Kotscho: O socialista Campos adota a tática de Jorge Bornhausen

Tempo de leitura: 2 min

Eduardo Campos chuta o balde ao atacar Dilma

por Ricardo Kotscho, no R7

“O Brasil não quer mais Dilma”.

“Dilma já está de aviso prévio”.

O autor dos disparos acima é o presidenciável Eduardo Campos, do PSB, que nos últimos dias resolveu mudar de tática e resolveu chutar o balde ao atacar diretamente a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.

Há meses empacado nas pesquisas, o candidato da chamada “terceira via”, que vinha fazendo uma dobradinha de oposição light com Aécio Neves, do PSDB, resolveu deixar de lado seu jeitão de nordestino cordato, sempre disposto a aparar arestas políticas com uma boa conversa. No último fim de semana, viajando pelo interior de Pernambuco, Eduardo mostrou a nova face da sua campanha.

Em Nazaré da Mata, o governador pernambucano foi direto ao assunto: “Não dá mais para ter quatro anos de Dilma que o Brasil não aguenta. O Brasil não aguenta e o povo brasileiro sabe disso. É no Brasil inteiro”. Para ele, a adversária que lidera as pesquisas “acha que sabe de tudo, mas não sabe é de nada”.

Eduardo Campos subiu ainda mais o tom ao falar  na manhã desta segunda-feira para um auditório lotado na Associação Comercial de São Paulo, tradicional reduto conservador. “O arranjo políitco de Brasília já deu o que tinha que dar (…). Eu poderia esperar até 2018, mas acho que nosso país não aguenta esperar”.

Bastante aplaudido, o candidato repetiu críticas que os empresários vêm fazendo ao governo: “Para os agentes econômicos fica a impressão de que falta um olhar de longo prazo. Para onde estamos indo, o que vamos fazer?, perguntou, sem dar nem esperar respostas.

Até aqui vendido pelos marqueteiros como candidato da “nova política”, uma opção à velha disputa entre PT e PSDB, Eduardo Campos foi apresentado aos empresários paulistas por ninguém menos do que Jorge Bornhausen, o mais vistoso símbolo do que há de mais reacionário na política brasileira, ex-expoente da Arena, do PDS e do PFL, um cacique que foi ministro de Fernando Collor e tinha muita força no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Hoje sem mandato, Bornhausen é agora o mais forte aliado de Eduardo Campos, depois de Marina Silva, que deve ser a sua vice da chapa do PSB. Se Marina já rodou o xale ao saber que Ronaldo Caiado estava na aliança, dá para imaginar como deve ter gostado da chegada do companheiro Bornhausen e da adesão de Roberto Freire, Heráclito Fortes, Inocêncio de Oliveira, etc. Nova política? Assim, o que vai sobrar para Aécio Neves?

O novo estilo belicoso do presidenciável socialista, que rompeu recentemente com o governo do PT, certamente tem muito a ver com a forma Jorge Bornhausen de fazer política. Pelo jeito, a guerra eleitoral já começou.

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Comentários

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Zanchetta

Eduardo Campos pode comprar o carro da cor que ele quiser, desde que seja preto…

ricardo silveira

Qual a razão dos meus comentários não estarem sendo publicados? A linguagem é inadequada? Ou há outro problema?

    Luiz Carlos Azenha

    Provavelmente cairam no spam. Desculpe, Ricardo, temos tido um grave problema com isso. Pode repetir? abs

    ricardo silveira

    Tudo bem, compreensível. Obrigado.

Bacellar

E por falar em “nova” política…

http://cartunssujos.wordpress.com

Eliseu

Falando das alianças e etc, fica até contraditório apoiadores e militantes do PT externar algo sobre alianças alheias, se me falha a memória o partido em questão, PT, possuí uma intima aliança com o PMDB, partido esse que é composto nada mais nada menos por José Ribamar Sarney, Senador pelo Amapá, soa-me incoerente e injustificáveis ataques ao adversário morto, segundo os militantes mais orgânicos do PT, se Eduardo Campos é carta fora do baralho, me expliquem, vocês militantes qual o motivo de ataques diretos a Eduardo?
E dá mais vergonha ler que vocês pautam a “democracia”, perderam ou noção ou viraram anencéfalos? Democracia é produzir o debate, é deixar que as outras forças se mostrem ou estão no governo pelo simples “poder pelo poder”! Deem licença meus caros, respeitem o PSB estiveram com vocês desde sempre, então, deixem que ele crie asas e deem asas a nova politica.

