Requião diz que Dilma precisaria hoje de 3 votos para reverter impeachment no Senado; retorno pode depender de gesto dramático, como convocar plebiscito

Tempo de leitura: 3 min

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A ex-presidenta fala à Marcha das Mulheres pela Democracia e Cultura contra o Golpe, no Largo da Carioca, no Rio. Fotos Mídia Ninja

Da Redação

Ao longo do debate sobre a abertura de processo de impeachment contra Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, petistas fizeram todo tipo de previsão furada.

Seja por desconhecimento, traição ou má fé, os números sempre estiveram distantes do resultado final: 367 votos a 137.

Faltaram ao governo 43 votos, uma enormidade!

Por que seria diferente no Senado?

A admissibilidade naquela casa do Congresso passou por 55 votos a 22.

Dilma precisa de 28 votos para evitar o afastamento definitivo, que implica em perda dos direitos políticos por 8 anos, ou seja, até os 76 anos de idade.

Ontem o relator do caso, senador Antonio Anastasia, rejeitou o pedido da defesa de incluir no processo os áudios do ex-ministro Romero Jucá, que demonstram o complô envolvendo PMDB e aliados para derrubar Dilma com o objetivo de frear a Operação Lava Jato.

A essa altura, a ex-presidenta trava uma batalha nas redes sociais.

Nela, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse que o direito de defesa da mandatária está sendo atropelado no Senado.

Ele lembrou que, quando o processo andava na Câmara, se dizia que no Senado, sim, ela teria amplo direito de defesa.

As lideranças do golpe, no entanto, agora querem encurtar o processo, para votar o afastamento definitivo de Dilma ainda no mês de julho.

É uma forma de evitar que o desgaste prematuro de Temer comprometa votos no Senado.

Além disso, por mais que isso possa parecer provinciano, o sonho de Temer sempre foi ocupar o Planalto e fazê-lo na plenitude durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro deve ser outro elemento motivador.

O PT foca num grupo de 15 senadores: Acir Gurgacz (PDT-­RO), Antonio Carlos Valadares (PSB­-SE), Cristovam Buarque (PPS­-DF), Marcelo Crivella (PRB-­RJ), Benedito de Lira (PP-AL), Wellington Fagundes (PR­-MT), Ivo Cassol (PP-­RO), Edison Lobão (PMDB­-MA), Raimundo Lira (PMDB­-PB), Hélio José (PMDB-­DF), Romário (PSB-­RJ)Eduardo Braga (PMDB-­AM)Jader Barbalho (PMDB-­PA), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Pedro Chaves (PSC­-MS).

Porém, previsões anteriores feitas por petistas revelaram-se um tremendo fracasso.

Por isso, consultamos o senador Roberto Requião (PMDB-PR), crítico ferrenho do governo Dilma, peemedebista que tem trânsito com Michel Temer e profundo conhecedor dos humores do Senado.

Requião teve um encontro recente com Dilma, mas diz que seria antiético fazer qualquer revelação sobre o que foi conversado.

Porém, ele dá como certo que hoje Dilma teria 25 dos 28 votos necessários, faltando três para impedir a cassação de seus direitos políticos.

A direita já iniciou uma intensa campanha contra os que chama de “vira-casacas” nas redes sociais: a página do senador Benedito de Lira, por exemplo, foi inundada por comentários pedindo que ele reafirme o voto contra Dilma.

Uma análise das postagens oferece indícios de um esforço organizado, pela repetição de argumentos. Continuam focando nas mazelas do PT, nunca nos desastrosos primeiros 20 dias de Temer como presidente interino.

“Temer loteou o Estado para garantir o impeachment na Câmara”, diz Requião. “Dilma pode se concentrar num grupo de 14 senadores e tirar dali os votos de que necessita”, afirma o senador paranaense. “Está nas mãos dela transformar a votação num referendo não de seu mandato, mas dos primeiros meses de Temer no poder”, sugere.

Nos bastidores do Senado, especula-se sobre duas iniciativas que poderiam ajudar a ex-presidenta a conquistar apoios:

— deixar claro à sociedade como seria seu retorno ao Planalto, através de algum tipo de carta-compromisso;

— acenar com a possibilidade de um plebiscito para consultar a população sobre a antecipação das eleições de 2018.

