Ao ser chamado de golpista, Cristóvam tem piti, encerra audiência e foge pelos fundos

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Vídeo do Conversa Afiada

Senador Cristovam encerra sessão após protesto de professores e estudantes

do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF)  

“Não vai ter mordaça!” Esse foi o grito de protesto do público estudantil e docente que participou, na manhã desta quinta-feira (1º/9), no Senado Federal, do debate sobre Liberdade de Expressão na Sala de Aula, promovido pela Comissão de Educação Cultura e Esporte e sob a coordenação do senador Cristóvam Buarque (PPS-DF). A principal pauta do debate foi a censura à liberdade de expressão em sala de aula preconizada pelo Programa Escola sem Partido.

A palavra de ordem ecoou nos intervalos entre as falas dos palestrantes. Buarque interrompeu a exposição de Bráulio Porto de Matos, professor da Universidade de Brasília (UnB), ao avistar cartazes que o chamavam de golpista, pediu que os cartazes fossem expostos em frente ao Plenário para que pudesse ser visto na televisão e encerrou o debate.

Ele justificou o encerramento repentino dizendo que teve de morar fora do Brasil por causa do golpe de Estado de 1964 e que não admite ser chamado de golpista. Mesmo com a sessão encerrada, estudantes e professores permaneceram no local com palavras de ordem contra a lei da mordaça.

“Essa atitude deixa claro que mesmo com a sessão interrompida seguiremos na luta porque, como diz a própria palavra de ordem, apesar do golpe de Estado aplicado no Brasil nesta quarta-feira (31), “não vai ter mordaça”, afirma Cláudio Antunes, diretor do Sinpro-DF.

Após a abertura da audiência pública pelo senador Cristóvam Buarque (PPS-DF) e da defesa do programa, apresentada seu criador, o advogado Miguel Nagib, o membro do Fórum Nacional de Educação, Tony Reis, denunciou o conteúdo e avisou que ele é ruim para todos.

“Foi Impeachment ou golpe? O Brasil foi descoberto, ocupado ou invadido? Essas questões, que devem sim fazer parte dos diálogos e das discussões pedagógicas realizadas nas escolas, são fundamentais para formação do senso crítico. Com esse projeto nenhum debate será possível, e isso será ruim para todos”, afirmou.

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Reis criticou duramente os defensores do projeto por tentarem desqualificar o educador Paulo Freire, patrono da educação brasileira, respeitado e adotado mundialmente. “Os defensores desse programa criticam Paulo Freire, mas, Paulo Freire é o patrono da educação brasileira, uma referência para todos nós, professores e professoras”, declarou o integrante do FNE.

cristovamCE - Comissão de Educação, Cultura e Esporte

cristovam escrachado

Créditos das fotos: 1 e 2, Geraldo Magela/Agência Senado; 3, Reprodução a partir de vídeo

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