Requião: Na contramão do mundo, Brasil abraça entreguismo e se transforma em estado bárbaro

Tempo de leitura: 8 min

Um Grito de Brasilidade contra a lei do sexagenário e a entrega da Nação

por Roberto Requião

A saída do Reino Unido da União Europeia; a eleição de Trump, nos Estados Unidos; a liderança de François Fillon na disputa para a presidência da França;  a recente pesquisa indicando o avanço do Partido Social Democrata da Alemanha, na hipótese de rompimento da aliança que hoje mantém com a chanceler Angela Merkel; a derrota do primeiro ministro da Itália, Mateo Renzi, em um plebiscito que mais rejeitou sua política econômica que as reformas administravas que propunha; a crise espanhola  que não ata e nem desata, impedindo há mais de ano que o país tenha um governo com  clara maioria no Parlamento;  a lenta, dolorosa agonia da Grécia são recorrências que têm uma mesma origem: a reação à ditadura do capital financeiro global, cuja prevalência sobre os interesses nacionais, sobre o trabalho, a produção , a ventura de vida , o bem-estar e a felicidade dos homens desperta reações Planeta Terra afora.

Evidentemente, como todo acontecimento político e social, não há rigorosa simetria em tais reações, mas o denominador que os impulsiona é o mesmo: a saturação do neoliberalismo, especialmente da financeirização da vida das nações e da humanidade.

“Nenhum país vai se desenvolver se não defender sua indústria e seus trabalhadores”.

Esta frase é uma citação.

Qualquer um das senhoras e dos senhores senadores, inclusive eu, desconhecendo sua autoria, a colocaria à conta de um líder de esquerda, de um nacionalista de algum país subdesenvolvido. Mas a frase é de Donald Trump, presidente norte-americano que se elegeu não por causa de delírios como o muro na fronteira com o México ou a política anti-imigração. E sim porque prometeu fazer com que os interesses do povo norte-americano, especialmente de seus trabalhadores, iriam se impor à globalização.

Certamente não é meu herói, como não são os senhores François Fillon, Martin Schulz ou a senhora Thereza May.

Da mesma forma, não inscreveria entre as minhas inspirações a senhora Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI ou o senhor Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial. Mas tanto uma como outro, frequentemente, tem espicaçado as políticas econômico-financeiras de países como o nosso que, tristemente, mediocramente têm insistido em seguir a trilha do fracassado modelo liberal.

Ainda agora, o presidente do Banco Mundial declara: “É a primeira vez que vejo um governo destruir o que está dando certo. Nós do Banco Mundial, o G8 e a ONU recomendamos os programas sociais brasileiros para dezenas de países, tendo em vista os milhões de pobres brasileiros que saíram da extrema pobreza nos governos anteriores a esse.

Agora, a fome vai aumentar consideravelmente em 2017.  Cortar programas sociais que custam tão pouco ao governo, como o Bolsa Família, é uma coisa que não tem explicação”.

Tem explicação sim, senhor Jim Yong Kim. A mesma explicação do porquê o Brasil foi o derradeiro país a libertar os negros da escravidão. A mesma explicação do porquê, comparativamente com Estados Unidos da América, as nossas elites políticas, econômicas e sociais optaram pelo escravismo, pela dependência, pela economia agroexportadora, pelo extrativismo, pelo rentismo, pelo arrocho salarial, pela segregação e exclusão social, pelo golpismo.

Nesses tempos de internet, onde é livre falar, é só falar, alguns ociosos, com parcos neurônios, nenhuma leitura e a típica ousadia dos idiotas, costumam despejar toneladas de preconceitos étnicos, morais e religiosos para explicar o descompasso entre o desenvolvimento brasileiro e o desenvolvimento norte-americano.

Ignoram eles que, na segunda metade do século XIX, o caminho escolhido pelos Estados Unidos para se desenvolver chamou a atenção dos maiores teóricos da economia política da época, à esquerda, à direita, ao centro. Vou citar três dos mais expressivos teóricos que se ocuparam a estudar os Estados Unidos.

