Cynara Menezes: Mujica se desprende cada vez mais do atraso latino-americano

Tempo de leitura: 6 min

A ousadia de Mujica

por Cynara Menezes, em CartaCapital

Em um episódio de 1995 do desenho animado Os Simpsons, Homer, o patriarca da família e símbolo da classe média americana, localiza, em um globo terrestre, o pequeno Uruguai, ao sul da América do Sul, e erra a pronúncia do país: “You Are Gay”. Quase duas décadas mais tarde e após três anos de um governo de esquerda, o ex-guerrilheiro tupamaro José “Pepe” Mujica deu a nosso vizinho de 3,4 milhões de habitantes tanto destaque no mapa que até Homer, sinônimo no Brasil do telespectador médio do Jornal Nacional da Rede Globo, seria hoje capaz de reconhecê-lo.

Mujica é, segundo definições mundo afora, “o político mais incrível”, “o líder que faz sonhar”, “o presidente mais pobre do planeta”, que abriu mão de 90% do salário e preferiu morar em sua chácara em vez de na residência oficial. A revista americana Foreign Policy o listou entre os cem pensadores mais importantes de 2013, por redefinir o papel da esquerda no mundo.

“Quando o presidente venezuelano Hugo Chávez morreu, em março, muitos acharam que o crescente movimento de esquerda latino-americana morreria com esse populismo de camisas vermelhas. Poucos meses depois, entretanto, o movimento encontrou um novo e pouco provável guia em José Mujica, presidente do Uruguai”, anota a publicação. “A controversa agenda de Mujica, que o fez ganhar tanto amigos quanto detratores, gerou um novo debate sobre o futuro da esquerda latino-americana. Ao estabelecer uma ruptura entre o claro antiamericanismo de Chávez e também com o profundo conservadorismo social da América Latina, Mujica aponta para um possível caminho futuro para seus camaradas.”

Pepe despertou uma verdadeira Mujicamania até mesmo entre quem tenta esquecer seu passado de guerrilheiro que sequestrou e assaltou bancos durante a ditadura uruguaia e que passou 10 de seus 14 anos de prisão na solitária, edulcoração semelhante à produzida pela mídia mundial em relação a Nelson Mandela.

Mujica não dá, porém, sinais de pretender interromper os seus projetos “revolucionários”, em nome da conciliação ou da governabilidade. Na campanha presidencial, nunca amenizou o discurso para conquistar ou acalmar o eleitorado conservador. “Se chego a segurar o manche, vou expor minhas ideias. Vou propô-las e, se não aceitarem, que me apresentem outro projeto”, disse, em longa entrevista ao veterano jornalista uruguaio Samuel Blixen no livro El Sueño de Pepe. “Nós, os esquerdistas, vivemos tempo demais prisioneiros de um marxismo mecanicista, que não é culpa do velho Marx, mas do que veio depois.”

Postas em prática, as ideias surpreendem o mundo pelo viés progressista. Enquanto, no Brasil, religiosos chantageiam e encurralam o governo, na terra de Mujica, só neste ano, foram legalizados o aborto até o terceiro mês e o casamento gay. Para culminar, a legalização da maconha, aprovada pelo Senado por 16 votos a favor e 13 contra na terça-feira 10 e que agora vai à sanção do presidente, é uma experiência única. O Estado controlará a produção e a comercialização em farmácias a 1 dólar o grama. Os usuários poderão cultivar até três pés da planta em suas próprias casas e organizar cooperativas de consumo.

O objetivo é acabar com o tráfico da erva no Uruguai e reduzir a criminalidade. Segundo o presidente, a maconha não será legalizada, mas regulada, em substituição a um mercado à margem das regras. A oposição criticou a transformação do país em um “laboratório” e ameaçava recorrer a um referendo para derrubar o projeto. Rival de Mujica em 2009, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle ironizou e sugeriu a criação de uma “Petrobras da erva”.

A Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes, órgão das Nações Unidas responsável por supervisionar o cumprimento de convenções sobre drogas, condenou a decisão e afirmou que a lei viola os tratados internacionais assinados pelo Uruguai.

