Muda Mais analisa criticamente a resposta de Veja à candidata Dilma

Tempo de leitura: 4 min

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Veja expõe a precariedade de seu pseudo-jornalismo ao publicar resposta a Dilma

do Muda Mais

Após as declarações da presidenta Dilma Rousseff a respeito da edição mentirosa e caluniosa da revista Veja desta semana, o veículo de comunicação publicou em seu site uma resposta que traz em si mesma as evidências da precariedade do material pseudo-jornalístico estampado com estardalhaço pela revista.

Analisamos abaixo os 6 pontos pelos quais a Veja tenta justificar seu anti-jornalismo de cunho golpista:

1) Antecipar a publicação da revista às vésperas de eleições presidenciais não é exceção. Em quatro das últimas cinco eleições presidenciais, VEJA circulou antecipadamente, no primeiro turno ou no segundo.

Precisamente. E em quatro das cinco últimas eleições, a revista Veja antecipou sua ida às bancas na última semana do pleito justamente na tentativa de influenciar o resultado das eleições e pautar o debate público, já que os candidatos do PT assumiam a dianteira nas pesquisas eleitorais. Mostramos aqui como a publicação age sempre da mesma forma em períodos pré-eleitorais, criando um cenário de terror, por meio de mentiras e acusações infundadas, sem nenhum compromisso com o jornalismo honesto e com a informação de qualidade, para confundir o eleitor. A Veja começa fazendo o serviço sujo para que outros veículos da mídia, que seguem a mesma linha, repercutam as mentiras com grande alarde e pautem a opinião pública durante os dias que antecedem a ida dos brasileiros às urnas.

2) Os fatos narrados na reportagem de capa desta semana ocorreram na terça-feira. Nossa apuração sobre eles começou na própria terça-feira, mas só atingiu o grau de certeza e a clareza necessária para publicação na tarde de quinta-feira passada.

Procuramos entre as palavras e frases de toda a reportagem e não encontramos o grau de certeza e clareza necessário para a publicação de fatos tão graves. É incrível, mas a própria publicação questiona a veracidade da acusação feita pelo doleiro Alberto Yousseff de que Dilma e Lula sabiam do esquema de desvio de recursos da Petrobrás: “O doleiro (Youssef) não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse”. Sendo assim, que certeza é essa que a revista afirma apresentar? Por toda a reportagem, a Veja tenta defender o depoimento em delação premiada dizendo que é do interesse do investigado que ele diga a verdade porque se não o fizer perderá o direito de ter sua pena reduzida.

O direito à delação premiada depende de dois preceitos básicos: o delator não pode mentir nem voltar a praticar a infração pelo qual está sendo investigado. A Veja omite que Yousseff já aderiu ao recurso em processo anterior, em que perdeu o direito à redução da pena por ter voltado a praticar o crime pelo qual estava sendo investigado (link is external). Ora, se ele já infringiu o primeiro preceito, o que garante que não infringiria o segundo?

O claro aqui é que a Veja teve acesso (não explicado, que fique claro, já que o processo corre em segredo de justiça) a um depoimento feito sob delação premiada, que ainda carece, portanto, de todas as provas para fundamentar as acusações que estão sendo feitas, e o publicou, a dois dias das eleições, como se fosse verdade absoluta. Isso é jornalismo?

3) A presidente centrou suas críticas no mensageiro, quando, na verdade, o cerne do problema foi produzido pelos fatos degradantes ocorridos na Petrobras nesse governo e no de seu antecessor.

A revista Veja não é o mensageiro. Ela formula a mensagem, agenda e enquadra a notícia. E, no seu caso, a utiliza como bem lhe convém para alcançar seus objetivos caluniosos e difamadores de desacreditar um governo eleito democraticamente pelos brasileiros. O cerne do problema esta no modo como a Revista Veja pratica o anti-jornalismo. Construindo suas teses oposicionistas na redação refrigerada do jornal e submetendo a realidade dos fatos a suas escolhas e preferências políticas. Isso sim é degradante.

4) Os fatos são teimosos e não escolhem a hora de acontecer. Eles seriam os mesmos se VEJA os tivesse publicado antes ou depois das eleições.

Este argumento é a clara contradição do que foi dito acima pela própria revista. A “certeza e a clareza”, o compromisso com a informação de qualidade, com a verdade e com o leitor, é que devem pautar o tempo da publicação, não as eleições. Nada disso foi buscado pela Veja. Os fatos não mudam, é verdade. Porém, não estamos falando de fatos, mas de denúncias vazias, não comprovadas, que têm claro fim eleitoral. Denúncias vazias, a matéria-prima do jornalismo da Veja, têm a clara intenção de afetar o voto do eleitor brasileiro, por isso são sempre publicadas na véspera das eleições. Esse sim um fato que não muda na história recente da revista.

5) Parece evidente que o corolário de ver nos fatos narrados por VEJA um efeito eleitoral por terem vindo a público antes das eleições é reconhecer que temeridade mesmo seria tê-los escondido até o fechamento das urnas.

Finalmente, no quinto ponto, a revista reconhece seus objetivos “eleitoralmente prejudiciais”. Aqui fica claro, para os bons entendedores, a quem servem a revista Veja e suas manipulações de dados e informações, que têm como único objetivo influenciar no resultado das eleições, quando o candidato que melhor representa os interesses da revista aparece em desvantagem nas pesquisas.

