Paulo Pimenta: Mídia brasileira esconde que a Globo está envolvida nos “Panama Papers”

Tempo de leitura: 3 min

globo_libertadores01A Rede Globo e os “Panama Papers” – O que só foi divulgado na Holanda

Veio à tona um novo escândalo de corrupção global. O que a mídia brasileira esconde é que a Globo está envolvida nele

por Paulo Pimenta

Fraudes, evasão de divisas, sonegação de impostos, superfaturamento, tráfico de influência. Os “Panama Papers” dizem respeito aos quatro terabytes de documentos vazados sobre a Mossack Fonseca – matriz internacional de offshores, que criou centenas de empresas de papel pelo mundo com o fim principal de ocultação de patrimônio.

Repórteres de todo mundo estão agora investigando o conteúdo desses papéis.  No Brasil, Fernando Rodrigues, membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, revelou que esquemas envolvem Chefes de Estado de diversos países. Centenas de bancos registraram mais de 15 mil offshores com a panamenha. Sete partidos brasileiros – PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB – têm membros com envolvimento com essas empresas.

Mas, assim como a famosa lista dos implicados no escândalo do HSBC não foi integralmente trazida ao conhecimento dos brasileiros, com os “Panamá Papers” provavelmente ocorre o mesmo.  A mídia tem protegido o maior conglomerado de comunicação da América do Sul: o Grupo Globo.

As atividades Mossack Fonseca são objeto das Operações Lava Jato e Ararath. Carolina Auada e Ademir Auada, representantes da Mossack Fonseca no Brasil, foram interceptados pelos investigadores da PF destruindo provas.  Por isso eles foram presos mas, pouco depois, o juiz Federal Sérgio Moro mandou soltá-los, com uma justificativa violadora dos princípios da lógica elementar, publicada na Folha de São Paulo: “Apesar do contexto de falsificação, ocultação e destruição de provas, (…) na qual um dos investigados foi surpreendido, em cognição sumária, destruindo quantidade significativa de provas, a aparente mudança de comportamento dos investigados não autoriza juízo de que a investigação e a instrução remanescem em risco”.

A parcialidade se explica.

Como revelaram reportagens posteriores do “Diário do Centro do Mundo”, “Tijolaço”, “Viomundo”, “Rede Brasil Atual”, “O Cafezinho”, “Revista Fórum”, “Conversa Afiada” e “GGN”, a mansão dos Marinho em Paraty (a Paraty House), o heliponto que fica nessa mansão e o helicóptero que a dinastia usa são ou foram, todos, de propriedade de uma dessas empresas de papel criadas pela Mossack Fonseca. Em 25 de fevereiro e em 02 de março eu e outros deputados já havíamos pedido investigações criminais a respeito ao Ministério da Justiça e à Procuradoria Geral da República.

Mas agora os “Panama Papers” revelam mais.

O portal holandês trouw.nl e o “Het Financieele Dagblad” (ou “A Tribuna Financeira”), um jornal de alta circulação na Holanda, fizeram uma análise minuciosa dos documentos vazados. No artigo ”Het balletje rolt” (“Bola Rolando”) , o que se retrata é o vazamento de documentos que colocam a Rede Globo no centro de um esquema de fraudes e sonegação de impostos em uma parceria criminosa com instituições ligadas ao futebol como a CONMEBOL e a FIFA e alguns de seus dirigentes, por meio de contratos falsos e garantias de exclusividades em transmissões.

Os contratos, segundo as reportagens, dizem respeito aos jogos da Copa Libertadores, cujos direitos de transmissão foram cedidos pela Conmebol “mediante pagamentos extras”. Os contratos seriam muito enxutos, com objetos excessivamente amplos, e sem cláusulas de exclusividade  – tudo incomum para acordos desse tipo. Isso, aliado aos valores altíssimos, levantam suspeita sobre sua veracidade. O marqueteiro de esporte holandês Frank van den Wall Bake, um dos entrevistados, é categórico: “todos os contratos que envolvem esses atores são falsos”. O artigo ainda cita diversas empresas holandesas envolvidas nos esquemas. Dentre elas, duas com nome T&TSM. Uma, com sede nas Ilhas Caymann, responsável por negociar os direitos de transmissão no continente à Rede Globo, outra, com sede na Holanda, que recebeu todos os repasses.

Reiterei ao Ministro da Justiça o pedido de que as operações da Mossack Fonseca no Brasil sejam investigadas. Esperamos que esse não seja mais um caso de impunidade de crimes de colarinho branco, em que indivíduos, empresas e famílias extremamente poderosos saem ilesos de seus crimes financeiros.

Os negócios da Globo – não bastasse o mal político que faz ao país, com seu monopólio de opinião que hoje novamente trabalha por um golpe de Estado – precisam ser investigados, porque sobre eles há sérias suspeitas de ilicitude. Se a grande mídia poupa os Marinho, que pelo menos a Polícia Federal faça seu trabalho de forma isenta e responsável.