Em nota, Raymond Yans, presidente da entidade, declarou “surpresa” com a aprovação e se reportou a uma convenção de 52 anos atrás. “O objetivo principal da Convenção Única de 1961 é proteger a saúde e o bem-estar da humanidade. A Cannabis está submetida a controle por esta convenção, que exige dos Estados signatários limitar seu uso a fins médicos e científicos, devido a seu potencial para causar dependência.”

Um documento interno da ONU, divulgado pelo jornal britânico The Guardian no começo de dezembro, revela, porém, uma insatisfação crescente dos países que assinaram a convenção. A Noruega e o México criticam os maus resultados da guerra às drogas e da proibição. Para a Suíça, a repressão tende a afastar os consumidores dos serviços de saúde pública que previnem as doenças transmissíveis pelo sangue. O Equador solicitou “esforços especiais” no sentido de reduzir a demanda.

Diante das críticas, Mujica ressaltou o caráter inovador da legislação e manteve-se firme. “Vamos ter dificuldades? Certamente, mas a quantidade de mortos por ajustes de contas por causas vinculadas ao narcotráfico representa uma dificuldade muito maior”, disse, em entrevista ao uruguaio La República. “Iniciamos um caminho para combater o vício por meio da educação e identificando os que consomem e tendem a se desviar do caminho. Einstein dizia que não há maior absurdo que pretender mudar os resultados repetindo sempre a mesma fórmula. Por isso queremos experimentar outros métodos.”

Tanto o líder uruguaio quanto sua mulher, a também ex-tupamara e senadora pela Frente Ampla Lucía Topolansky, confessaram ter pouco ou zero conhecimento sobre a maconha até assumirem o projeto pela legalização. “Nós dois, como temos certa idade (ela, 69, ele, 78), éramos perfeitos ignorantes no assunto. Éramos. Agora não”, disse Topolansky, cotada para o posto de vice na chapa do provável candidato à sucessão de Mujica, o ex-presidente Tabaré Vázquez.

Quando a notícia sobre a legalização apareceu nas agências internacionais, surgiram as primeiras reações contrárias na vizinhança. No Peru, especialistas temiam que a liberação aumentasse a produção de drogas no país de Ollanta Humala. Segundo levantamentos de especialistas, a maconha a ser produzida pelo sistema estatal uruguaio não daria para cobrir nem a metade da demanda de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

“O Uruguai, minúsculo em população, pode funcionar como um ‘país-laboratório’ perfeito. O potencial impacto negativo para os países vizinhos, se vier a acontecer, deverá ter proporções muito pequenas”, opina o psiquiatra Luís Fernando Tófoli, professor da Unicamp. “Ao se colocar em perspectiva o tamanho do passo dado na direção de poupar as vidas perdidas na guerra contra o tráfico, é um risco que vale a pena ser corrido.”

Houve quem recebesse a brisa vinda do Sul com franco entusiasmo. O ministro das Relações Exteriores, Luis Almagro, contou que as embaixadas uruguaias têm recebido consultas de estrangeiros interessados em fixar residência no país onde a maconha é livre, mas esclareceu: não será permitido o “turismo da Cannabis” nos moldes da Holanda. E o potencial econômico da produção e comercialização começa a atrair as atenções de centenas de produtores agrícolas e investidores estrangeiros, segundo o jornal uruguaio El Observador.

Para o ex-presidente mexicano Vicente Fox, hoje um ativista e futuro investidor da maconha liberada, a legalização foi um “dia de festa”. “Parece-me que o Uruguai vai ganhar uma grande reputação. A medida é correta, vai evitar ser um território com violência e narcotráfico como no México. É uma decisão muito vanguardista.” Em maio, o ex-presidente se associou ao ex-executivo da Microsoft Jamen Shively, que registrou a primeira marca de maconha, a Diego Pellicer, em homenagem a um antepassado de Shively.

Até o momento, a dupla conseguiu reunir os 10 milhões de dólares necessários para investir em uma casa de distribuição de Cannabis no estado de Washington, um dos dois estados americanos onde é permitida a venda de maconha para uso recreativo. O outro é o Colorado. Em 18 estados, o uso medicinal é permitido. Presume-se que apenas nos EUA o negócio da maconha poderá movimentar 20 bilhões de dólares anuais.

