
por Luiz Carlos Azenha
As pesquisas internas do PT paulista indicam nos últimos dias um crescimento lento, mas constante, da candidatura de Alexandre Padilha.
Números internos: 39% para Geraldo Alckmin, 20% para Paulo Skaf e 11% para Padilha.
A pesquisa mais recente do Datafolha mostra o governador Geraldo Alckmin com 49% em trajetória de queda, Skaf estável com 22% e Padilha em ascensão com 9% (divulgada no dia 10 de setembro).
Alckmin ainda venceria no primeiro turno.
Porém, a preocupação com possível segundo turno teria levado o governador Alckmin a pedir direito de resposta à propaganda eleitoral do PT, concedido para a próxima segunda-feira, num tema decisivo.
Trata-se do BOM, o Bilhete Ônibus Metropolitano, do governo estadual, que Padilha mencionou brevemente (ouça no programa acima, a partir dos 2’24”) como não sendo de integração completa. O juiz eleitoral considerou a informação inverídica. Padilha tem prometido o Bilhete Único Metropolitano, que daria um desconto considerável aos usuários do sistema de transportes. Para reforçar sua mensagem, convocou a ex-prefeita Marta Suplicy e o atual prefeito Fernando Haddad, cujas iniciativas no setor foram bem sucedidas e deram grande retorno político-eleitoral.
Padilha tem batido em dois outros pontos muito vulneráveis de Alckmin: a falta de água em São Paulo e a demora na expansão das linhas de Metrô.
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Os comerciais curtos resumem: “São Paulo não pode ficar sem água. Vou fazer as obras que eles não fizeram até hoje. Para São Paulo ter água dia e noite”.
É algo que ecoa, especialmente nas cidades e nos bairros paulistanos onde a água tem faltado:
No jingle da campanha, o indício mais claro da inflexão à esquerda que, invariavelmente, o PT faz em época de campanha: Alckmin é definido como o candidato dos ricos e Skaf, o dos patrões.
A propaganda de Padilha está muito bem articulada, com mensagens curtas, didáticas, direto ao ponto.
No entanto, além da força do antipetismo em São Paulo e da blindagem da mídia, Alckmin também tem um programa eleitoral bem feito (ao contrário de seu colega de partido, Aécio Neves). Enquanto o senador busca “respeitabilidade” usando terno, Alckmin faz papel do bonachão de camisa de mangas dobradas.
Uma eventual recuperação de Dilma Rousseff contra Marina Silva entre os paulistas, o que já está acontecendo, pode ajudar Alexandre Padilha. Alckmin não pode contar com a força de Aécio; ao contrário, carrega o peso do fracasso tucano na campanha nacional.
As projeções internas do PT cravam um primeiro turno com Alckmin marcando 35% dos votos, Skaf com 18% e Padilha com outros 18%.
A campanha deste ano tem sido marcada por grande volatilidade, especialmente depois do acidente que matou o candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos.
Alckmin ainda é favoritíssimo, mas sabe que corre risco em caso de segundo turno, quando enfrentaria uma aliança entre Skaf e Padilha.
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