PM mineira prende artistas que fariam protesto por porte de arame e tinta

Tempo de leitura: 2 min

Ataque a liberdade de Expressão

ARTISTAS DE BELO HORIZONTE SÃO PRESOS A CAMINHO DE PERFÓRMANCE CONTRA A COPA

segunda-feira 16 de junho de 2014, por Nelsinho Pombo

 no Ciranda Brasil, sugerido por Nelson Guarani no Facebook

Os artistas plásticos Tita Marçal, Efe Godoy, Mary Astrus e Nando Lamas acabam de ser detidos pela Polícia Militar na Av. dos Andradas, centro de Belo Horizonte.

Eles caminhavam rumo ao centro da cidade levando o material artístico que seria utilizado em uma performance.

Detidos por fazer Arte no estado de exceção!

Eles se encontram no Batalhão da Copa, Rua Pouso Alegre 417, sob a responsabilidade da Tenente Claudia e do Tenente Romie e sob os cuidados de advogados ligados aos movimentos culturais e sociais da cidade.

Os artistas saíram do Espaço Comum Luiz Estrela, no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foram detidos na tarde desta segunda-feira (16) na avenida dos Andradas, no centro da capital.

Segundo o advogado Joviano Mayer, que acompanha os detidos, os artistas foram presos porque estavam com materiais como arame, tinta e madeira, que seriam utilizados em uma intervenção cultural “Arte Contra a Copa” na rua Guaicurus, próximo ao espaço 104.

Eles foram presos pouco antes do evento, que segundo o advogado, não ocorreu por causa da prisão do grupo.

“Não estou entendendo porque os militares prenderam eles. Não é errado portar esses materiais”, considerou Mayer. “Acho que está tendo uma histeria por parte da polícia. O material seria utilizado unicamente para um trabalho artístico. Essa prisão é desnecessária”, completou.

Os artistas Tita Marçal, Felipe Godoy, Mary Astrus e Nando Llamas foram detidos por volta das 17h30 e levados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan) na rua Pouso Alegre, no bairro Floresta, na região Leste da Capital. Até as 20h desta segunda, eles continuavam presos.

Detenções injustificadas, como o caso da Ninja Karinny, abuso de autoridade, agressões, privação de liberdade e cerceamento ao direito de ir e vir, mais uma série de arbitráriedades vem sendo cometidos pelo governo, no caso sendo utilizado a Polícia para tal, em Minas e no resto do Brasil.

Mãos ao alto, é o estado de exceção imposto pela PM da Copa roubando nosso direito à cidade, à arte, à liberdade. Mas não nos calarão, não nos intimidarão e, sobretudo, não passarão.

Por favor, compartilhem em suas redes. Espalhem a palavra. Outros artistas da cidade também estão sendo presos.

(os artistas presos em BH sem justificativa estão tomando um chá de cadeira, com vista deixá-los cansados e constrangidos. Que BH tome um chá de arte, com performances por toda a cidade)

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Comentários

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José Ricardo Romero

Manifestantes com esse arsenal eu prefiro que a polícia prenda mesmo. O fato de serem artistas não quer dizer absolutamente nada e a palavra arte não chancela coisa alguma. O dever da polícia é manter a segurança dos cidadãos. Todo mundo está acostumado a ver como essas manifestações acabam. Não é preconceito. Sendo dado os antecedentes, é prevenção.

Calma

Aprendi com a Gloriosa que certo exageros pode até machucar, mas faz com que não se corra risco de estragar um evento da mais alta sensibilidade para o Brasil. As PMs, todas, estão de parabéns, tem sido um trabalho impecável.

    Assalariado

    haha nunca pensei que veria isso na vida

    militante aplaudindo a PM.

ANDRE

Observatório da Imprensa: Aécio fracassa em entrevista pra Globonews
Enviado por Miguel do Rosário
Candidato fracassa em entrevista

Por Sergio da Motta e Albuquerque em 17/06/2014 na edição 803
No Observatório da Imprensa.

Aécio Neves, o senador e agora candidato à Presidência da República pelo PSDB, não pôde evitar o sorriso sem graça e o desconcerto trazido pelas perguntas sobre o planejamento no setor elétrico que Renata Lo Prete (14/6), da GloboNews, dirigiu a ele no segundo bloco da entrevista que a jornalista fez com o político mineiro. Renata foi direto ao ponto ao afirmar com toda segurança que a oposição costuma criticar muito a atual administração quando o tema é a gestão do nosso sistema de geração e distribuição de energia.

Ela lembrou ao candidato que “quando o PSDB esteve no poder federal, as tarifas explodiram muito acima da inflação, e um apagão, seguido de racionamento, decretou o fim prematuro do segundo governo Fernando Henrique”. Logo depois veio a pergunta: “O que os tucanos têm a ensinar nesta matéria, senador?”

Aécio começou a esboçar uma resposta, corrigindo a entrevistadora e afirmando que “não era correto comparar momentos tão diferentes da vida nacional, quando as prioridades eram outras”. O senador (PSDB) tentou continuar com sua explicação, mas Lo Prete não o deixou continuar, e interrompeu a fala de seu entrevistado: “Mas será que não, senador?”, questionou a jornalista, sem deixar muito tempo para as reflexões pobres de Aécio: “A gente fala muito de falta de planejamento, e se há uma coisa que a gente sabe bem é que não houve planejamento naquela situação”, afirmou a jornalista. A crise do “apagão” de 2001-2002 custou ao Brasil R$ 45,2 bilhões, de acordo com dados do TCU publicados na revista Época Negócios, em 16/7/2009.