Obviamente, a ideia do socialista Mujica, ao chamar para o Estado a produção e comercialização da maconha, não é transformar o vício em negócio. Ao contrário. O presidente do Uruguai conquistou fãs ao redor do mundo por sua posição anticonsumo, como ficou explícito no célebre discurso na Assembleia das Nações Unidas, em setembro. “A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à economia e ao mercado”, criticou. Não seria com a maconha, uma planta, que Mujica iria agir diferente, em busca de divisas para sua nação.

A principal dúvida recai sobre o modelo estatal de produção e comercialização. “Acho excessivamente regulamentado, diante de uma planta tão ‘anárquica’. Pode incentivar a desobediência civil a alguns pontos, como a necessidade de cadastro ou o limite de cultivo. Mas ainda é cedo para julgar”, pondera Tófoli. “O plano está posto. Vamos vê-lo em funcionamento na sociedade uruguaia para podermos criticar, sugerir melhoras e, principalmente, pensar como proceder no Brasil.”

Em um subcontinente dividido entre a névoa do socialismo do século XXI e uma esquerda desenvolvimentista à moda dos anos 60 do século passado, Mujica mostra-se uma liderança sintonizada às demandas da modernidade. Logo ele, mais parecido a um personagem saído de algum romance latino-americano do século XIX.

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Comentários

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leprechaun

o cultivo da maconha é uma brecha aberta pelo capital que possibilita reprodução e satisfaz uma demanda progressista, quando marx falava de dialética e contradição era mais ou menos esse o sentido

FrancoAtirador

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Em praticamente todo o mundo ocidental

o uso da maconha está, de fato, liberado.

Essa oposição radical ao Governo Mujica

é de cunho estritamente político-ideológico

com óbvios interesses econômicos por trás.
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Preocupado-rj

A realidade é uma só. A Imprensa corporativa e oligopolizada-escrita,falada e televisada- e que são Meios de Enganação de Massa, procura infundir o medo e o terror sempre na certeza que todos nós já estamos imbecilizados faz muito e muito tempo. Com uma tecnologia de Comunicação e Informação jamais imaginada conseguiram e continuam conseguindo internalizar nas mentes emburrecidas de que os “elementos da Natureza”, todos eles, não são “dádivas divinas” e que não têm “zilões” de utilidades quando são utilizados apropriadamente pelos homens.Deveria ser por todos aprendidos de que todas estas dádivas (fauna,flora,o mundo mineral e tudo que nos cercam)sempre que forem utilizados “inapropriadamente” são transformados em “drogas” exclusivamente pelo “homem” e somente ele.A “água” quando usada inapropriadamente fica contaminada, matando por “diarréia infecciosa” diariamente dezendas de crianças nas mais diversas regiões do nosso país.A canção diz..”..a força da “grana” destrói coisas belas”. A única “droga” que realmente existe é o próprio homem e somente ele e com a ajuda da “grana”.

Elias

Todos os aplausos a José Alberto Mujica Cordano, presidente do Uruguai. Um homem à frente de seus semelhantes, um bravo, um guerreiro, um cérebro sul-americano repleto de sonhos e realidades. Precisa ser muito imbecil para não reconhecer que Mujica está muito acima da liberação da maconha, Mujica é um libertador recolhido em seus país de pouco mais de três milhões de habitantes, porém, suas ações repercutem planeta fora. Viva Mujica! Viva o Uruguai!

Bacellar

Monstro!

O velho passou 11 anos enterrado num buraco. Saiu de lá ungido.

O mais fantástico de seu incrivel legado e história de vida é mostrar para todo lider de esquerda o poder de dar o exemplo. Até o coxinha mais babaca e rasteiro respeita o Pepe.

Aprenderemos sua lição?

Quanto a maconha; não passa de uma planta. Tem que legalizar mesmo. Alias se não fosse corporações como a Dupont e burocratas que perderam o cabide no pós lei seca nem sequer seria proibida!

Dale Chacarero!

Douglas da Mata

Mais do mesmo:

Segue o Mujica como heróis dos coxinhas ilustrados. Sim, qualquer setor de pensamento tem os seus.

