FHC: A impotência da mídia para impor um “legado”

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

O grau de cumplicidade ideológica entre Fernando Henrique Cardoso e os barões da mídia brasileira é enternecedor. O sociólogo tem passe livre: espaço assegurado para apresentar suas ideias em colunas, entrevistas, artigos de opinião.

Esta identidade foi forjada numa suposta necessidade de “modernizar” o Brasil, “arejar suas ideias”, desfazer-se do legado estatista e atrasado do trabalhismo getulista.

O que os militares pós-golpe de 64 fizeram pela força ao combater a “república sindicalista” FHC faria através do consenso midiático, para livrar das amarras o espírito animal do capitalista brasileiro.

Conversa para boi dormir: foi o dinheiro público injetado nas privatizações que permitiu a sobrevivência daquele “espírito animal”, às custas do patrimônio de todos. Ganhou o capital internacional, o capital nacional associado a ele e, obviamente, a mídia, seja por benefícios econômicos diretos ou indiretos.

Esta cumplicidade entre FHC e os barões da mídia só fez crescer depois do início da era Lula. O sociólogo passou a ser, a partir de 2002, um instrumento ao qual se recorreu com frequência com o objetivo de desconhecer os avanços sociais obtidos pelo Brasil sob o lulismo.

O PT teria apenas colhido os frutos de políticas adotadas anteriormente, sua grande virtude teria sido administrar o legado de FHC — é o que ouvimos no passado e continuamos ouvindo no presente, obedecendo a padrões mais ou menos sutis de distorção das estatísticas.

O cômico da situação acima narrada é que o “povo”, supostamente beneficiado pelo legado de FHC, se nega terminantemente a reconhecer o sociólogo — num fracasso que deixa óbvia, também, a incapacidade da própria mídia de falar para fora dos “seus”.

É como se os estratos excludentes da sociedade brasileira vivessem num universo paralelo, como o cachorro que morde o próprio rabo.

Um glorioso abraço de afogados.

O quadro da pesquisa Datafolha foi reproduzido pelo Miguel do Rosário:

PS do Viomundo: O texto foi escrito na crença de que o quadro refletia todo o eleitorado, quando na verdade é parte de uma pesquisa que ouviu apenas eleitores de Marina Silva. De qualquer forma, fica claro que também entre eles a influência de Fernando Henrique Cardoso é pífia. Obrigado aos atentos comentaristas que nos alertaram e complementaram as informações.

Leia também:

A ação de Lulinha contra os que o atacam na rede


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Comentários

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Roberto Locatelli

É por isso que nenhum candidato tucano quis o Príncipe da Privataria em seu palanque. FHC é mimado pela mídia, mas os candidatos tucanos o escondem.

Por isso acho muito importante que, em 2014, o PT trate de mostrar que Aébrio Lista-de-Furnas Neves tem apoio de THC, digo, FHC. Porque os tucanos não farão isso.

Aliás, é provável que o candidato tucano seja, de novo, José Siemens Serra. Aí ele vai dizer, na propaganda eleitoral, que ele é o continuador natural do governo Dilma.

José X.

Ninguém liga pro FHC, especialmente do povo, não sei por que o Azenha tá perdendo tempo com isso.

Lagrange

Volta e meia aparece algo “bombástico” desse hipócrita de higienópolis. A grande mídia não deixa com ele seja esquecido, entretanto, isso é o papel que lhe cabe. Os eleitores já o esqueceram mas, felizmente, não esqueceram o grau de nocividade que ele desenvolveu ao longo de seus dois mandatos. Trata-se, sem dúvida, de um bufão entreguista.

Fábio

Acho bom o Fh tomar cuidado, o Cerra tá encostando. kkkkkk

José Eduardo

A história só virá a confirmar o que o mìdia tenta apagar, esconder, diminuir ou o que tente: Em nosso país a história tem no operário nordestino LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA um antes e um depois…
EM TEMPO: Numa simples previsão pessoal de nossa história, vai estar escrito: “O Lula fez e depois seus “postes” foram iluminando os caminhos de nossa história…”

maria ines azambuja

Azenha
Tem um erro de interpretação .Acho que os dados se referem a eleitores potenciais da Marina…

Indio Tupi

Aqui do Alto Xingu, os índios acham que, no caso, a mídia não pode impor o que não existe.