Os fundadores do comunismo, Marx e Engels, e Friedrich List, um homem de centro, criador do chamado “Sistema Nacional de Política Econômica”. List vai se tornar o formulador de política econômica mais traduzido até os meados do século XX, e exerce forte influência sobre o pensamento econômico e político até os nossos dias. Citaria entre seus discípulos John Maynard Keynes, Raul Prebisch e o nosso Celso Furtado.

Marx e Engels falam com admiração que os norte-americanos escolheram a via expressa para o desenvolvimento, que optaram por fabricar fabricantes, criando mecanismos para incentivar a produção industrial local, financiando-a e protegendo-a da concorrência internacional.

List, recolhe no exemplo dos Estados Unidos os elementos essenciais para formular seu próprio sistema de política econômica.

O que encantou teóricos comunistas e liberais no modelo norte-americano?

Encantou-os três iniciativas:

1ª) Fixação de tarifas alfandegárias elevadas e seletivas, para proteger a indústria local; além da concessão de subsídios para favorecer o crescimento do setor.

2ª) Investimentos públicos em infraestrutura: ferrovias, rodovias, hidrovias portos, energia e saneamento.

3ª) Criação de um banco nacional e de um sistema estatal de financiamento da produção.

Foi assim que os Estados Unidos tomaram a via expressa para o desenvolvimento.

Vejam, por quase um século, de 1860 à década de 1940, os Estados Unidos mantiveram a política de tarifas alfandegária elevadas e seletivas, para proteger a sua produção industrial. Ao mesmo tempo em que não abriu mão da política de subsídios.

As bases para essa política de desenvolvimento foram lançadas por Alexander Hamilton, um dos pais fundadores dos Estados Unidos, logo depois da independência do país, no século 18.

Até hoje eu vejo pessoas de esquerda torcerem o nariz por causa de algumas observações nada favoráveis de Marx sobre a parte inferior do continente americano, enquanto manifesta admiração pela política de desenvolvimento industrial da parte superior.

Parece que o velho Marx tem razão, não é? Afinal, desde sempre, as elites brasileiras -e latino-americanas por extensão- optaram claramente pela subordinação do desenvolvimento nacional aos interesses do capitalismo internacional.

Quando os Estados Unidos rompem com a metrópole londrina, voltam-se imediatamente a “fabricar os seus fabricantes”, como observou Marx.

Quando o Brasil livra-se de Portugal, faz aquilo que os Estados Unidos recusaram-se a fazer:  torna-se subordinado ao desenvolvimento industrial britânico. Portugal, proibia-nos fabricar até mesmo sabão, velas e botões. Depois do grito do Ipiranga, o Brasil continuou sem fabricar sabão, vela ou botões.

Os Delmiro Gouveia, os Irineu Evangelista de Souza foram avis rara no pombal da Casa Grande e, como exceções, não fizeram verão.

Da mesma forma que, lá atrás, as nossas elites escravocratas e coloniais renunciaram adotar o “Sistema Americano de Economia Política”, os atuais governantes, com o apoio do sistema financeiro, de políticos e partidos conservadores, globalistas, para não dizer colonizados, da mídia e dos economistas e comentaristas da Globo, da Globonews, da CBN, expressões máximas do influentíssimo analfabetismo pátrio, persistem hoje em fazer do Brasil o último refúgio de um sistema que fracassou no mundo todo e que passa a ser repudiado até mesmo nos centros econômicos mais avançados.

Na contramão da história no alvorecer da nacionalidade, na contramão da história em uma das mais graves crises do Planeta.

Enquanto Donald Trump, Thereza May, François Fillon, Justin Trudeau, Martin Schulz, Pablo Iglesias aumentam o tom contra a globalização financeira e defendem a adoção de políticas protecionistas, para salvaguardar os seus povos da voracidade de Mamon, os gênios pátrios anunciam toda sorte de franquias, de aberturas, de concessões, de submissões para atrair os especuladores internacionais e aqueles hipotéticos investidores que apreciam uma pechincha.

Vamos ao roteiro da transformação do Brasil em um estado bárbaro, dependente, produtor intensivo de produtos agrícolas voltados à exportação, fornecedor de matérias primas e commodities, com a oferta em larga escala de mão-de-obra barata e desprotegida de direitos.