Ora, eu só posso imaginar o debate sobre descriminalização de drogas em um país se o debate avançar a um ponto crítico: como legalizar o consumo e manter a venda sob proibição penal?

É como vender carros e proibir a venda de gasolina.

Dentro da lógica mujicana, os mesmos de sempre serão os buchas de sempre: os varejistas do tráfico continuarão a servir como objetos da paranoia classemediana, pauta para a imprensa escorre sangue, e objetivos políticos internos de segregação permanente e estigmatização, associada a questões geopolíticas (ver caso EEUU x Colômbia, EEUU x Panamá, EEUU x Afeganistão, EEUU x México, e os “resultados estrondosos”).

Não é preciso recordar que a onda de heroína na Europa se deu como resultado das intervenções e interesses anticomunistas no Afeganistão em 80, financiando a guerrilha talebã(??) com a rota do ópio, ou que a guerra contra as drogas (Reagan em diante) foi cuidadosamente montada para dar resposta a intervenção estadunidenses nos arranjos produtores (cartéis) locais, e o consequente derrame das drogas (cocaína) nos EEUU, que financiaram os “contras”, e quiçá até contaminaram o caso Irãgate.

Resultado: Nos EEUU, 2 milhões de presos, quase todos pretos e pobres, que nunca mais votarão ou conseguirão, ainda que cumpram suas penas e nunca mais cometam crimes, moverem-se na estrutura social. (ler The New Jim Crow, etc, por Michele Alexander, Editora Newpress). No Brasil, 60 mil jovens mortos, e outros tantos incontáveis lesionados e feridos, e presos, 70% pretos e pobres, 60% condenados e presos por crimes de tráfico ou derivados (porte de arma, roubo de carro, homicídios, etc).

No Brasil, o debate segue pelo mesmo caminho, e será então que poderemos então ombrear Mujica e FHC?

Pois é.

Não há saídas fáceis como as propostas por Mujica, mas é certo que o arranjo estatal uruguaio, suas dimensões, história e demografia permitem aventuras classemedianas deste tipo, que o tornam um “herói”.

Mas “heróis” só servem a contemplação. Uma pena.

Quanto à pobreza, é bom lembrar, Hitler morreu quase sem bens, se considerarmos os outros “cabeçudos” da sua época.

Stálin idem.

Me dirão os “coxinhas do bem” que estes gestos muujiquianos reificam a possibilidade de questionar o atual modelo de consumo exagerado. Pode ser. Mas me dá arrepios o uso político que é feito desta simbologia franciscana (ops, terá alguma coincidência religiosa ou milagrosa na pauta dos dois queridinhos espartanos da mídia?).

Fica a pergunta, o álcool mata milhares de pessoas no Brasil, no Uruguai e outros da AL, quase a totalidade dos eventos ligados a combinação nefasta entre a bebida e o volante, e aí, como faremos?

Estatizar a produção de bebidas ou de carros?

Não dá né.

Então, é preciso parar de celebrar o deslocamento da responsabilidade pelo financiamento/produção/distribuição das drogas proscritas apenas porque há uma imensa e assassina rede de comércio, tráfico de armas e lavagem de dinheiro que sobrevive como estrutura marginal produtiva.

Senão teremos que encampar a fabricação de cigarros porque há contrabando, quadrilhas especializadas nesta modalidade delitiva, mortes, violência(embora em número bem menor), ou o setor de propriedade intelectual e produção de bens culturais de massa, pelos mesmos motivos.

No caso das drogas, os governos (o Estado) não conseguem dar conta de interferir na essência desta cadeia: a decisão individual de uso.

É mesmo caso do aborto, ainda inutilmente criminalizado por uma consagração religiosa imbecilizante, que não consegue controlar nem as suas fieis, ou seja, boa parte das mulheres que se confessam ter alguma religião praticaram abortos, ou o farão.

Ou do suicídio, onde nenhum Estado pune a tentativa, a não ser que com a participação de terceiros, instigação, auxílio, induzimento, ou com lesão a esfera jurídica de outros, como uma tentativa de um motorista que atira seu veículo contra um a caminhão, onde o caminhoneiro morre, e ele sobrevive.

