Veja, a serviço de Aécio, acusou deputado de ajudar falsário; seis anos depois, MP mineiro assume que lista em questão, a de Furnas, é verdadeira

Em dezembro de 2011, a revista Veja usou uma capa para atacar José Dirceu, o PT e o deputado Rogério Correia como “assessores” de um falsário. Foi alimentada pela turma de Aécio Neves e seus arapongas. Só que a lista em questão, a de Furnas, era verdadeira, conforme atestou laudo da Polícia Federal. Quanto ao conteúdo da lista em si, pelo menos três dos citados de fato receberam o dinheiro atribuído a eles — inclusive Roberto Jefferson, o delator do mensalão petista

Tiro pela culatra: seis anos depois, inquérito do PSDB contra Rogério Correia é arquivado

do site do deputado

Foram seis anos, a partir de uma “reportagem” estranha da revista Veja, publicada em dezembro de 2011, e que acusava o deputado Rogério Correia, do PT, de usar seu gabinete na Assembleia Legislativa para fabricar uma lista falsa contra Aécio Neves e o PSDB de Minas Gerais – a conhecida Lista de Furnas.

Mas o tiro foi pela culatra: hoje (29/11), o Conselho Superior do Ministério Público de Minas Gerais decidiu por unanimidade pela homolagação do arquivamento do inquérito tucano contra o deputado petista.

Esta foi, inclusive, a segunda decisão favorável a Rogério no MPMG.

Não cabe recurso da decisão tomada hoje.

Ao longo desses seis anos, o PSDB tentou de tudo para atingir seu objetivo no inquérito movido contra Rogério Correia: cassar o mandato do deputado eleito pelo povo mineiro.

A vida do deputado passou a ser investigada nos pormenores, suas contas eleitorais e até a Comissão de Ética da Assembleia chegou a ser acionada.

Em vão.

Nada foi descoberto contra o deputado.

Por outro lado, e na essência do inquérito, cada vez ficava mais clara a todos a veracidade da lista de Furnas.

O PSDB, em particular seu então secretário-geral Marcos Pestana e seu deputado federal Domingos Sávio, usaram como base uma reportagem da revista Veja que garantia ser falsa a lista de Furnas – nome atribuído ao esquema de corrupção e lavagem de dinheiro para abastecer a campanha de políticos na maioria do PSDB.

A homolação de arquivamento do MPMG, porém, evidencia o contrário do pretendido pelos tucanos.

Diz o documento, assinado pelo procurador de Justiça Luciano França da Silveira Júnior: “Conforme se depreende dos autos, não se comprovou que a aludida lista de Furnas seja falsa, notadamente sob o prisma material, consoante laudo de exame documentoscópico elaborado pelo Instituto Nacional de Criminalística, afeto ao Departamento da Polícia Federal”.

Ou seja: não há prova alguma de que a lista de Furnas seja falsa.

Quem acompanha os últimos fatos da política nacional, por sinal, sabe que a lista é real.

“Naquela época, início desta década, os tucanos tinham uma força descomunal aqui em Minas”, diz o deputado Rogério Correia.

“Dominavam o aparelho estatal, a mídia e mantinham laços estreitos com grandes segmentos do Judiciário.”

Hoje, o autor intelectual do inquérito contra Rogério Correia é o segundo maior vilão do país, segundo as pesquisas de opinião – perde apenas para o presidente Michel Temer.

Aécio Neves, a cada dia, mete-se em mais problemas com a Justiça.

Foi pego em flagrante, gravado em áudio e vídeo pedindo propina a um empresário investigado pelo Ministério Público, e até ameaçando parentes em caso de delação.

“Demorou, mas a Justiça está sendo feita”, afirma o deputado do PT.

“Espera-se que outras vitórias venham, sobretudo aquela que persigo há tanto tempo, que é a punição ao ex-governador e hoje senador Aécio, que tanto mal fez e faz a Minas Gerais.”