Filme da Lava Jato: Caricatura mal feita da PF, diz presidente de federação de policiais

Tempo de leitura: 5 min

Filme da Lava Jato: Parece peça de propaganda em vários momentos, critica Mello Franco;

Filme da Lava Jato tropeça em cliquês e exageros

por Bernardo Mello Franco, na Folha de S. Paulo

Ninguém esperava uma versão nacional de “Todos os Homens do Presidente”. Mesmo assim, “Polícia Federal – A Lei é Para Todos” fica devendo, e muito, para uma produção que se propõe a recriar a maior operação anticorrupção do país.

Com orçamento milionário e elenco de globais e ex-globais, o filme exagera no tom de exaltação da Operação Lava Jato.

O resultado é uma trama maniqueísta, sem nuances, que, em vários momentos, se assemelha a uma peça de propaganda.

Depois dos créditos iniciais, uma citação de Ruy Barbosa dá uma ideia do que vem a seguir: “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

O roteiro não tem vergonha de nada: retrata investigadores como heróis quase infalíveis e recorre à caricatura para barrar qualquer empatia com os investigados.

A produção assume um partido desde o título: o partido da polícia. A ação é comandada por um trio de delegados determinados a prender políticos corruptos e passar o país a limpo.

O protagonismo dos homens de preto é tanto que os procuradores da força-tarefa e o juiz Sergio Moro, representado pelo galã Marcelo Serrado, ficam relegados a papéis secundários.

O filme adota tratamento desigual até na apresentação dos personagens.

Políticos e empreiteiros aparecem com nomes reais, como Lula e Marcelo Odebrecht. Os investigadores são protegidos por pseudônimos, embora alguns pareçam clones dos originais.

Os diálogos patinam em clichês como “a corrupção chegou aqui com as primeiras caravelas” e “o sistema é feito para não funcionar”.

Os trechos que se salvam são os que contam como uma apuração corriqueira, com foco na ação de um doleiro, abriu caminho para a descoberta de um gigantesco esquema de corrupção na Petrobras.

No entanto até nisso a produção tropeça na inverossimilhança. Numa passagem, policiais remexem papéis queimados numa churrasqueira e descobrem contas secretas na Suíça.

Em outra, um delegado acorda no momento em que a presidente Dilma Rousseff anuncia, na TV, a nomeação de Lula para a Casa Civil.

Como o fato ocorreu às 16h de uma quarta-feira, fica a suspeita de que alguém dormiu demais: o personagem ou o roteirista.

O empenho em defender a Lava Jato de qualquer crítica deve empolgar os foliões do Morobloco, mas pode afastar um público mais moderado das salas de exibição.

Num momento em que a Lava Jato cerca o governo Temer e atinge políticos de todos os grandes partidos, a ênfase nas acusações ao PT passa a impressão de que o filme resolveu contar apenas uma parte da história.

Os produtores prometem ampliar o leque de vilões numa continuação. O problema será convencer os espectadores do primeiro episódio a retornarem ao cinema.

O jornalista BERNARDO MELLO FRANCO viajou a convite da produção do filme.

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Filme da Lava Jato é caricatura mal feita da PF, diz presidente de federação

por Wálter Nunes, na Folha de S. Paulo 

O presidente da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), entidade que representa todas as categorias da Polícia Federal, Luís Antônio Boudens, fez duras críticas ao filme “Polícia Federal – A lei é para todos”, inspirado na Operação Lava Jato. Segundo Boudens, a obra exagerou no “propagandismo” dos delegados e traçou uma imagem caricata dos policiais federais.

Em mensagem enviada pela sua assessoria, Boudens diz que assistiu à pré-estreia do filme, em Curitiba, e saiu decepcionado do cinema.

“A permissão poética e a ficção retiraram a essência da Polícia Federal, ignorando aqueles que, de fato, descobriram a autoria e a materialidade de um dos maiores crimes de corrupção no país, dando lugar a uma mensagem corporativa”, afirmou.

A Fenapef defende uma política de valorização do trabalho dos agentes, escrivães, papiloscopistas e peritos da Polícia Federal em comparação com os delegados, que são representados pela ADPF (Associação dos Delegados da PF). Uma das críticas da Fenapef é a de que os delegados se apropriam dos trabalhos dos outros profissionais da PF durante a divulgação das operações.

Boudens aponta erros factuais no roteiro.

“No decorrer do filme há cenas de delegados realizando prisões (como a fantasiosa cena de prisão do doleiro Alberto Youssef) e coletando provas em campo durante cumprimento de mandado de busca e apreensão (como no sítio de Paulo Roberto Costa)”, exemplificou. “A sociedade precisa entender que todo o processo investigativo é realizado em conjunto e não exclusivamente por um cargo.

Os demais cargos da Polícia Federal estão na ponta do processo investigativo e jamais poderiam ter sido esquecidos ou relegados a uma penumbra ante sua importante atuação profissional, reforçando um estereótipo nada saudável para a segurança pública”, disse Boudens. “A obra desenrolou-se entre a distorção da realidade do dia a dia das investigações e os propósitos políticos, apesar da tentativa da direção do filme, e até dos personagens, em dizer o contrário”.

