Marcella Campos: Prefeitura tucana de Ribeirão tenta uberizar os professores

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A ex-reitora da Universidade de São Paulo — isso mesmo, da USP! — acha que é uma grande ideia tapar buracos com professores uberizados

Prefeitura do PSDB comemora criação do “Uber de professor”

Marcella Campos, no Esquerda Diário

Em Ribeirão Preto, cidade governada por Duarte Nogueira do PSDB, pode ser enviado para aprovação na Câmara um projeto apelidado de “Uber da educação” ou “Professor Delivery”, um aplicativo que chama professores com até 1 hora de antecedência para lecionar cobrindo aulas em que os professores titulares estejam de licença ou tenham se ausentado ocasionalmente da aula.

A ideia garante ao município a ausência do vínculo empregatício e de diversos direitos trabalhistas, além de economizar na contratação de professores através de concursos públicos.

É a farra dos políticos sobre a terceirização irrestrita e da reforma trabalhista, atingindo diretamente a qualidade da educação e do trabalho docente, já tão sucateados e precarizados.

Ainda que o Conselho Municipal de Educação (CNE) tenha dado parecer contrário à proposta do prefeito, recomendando apenas mais estudos sobre o projeto, ao que tudo indica, este poderá ser aprovado já no próximo semestre.

A reforma trabalhista e a terceirização irrestrita garantem a legalidade do projeto.

Além disso o PSDB já comemora em seu site oficial a sua “grande ideia” contra a educação.

A Lei 13.429, assinada pelo golpista Michel Temer no dia 31 de março, que amplia a terceirização para todas as áreas, tem como consequência lógica a criação de cooperativas de todos os tipos, inclusive de professores.

Uma categoria que já trabalha em condições extremamente desgastantes, com salários baixíssimos e que agora, junto com a reforma da previdência, reforma trabalhista e a do ensino médio, sofrerá ainda mais com o trabalho precarizado e que adoece os profissionais.

O argumento de Suely Vilela, secretária municipal de Educação de Ribeirão Preto, para defender o “Uber da educação” é a constante falta de professores por licenças e faltas médicas.

Para os estados a saúde dos professores não importa, nem mesmo a qualidade da aula dos alunos.

Ambos aspectos não são levados em conta quando se pensa projetos degradantes desse tipo.

Os professores já mostraram sua força, sendo parte importante das greves gerais apesar de seus sindicatos

. No estado de SP a presidente do sindicato de professores, Bebel (PT), se abstém de dar qualquer batalha contra a terceirização de professores e a reforma trabalhista, mas não se nega a sair em defesa de Lula e sua eleição em 2018, como confirmou no ato da Av. Paulista no último dia 20.

Nós professores podemos barrar a reforma da previdência e fazer retroceder as reformas já aprovadas, como a trabalhista e a do ensino médio, e o primeiro passo para isso é lutar pela retomada dos sindicatos para as mãos dos trabalhadores, mas sem deixar de exigir que as centrais sindicais coloquem de pé imediatamente um plano de luta contra todos os absurdos planos de Temer e os golpistas contra a nossa vida.

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Comentários

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Luiz Carlos P. Oliveira

Isso já se tornou contumaz no modo tucano de governar. Ribeirão Preto se soma ao DORIANA e ao MARCHEZAN: guerra ao servidor público. E eles ainda tem em comum atacar o PT toda vez que tem.um microfone à sua frente. Atacar adversários políticos é o mote desses canalhas, para esconder a destruição do funcionalismo público. Aqui em Porto Alegre o prefeito (PSDB) ficou de janeiro a junho sem tapar um buraco sequer nas ruas já combalidas, herdada de 12 anos de administração PMDB e PDT. A desculpa dada pelo prefeito? Dificuldades na licitação para comprar areia, mesmo Porto Alegre tendo 3 usinas municipais de asfalto. É a incompetência desse partido canalha que tudo quer privatizar.

Fabio

Sou de Ribeirão Preto e posso garantir que o prefeito tucano está destruindo a cidade.
A educação, saude e infraestruturas do municipio estão um caos e o prefeito tucano abriu guerra contra os servidores publicos.

Patrick

É muito pior que o Uber, é a jornada intermitente. No Uber, ao menos o trabalhador escolhe os horários que quer trabalhar.

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