Eis o roteiro em execução:

Destruição do ainda precário Estado Social brasileiro, que estávamos construindo desde a Revolução de 30 e que deu bons avanços entre 2003 e 2015.

Fim dos direitos trabalhistas, com a prevalência do negociado sobre o legislado e com a liberação irrestrita da terceirização do trabalho.

Reforma da Previdência, que tem como senha a falsa alegação de déficit no setor, mas cujos objetivos são o aumento do tempo de serviço dos trabalhadores e a privatização da área.

Venda, a preços irrisórios, como os próprios compradores festejaram, de reservas de petróleo da camada pré-sal.

Fim da política do conteúdo local; contratação no exterior de plataformas para a Petrobrás; preterição das grandes empresas nacionais de engenharia, sob a alegação de que se envolveram em corrupção ao mesmo tempo em que se contratam empresas de engenharia estrangeiras, internacionalmente denunciadas por corrupção.

Aperto do torniquete da dívida em estados e municípios, exigindo como contrapartida a privatização de empresas de energia elétrica, de água e de saneamento, o arrocho salarial e previdenciário, cancelamento de programas sociais.

Aumento do teto de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida, para privilegiar a classe média alta.

Liberação do saque do FGTS, para produzir um ilusório, fugaz e publicitário aquecimento da economia, sacrificando e pulverizando a poupança dos trabalhadores.

A lista das tais “reformas”, todas elas para atrair investimentos estrangeiros ou estimular que os empresários brasileiros troquem o rentismo pela produção, estende-se ao infinito.

Fez-se e faz-se terra arrasada de toda e qualquer proteção ao trabalho, aos desamparados, aos mais pobres, aos idosos e ao empresariado nacional. Parafraseando o presidente do Banco Mundial: nunca se destruiu tanto, em tão pouco tempo.

E a cereja nesse bolo neoliberal vem agora, com a permissão da venda de terras aos estrangeiros. O ministro Meirelles disse que quer ver aprovada a novidade em 30 dias, porque, segundo ele, a venda de terras atrairá grandes investimentos internacionais.

Oh, Senhor Deus! Misericórdia, Senhor!

Sua excelência, o senhor ministro da Fazenda, depois de quase um ano de idas e vinda erráticas, improdutivas, espera agora uma enxurrada de dólares, com a venda de terras?

Que será depois? A água?  O aquífero Guarani, como insinuou o agora blindado ministro Moreira Franco? Na sequência o ar?  A casa da sogra? Quê mais?

Aliás, a reação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à proposta de seu colega Meirelles constitui-se no melhor argumento contra a venda de terras.

Disse Blairo: “Tudo bem, desde que não se vendam terras onde plantamos soja e milho, do contrário, os estrangeiros vão manipular o plantio, conforme a cotação internacional dos produtos”.

Desculpe-me, ministro Blairo, que terras, então, os estrangeiros vão comprar? Para plantar o quê? Hortaliças? E como o governo vai impedir que os estrangeiros comprem terras onde se produzem soja e milho? Quer dizer que nós vamos vender terras para eles e determinar o que eles podem ou não plantar?  Sendo assim, que interesse eles teriam em comprar terras aqui?

Por fim, vou voltar a 132 anos atrás, ao ano de 1885, para constatar que o tempo passa, o tempo voa e as nossas elites governantes, as nossas classes conservadoras, como se dizia antigamente, continuam mediocremente as mesmas.

No dia 28 de setembro de 1885, foi aprovada a Lei da Gargalhada, também conhecida como lei Saraiva-Cotegipe ou Lei dos Sexagenários.

No fervor da luta contra a escravatura dos negros, os conservadores aceitaram aprovar uma lei que libertasse escravas e escravas com mais de 60 anos. Na verdade, só ficavam imediatamente livres as negras e os negros com mais de 65 anos. Os com menos, deveriam indenizar os seus donos, trabalhando mais três anos, sob o chicote dos feitores.