A conclusão do presidente da Fenapef é de que o filme não retratou com precisão a realidade da operação policial. “O roteiro do filme enaltece o trabalho da Polícia Federal e as virtudes inquestionáveis da Operação Lava Jato, mas retrata cenas muito distantes do mundo real”, diz.

Para o sindicalista, a suposta distorção é resultado do apoio dado pela direção da PF à produção do filme, que foi “retribuído com um exagerado “propagandismo” ao cargo de delegado, alijando peritos e agentes federais, por exemplo, de situações cruciais durante a operação”.

Boudens termina sua análise dizendo que espera que, caso haja sequência do filme, os produtores “deixem de lado narrativas inverossímeis e tratem a Polícia Federal com mais realismo e menos caricatura”.

DIREÇÃO

“O noticiário trata do ‘pós-fato’, quando as coisas já aconteceram. Quisemos mostrar o ‘pré-fato’, como foi feita a investigação”, diz o diretor Marcelo Antunez. “O único jeito de contar isso é falar dos investigadores. Muitos detalhes do que aconteceu as pessoas não conhecem.”

Como o foco é na investigação, não no processo, o papel do juiz Sergio Moro é lateral.
Antunez diz que “carregou um pouquinho nas tintas”, pois o filme “não é um documentário”, mas que se manteve fiel aos principais fatos.

O diretor disse ter conversado com mais de 40 pessoas durante a preparação, entre delegados, procuradores da República, Moro e até diretores da Petrobras. Ele e o elenco também tiveram conversas com alguns dos principais personagens da Lava Jato.

“A lei é para todos” não passa no Cine Justiça

por Fernando Brito, no Tijolaço

Poder360 (na tabela, acima) levantou o valor pago a 6.386 juízes, o que corresponde a aproximadamente 37,5% dos magistrados existentes no país.

O resultado, estarrecedor, foi de que nada menos de 73% receberam acima do teto constitucional de R$ 33.763.

Quase três em cada quatro pesquisados.

Uma despesa extra, em um mês, de R$72,4 milhões.

Mantida esta proporção, apenas para dimensionar o problema, em escala nacional, o “extrateto” de julho montaria a R$ 192,5 milhões.

Em 12 meses, R$ 2,31 bilhões.

Não é a remuneração dos juízes, é apenas o que ultrapassa o teto.

E como o teto nos Estados deveria ser menor (90,25 % dos R$ 33.763 do STF para desembargadores e 85, 73% para juízes de 1ª instância) o valor é ainda maior.

Há dois prejuízos graves para a sociedade.

O primeiro, evidente, é o do dinheiro que – tal como dizem que a corrupção desvia dos serviços públicos – se priva a população.

O segundo é que demonstra, para quem pensar um pouco, é que nossas liberdades e direitos estão nas mãos de uma casta que, pelo que ganha, ganhou por anos a fio e crê que ganhará por toda a vida, não vive no mesmo mundo que nós.

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Emanuel Cancella

Moro peidou!

Na verdade, Moro e a Lava Jato estão destruindo a Petrobrás e defecando em cima de nossas instituições, como Polícia Federal, STF e MPF.

Resultado de imagem para Moro

Moro peidou de novo! A primeira vez foi quando disse, nos EUA, que não investigava o PSDB porque as denúncias do partido não chegavam até ele (1). Quando todos sabemos que só o senador tucano, Aécio Neves, é recordista em delação na Lava Jato (11).

Depois quando aceitou a denúncia, sem qualquer prova, do procurador Deltan Dallagnol, de que Lula seria o comandante máximo dos crimes de corrupção na Petrobrás (12). E fez mais, mesmo sem provas ainda condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão. Tudo para tirá-lo do páreo de 2018!

Para lembrar de que lado esta turma está, Dallagnol também quando disse ao jornalista Ricardo Boechat que o PSDB está fora da Lava Jato. Ou seja, os tucanos estão acima da lei (10)!

Assim como Aécio é protegido, o governo tucano de FHC foi várias vezes delatado na Lava Jato e, em muitas dessas denúncias, envolvendo seu próprio filho (3,4). E Moro e Dallagnol nada fizeram!

Agora na presidência da Petrobrás, indicado pelo golpista Michel temer, está o tucano Pedro Lalau Parente. Lalau, mesmo já sendo réu na venda de ativos desde 2001, quando ministro de FHC e membro do Conselho de Administração da Petrobrás, volta à Petrobrás para chafurdar novamente e agora com a cumplicidade da Lava Jato.

A Lava Jato, nomeada por CPI para investigar a Petrobrás, além de conhecer o modus operandis de Lalau, ainda permite que ele “venda”, sem licitação, ativos da Companhia para quem quer e pelo valor que ele mesmo determina: entregou o campo de Carcará do pré-sal pelo valor de um refrigerante por barril de petróleo; a Petroquímica de Suape ao preço de 5 dias de faturamento (5,6). Já vendeu fábrica de fertilizantes e de biocombustíveis e anuncia a venda de plataformas. Lalau faz a maior liquidação do planeta!