Consideradas todas as formas de suicídio, teríamos que proibir a produção de todo e qualquer objeto perfuro-cortante, perfuro-contundente, contundente, perfurante, enfim, carros, armas, ou….ufa, quase tudo!

Logo, pouco ou nada adianta criminalizar o comércio e produção, mas por outro lado, o dinheiro dos impostos não pode ser direcionado para assumirmos este mercado “recreativo”, salvo quando houver orientação médico-sanitária neste sentido, que aí sai da esfera recreativa para sanitária.

Porque isto, no fim das contas, aumenta a carga conservadora que irá dizer que enquanto faltam escolas, alimentamos o vício, em uma redução ruim, mas sempre eficiente para tratar das esferas de senso comum.

A maior parte dos orçamentos de segurança pública urbana e trans-territorial (entre e intra fronteiras) é gasto enxugando gelo. Este orçamento poderia ser liberado para os setores de tratamento, reabilitação e prevenção de uso.

Mas na produção e comércio, o Estado não pode assumir algo que reconhece ser potencialmente prejudicial à saúde, senão, qual o sentido de manter a proibição da exploração do negócio, e manter-se sob a esfera da regulação criteriosa e rigorosa, como proibição de propaganda, de vinculação com atividades de lazer, esporte, culturais, maior severidade nas leis que pune danos e lesões de direitos de terceiros quando flagrados em uso/abuso da substância entorpecente, multas administrativas, etc.

Mujica deu um passo à frente, mas a História o fará dar outros tantos atrás.

Para sua biografia, e o assédio dos fãs, tudo bem, tá ótimo, mas olhando o recrudescimento de setores conservadores na Europa (ainda que consideremos os avanços de Portugal), e a impossibilidade de se manter a liberação de uso em um mundo de proibição de produção e comércio, eu acho que o melhor diagnóstico para os que defendem as teses de Mujica seria esquizofrenia ideológica.

Tem tratamento, mas não tem cura.

Um cordial abraço.

    Douglas da Mata

    PS: Só um adendo neste longo e chato comentário:

    A liberação de consumo e manutenção de leis de proibição de comércio e distribuição/produção está para a Humanidade e seus arranjos institucionais estatais como a manutenção de paraísos fiscais para o capitalismo.

    Sobre lavagem dizem as más línguas que o Uruguai tem domínio histórico na atividade, agora só resta acumular neste setor.

Fabio Sp

As melhores palavras ditas por Mujica, o novo “cara”… “Esta vieja es peor que el tuerto!”

FrancoAtirador

Mário SF Alves

“O problema não está nas mentiras que os meios dominantes dizem. Isso não podemos impedir. O que devemos pensar hoje é como nós dizemos e difundimos a verdade.”

A frase é do Fidel Castro. E foi dita durante entrevista concedida ao Ignacio Ramonet, em 10 de fevereiro de 2013.

Link: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Mais-duas-horas-com-Fidel/6/29922

Eurico

A medida foi aprovada no Senado Uruaguaio por 16 contra 13. Tenta aprovar uma medida desta no Congresso Brasileiro e vais ver que o buraco é mais embaixo, bem embaixo! Talvez fosse o caso de aprovar uma lei dando liberdade a cada estado de poder legislar autonomamente em todos os assuntos relativos a tabaco, alcool bebível, e plantas psico-interferentes de uso natural (i.e. maconha e outras). Este federalismo centralizador é uma merda!

lukas

Quando o tráfico acabar, o que farão os traficantes?

    FrancoAtirador

    .
    .
    Marque a alternativa correta:

    a) Ser Piloto de Helicóptero.

    b) Assumir Cargo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

    c) Exercer Mandato de Senador por Minas Gerais.

    d) Trollar no Viomundo.

    e) Todas estão corretas.
    .
    .

    Bacellar

    Kkkkkkkkk….Xablau!

    Fabio Sp

    Participar do Foro de São Paulo?!

    Luís Carlos

    Resposta perfeita para a pergunta.

Fabio Passos

São avanços muito interessantes.
Parabéns ao José Mujica.
A “guerra contra as drogas”, estupidez imposta pelos ianques, é um completo fracasso. Tomara que o Uruguai sirva de exemplo para demais nações das Américas e do mundo.

marcosomag

Para mim, são políticas cosméticas que mostram que a esquerda ainda não sabe o que fazer em relação a propriedade desde que ruiu o modelo soviético.