Essa incrível lei ficou conhecida como a Lei da Gargalhada, pois foi assim que a receberam os abolicionistas e os brasileiros com um mínimo de senso de humanidade. E senso do ridículo!

Não por causa da obrigação de o escravo com 60 anos ter que trabalhar mais três, para indenizar o seu dono. Não.

A amarga gargalhada foi porque a vida média dos escravos brasileiros era de 30 anos! Trinta anos! Logo, praticamente não havia vivo quem a lei beneficiasse!

Como são insaciáveis em sua crueldade, as classes dominantes! Pois não é que 132 anos depois, produzem uma contrafação, um pastiche da Lei Saraiva-Cotegipe.

Que é a reforma da Previdência? Como a Lei da Gargalhada não alcançava nenhum beneficiário vivo, a reforma da Previdência vai beneficiar trabalhadores quando eles não existirem mais.

Leio na edição desta quarta-feira do Jornal do Senado que o presidente Eunício recebeu, dia 21, representantes da indústria, que vieram lhe entregar as principais reivindicações do setor. Duas se destacam: um Projeto de Decreto Legislativo que prevê o fim de normas do Ministério do Trabalho sobre segurança em máquinas e equipamentos, e a terceirização total e irrestrita da mão-de-obra.

Como se vê, é inesgotável a capacidade de se reinventar a escravidão de nossos trabalhadores.

Emprego, salário, aposentadoria, desenvolvimento industrial, produção agrícola, inovação e tecnologia, soberania nacional, segurança, saúde e educação públicas de qualidade, moradia digna, direito ao lazer e à felicidade, proteção à infância e aos idosos. É o queremos, é o que basta. Mas nada disso será possível com um governo que vende até as nossas terras e que ressuscita a Lei da Gargalhada.

Como discursou o nosso genial Raduan Nassar: tempos tristes, tempos sombrios os tempos de hoje.

Mas, se a capacidade dos vende-pátria, vende-soberania, vende-terras, vende-petróleo, vende-água, vende-dignidade, vende-vergonha parece inexaurível, mais cresce a responsabilidade dos nacionalistas, dos democratas e dos progressistas em resistir à destruição do Brasil como Nação.

Rebelar, resistir, desobedecer, é o nosso dever. Já!

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Comentários

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carlos

Senador, a corrupção está generalizada, é o Brasil todo vejam,
Disponibilizo artigos coletados e ” arrumados ” da internet sobre a crise do senado, senadores éticos e o BNB e já re-postado Via INTERNET.

1- Tasso Jereissati e o BNB X Refrescos Cearense S/A X Poty Refrigerantes X TV MIRANTE=Sir Ney
“O senador Tasso Jereissati PSDB-CE, anfitrião do “almoço dos éticos”, usou R$ 469 mil da verba oficial do Senado destinada à compra de passagens aéreas para fretar jatinhos. E ele tem o seu próprio jato, um Citation, mas declarou que recorreu a fretamentos quando o seu aparelho estava indisponível. Foi obrigado a devolver o dinheiro. Para ele, não há ilegalidade. e…”“O jornalista Hélio Fernandes, que só chama o cearense de corrupTasso, disse que desse assunto o tucano é catedrático”.

“Em junho de 1997, o SEEB/CE foi o primeiro a denunciar na imprensa as irregularidades da gestão Byron Queiroz. Na ocasião, a Folha de S.Paulo divulgou o pedido do Sindicato para que o governo federal investigasse operações do BNB que teriam beneficiado o então governador Tasso Jereissati (PSDB/CE) e o senador Sérgio Machado (PSDB/CE), então líder do PSDB no Senado. A operação teria acontecido em dezembro de 1994 quando a POTY Refrigerantes, em Natal (RN), fábrica – engarrafadora do xarope da Coca-Cola que pertencia à família Machado, foi vendida à empresa Refrescos Cearenses e TJ Participações, da família de Jereissati. O imóvel estava hipotecado pelo BNB.”