Paulo Pimenta, jornalista e deputado federal pelo PT-RS. 

Leia também:

 Mossak Fonseca e o futebol: Como a Globo pagou os US$ 10 milhões pelos direitos da Libertadores? 


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Comentários

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Sérgio

Viva a internet livre. Pensando aqui em como teria sido o golpe de 64 com a internet como agora.

alex

Só resta saber quem é que vai pagar a conta deste experimento midiático judicial a que o Brasil foi exposto, hipocrisias a parte, a CRISE foi engendrada pelo Juiz Moro no intuito de gerar os argumentos para derrubar a Dilma e ponto final.
Fez uma operação Conta Gota par e passo com o Jornal Nacional repercutindo na revista Veja religiosamente toda sexta feira o vazamento da semana, gerou a instabilidade jurídica necessária para detonar a economia brasileira, levou milhares de empresários a banca rota, jogou milhões de brasileiros na rua, por tabela elevou os índices de violência urbana, provocou um prejuízo TRILIONÁRIO aos cofres públicos só para viabilizar a entrega da Petrobras ao pessoal da FORTUNE (Chevron e Exxon) traindo flagrantemente o empresariado paulista que o até ontem o premiava e agraciava com palestras, mal imaginavam que a intentona do Moro sempre focou a substituição do FIESP pelas empresas americanas que dão apoio ao juiz.

Julio Silveira

Para mim tão importante ou mais foi saber pela jornalista Barbara Gancia, que foi demitida da Band por recusa em aliviar o Cunha (Crime), que ele é primo do Saad dono da Band. Esse episodio explica muitas coisas nesses vasos comunicantes que reúnem os donos da grande mídias corporativas e que servem para proteger apaniguados (podendo serem corruptos ou até mesmo criminosos), e apertar o crivo sobre desafetos, como estão fazendo estes que se definem como “empresários”.

Urbano

Imaginem porque…

FrancoAtirador

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Bancados pela JBS/Seara/Friboi, Patrocinadora da Rede Globo,
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Bando de Fascistas Sórdidos e Covardes faz Campanha em Rede
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de Calúnia e Difamação Contra o Jornalista Leonardo Sakamato
.
A Informação consta de Documentos solicitados por Ordem Judicial.
.
O Grupo JBS e a Agência 4Buzz (http://4buzz.com.br) estão sendo apontadas,
respectivamente, como Financiadora e Divulgadora de uma campanha difamatória
contra o jornalista Leonardo Sakamoto, blogueiro e Membro da “Repórter Brasil”
(http://reporterbrasil.org.br).
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A informação surgiu por meio de documentos produzidos por ordem judicial.
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De acordo com papéis obtidos junto ao Google e à operadora de telefonia GVT,
a JBS e a 4Buzz estariam por trás do patrocínio ao link ‘Leonardo Sakamoto Mente’, apresentado como primeiro resultado nas pesquisas sobre o jornalista em 2015.
.
O link levava o internauta para um Texto Difamatório sob a Manchete Mentirosa: ‘Sakamoto recebe mais de R$ 1 milhão para chamar opositores de mercenários,
denuncia Luciano Ayan’, abrigado no site Folha Política, que também reúne
Postagens de Notícias Falsas contra o PT e as Lideranças Petistas.
.
Diante das acusações infundadas, Sakamoto resolveu recorrer à Justiça
para que o Google informasse quem havia contratado o anúncio
que gerou uma série de retaliações como xingamentos, agressões físicas
e até ameaças de morte contra o Jornalista, Blogueiro e Ativista Social.
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Alvo de matérias da Repórter Brasil sobre infrações trabalhistas e ambientais, a JBS
– Dona de Marcas como Seara, Friboi, Swift, Excelsior, Frangosul, Doriana, entre Outras [*] –
confirmou por meio de sua assessoria de imprensa que contratou a 4Buzz para ações na web em 2015 para promoção de notícias, mas alegou que nenhuma delas fazia referência a Sakamoto.
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A 4Buzz, por sua vez, não soube explicar por que os IPs da empresa
apareceram na investigação como a origem das difamações.
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*[(http://www.jbs.com.br/pt-br/negocio/jbs-foods) (http://www.jbs.com.br/pt-br/negocio/jbs-carnes)]
.
Mais detalhes em:
(http://www.revistaforum.com.br/2016/04/08/empresa-jbs-estaria-por-tras-de-campanha-contra-sakamoto-aponta-investigacao)
(http://www.tijolaco.com.br/blog/por-que-folha-nao-diz-que-site-que-recebeu-da-jbs-para-caluniar-sakamoto-e-de-kim-seu-colunista)
(http://jornalggn.com.br/noticia/jbs-pode-estar-por-tras-de-campanha-de-difamacao-de-sakamoto)
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