O abismo e o desgoverno

Aécio então deu aquele sorriso peculiar de quem perdeu o rumo da prosa. Foi apanhado desprevenido por uma entrevistadora astuta. Por um momento pareceu perdido. Mas logo continuou, explicando que “não era advogado de Fernando Henrique Cardoso”. Depois tentou corrigir a ambiguidade que lançou sobre o nome de seu companheiro de partido e garantiu que ele “não precisa um” (advogado). Elogiou os governos de FHC, disse que sem eles Lula nada teria feito e ainda tentou lembrar à editora de política do Jornal das 10 da GloboNews que em 2001 “houve muito pouca chuva”.

Não era o dia de Aécio: Renata lembrou que o governo Dilma também viveu um período de estiagem muito longo. Aécio então partiu para uma série de acusações ao PT: sectarismo, irresponsabilidade fiscal, intolerância política com a oposição, mas foi outra vez pressionado pela jornalista. Que quis saber “por que tantas pesquisas, públicas e privadas, registram uma imagem muito ruim dos governos do PSDB”. Aécio finalmente admitiu as derrapadas no segundo mandato de FHC, e afirmou que “mesmo assim ainda restou crédito ao seu governo, graças as suas conquistas anteriores”.

O candidato do PSDB tentou usar a entrevista para aproveitar o mau momento da atual administração. Veio para atacar, mas com retórica frágil e sem o preparo intelectual de FHC, ele só desperdiçou tempo precioso de exposição pública. Nada do que o candidato disse ajudou seu partido ou sua candidatura. É verdade que a administração de Dilma Rousseff não deu a sequência esperada aos melhores momentos dos dois governos de Lula, mas querer estabelecer como verdade absoluta que caminhamos para o abismo e o desgoverno é inaceitável, se partirmos de pontos de vistas factuais.

Dever de casa

A verdade estava lá, na expressão de desamparo de Aécio Neves interrogado sobre FHC e seu fracasso na gestão do setor elétrico. O candidato esperava uma acolhida mais hospitaleira e favorável, em uma emissora que faz oposição ao PT de forma sistemática e muitas vezes desleal. O grande erro de Aécio foi acreditar que as grandes corporações de mídia são entidades monolíticas e os profissionais que trabalham nelas são lacaios dos patrões e seguem a linha editorial imposta por eles sem reflexão. A coisa não é tão simples assim.

A chamada “grande mídia” é complexa e tem muitas faces. Desacreditar tudo aquilo que é produzido por ela é uma imprudência pueril. Nos jornais mais conservadores trabalham profissionais com visões de mundo e opiniões que nem sempre coincidem com as dos seus empregadores. O contrário também é verdadeiro: publicações liberais podem ter em seus quadros gente conservadora que não segue a linha editorial de seus chefes. Jornalistas e editores experientes sabem trabalhar nos limites da autonomia relativa que a imprensa permite. Sabem usar as brechas nas emissoras e publicações onde trabalham.

Aécio Neves ignorou isso e por pouco a entrevista não “azedou” totalmente: em certo momento no segundo bloco, a entrevistadora afirmou que o PT reconhece as conquistas de FHC. O político mineiro replicou: “O PT não reconhece nada”. O candidato quis polemizar. Tentou provocar discussão. Renata Lo Prete mostrou profissionalismo, não aceitou a provocação e foi em frente com a entrevista. E o candidato desperdiçou a oportunidade de mostrar as alternativas de seu partido para o atual governo. O aspirante a presidente não fez o dever de casa, veio mal preparado para a entrevista e ainda deixou bem claro que não tem frieza para enfrentar quem o contrarie com boa argumentação.

***

Sergio da Motta e Albuquerque é mestre em Planejamento urbano, consultor e tradutor
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Alex Back

A puliça está legislando também agora?

Mara Isa

É dessa forma que PM mineira trabalha. Sem essa de PM da Copa!!!!!!!!!!!!

anna

Não sei se todo material apreendido e mostrado em reportagem (TV Record/Minas) eram dos artistas.
Dentro de um carrinho de supermercado, que eles transportavam, estava repleto de pedras de calçada, rôlo de arame,tintas e o que me deixou impressionada foi um pedaço de madeira com um prego grande na ponta.
Festa estranha com gente esquisita!

rios

“estado de exceção imposto pela PM da Copa” que em MG dura os anos do governo PSDB.

Narr

Qual o motivo para a PM perseguir jovens que são anti-Dilma e anti-PT?

    Valdeci Elias

    Vai ver usar um pedaço de pau com prego como arma, seja ilegal, ou jogar pedra nos outros tambem seja ?

    Bety

    Tudo que acontece agora é culpa da Dilma? Estão protestando pelo baixo índice de desemprego? Pela falta de vontade de estudar? Pela falta de informação? Vejo um monte de jovens achando que é na quebradeira do patrimônio público a maneira correta de protestar…Protesto é nas urnas.

Urbano

A base do protesto está mais para coisa de atista do que de artista…

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