“Em Isto É nº1610, Coroné dos Zóios Azuis, o governador Tasso Jereissati é acusado de beneficiar suas empresas com dinheiro público e de repetir as mesmas práticas dos “velhos caciques cearenses”. Os autores da acusação não são os políticos (segundo o redator da matéria – Francisco Alves Filho) e, sim, os auditores do Tribunal de Contas da União, que fizeram várias investidas no Banco do Nordeste do Brasil, instituição presidida por Byron Queirós, indicado por Tasso Jereissati.”

“A aquisição”, em LEILÃO na Piratização do FHC, a “Telemar/Oi fez um excelente negócio, diria o senador. CorrupTasso Jereissati *
*. Meu irmão, Carlos Jereissati, não botou um tusta (um tostão) e vai ficar com 70% do
mercado nacional de telefonia fixa. * Blog do PHA.

“Um exemplinho bobo, vamos lá, a privatização do setor de telefonia, o que a antiga TELEMAR levou nos arranjos do irmão de Jereissati e do próprio senador CorrupTasso Jereissati, o que agora quer desmoralizar e vender a PETROBRAS”.

“Por que o irmão do senador CorrupTasso Jereissati pode entrar em grandes negócios no setor de telefonia, levar milhões do BNDES (dinheiro do FAT – FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR) e a moça que roubou um pote de manteiga numa padaria tem que ficar quase três anos presa?”

“E um dos maiores deles, o caso Telemar-Gamecorp, do Fábio Lulla da Silva, não foi sequer tocado durante a campanha, porque um dos donos da Telemar é … Carlos Francisco JEREISSATI, irmão de CorrupTasso Ribeiro JEREISSATI, presidente do PSDB. Esse é o porquê de NUNCA o PSDB ter tocado no caso Gamecorp-Fábio Lulla da Silva” Usina de Letras.

“Entre 1997 e 2001, quando ocorreram as liberações de recursos do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) para a TV Mirante (R$ 12 milhões), do grupo Sarney no Maranhão, o banco era presidido por Byron Queiroz, ligado ao PSDB e indicado ao cargo pelo senador CorrupTasso Jereissati (PSDB-CE).
O presidente do BNB é nomeado pelo ministro da Fazenda. Queiroz presidiu o BNB no governo de Fernando Henrique (PSDB-SP). Antes, foi secretário de Planejamento do Ceará no governo de Tasso.
O tucano formava com Sarney (PMDB-AP) e Antonio Carlos Magalhães (DEMo-BA) o trio de senadores influentes e aliados de FHC no Nordeste.

Não foi só a TV MIRANTE, que tomou empréstimos no BNB e não pagou, há outros caloteiros do BNB na gestão CorrupTasso Jereissati/Byron Queiroz/FHC.Veja REFRESCOS CEARENSE S/A, MAISA e EIT dentre outras.
“Em 2001, governador do Ceará, o mesmo Jereissati faliu o banco daquele Estado. Foi processado, mas logo, logo, se elegeu senador e o processo foi para o Supremo. Está engavetado há seis anos, “protegido” até pelo presidente Gilmar Mendes ” ou melhor Gilmar “Dantas”.
Proponho seja encaminhado aos “Nobres” Senadores Tucanos e ” Demos”, ex-PFL sugestão para que seja feita uma CPI sobre os desmandos praticados no BNB=Banco do Nordeste do Brasil S/A – na Gestão FHC x Tasso Jereissati ( Refrescos Cearense S/A) x José Agripino Maia(Maísa – Mossoró Agroindustrial S/A) e EIT – Empresa Industrial e Técnica S/A) sob o comando do presidente (do BNB) Byron Queiroz, afilhado político, aparentado e indicado pelo PSDB x Tasso Jereissati.Comentários de ECFON Folha on-line.

