não podemos esquecer também que o Governo Federal repassa verbas para a Educação aos estados e municípios através do FUNDEB, e, que cabe a estes o correto uso de tais verbas. Porém, isto não acontece como deveria. Cada governo estadual e municipal usa tais verbas da maneira que bem entende. Apesar de receberem materiais didáticos do MEC, inventa-se "formas" de desviar recursos em "livros e apostilas" com conteúdo errado, considerado pornográfico por pais e professores, como aconteceu aqui no estado de São Paulo. Além disso, desvia-se também dinheiro da merenda escolar. Isto tudo é um absurdo. E o pior, tais governantes e prefeitos jamais são punidos. Pagam mal os professores, as escolas não têm manutenção física e ainda achincalham a população. Infelizmente, o que ocorreu no Rio é um fato trágico, porém isolado. Enquanto a comunidade, pais e alunos estiverem distantes da escola e não cobrarem de seus governos as melhorias necessárias, não teremos uma escola pública de qualidade, e, isto é possível, porque já a tivemos.

Enfermeira

Professor Adilson,
Primeiramente meus respeitos a você e toda a categoria de trabalhadores e educadores. Tenho lágrimas nos olhos ao ler o seu desabafo/reflexão, é muita desesperança, meu …. Abaixo a mídia sensacionalista! Soluções já! Segurança na escola, na comunidade. Isso poderia ter acontecido em qualquer escola no Brasil, qualquer. E vc está certo, é apenas um fato mais forte que milhares de outros que acontecem cada dia nas escolas como voce disse. O depoimento da menina é mesmo PATÉTICO. As famílias tem que processar o Estado, nós brasileiros temos que exigir segurança nas escolas e comunidades de forma prática, no mínimo.

FrancoAtirador

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Pois é. Está na hora de enfrentar.
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Bullying e assédio moral: outros ovos da serpente.

Por Luís Carlos Lopes no EcoDebate

http://www.ecodebate.com.br/2010/06/16/bullying-e

Luci

O professor Adilson Filho dá um grito por todos nós. Ná dá mais para aguentar tanto discurso vazio, sem ação e que já não mais convence porque não tem resultado. Este crime dantesco dentro de salas de aula, onde teoricamente crianças deveriam estar seguras, expõe uma realidade perversa e cruel que não mais se pode esconder: a violência está dentro das escolas.
O poder público deverá dialogar com a sociedade, com movimentos sociais e inovar e reinventar a escola. Não dá para lamentar sómente e continuar como está. Esta dor e tragédia é uma cobrança de ação política que mude o que temos presenciado. "Crimes que poderiam ter sido evitados". Cada um de nós temos que exigir dos governantes o fim da violência, o fim dos roubos a nossas residências, o fim da impunidade, o fim de injustiças.

Luci

Realmente ninguém aguenta mais, uns fingem que acreditam que está tudo bem. Não está e pior é ouvirmos um Ministro da Suprema Côrte do país afirmar que a ele não importa o clamor das ruas.
Uma Côrte que não se importa com o clamor das ruas, terá que se sensibilizar com os gritos das crianças e os gritos de dor dos pais, dos parentes das crianças mortas e os gritos de dor dos injustiçados do Brasil.Tenho uma amiga que começou dar aulas numa escola pública mês passado e já está planejando sair, com medo.Não adinta fingir que está tudo bem não está.Talvez esteja para os que auferem lucros biliardários a oligarquia capitalista, mas para a maioria da população que frequenta escolas públicas e utiliza hospitais públicos a sensação é de perda.E a impunidade aos crimes de colarinho branco? Onde estão as crianças do Morro do Bumba cujos pais perderam suas casas?

Augusto

Num Brasil cada vez mais competitivo, em que o importante é o ter, mais pessoas com esse tipo de problema vão surgir. Pode ter certeza, outros fatos semelhantes ocorrerão no futuro e dificilmente poderemos evitá-los.

josaphat

Escola hoje = insanidade, manicômio, caos, calamidade, hecatombe, barbárie, pesadelo, horror, feiúra, pavor, medo, doença, violência e morte.

