Pesquisadores brasileiros denunciam: Por negligência, Sabesp jogou o Sistema Cantareira numa catástrofe

Tempo de leitura: 2 min

alckmin e cantareira

Cantareira tem ‘transição catastrófica’, diz estudo publicado em revista internacional

Pesquisadores brasileiros mostram como bacia hidrográfica passou para estado de ineficiência na produção de água em janeiro de 2014

Fábio Leite, em O Estado de S. Paulo

Um artigo recém ­publicado por pesquisadores brasileiros em uma revista científica americana afirma que o Sistema Cantareira sofreu uma “transição catastrófica”, entre o fim de 2013 e o início de 2014, provocada pela demora dos gestores em reduzir a exploração do manancial, apesar dos indícios de estiagem.

Os cientistas afirmam que, desde janeiro de 2014, quando a crise foi anunciada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Cantareira já havia mudado do “estado normal” para um “estado de ineficiência”, no qual a água da chuva já não se reverte em aumento do nível de armazenamento das represas porque é absorvida pelo solo seco, no chamado “efeito esponja”.

“A culpa não é do sistema natural, ele sempre funcionou assim. Foi um problema de gestão, que negligenciou aspectos fundamentais do funcionamento de bacias hidrográficas”, afirma o ecologista Paulo Inácio Prado, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), um dos autores.

Para explicar a transição catastrófica, um termo da física que descreve mudanças bruscas de um estado para outro, o pesquisador Roberto Kraenkel, do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), compara a situação do Cantareira com a de um barco no lago. “Ele está sob o efeito do vento e das ondas, mas não vira. Se existir um evento excepcional, sabemos que o barco pode virar, e de forma rápida. Depois que ele vira, fica muito difícil desvirá-­lo. Infelizmente, foi isso que aconteceu.”

Segundo Kraenkel, as chuvas na região do Cantareira não diminuíram de repente e o volume de água que entra nas represas por meio da chuva, dos rios e do lençol freático já vinha em queda há mais tempo. “Era possível ter percebido isso antes e reduzido a retirada de água do sistema desde de outubro (de 2013), mas isso só começou a ser feito em fevereiro. Desta forma, (os gestores) acabaram jogando o sistema dentro da catástrofe”, diz.

Segundo Prado, se as medidas tivessem sido tomadas naquela época, o racionamento de água seria menor hoje e a recuperação do sistema, mais rápida. “A retirada de água já está em menos da metade e ainda estamos com volume baixo. Se os próximos meses não forem muito chuvosos, será preciso reduzir ainda mais a distribuição da água”, diz. O estudo também é assinado pelo pesquisador Renato Mendes Coutinho, da Unesp.

Em nota, a Agência Nacional de Águas (ANA) cita relatório climático que aponta que a estiagem foi “anormal” e “imprevisível” e ­ desde fevereiro de 2014 ­ defende reduções significativas do uso do Cantareira. A Sabesp e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) não se manifestaram até as 20 horas.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

FrancoAtirador

.
.
Assessores do Gabinete do Senador Aloysio (PSDB-SP)
receberam R$ 221,5 Mil do PSDB para trabalhar
na Campanha Eleitoral Tucana do Ano Passado,
quando foi Candidato a Vice na Chapa Presidencial
encabeçada por Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG).
.
A Legislação Brasileira Proíbe a Participação de Servidor Público
em Campanhas Eleitorais, salvo se estiver licenciado do Cargo
.
.
Três assessores parlamentares do gabinete
do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
trabalharam na campanha de 2014.
.
Na época, o tucano concorria à vice-presidência na chapa
do também senador Aécio Neves (PSDB-MG).
.
Em dois meses do período eleitoral,
do final de julho ao final de setembro,
os assessores estiveram de férias do Senado.
.
Depois disso, no final de setembro e em outubro,
eles acompanharam o senador em viagens de campanha
e teriam embarcado em aeronaves pagas pela chapa de Aécio.
.
Por meio de sua assessoria, Nunes disse que os três servidores
participaram das viagens para auxiliá-lo em atividades do mandato parlamentar,
embora fosse véspera de eleição e o Congresso estivesse no “recesso branco”,
período em que as atividades legislativas são esvaziadas por causa das eleições.
.
Apesar da explicação, Nunes alegou não se lembrar das atividades legislativas
que os assessores desempenharam nas viagens.
.
Os Assessores do Senador Paulista
receberam ao todo R$ 221,5 mil
da Campanha do PSDB pelo trabalho.
.
A prestação de contas da campanha aponta que entre 28 de setembro e 13 de outubro, os servidores embarcaram para cidades do interior de São Paulo e para Blumenau, onde Nunes participou de caminhada e da Oktoberfest.