Fabio Passos

E os pupilos são da mesma laia…

Fabio Passos

fhc não é apenas o pior presidente da história do Brasil… é o mais despudorado entreguista da nossa nação.

O povo vai ficar muito feliz quando o traidor parar de respirar.

dapenna

Excelente.

Só na Moita

Como já disse outrora no conversa afiada: “Esquecer o que FHC escreveu é fácil, difícil é esquecer o mal que ele fez”.

Marcos K

Se bem me lembro em 2003 ao deixar o poder FHC teve que sair pela porta dos fundos do Planalto. Lula, ao que eu saiba, foi direto para os braços do povo. Jamais vou me esquecer do “legado” de FHC: desespero, desemprego, desesperança, exclusão, humilhação internacional, miséria,
privatizações mal explicadas, quebradeiras e taxas de juros estratosféricas. Foi o legado que fez o que sempre se fez no Brasil: enriqueceu ainda mais os podres de ricos a custa do desespero e da miséria de muitos.

Mário SF Alves

Quem melhor nos diz sobre o legado dele é o Clinton naquele puxão de orelhas em público e na presença de diversos chefes de estado.
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O resto é o resto: um gerentão a serviço da Casa Grande e sua caixa de ressonância, a mídia fora da lei desde o “Muito Além do Cidadão Kane”.
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Eis a síntese do legado [de um dos muitos], ou seja, o vexame internacional:

“Em 1999, o então presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso foi à Florença (Itália) em encontro de governantes dos países ricos da chamada terceira via.
O Brasil estava quebrado, pendurado no FMI.
FHC fez o discurso da choradeira dos quebrados, pedindo aos líderes dos EUA e Europa, que criassem uma espécie de CPMF mundial para salvar o Brasil da fuga de capitais especulativos.
Bill Clinton e Tony Blair, e Schroeder receberam mal a proposta.
Clinton passou um verdadeiro sermão em FHC, sugerindo que faltava CONFIANÇA, HONESTIDADE, eficiência e boa governança sob FHC.
Enquanto que outros países resolveram estes problemas, citando Chile e Uganda, como exemplos para FHC seguir.
Clinton e os demais líderes agiram na defesa dos interesses de seus países, que eram os vencedores naquela ordem mundial.
FHC agiu mal, com incompetência política, ao não articular previamente ao encontro, para não passar esse vexame.
E agiu pior, de forma humilhante e envergonhando o Brasil, ao não defender o país diante do sermão de Clinton (se é que tinha jeito, naquele governo submisso e dependente, sob intervenção do FMI).”

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Vale ressaltar. E como vale [ah, como é doce o rio doce da verdade]:

“Bill Clinton e Tony Blair, e Schroeder receberam mal a proposta.
Clinton passou um verdadeiro sermão em FHC, sugerindo que faltava CONFIANÇA, HONESTIDADE, eficiência e boa governança sob FHC.”
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Traduzindo: I N C O M P E T Ê N C I A [acomodação, lei do menor esforço, irresponsabilidade cívica, crueldade, aventureirismo, submissão, ganância, ignorância (acreditou piamente no fukuyamico fim da História], conveniência e conivência, presunção e arrogância]. É esse o legado.

Abel

Isso sim, é que é “herança maldita” – o resto é conversa :)

emerson57

o legado de fegacê E-X-I-S-T-E !!!
ele é do CARIBE.

Anônimo

KKK, o gagaC deve ficar furioso!

FrancoAtirador

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-Íííííh…
Agora mesmo que o Aébrio Nébulus
vai fugir do fantasma do FHC,
como o diabo da cruz!

-E o Serra, então?

-Não. O Serra vai fugir dele mesmo…

(Da série: Diálogos de Botequim)
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J Souza

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J Souza

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J Souza

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