Esquerda mesmo? Que tal partir para a democratização dos locais de trabalho? E o incentivo a autogestão de empresas em situação difícil, afim de evitar sua falência e desemprego de trabalhadores? Tentar implantar formas comuns de propriedade no campo e na cidade está na agenda de Mujica? Creio que ele não vai fazer nada em relação às questões que realmente interessam.

Paraíso fiscal com maconha liberada? Vocês acham que o Gabeira, boneco de ventríloquo da arqui reacionário Globo seria a solução para o Brasil?

Eu creio que não.

    Mário SF Alves

    Segue a pleno vapor o projeto de MANDELIZAR o Pepe Mujica.

    Explico: Mandela bom pra extrema direita é Mandela morto.

Claudius

Perguntem pra China e pra Indonesia o que acharam da
liberalização do opio imposta pelos ingleses.
Há interesses poderosíssimos por trás disto tudo.
A juventude hoje bebe ateh cair . Liberalizar drogas em países
pobres êh uma falácia monstruosa e o Uruguai será a cunha
que vai desarticular toda a America Latina.

Francisco

É tão bom quando um governo de esquerda eleito toma posse de fato do poder…

    lukas

    Verdade. Tivesse o PT feito isto já estaríamos livres dele há uns dez anos, já que nosso povo, pricipalmente a maioria mais humilde, é conservador.

    la mano negra

    conservadores são os senhores de engenho. o povo é pragmático, por isso vota no PT.

Walter

Enquanto isso no Brasil, chama-se de governo de esquerda uma coalizão de autoritários stalinistas sindicalóides com a nata do evangelismo pentecostal ladrão e o lixo fisiológico rapineiro adesista de sempre (PMDB,PP,PTB e outros Ps que integram o governo possível do qual os Ptrouxas se ufanam).
Cada dia que passa atentam mais contra os direitos dos indivíduos ,especialmente o direito de fazermos o que quisermos com nossos corpos e com nossos desejos , numa sociedade ineficaz para sancionar o mal feito e conivente com os malfeitores poderosos.
Nós , a patuléia , vivemos sob o império dos impostos escorchantes e das leis proibitivas.Eles, os iluminados, colocam 500 quilos de pó em helicópteros que não pagam IPVA como nossos modestos automóveis, ou pedem desculpas pelo Twitter de infrações de trânsito gravíssimas ou recusam-se a soprar o bafômetro , em atitudes que nós, os contribuintes, seríamos duramente multados e impiedosamente presos e esculachados.
Enfim, existe esquerda no Brasil????

    Luís Carlos

    Tanto esforço para tentar dizer que a direita neoliberal e sonegadores de impostos da grande mídia que tanto odeiam os governos trabalhistas de Lula e Dilma são iguais ao governo do PT? Não foi dessa vez…
    Existe tanto esquerda quanto existe direita, diferentemente do que disseram ao decretarem o “fim da história”, e o niilismo que tanto repete “contra tudo que está aí”.

ricardo

A articulista tem razão em destacar o presidente do Uruguai como uma alternativa muito mais promissora à esquerda do que o bolivarianismo e o lulismo. Mas a violência decorrente do tráfico de drogas não sofrerá impacto significativo com a regulação estatal do comércio da maconha. Mujica fala como se o problema são consumidores de maconha se endividando até o limite para sustentar o consumo, tornando-se, depois, vítima da vingança de traficantes. Esta e outras formas de violência são decorrentes do consumo e comercialização de outras drogas, especialmente da cocaína e de sua versão popular e ainda mais venenosa, o crack.

Urbano

Eis minha recompensa por ter torcido tanto pelos Tupamaros. Aliás, a primeira recompensa (a ideia eu quero deixar lá naquela época, até pelos motivos em borbotões que o outro lado me dava) foi o bumerangue ter voltado para as mãos do dan mitrione.