2 – JOSÉ AGRIPINO MAIA X BNB X MAISA AGROINDUSTRIAL S/A X EIT

14 – O Senador José Agripino Maia – PFL e DEMo-RN:

“O SENADOR JOSÉ AGRIPINO MAIA (DEM-RN) É APRESENTADO PELA MÍDIA GRANDE COMO UM ÍCONE DA MORAL, SEMPRE ENTREVISTADO PARA DENUNCIAR AS MAZELAS DO GOVERNO LULA E PONTIFICAR SOBRE ÉTICA POLÍTICA. SEU PASSADO, PORÉM, NÃO O ABANDONA”

“José Agripino simplesmente instruiu os prefeitos a comprar títulos eleitorais, distribuir presentes, incentivar tumultos nos processos de votação e apuração e, ainda, usa veículos oficiais com placas frias para transportar eleitores do interior para a capital. O caso ficou conhecido como Escândalo Rabo-de-Palha, rótulo fornecido pelo próprio José Agripino, que ao final de uma reunião pediu para não deixar rastro ou seja Rabo-de-Palha.”
Transcrevo a manchete e o começo de uma reportagem do JN, Jornal de Natal, de 21 de novembro de 1994:

”A Falência do Ganhe Já e o Arrocho Fiscal. A campanha do Ganhe Já, denunciada sistematicamente por este jornal como uma farsa, que vendia uma falsa realidade do Rio Grande do Norte (tendo inclusive motivado a decisão do JN a não publicar qualquer anúncio da campanha), faliu sem jamais ter alcançado seu objetivo, aumentar a arrecadação do Estado. Foi apenas um sangradouro de dinheiro que financiou a Dumbo Publicidade e fornecedores e levou o Erário a esvaziar-se a ponto de o Estado não ter dinheiro em caixa sequer para o pagamento da folha do funcionalismo.”

“ Probo, o Senador José Agripino Maia? Não acredito que jornalistas do teu quilate não saibam das estripulias da MAISA com o Banco do Nordeste. Não, não é a cantora MAYSA, aah… não sabes o que é MAISA? Então toma: MOSSORÓ AGRO-INDUSTRIAL S/A, que já foi a maior produtora do Nordeste do Brasil de MELÃO, tipo exportação, Digamos que é o braço financeiro do “probo”. É devedora de milhões ao Banco do Nordeste. Quem conseguiu empréstimos “facilitados” foi um pau-mandado do CorrupTASSO (Senador Tasso Jereissati), o outro “probo” Bayron Queiroz, presidente do BNB, durante o Governo da FHC. O facilitador Bayron Queiroz já foi inclusive condenado em primeira instancia.
Hoje a MAISA, devido ao não pagamento dos seus débitos vencidos com o BNB pediu concordata e falência “fraudulenta”, sendo, hoje após desapropriação, para o pagamento dos vencidos ao BNB/BB/EMPREGADOS, pelo INCRA. leiloada pelo BB e Justiça do Trabalho, transformada no ASSENTAMENTO ELDORADO dos CARAJÀS em Mossoró – RN, do MST.”

“A Maisa, criada nos anos 60 e que já foi referência na fruticultura do país, fechou as portas finalmente em 2003, devido a dificuldades financeiras até hoje não bem explicadas. Em sua fase de ouro, a Maisa empregava seis mil pessoas e chegou a faturar US$ 60 milhões (R$ 109 milhões) anuais, exportando 60% de sua produção e levando sua marca a todo o mundo.
Foram contabilizados também pelo menos R$ 6 milhões (valor que pode ser maior de acordo com o julgamento do processo) do pagamento de uma indenização pelo governo federal, referente à desapropriação da terra para a reforma agrária – 19,7 mil ha. que eram da Maisa hoje estão ocupados por assentados”. Jornal o NORTE de Mossoró-Rn.

E VEJA O CARA-DE-PAU: “José Agripino (PFL-RN), afirmou em plenário, que o Projeto de Assentamento Eldorado dos Carajás II, em Mossoró (RN), é um fracasso. Segundo o senador, no local ficava a Fazenda da Mossoró Agroindustrial S/A (MAISA), “um empreendimento privado pioneiro no plantio irrigado de frutas, grande produtor de sucos, sorvetes e exportador de castanha de caju e de frutas frescas, desapropriado pelo Governo Federal em dezembro de 2003” , quando a área de 19,7 mil hectares foi entregue a mil famílias de sem-terra. JAM em 07.03.07.”
Faltou hombridade para afirmar que pertencia a sua família/seu grupo econômico e que foi liquidada para pagar débitos federais! .