Diante do apoio da mídia à essência do governo Temer — especialmente à retomada das privatizações, que pode render bons negócios diretamente aos barões midiáticos –, é pouco provável que Dilma consiga mobilizar a opinião pública para além dos já convertidos nas redes sociais.

O bombardeio de saturação da mídia durante meses a fio, afinal, obteve seu resultado: o de provocar alta rejeição ao PT e a qualquer coisa associada ao partido.

Talvez seja mesmo necessário um gesto dramático, como a promessa de um plebiscito, para vencer o virtual silêncio midiático que se faz sobre as iniciativas políticas de Dilma, especialmente nas emissoras de rádio e TV.

Embora de fato a iniciativa política deva partir dela, como sugere Requião, Temer não quer disputar o jogo nas ruas: as manobras de bastidores são o seu forte e com a caneta na mão ele ainda tem muito mais a oferecer aos jogadores que Dilma.

Abaixo, a íntegra da defesa de Dilma na comissão de impeachment do Senado:

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Comentários

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Messias Franca de Macedo

VÍDEO SENSACIONAL, HISTÓRICO E PEDAGÓGICO: Em Fortaleza, ministro da Saúde é vaiado e tem discurso cancelado sob os gritos de “Fora, Temer”

[FONTE (LÍMPIDA!): http://www.ocafezinho.com/2016/06/04/video-em-fortaleza-ministro-da-saude-e-vaiado-e-tem-discurso-cancelado-sob-os-gritos-de-fora-temer/ ]
04 de junho de 2016

https://www.youtube.com/watch?v=Ns35udokfNI

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04 de junho de 2016

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FrancoAtirador

.
.
A Mídia Jabáculê do PSDB só Sobrevive
na Base do Assassinato de Reputações

Preparem-se para o Linchamento Moral
do Presidente do Supremo Tribunal Federal.
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Marcelo Gaúcho

Redemocratizar a mídia ou viveremos em eternos GOLPES.

Daniel

Dilma não precisa de 27 votos. A oposição é que precisa de 54

Se ficar, por exemplo, 53 votos pelo impeachment e 0 contra, a Dilma retorna.

Anna

Michel, pastel: Beatles

Michel, pastel. Baseada na música dos Beatles.
https://www.youtube.com/watch?v=2gCInHmOF1s

Jose Marie Dupont

Eleição para presidente e vice agora seria outro deslavado golpe. Os malandros tupiniquins do planalto percebem que o a nau do temer o conspirador já começou fazendo água e o naufrágio está bem próximo, querem salvar as suas peles e não pensam no Brasil. Na verdade eles querem manter o tal de “presidencialismo de coalizão” que na realidade seria o “presidencialismo de corrupção” de sempre com os seus interesses pessoais predominando sobre os interesses da nossa Nação. Seria este o Brasil que queremos? Em minha opinião, se for para fazer um plebiscito que seja feito um para decidirmos se queremos ou não a convocação para eleger uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva para limpar este quadro atual que tanto nos desmoraliza tanto interna como externamente e resgatar o nosso país com uma nova Constituição que realmente represente os anseios da Nação. Para que isto aconteça,entretanto, há que se ter intensa pressão popular vinda das ruas senão os “congressistas” (!?) atuais irão se “fingir de mortos” como sempre fazem quando algo não interessa diretamente a essa verdadeira máfia que “nos representa”(!?) lá em Brasília.

luiz mattos

NOVAS ELEIÇÔES É GOLPE!
VOTEI EM DILMA ATÉ 2018!

    Alex Back

    Dilma deveria propor a troca da antecipação das eleições por um plebiscito pela Constituinte da Reforma Politica.
    Se conseguir emplacar a reforma política, como propôs em 2013, valerá MUITO MAIS do que os dois anos inúteis que lhe sobram do mandato, sob a artilharia de um Congresso hostil.

Luís CPPrudente

Tem que haver eleições gerais no âmbito federal, inclusive para a Câmara dos Deputados e Senado. Tem que haver um limpa nessas duas casas, pilantras como o senador capixaba Magno Malta tem que ser expulso do senado pelo voto popular.

Fabio

Dilma não tem liderança politica e pior, não ouve conselhos, quando ouve é de petistas tucanos.
Por isso acho dificil ela aceitar novas eleições ou propor um novo projeto de governo.
Veja que até o momento ela fala do golpe, mas não propõe nada de diferente.