Augusto

Quanto à impresa, ela só se interessa pelo fato porque: + audiência = + propaganda = + dinheiro.

ricardo silveira

“O que eu quero é que alguma autoridade se pronuncie de forma clara e o mais rápido possível pra falar sobre o que será feito de maneira radical pra mudar a segurança de nossas escolas daqui pra frente;” O que seria um plano radical? Cerca eletrificada; guardas com metralhadora fora e dentro das escolas? Ouvi em algum lugar e, realmente não tenho como dar o devido crédito: “as pessoas sempre esperam (e agora passaram a exigir) que os governos construam um país melhor para os filhos viverem, mas nunca pensam em educar melhor os filhos para viverem em sociedade.”

    Adilson

    Ricardo,

    Se vc tem um animal de estimalção que vc gosta e o deixa andando (mancando) com as quatro patas debilitadas durante anos, radicalizar nesse caso, seria apenas aplicar os devidos curativos e coloca-lo pra andar normalmente.

    Mudanças radicais são mudanças drasticas, mas é bom lembrar que sempre são relativas, aplicadas a cada caso, por isso não necessariamente exageradas como você diz, entendeu?

    abraço

Augusto

Professor, você está exagerando tanto quanto a imprensa. O que aconteceu é um caso isolado, que ninguém poderia prever nem tampouco evitar. É evidente que o rapaz responsável pela tragédia tinha distúrbios mentais. Só isso e nada mais. Se nem nos Estados Unidos é possível evitar esse tipo de ação, quanto mais no Brasil. Desculpe, mas nem as autoridades nem a polícia tem responsabilidade no fato. Essas pessoas que têm esses problemas mentais preferem as escolas justamente pela comação que causam. São pessoas que necessitam ser reconhecidas uma vez na vida, não importa pelo que. Em suma, o rapaz era doente. Só isso e nada mais. O resto é conversa mole.

    Adilson

    Augusto

    Se fossem seus filhos ou das pessoas que vc ama que estudassem numa escola onde se entra e sai sem qualquer verificação e um dia entrasse alguem e dispsrasse a esmo ferindo de morte, talvez você não chamararia o pedido dos professores por mais segurança de conversa mole.

    pense nisso.

Benjamin Malucelli

Legítima a revolta do professor. Acho, até, que demorou para acontecer uma tragédia como essa no nosso país. Com a disseminação do bullying, com discursos racistas e homofóbicos de políticos irresponsáveis que estimulam a intolerância, com o aplauso de muitos no episódio dos 111 detentos assassinados no Carandiru, com a impunidade das pessoas "de bem", com o desprezo pelo cidadão que não goza dos privilégios que nós, classe média, gozamos, e com tudo o mais que vocês quiserem colocar aqui, infelizmente, acho que o que aconteceu na escola em Realengo é o início de uma americanização da barbárie, mesmo porque as lojas que vendem armas estão aí para quem quiser adquirir uma.

Julio

O professor faz colocações pertinentes sobre o tema. Pena que ele só veja nos alunos, pais, sociedade e políticos a culpa pelo caos na educação. Os "pobres" professores não tem culpa? Despreparados, que tratam as crianças com total falta de carinho e paciência. Faltou o mea-culpa aí, meu caro mestre. A sociedade inteira está doente. Estimulada, por certo, por esta mídia tacanha e cretina.

    Vinícius

    Julio, os professores do ensino básico não são apenas mestres, como apenas os são os professores universitários, mas também conselheiros e sobretudo babás.

    É uma função muito complexa. Some-se à dificuldade natural a falta de motivação (questões de salário, etc) e a falta de condições de trabalho (o professor é uma babá de 40 crianças ou quase-adultos, mas não tem autoridade sobre um único deles; as idéias dos professores para organizar sua própria sala de aula são ignoradas ou não tem como serem praticadas; e por aí vai…).

    Concordo que 90% dos professores são ruins. Porque ser um bom professor, nessas condições, requer que o cara seja um santo. Não é só uma questão de capacitação profissional e vergonha na cara: nem toda capacitação e caráter do mundo transformar uma categoria tão numerosa numa multidão de santos.

    Eu sou burocrata. Se eu trabalho mal num dia, compenso no outro. Quase todas profissões são assim – inclusive professor universitário.

    Mas as tias e os tios, a cobrança em cima é outra…

    josaphat

    Vindo de quem não é professor, parabéns, por compreender e expressar tão bem o dilema que nós professores passamos. Obrigado!

    Adilson

    Tudo bem, Julio, eu me incluo nesse problema também.

    josaphat

    Júlio, carinho não se vende, sem se compra.

    Maria Dirce

    Mea culpa? vc lembra da sua primeira professora?

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