    Urbano

    Mujica, o guerrilheiro do bem. Quem estava do outro lado? O império do mal e os seus eternos sabujos bucha de canhão. Se se adestrar um rato em laboratório, com toda certeza ele conseguirá observar quem é o bem e quem é o mal, ainda mais hoje pelo o que Mujica tem mostrado ao mundo.

H.92

O Brasil é muito mais complexo e extremamente conservador, não só quem tem o poder financeiro, como a população no geral.

efe

Cynara, nada pessoal. Você já ouviu falar de complexidade?? Pensa. Vamos tentar. 1% de pouco é pouco. 1% de muito é muito. Diferença de realidade. Com todo respeito ao nosso vizinho, grande parceiro e ao seu presidente, se Mujica subir num tijolo e fizer um discurso todo Uruguai ouve.
Deu pra entender??

    renato

    É di vagar
    è di vagar, di vagar, di vagarinho.

    Urbano

    Faz sentido… Por toda condição material e de pensamento em face do mundo, os isteites, proporcionalmente, é uma boston imensa.

    Urbano

    Mexer com a minha conterrânea, mexe comigo.

xico

A Onu criticou o Uruguai e não os EUA no caso da maconha porque no Uruguai o estado vai controlar a produção e venda e lá não. É uma nova corrida do ouro nos EUA, um negócio que só não lucra mais que o petróleo e venda de armas. Os grandes grupos privados que lavavam dinheiro das drogas estão babando com essa nova oportunidade de investimento, um novo nicho trilionário.Agora, pergunta se eles querem nos moldes do Uruguai.

efe

Cynara, nada pessoal. Você já ouviu falar de Complexidade?? Pensa. Vamos tentar: 1% de pouco é pouco. 1% de muito é muito. Diferença de realidade.
Com todo respeito 2014 COM INGLÊS ONLINE.
Quer aprender inglês?? Entra no Portal do MEC. Procura por Inglês sem Fronteiras Online. Hj é o último dia. nosso vizinho e ao grande parceiro Uruguai, se Mujica subir num tijolo e fizer um discurso, todo Uruguai ouve.
Deu pra entender??

Gerson Carneiro

“E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar…”

Mosca na Sopa – Raul Seixas

Mauro Assis

Trata-se, sem dúvida, de uma inciativa ousada em um país que realmente ousa ser diferente: a prostituição é regulamentada há muito tempo, foi o primeiro a admitir o divórcio etc.

Agora, a iniciativa é controversa pelo seguinte:

– Será que haverá um aumento do consumo? De quanto será esse aumento?

– A maconha é uma droga “leve”, que apesar de provocar dependência permite que a quase totalidade dos usuários conviva com ela de maneira racional. O que acontecerá com o uso de outras drogas a partir da liberação da maconha?

– O impacto na economia do tráfico tende a ser pequeno, na medida em que os traficantes vão simplesmente abandonar um dos produtos e “investir” nos outros, que continuam proibidos.

– Aliás, o problema das drogas atual, pelo menos no Brasil, não é a maconha, mas todo o resto.

– A população uruguaia é majoritariamente contra, dizem as pesquisas.

– A validade da experiência uruguaia como laboratório é altamente questionável: de um lado, um país com uma população menor que a de Belo Horizonte, altamente educada, muito mais homogênea, educada (não há analfabetismo por lá), que faz fronteira apenas com o Brasil e a Argentina, que não produzem drogas (pelo menos não na fronteira), e do outro o nosso, com 200 milhões de habitantes, metade destes sem algum estudo que mereça esse nome, que faz fronteira com maiores produtores de drogas do mundo…

Acho que o impacto dessa medida em outros países será nulo, e corre o risco de um próximo presidente se eleger prometendo acabar com a experiência.

    Hans

    Se o problema dos países vizinhos e do Brasil não é a maconha, então não entendo o porque de não se adotar medidas similares nessas nações. Tem ideia do quanto de crianças e jovens que são aliciados, perdem sua juventude, são assassinados para os outros mais “abastados” colocarem seus baseadinhos na boca?