E Moro e Dalagnol que, de forma criminosa, omitem-se em investigar os tucanos, querem nos convencer de que Lula é o comandante da corrupção na Petrobrás. Conta outra!

Moro peidou, agora quando perdeu a estribeira e xingou a jornalista Mônica Bergamo. O motivo foi uma entrevista na Folha, no último domingo, com o advogado Duran denunciando que o advogado Zucoloto lhe pediu propina para pagar um acordo de delação premiada, sendo que na ocasião o advogado Zucolotto falava em nome da Lava Jato.

Moro reagiu dizendo:

O advogado Carlos Zucoloto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me;

Moro parece que tem memória curta e esqueceu que Zucoloto é seu compadre e ex-sócio de sua mulher, Rosangela Moro (2).

O outro sócio de Rosângela Moro é Marlon Arns, envolvido com Rosângela no escândalo da Apae (13). Marlon Arns é advogado também nas negociações da delação da Lava Jato, junto com Zucoloto, substituindo a advogada Catta Preta. Arns também defendeu a mulher de Cunha, estranhamente absolvida por Moro.

E Moro não poderia perder a estribeira já que a Lava Jato já foi denunciada várias vezes em recebimento de propina, como na ocasião em que a filha do ex-presidente do BB e da Petrobrás, Aldemir Bendine, recebeu um email pedindo depósito de R$ 700 mil para pagar um habeas corpus para o pai (7).

Lembrando que os principais ladrões da Petrobrás, presos pela Lava Jato, estão pagando suas penas em casa, verdadeiros clubes de lazer, construídos com dinheiro da corrupção. Fica aqui a pergunta: quanto teria custado isso (8,9)?

Na verdade, Moro e a Lava Jato estão defecando em cima de nossas instituições, como Polícia Federal, STF e MPF e destruindo a Petrobrás.

Quem sabe, usando o peido, já que as ações de moro estão cheirando mal, alguém tome alguma providencia!

Fonte: 1 – http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/em-palestra-em-washington-moro-diz-que-nao-recebeu-casos-sobre-psdb/

2 – http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/08/27/advogado-acusa-amigo-de-moro-de-intervir-em-acordo-de-delacao/?from_rss=jazz

3 – https://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/09/delator-cita-filho-fhc-esquema-corrupcao-petrobras.html

4 – https://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/10/cervero-filho-fhc-sabia-termeletrica-contratado-petrobras.html

5 – http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/127/escandalo-da-petroquimica-de-suape-a-pasadena-de-temer

6 – http://www.vermelho.org.br/noticia/285181-1

7 – http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/bendine-quer-inquerito-sobre-email-que-pediu-r-700-mil-por-habeas/

8 – http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36565729

9 – https://oglobo.globo.com/brasil/apos-colaborarem-com-justica-condenados-na-lava-jato-cumprem-pena-em-espacos-luxuosos-19634752

10 – https://www.brasil247.com/pt/247/parana247/286335/Dallagnol-diz-a-Boechat-que-PSDB-est%C3%A1-fora-da-Lava-Jato.htm

11 – https://www.brasil247.com/pt/247/minas247/255474/Recordista-em-dela%C3%A7%C3%B5es-A%C3%A9cio-Neves-cobra-arrependimento-de-Lula.htm

12 – https://www.youtube.com/watch?v=VWWtDPG6LD4

13 – http://jornalggn.com.br/noticia/o-caso-das-apaes-os-arns-e-a-esposa-de-sergio-moro

Rio de Janeiro, 01 de setembro de 2017.

Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

Meus endereços eletrônicos:
http://emanuelcancella.blogspot.com.
https://www.facebook.com/emanuelcancella.cancella

José

O título correto seria “A Lei é para todos os nosso inimigos (leia-se PT)”………………

Anselmo Mercês Pereira

O titulo do filme por si só já é hilário, a justiça na republica tem preço sim, todos nós os mortais sabemos disso. Por outro lado, fica claro que o roteiro é propagandista e inconclusivo.

Moro

O filme ficou a altura dá PF, uma BOSTA!

robertoAP

Em Hollywood, a terra do cinema,uma chanchada dessas, ou um abacaxi como se dizia antigamente, ou uma cereja, como se diz lá mesmo em Hollywood, é considerado filme de escola, onde crianças começam do zero a aprender a arte do cinema. Não entraria nem como filme B, nos circuitos, pois é um filme sem roteiro, que é ainda pior que um roteiro ruim, pessimamente interpretado pelos atores afetados, canastrões e espalhafatosos da globo, sem nenhuma direção ,já que as sequências são ridículas, grosseiras e grotescas, sem nenhuma utilização tecnológica, sem continuidade, sem ação que de longe lembre sequer algum cenário e diálogos cem por cento burros.
De 1 a 10, cotação: 0,2

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