    Mário SF Alves

    “Democracia é produzir o debate, é deixar que as outras forças se mostrem ou estão no governo pelo simples “poder pelo poder”! Deem licença meus caros, respeitem o PSB estiveram com vocês desde sempre, então, deixem que ele crie asas e deem asas a nova politica.”
    _____________________________
    Exatamente.

    Agora, nos diz como? Que debate? Esqueceu que vivemos sob o tacão da pior elite do mundo, com grande parte dela a serviço de interesses exógenos. Já esqueceu a História e a formação e o modus operandi das oligarquias nesse País Continente, neste caldeirão de etnias, riquíssimo, e injustificadamente e desumanamente tão atrasado e que somente agora respira ares de independência e soberania?

    Que debate? Como qualificá-lo? Como qualificar este suposto, quimérico e quixotesco debate?

Julio Silveira

Admito a oposição criticar a Dilma, está no seu papel. Afinal nunca usufruíram diretamente as benesses do poder, eu disse diretamente.
Já um politico que era situação até uns minutos atrás, cujo partido até agorinha tinha ministro fazendo tomando parte nas diretivas do governo, é muita hipocrisia, para não dizer algo pior. Querer criar um contraponto artificial criticando a turma que fez parte e ser muito traidor.
Como será depois se a Dilma ganhar, o que é muito provável pelos indicadores, vai ficar feito mosca de padaria gravitando atras do pão doce?

    Mário SF Alves

    São todos do time do destino manifesto às avessas. E não estão a sós, contaminaram um País inteiro. Existe, inclusive, uma tal teoria [ou seria filosofia?] do capitalismo periférico/dependente. Juram de pés juntos que é o destino; o nosso destino. Há quem chame estado de coisas de complexo de vira-latas.
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    Reminiscências do Brasil-Colônia, isso, sim.

JOACIL CAMBUIM

O POVO, em sua maioria, é pacato. Não gosta de radicalismo. Basta analisar por que o PT não ganhava eleição para presidente. Com esse discurso raivoso e os novos aliados, penso que Eduardo Campos não chegará à Presidência da República. A grande massa não é de direita nem de esquerda. Acho até que fica assustada com o discurso da classe média alta, em especial a de São Paulo, que não titubeia em votar em tucanos, a despeito dos grandes escândalos, em especial os dos trens e metrô.

    Mário SF Alves

    Tem razão. Mas, ainda vai chegar o dia em que o conservadorismo, o conservadorismo da pior elite do mundo, vai ter de abrir as comportas e dar uma sacudida na ordem secularmente vigente e permitir alterações profundas na realidade estrutural e estruturante deste país. Aliás, tem muito conservador, capitalista até a medula, q
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    Como diziam os mais sábios: o tempo não para!

Mário SF Alves

“Até aqui vendido pelos marqueteiros como candidato da “nova política”, uma opção à velha disputa entre PT e PSDB, Eduardo Campos foi apresentado aos empresários paulistas por ninguém menos do que Jorge Bornhausen, o mais vistoso símbolo do que há de mais reacionário na política brasileira, ex-expoente da Arena, do PDS e do PFL, um cacique que foi ministro de Fernando Collor e tinha muita força no governo de Fernando Henrique Cardoso.”
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Êita, República! Três poderes isonômicos. Três! Os três constitucionalmente com igual independência e autonomia. E por que justo o Executivo tem de ser assim tão ferrenhamente [e desonestamente] disputado? E que disputa! Vale tudo. Vale bolinha de papel transformada em míssil; vale intromissão de Papa; vale ideologia antipovo; vale até apelar para a amnésia coletiva ao tentar desconstruir as conquistas do adversário. É… pelo visto, só não vale mesmo é olho no olho.

Cadê a oposição transparente, limpa, programática? Cadê a nova política? É assim que querem fazer prevalecer a Democracia?

Fariam melhor se disputassem aquele outro poder, o quarto, que hoje encarna a oposição ilegítima e sem mandato. Esse, sim, se em boas mãos poderia ser de grande utilidade ao povo.
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Fantoches! Neoliberais mal assumidos, dissimulados, sem uma linha sequer de projeto de interesse coletivo, e por isso mesmo, sem voto, e sem um partido, digno do nome, que os sustente.

Até quando ainda vão insistir em vender gato por lebre? É assim que querem defender a pluralidade democrática?

Camaleônicos! Mostrem a cara! Medo do quê? Mostrem a quem de fato servem. Qual o problema? O Enéas não mostrou?