Quanto às viagens a Taubaté (30 de setembro) e Marília (1º de outubro),
o senador participou de atividades eleitorais na reta final do primeiro turno
em horários de expediente e em dias de semana, segundo registro dos voos.
Nas duas viagens dois dos três assessores acompanharam o candidato tucano.
.
A legislação eleitoral proíbe a participação
de servidor público na campanha
“durante o horário de expediente normal,
salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado”.
.
O descumprimento da norma leva à cassação do diploma,
caso o candidato seja eleito, e configura ato de improbidade administrativa.
.
(http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2015/09/assessores-de-aloysio-nunes-trabalharam.html)
.
.

    Buzz

    Legal a informação, mas usar “blog” como referencia é tiro no pé, exatamente igual aos tucanalhas fazem.

fábio

H.A.A.R.P. explica?

Antonio

http://jornalggn.com.br/noticia/privatizacoes-estariam-por-tras-da-crise-politica-por-altamiro-borges

Privatizações estariam por trás da crise política, por Altamiro Borges
O Jornal de todos Brasis
Privatizações estariam por trás da crise política, por Altamiro Borges
COMENTAR
185
DOM, 20/09/2015 – 11:47

Enviado por Webster Franklin

Do blog do Altamiro Borges

O golpe é para “privatizar tudo”

Por Altamiro Borges

Animados com a possibilidade do impeachment da presidenta Dilma, alguns tucaninhos começam a abrir o bico e a revelar as verdadeiras razões deste golpe. Em artigo publicado na Folha desta quinta-feira (17), a economista Elena Landau, que foi apelidada de “musa das privatizações” durante o triste reinado de FHC, escancara os interesses que movem esta conspiração. Para ela, “é hora de privatizar” – de preferência, entregando o patrimônio público e as riquezas nacionais para o capital estrangeiro.

A entreguista Elena Landau, conhecida por seu doentio complexo de vira-lata, teve papel de destaque no criminoso processo da “privataria tucana” – tão bem descrito no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr.. Ela foi assessora da presidência do BNDES e diretora do “Programa Nacional de Desestatização” do governo FHC. Ela faz parte do grupo de economistas ultraneoliberais da PUC-RJ, que tem entre os seus expoentes figuras como Armínio Fraga, Pérsio Arida, Gustavo Franco e André Lara Resende. Ela também tem sólidas ligações com o império, tendo estudado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), um antro mundial das teses destrutivas e regressivas do neoliberalismo.

Com este currículo, Elena Landau tornou-se a musa dos tucanos e porta-voz dos interesses de rapina das corporações estrangeiras. A partir da vitória de Lula, em outubro de 2002, a economista caiu no ostracismo e passou a cuidar dos seus negócios. Só voltava à tona nas campanhas eleitorais, ajudando na elaboração dos programas dos candidatos derrotados do PSDB – José Serra, Geraldo Alckmin e, no ano passado, do cambaleante Aécio Neves. A Folha tucana, sempre tão generosa, até garantiu um palanque para a economista neoliberal, mas sem maior repercussão. Agora, com a ofensiva golpista pelo impeachment de Dilma, Elena Landau adquire novamente “prestígio”.

No artigo intitulado “É hora de privatizar”, ela demonstra que mantém o bico tucano afiado. Do seu palanque, ela critica o pacote fiscal apresentado nesta semana pelo governo federal. Ele seria muito tímido. “Os ajustes propostos não atacam erros fundamentais que levaram ao descalabro nas contas, entre eles o gigantismo do Estado, e pouco avança neste campo. A privatização não foi mencionada uma vez sequer”. Para ela, “a privatização é parte da solução dessa crise. Ela não depende, na maioria dos casos, de apoio do Legislativo. Apenas da vontade política do Poder Executivo”.

