Movimentos e torcidas lançam carta aberta por um futebol mais democrático e popular, contra retrocessos: “Primeiramente, fora Temer!”

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6 - IMG-20170211-WA0015Golaço no Barão.  Créditos das fotos: as três primeiras são do Coletivo Mídia e Democracia; a quarta, de Leo Souza

Da Redação

Nesse sábado (11/02), torcedores, torcedoras, jornalistas e ativistas de diversos estados reuniram-se no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, para o I Encontro Nacional do Coletivo Futebol Mídia e Democracia.

O encontro teve o apoio do Agir (Arquibancada Ampla, Geral e Irrestrita), do portal Vermelho e do Barão de Itararé.

Em pauta, as lutas contra o machismo, racismo,  LGBTfobia nas arquibancadas, elitização dos estádios, criminalização das torcidas e o casamento obscuro entre instituições que mandam no futebol brasileiro e o monopólio midiático – em especial, a Rede Globo.

Também a necessidade de unificar a agenda de 2017 por um futebol mais democrático e popular.

“Golaço”, festeja o blogueiro Altamiro Borges, presidente do Barão, em mensagem pelo Whatspp.

“No meio de um monte de torcedor de ‘time grande’ represento a torcida do Guarany de Sobral, único time cearense campeão brasileiro”, gaba-se Inácio Carvalho, editor do portal Vermelho.

Inácio registrou a presença das torcidas do Juventus, Santos, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Internacional, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Vitória-BA, Botafogo, São Paulo.

A lista dos movimentos e coletivos presentes:

Museu do FutebolGalo Marx

Fiel Torcida

Porcomunas

Respeito Futebol Clube

Parece Cinema

Sem Fírulas

Brigada Marighella

Coletivo INTERfeminista

O Povo do Clube

Celeste Proletária FLC

Jornal ABCDMaior

Torcida Alcoolizada Cachazeiros

MST

Intervozes

Resistência Azul Popular

Agir – Arquibancada Ampla, Geral e Irrestrita

Portal Vermelho

Punk Santista

Como resultado da atividade, o Coletivo Futebol Mídia e Democracia produziu uma carta abaixo.

Carta do I Encontro Nacional Futebol Mídia e Democracia

São Paulo, 11 de fevereiro de 2017

Primeiramente, fora Temer!

Nós, torcedores, torcedoras, ativistas, jornalistas, coletivos e movimentos reunidos/as no I Encontro Nacional do Coletivo Futebol Mídia e Democracia, exaltamos a diversidade de atores e a unidade construída em torno de pautas fundamentais para a luta por um futebol mais democrático e popular.

A conjuntura de graves retrocessos imposta a partir do golpe judicial-midiático-parlamentar, que alçou ao poder o governo ilegítimo de Michel Temer, torna ainda mais urgente e necessária a ação dos torcedores e ativistas nas redes, nas ruas e nas arquibancadas.

Além de ataques frontais às conquistas históricas do povo brasileiro, como as reformas trabalhista e da Previdência, os torcedores também sofrem com a crescente elitização dos estádios de futebol, a criminalização da cultura de arquibancada e das torcidas e a submissão do esporte aos interesses comerciais de uma única emissora.

Por isso, somamos forças em torno das seguintes pautas a serem trabalhadas localmente e em conjunto:

1 – Ampliar a luta contra a LGBTfobia, o machismo, o racismo e todo tipo de preconceito nas arquibancadas

2 – Reforçar a campanha “Jogo 10 da Noite Não!” como forma não só de combater o monopólio da Rede Globo sobre o futebol brasileiro, mas também despertar consciência para o tema

3 – Ajudar a construir o Agir – Arquibancada Ampla, Geral e Irrestrita, frente de movimentos, coletivos e ativistas em torno das pautas por um futebol democrático e popular

4 – Nacionalizar a campanha Estádio Sem Assédio, idealizada pelo movimento Galo Marx e Coletivo INTERfeminista

5 – Fortalecer e amplificar a luta pelo futebol feminino, promovendo debates e atividades com a presença de mulheres que atuem no campo do futebol feminino, sejam atletas ou profissionais de gestão, para integrá-las às discussões e lutas da categoria

6 – Pautar o debate sobre a democratização dos clubes a partir da participação de movimentos de arquibancada e de torcedores nos conselhos e quadros diretivos;

7 – Reforçar a luta por ingressos populares e contra a elitização das arquibancadas;

8 – Intensificar o debate e a resistência contra a medida das torcidas únicas em clássicos;

9 – Apoiar as iniciativas que lutem por uma divisão mais justa das cotas de patrocínio da TV, reduzindo a diferença econômica entre os clubes e melhorando a competitividade;

10 – Lutar pela saída do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, acusado de corrupção pelo FBI e investigado por Fifa e Congresso Nacional por violações a códigos de ética e má gestão. Fora Del Nero, muda CBF!

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Marc Pereira

Nunca se deve esquecer que democracia deve se respeitar as diferenças. Ou seja, deve se lutar pelo direito de quem não curte futebol. Futebol é bom para quem gosta e impor como uma unanimidade é tão ruim quanto a elitizá-lo. Futebol é somente um lazer e não deve ser tratado como dever cívico e obrigação social, como tem sido tradicionalmente no país. O direito de não curtir futebol deve ser respeitado tanto quanto o direito de curtir. Devemos pensar mais sobre isso, que anda bem ausente dos debates em sites progressistas.

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