“A ex-Fazenda da Maísa, imóvel rural que em 2003 concentrava 1,5 mil trabalhadores desempregados e, transformou-se em Dezembro do mesmo ano, no Projeto de Assentamento Eldorado do Carajás II que fica a 350 quilômetros de Natal e a 30 do centro de Mossoró, distribuídas numa área de 19,7 mil hectares está localizado entre os municípios de Mossoró e Baraúna, na região Oeste do Estado do RN”.
“Entre os principais beneficiários do esquema montado por Byron, que deixou um rombo de quase R$ 7,5 bilhões (em valores não atualizados) no BNB, estão empresas do grupo Jereissati e da família do líder do DEM (ex-PFL) no Senado, José Agripino Maia (DEM-RN)”.
“As ilegalidades de Byron vierem à tona através de uma auditoria do Tribunal de Contas da União e foram investigadas, superficialmente, pela CPI criada na Câmara dos Deputados para apurar desvios nos recursos do FINOR (Fundo de Investimentos do Nordeste),operados pelo BNB.Byron montou uma engenharia no banco para perdoar dívidas, refinanciar e conceder novos empréstimos para empresários amigos que não pagavam o banco há anos. A maioria das negociações era implementada com a posição contrária do Comitê de Avaliação de Crédito da Direção – COMAC. Após realizar as operações, os empréstimos e refinanciamentos eram apontados no balanço como créditos a receber e não créditos
duvidosos.“
“ Esse é o caso da empresa Mossoró Agroindustrial S.A (MAISA), de propriedade do senador José Agripino Maia (DEM). Agripino recebeu recursos do BNB e não pagou. A dívida total do senador ainda é um mistério, pois nunca houve uma investigação séria sobre o assunto. Alguns números citados na imprensa apontam para a cifra de R$ 50
milhões em valores atualizados. Até 1999, a MAISA devia R$ 4.266.853,27. Agripino reconhece um débito de apenas R$ 2 milhões e o contesta na Justiça. No entanto, a questão mais grave foi levantada por uma auditoria do TCU, que afirma que vários órgãos do banco foram contrários às operações de refinanciamento e novos empréstimos para a empresa de Agripino em virtude do “elevado nível de endividamento do grupo junto ao BNB e o fato de que, em passado recente, os interesses do BNB estiveram abalados por descumprimento por parte do grupo EIT (integrante do grupo MAISA) em não honrar compromissos contratuais pactuados, fato, inclusive, que resultou no impedimento do cliente”.
“Não é só este líder da oposição que está enrolado com Byron. O TCU contesta também uma operação de empréstimo efetuada para empresa Refrescos Cearenses S.A, de propriedade de Tasso Jereissati, que estaria acima dos limites possíveis do banco. Tasso também está ligado, mesmo que indiretamente, a outras intervenções. Um delas, levantada pelo TCU e denunciada pela revista “IstoÉ”, envolve a FIOTEX Industrial S/A indústria de fios de algodão de Fortaleza, que Byron chegou a ser consultor. A FIOTEX devia R$ 5,1 milhões e mesmo sem pagar um centavo foi agraciada com uma bolada de US$ 3 milhões. Pouco tempo depois, sem consultar a direção do banco, a FIOTEX recebeu mais R$ 2,5 milhões para capital de giro. Até 2002, tal empresa devia R$ 45 milhões ao banco. A FIOTEX pertence a Francisco de Assis Machado Neto, suplente do senador Jereissati.”
“ Byron gostava mesmo de Tasso. Era fiel e agradecido pelos cargos que conseguiu no governo do Ceará e no próprio BNB. Pode ser mera coincidência, mas isso pode ter incentivado o ex-presidente do banco a perdoar uma dívida de uma empresa do grupo Edson Queiroz, a Monteiro Refrigerantes S/A, cuja maior acionista é a sogra do senador tucano. Segundo a “IstoÉ”, a dívida da empresa com o BNB era de R$ 19,9 milhões. “Desse total, mais de R$ 17 milhões era dinheiro público do FNE. Em setembro de 1997, sob uma forte pressão de Byron, a dívida foi dada como quitada depois de uma estranha negociação entre devedor e instituição financeira. A empresa pagou, apenas, R$ 3,9 milhões. “O perdão da maior parte da dívida não teve pareceres de técnicos e nem foi submetido aos advogados do banco”, afirma a revista. “A amizade de Byron com o Grupo Edson Queiroz (Sogro do CorrupTasso) também levou o presidente do BNB a perdoar uma dívida de R$ 3 milhões da empresa Luna Aqüicultura Ltda., que pertence ao ex-deputado”.