Após passar um período de esquecimento, ela até tenta se jactar dos seus feitos no desastroso reinado de FHC. Vaidosa, ela se gaba do “sucesso” do Programa Nacional de Desestatização. Só não diz que parte do patrimônio público foi vendida a preço de banana – é só lembrar da entrega da Vale – e que, mesmo assim, o país ficou de joelhos por três vezes diante do FMI e quase quebrou totalmente. FHC e Landau, entre outros privatistas e entreguistas, foram escorraçados do governo pelo voto popular. Agora, eles desejam voltar ao poder através de um golpe para concluir o serviço sujo da privatização.

“A crise abre oportunidade para nova rodada de privatizações… A lista de ativos federais, estaduais e municipais a serem vendidos pode e deve ser ampliada. Há oportunidades na área de distribuição de gás, transportes e saneamento. A quantidade de empresas e o montante de recursos a serem arrecadados é grande. Some-se ainda o plano de desinvestimento da Petrobras e os valores duplicam. O PND (Plano Nacional de Desestatização) precisa sair de sua longa hibernação e o BNDES deve recuperar sua vocação para coordenar o projeto de desestatização nacional, com lei específica e regras claras. A gravidade da crise não permite tergiversação”, conclui a economista neoliberal.

Marat

Os meus tristes, obtusos e, com o perdão do adjetivo, “idiotas” conterrâneos continuarão votando nessa praga incompetente e oligárquica que é o PSDB… Eles são tão imbecis contra o PT (que é um partido pusilânime, que se diga), que não percebem que aqui há estupendos quadros no PSOL, a começar pelo Professor Carlos Gianazzi… Se não acreditam, vejam os ses projetos de Lei (na página da ALESP – é só pesquisar no Google que vocês chegam lá) e comparem com os PLs dos pessedebistas… Se vocês prestarem atenção, perceberão o quanto eles são conservadores e incompetentes!!!

Laerthe Jr.

Engraçado! Para o Estadão a responsabilidade pela grave seca da Cantareira é dos gestores! E eu que pensava que eram os tucanos que governavam São Paulo!

Mauricio Gomes

Logo os coxinhas dirão que esses pesquisadores são comunistas bolivarianos querendo atrapalhar o “excelente” governo do Führer paulista.

    Marat

    Führer??? Talvez… mas acho que o termo neo-coronel vem mais a calhar… já não diziam nossos grandes compositores Sá e Guarabira que “o sertão vai virar mar, O sertão vai virar mar… Dá no coração O medo que algum dia O mar também vire sertão”??? Só não previram que isso se daria por uma incompetente e direitista gestão pessedebista!!!

Edgar Rocha

“Em nota, a Agência Nacional de Águas (ANA) cita relatório climático que aponta que a estiagem foi “anormal” e “imprevisível” e ­ desde fevereiro de 2014 ­ defende reduções significativas do uso do Cantareira.”

Vão tomar banho. Se puderem.

“A natureza não reage. Ela apenas se vinga”. A primeira vez que ouvi isto foi pela boca do Joelmir Beting. Acho que é isto mesmo. Só nos resta esperar o momento em que faltará água até pros ricos. Não vai demorar muito. O problema é que solo plano e seco em São Paulo, acaba sendo ocupado. E se for valorizado, a ocupação será por gente rica. Quero ver quando for inevitável o reflorestamento das áreas degradadas. Acho que não será como no Rio, no caso da Floresta da Tijuca. Não vão nem pensar no assunto por aqui. Vai ser uma debandada geral. Debandada de capital, empresas e tudo que bebeu a água da Capital até a última gota. Vai sobrar um agreste onde o pobre vai se ferrar pra viver. Os que destruíram se moverão feito uma praga de gafanhotos pra outro lugar, a fim de implantar o mesmo sistema predatório e ferrar com a vida da maioria pra garantir lucro a curto prazo. Um crime contra a humanidade que, se depender do Estado brasileiro, ficará impune e recairá sobre a próxima geração. Uma tristeza.

Urbano

Contanto que negligência caia na condição de crime doloso, até mesmo pela ‘A culpa não é do sistema natural, ele sempre funcionou assim…’.

Deixe seu comentário

Leia também