    Leo F.

    Fabio, pessoalmente acho que ela deve mesmo voltar, apesar de todos os problemas e incapacidades políticas e de estratégia que ela tenha.

    Chamar novas eleições nesse momento, é um trabalho a ser feito esperando de quem não se pode esperar qualquer medida democrática: O próprio Congresso, sobre o qual cairá nas próprias mãos, a aprovação de uma PEC dessas.

    Com Dilma de volta ao Planalto, creio que tenha realmente chances de forçar e emplacar a antecipação do calendário eleitoral.
    Só que, não sejamos ingênuos.

    Teriam que ser eleições gerais, inclusive retroagindo o voto popular na Câmara e Senado. Além dos governadores.
    Fora disto, é apenas “chover no molhado” e não trará qualquer mudança decente, ao sistema político apodrecido que temos.

Serjão

Esse paspalho na presidência não pode ter uma folguinha sequer. Tem que apanhar diuturnamente nas ruas.
Que sujeitinho mais…mais….faltam adjetivos.
Enquanto isso, o xerife Moro até na faculdade já era assim meia-boca:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/por-que-moro-nao-obteve-titulo-honoris-causa-na-universidade-onde-se-formou-por-kiko-nogueira/

JOHN JAHNES

Governo FHC – http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/01/nestor-cercero-cita-us-100-milhoes-de-propina-ao-governo-de-fhc.html
No acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal, CERVERÓ afirmou que, em 1999 ou 2000, durante o governo de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, o então presidente da estatal PHILIPPE REICHSTUL o orientou a fechar contrato para operação de termelétricas com a empresa PRS Participações, que seria vinculada a PAULO HENRIQUE CARDOSO, FILHO DE FHC.
G1 tentou contato com a assessoria de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO mas não obteve resposta. O ex-presidente está em viagem na Europa. À TV Globo, O FILHO DE FHC disse que não conhece as empresas mencionadas e negou que tenha qualquer vínculo com elas.
Segundo Cerveró, o lobista Fernando Soares e o ex-senador DELCÍDIO DO AMARAL, que na época era filiado ao PSDB e diretor de Petróleo e Gás da Petrobras, queriam que a empresa Union Fenosa fechasse contrato com a Termoelétrica do Rio (Termorio), para atuar no programa criado por FHC de abastecimento de energia por termoelétricas.
No entanto, CERVERÓ diz que atuou para que a empresa de PAULO HENRIQUE CARDOSO fechasse o contrato, após a orientação de Reichstul. Na ocasião, Cerveró era subordinado a Delcídio, na Diretoria de Petróleo e Gás, mas havia sido incumbido da negociação.
“Cerveró recebeu Fernando Soares e os dirigentes da Union Fenosa. Eles acreditavam que o negócio estava fechado, mas souberam que ele havia sido fechado antes com a empresa PRS Participações, VINCULADA AO FILHO DE FHC, PAULO HENRIQUE CARDOSO.
O negócio havia sido fechado pelo próprio Cerveró por orientação do então presidente da Petrobrás Philippe Reichstul”, diz trecho da delação.
Segundo o depoimento do ex-diretor da Petrobras, Delcídio do Amaral e Fernando Soares ficaram contrariados por perderem o negócio.
“Cerveró conta que Fernando Soares e os dirigentes da Union Fenosa ficaram muito surpresos. Cerveró afirma que Delcídio não sabia que o negócio havia sido fechado com o FILHO DE FHC e que Delcídio também ficou contrariado com a situação. O negócio acabou sendo aprovado, inclusive com voto de Delcídio”, diz a delação. – http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/01/nestor-cercero-cita-us-100-milhoes-de-propina-ao-governo-de-fhc.html

FrancoAtirador

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Na realidade, são os Golpistas que precisam de 54 Votos no Senado.
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    Alex Back

    Dilma deveria propor a troca da antecipação das eleições por um plebiscito pela Constituinte da Reforma Politica.
    Se conseguir emplacar a reforma política, como propôs em 2013, valerá MUITO MAIS do que os dois anos inúteis que lhe sobram do mandato, sob a artilharia de um Congresso hostil.

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