Veja também Relatórios do TCU, por Auditória realizada no BNB para analisar operações realizadas com recursos do FNE no período e 30/03/1998 a 29/10/1998 – Pág. 7 e 8 – e pag. 8 e 9.
Idem, Idem para operações com EUROBONUS no período 1995 a 1998
Veja a reportagem da Revista Istoé nº 1610 de 09/08/2000 Capa e pág. 34, 35, 36 e 37
Comentário complementar de ECFON – Blog do Luiz Nassif

Sobre a renuncia do SIR NEY – A pressão deve ser exercida de todas as formas. Mas, o que muito me admira é a “coragem” que tem o senador Jose Agripino Maia – VIDE caso MAISA AGROINDUSTRIAL S/A e EIT, o senador CorrupTASSO JEREISSATI -Vide Caso REFRESCOS CEARENSE S/A. Todos os casos referentes a desvios de recursos do BNB/FNE, falar em moralidade. Comentário do ECFON- Congresso em foco

Sellio

Bom texto

Belmiro Machado Filho

O entorpecimento mental continuado a que vem sendo submetido grande parte do nosso povo, infelizmente, nos impedirá de entender a mensagem e de atender aos apelos do senador Requião.

emerson57

Deputada mexicana:
https://www.youtube.com/watch?v=gIWzidhxVgA

NIVEO REMIR ROSKOWSKI

Falta ao brasileiro de todas as classes um forte sentimento de patriotismo. Não aquele que aparece em jogos, mas aquele do cotidiano, em todas as suas ações.

    Nelson

    Concordo, Roskowski.

    Se tem um brasileiro ou brasileiros disputando um campeonato de futebol, basquete, vôlei, bolita ou até o de cuspe à distância, uma grande parte do nosso povo fica histérico.

    O jogador ou jogadores brasileiros têm que ser campeão/campeões em tudo. Se não conseguirem o título, é porque são incompetentes e não honram a nação ou o adversário/adversários fez/fizeram alguma treta para ganhar.

    Nessas disputas, esses brasileiros revelam-se patriotas ardorosos chegando até o fanatismo. Do outro lado, quando governos vende-pátrias entregam/doam as riquezas da nação, não vemos reação da parte deles.

    Riquezas essenciais, fundamentais para a garantia de um futuro melhor para todo o povo, são entregues e esses brasileiros se por comportam como se nada tivesse a ver com eles.

    Isto escancara o nível de alienação que o gigantesco aparato de propaganda do sistema impinge ao povo brasileiro.

Valderli

É triste, desesperador até, ver diuturnamente odes sendo prestadas a tanta mediocridade e cretinice, enquanto ofusca-se aqueles que já são tão poucos, como o Requião. Né não?

Regina Maria de Souza

Obrigada, senador, pelo alerta. Fica em mim a esperança de que, tal qual o Bamerindus, a república privatista se esvaia.

Nelson

Excelente, excelente, Senador Requião. Atençao, Lulipe e coxinhada/trouxinhada em geral. Convido-vos a aprenderem um pouco e, assim, amenizarem sua tremenda ignorância; leiam o texto do Senador Requião.

Noam Chomsky, filósofo e linguista estadunidense, afirma que não há um país sequer do grupo dos que atingiram os mais altos níveis de desenvolvimento que não tenha, para chegar lá, adotado uma forte intervenção do Estado na economia.

E, corroborando com o texto do Senador Requião, Chomsky afirma ainda que se os Estados Unidos tivessem aceitado passivamente o liberalismo que a Inglaterra queria impor, estariam até hoje vendendo peles.

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