6) VEJA reconhece que a presidente Dilma é, como ela disse, “uma defensora intransigente da liberdade de imprensa” e espera que essa sua qualidade de estadista não seja abalada quando aquela liberdade permite a revelação de fatos que lhe possam ser pessoal ou eleitoralmente prejudiciais.

De fato, a presidenta Dilma, com apenas 20 anos, foi presa e barbaramente torturada para que essa mesma imprensa que hoje usa de sua liberdade de expressão conquistada a duras penas possa se expressar livremente. Mas deixemos claro que liberdade de imprensa nada tem a ver com manipulação de dados, do leitor, das pesquisas, do debate público e do pleito eleitoral. Dilma mantém e manterá suas qualidades de defensora intransigente dessa liberdade, pois esta está pautada e protegida pelo paradigma legal do país. Estejam certos os autores da infâmia publicada pela Revista, a presidenta buscará seus direitos de reparação dentro dos marcos legais vigentes no país. Ela mesma deu o recado: “Os brasileiros darão sua resposta à Veja e seus cúmplices nas urnas. E eu darei minha resposta na Justiça”.

A Veja escreve, em sua reportagem, que o delator não pode mentir, senão perde o direito à delação premiada. E quem publica a mentira do delator, perde o que?

Leia mais:

Uma análise do papel de Veja nas eleições presidenciais


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Comentários

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Luiz A A do Sacramento

Nada, absolutamente nada neste mundo acontece por acaso.Essa tendenciosa reportagem publicada , tem como endereço certo, os corações e as mentes de um povo com baixíssimo senso crítico e de pouquíssimo entendimento das injunções políticas , causados por um desinteresse subliminarmente estimulado pelos que mais se beneficiam com essa postura tão danosa aos interesses maiores da nação brasileira.

Francisco de Assis

A IMPRENSA JOGA-LAMA E A JUSTIÇA LAVA-JATO

É possível abstrair a fala do Yousseff do fato de, só alguns dias atrás, ter sido inocentado, pelo juiz Sérgio Moro, da acusação de lavar dinheiro do tráfico, simplesmente porque o senhor Moro acreditou que o doleiro “não sabia” que o dinheiro que seu “escritório” lavou era proveniente do tráfego de drogas? Pelo menos dessa, Yousseff já saiu limpinho e cheiroso.

Agora olha só que lindo: o juiz por trás do voto Rosa “não tenho prova cabal contra o réu mas a literatura me permite condená-lo” Weber, de tão crente na virtude humana, virou uma Madre Teresa de Calcutá.

Terá sido em agradecimento a tanta bondade judiciária que Yousseff teria falado à Veja? (Ou alguém acredita que falou à PF?) Ou terá sido para arrecadar unzinho para garantir uma bela aposentadoria? Oh, dúvida cruel.

O interessante é que YOUSSEFF, que já lavou muito dinheiro em benefício de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, JOSÉ SERRA e RICARDO SÉRGIO, também já lavou muito dinheiro para FERNANDINHO BEIRA-MAR (*). Caberia perguntar ao juiz Moro: o dinheiro de Beira-Mar vinha da pecuária de corte que ele dizia manter na Colômbia?

Sabemos que a Veja é a imprensa JOGA-LAMA. Mas seria esta a justiça LAVA-JATO?

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(*) Em http://www.istoe.com.br/reportagens/17020_CONTA+TUCANO , por Amaury Ribeiro Jr.

“Nas 1.057 páginas que detalham todas as remessas feitas por doleiros por intermédio da agência do banco BANESTADO em Nova York está documentado o caminho que o caixa de campanha de FHC e do então candidato JOSÉ SERRA, RICARDO SÉRGIO OLIVEIRA, usou para enviar US$ 56 milhões ao Exterior entre 1996 e 1997. O laudo dos peritos mostra que, nas suas operações, o tesoureiro utilizava o doleiro ALBERTO YOUSSEF, também contratado por FERNANDINHO BEIRA-MAR para remeter dinheiro sujo do narcotráfico para o Exterior.”

FrancoAtirador

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A matéria do Panfleto Fascista da Abril/Naspers/FOX

foi feito tão às pressas que até a Capa foi Montagem

de outra Capa da Veja sobre vilãs da Novela da Globo:

(http://imgur.com/gOZTART)
i.imgur.com/gOZTART.jpg

(http://abre.ai/escola-publica-municipal-bh-mg_assina_veja-abril-naspers)
(http://bibliotecaemaat.blogspot.com.br/2012/08/periodicos-biblioteca-monteiro-lobato.html)
(https://www.blogger.com/profile/15167759043963777603)
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Maria Carvalho

“E quem publica a mentira do delator, perde o que?”

Responder processo criminal e deixar de receber verba pública para divulgação de propaganda do governo.

    Gutto Barros

    Oi Maria, nos encontrando por aqui, que bom! Acho certo o que você sugeriu, mas, acho pouco.Já falei em posts meus anteriores, tá na hora de c olocar o PIG no lugar.Sou membro da Imprensa, mas minha escola não é essa, mesmo.

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