Ah, sim, isso seria suicídio “político”?

E desde quando politiqueiro morto se suicida?
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Pronto! Desabafei. Agora vou tentar entender o arrazoado do neto do valoroso Arraes.

Resta saber: existe razão no arrazoado? O Brasil, de fato, precisa de mais essa firula eleitoral? Tá certo que os demo-tucanos não têm mais como dar conta do acordo neoliberal “imposto” pelas corporações que entranharam de vez nos governos norte-americano e europeus, mas, ainda assim… ainda que com o enredamento do partido, o PSB tinha de se comportar de forma exatamente igual? Não tinha uma brechinha que fosse pra algo melhor não?

Cezar Gouvêa

Lentamente Dudu assume sua personalidade reacionária. Esta “saindo do armário”, certamente para gaudio do espirito de seu falecido avo. De braço dado com Jorge Bornhausen? Demasiado para um socialista herdeiro do velho nordestino, que certamente se revolve no tumulo.

Urbano

É incrível o estoque de parvos na política. Mal voou um e já se tem outro devidamente encaixado no lugar.

ricardo silveira

Bornhausen, Marina e Eduardo Campos, todos no mesmo balaio, todos comungando os mesmos interesses de um Brasil que pode mais. Tem-se que reconhecer, estão tentando tudo, tá difícil para a oposição e, não há dúvida, ficar pior.

Luís Carlos

Campos, Marina e Bornhausen, todos juntos e abraçados. Velha nova política. Até onde vai Campos? Até a mamãe no TCU?

    Urbano

    Esse xodó é bem antigo; um verdadeiro ás na manga da camisa…

eurico

Duduzinho!Esta noite eu tive uma séria conversa com seu avô. Ele anda muito chateado. Você sabe como ele gosta de você. Ele me descreveu a cena dele com você em seu colo. Todo orgulhoso, me disse que dizia: Eduardo, meu pequeno pernambucano, sua sina é ser o criador de um novo Brasil. Em ti tenho fé! Eu lhe disse: Meu amigo, não confundiste Lula com edu? Ele pensou, pensou, e disse: não importa! o importante é que há de ser um Pernambucano!
Eta velho marrento de bom!

    Zanchetta

    Sinto muito pelo seu falecimento!!! E dê lembranças ao avô do Dudu…

RIcardo Munhoz

Se querem saber sobre Jorge Bornhausen leiam as páginas 45 a 49, capítulo 4 do livro Príncipe da Privataria de Palmério Dória ou mais nas páginas 122 a 131 do capítulo “O voo do macuco” do livro ‘Operação Banqueiro” de Rubens Valente. Depois tirem suas conclusões.

Dirceu Honorato

Um boquirroto, se não fosse o governo Lula e Dilma como estaria o Estado de Pernambuco hoje? Está botando os pés pelas mãos, vai morrer na praia.

    Lukas

    Todos temos que ser gratos ao PT, oposição ao PT é falta de educação.

    Brigado padim Lula!

    Mário SF Alves

    O problema não é a “oposição ao PT”, caro Lukas. O problema é oposição ao Brasil. Oposição fernandenheriqueana, eduardo-marininossilvana, mal assumida, dissimulada, camaleônica. Oposição ao interesse do povo brasileiro. Oposição tipo mais do mesmo, há quinhentos anos de História. Isso sim, é o problema. Oposição escondida atrás da velha e surrada tese do capitalismo periférico, dependente. Oposição de um certo destino manifesto, porém às avessas.
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    Mostre onde e como essa oposição não é problema. Mostre o que pode ser de interesse coletivo nessa oposição?
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    Dou a mão à palmatória. Um dia sonhei com a aliança entre PT e o PDT, na época do Brizola. Foi só um sonho. E só. Por quê? Ou seja, o que é mais complexo, a política brasileira ou a política eleitoral brasileira?

alfredo de padua

´

Em outras palavras: o Brasil não cabe mais na camisa de força dessa politica de destruição de todas as nossas recentes conquistas. Fugir desse debate sério e partir para desqualificar o oponente não é nada progressista, a não ser um baita RECIBO

José X.

O que impressiona é a burrice do Eduardo Campos. Sair de um time que está ganhando para jogar com time que está naufragando ? O PSDB só não virou nanico porque virou apêndice da Globo, e é com essa gente que ele está contando para ganhar a eleição…

    Lukas

    Você deve ser pemedebista, pelo menos tem a mentalidade deles.

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