    Mauro Assis

    Caro Hans, o problema das drogas não cabe no estigma “luta de classes:” ele é absolutamente democrático, ferra com todo mundo…

    Luís Carlos

    Mauro
    Me permita discordar. Cabe luta de classes sim na seara do tráfico e consumo de drogas. As grandes empresas são o capital, assim como o grande traficante, que produz principalmente também.
    Não é à toa que traficantes “de sucesso” ou “profissionais” não são consumidores.
    Mais do que isso. Existem drogas de ricos e de pobres, com sanções contra uns diferentes de outros. Achas de fato que a luta feita contra o crak e legislações que surgiram possibilitando a disseminação de internações compulsórias, sem direito a contraditório, serão feitas também contra usuários de wisk (álcool) ou de cocaína? Lamento informar que pessoas tendem a tratar seus semelhantes de forma mais branda que seus não semelhantes, ou ainda, tratam com mais rigor aqueles que não se assemelham aos seus ideais identitários. Usuários de crak serão tratados com todo rigor, sem direito a contraditório, diferentemente do que ocorre com dependentes de álcool ou mesmo de cocaína. A primeira por ser socialmente aceita e gerar divisas e empregos legalizados e, através dos destilados como wisk, por exemplo, ser droga de rico, como a segunda, a cocaína, que necessita de maior poder aquisitivo do que o crak. E você sabe, rico pode cometer crimes e não dá nada, veja por exemplo, a GLOBO sonegando impostos, ou a Veja mancomunada com crime organizado (Cachoeira) ou ainda os ministros Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes que tem (tinham?) empresas privadas proibidas para magistrados, dentre outros vários exemplos.
    Na verdade a luta de classes está muito presente no consumo de drogas, senão, observemos a indústria do tabaco e do álcool. Ficam com os lucros e deixam o prejuízo, de toda sorte para seus consumidores. O Capital, sai ileso, acumulando riquezas e mortes.

    Mauro Assis

    Luiz, repetindo a minha resposta ao Lucas: a droga é uma calamidade que não escolhe classe social. Se um mendigo se envolve com o crack e um empresário também, os dois tão ferrados, no sentido que não sairão dessa sem muita ajuda e às vezes nem assim. E tem muita gente remediada e rica se ferrando com o crack, pode acreditar.

    Agora, a droga prejudica mais os mais pobes assim como as enchentes, a violência, a corrupção etc. É claro que o pobre viciado está mais desprotegido contra essa mazela, assim como todas as outras.

    Lucas G.

    mentira sua que a droga é democrática porque ferra com todos: faça um levantamento de quantos indivíduos de classe média, brancos, estão presos por tráfico; faça um levantamento de quantas pessoas abastadas morrem por bala de policial sob a desculpa de serem “traficantes”, quantas pessoas em higienópolis tem a porte de sua casa arrombada com a desculpa de que estão ajudando traficante a se esconder.

    Mauro Assis

    Amigão, a droga ferra com todos que com ela se envolvem. Ferra mais com os pobres, mas estes se ferram mais com qualquer problema: enchentes, violência, inflação…

    Paulo Figueira

    Porque você não faz essas questões em relação ao álcool?
    É uma droga que causa infinitamente mais danos sociais e patrocina futebol, shows e etc…

    Mauro Assis

    Ops, Paulo, falha nossa: ponha a cervejinha nossa de cada dia na minha lista. Embora também ela conte com o argumento a favor de que a maioria de nós consegue conviver com ela a vida inteira sem maiores ressacas.

    Luís Carlos

    Mauro
    Sugiro pesquisar sobre morbidade e morbimortalidade relacionada ao consumo de álcool. Os dados não são, nem de perto, pequenos ou razoáveis, a começar pelos acidentes de trânsito, maior epidemia nacional, geralmente relacionados ao consumo álcool, além de mortes por cirrose, infartos, violência urbana, violência doméstica contra mulheres, contra crianças, acidentes de trabalho, acidentes domésticos, problemas neurológicos, perda de memória, infertilidade, problemas psiquiátricos/psicológicos, dentre tantas outras, além é claro, da dependência química do álcool e todas as consequências disso, sejam familiares, profissionais/econômicas e sociais.

Gerson Carneiro

A coisa na América Latina tá braba para os conservadores. Até o Vaticano tentou sabotar com o Papa Chico Cagueta mas parece que não deu certo. Falta o Brasil se resolver.

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