Cartel abocanha mais de R$ 1 bi em licitações da Sabesp

Tempo de leitura: 7 min

Falta água, jorra dinheiro

Sabesp não apurou denúncia de ex-funcionária sobre cartel de empresas que abocanhou contratos de mais de 1 bilhão de reais do Programa de Redução de Perdas

por Fabio Serapião, no seu blog em Carta Capital

De posse de autorização concedida pela Justiça, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Sorocaba prendeu em novembro de 2012, empresários e agentes públicos do setor de saneamento envolvidos todos acusados de fraudes em licitações e formação de cartel em concorrências públicas da cidade do interior paulista e em companhias de água de todo país, entre elas a Sabesp.

Ao longo da investigação denominada Águas Claras, os promotores conseguiram mapear as ações do grupo e descobriram como eles se utilizavam de uma associação, a Brasil Medição, para estruturar as falcatruas e ajustar acordos para a disputa de concorrências públicas.

Segundo a denúncia ofertada com base na investigação, as “empresas investigadas combinavam os termos de editais de licitações e decidiam quais empresas iriam vencer determinadas licitações em regiões que também eram loteadas entre elas, subtraindo assim qualquer possibilidade de competição, já que concorrentes não integrantes da Associação Brasil Medição se viam impedidos de participar dos certames”.

Além de individualizar a participação de cada um dos envolvidos na trama, o promotor Wellington Velloso abordou em sua denúncia o importante papel da associação Brasil Medição na prática do cartel. Com base em estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o promotor salientou na peça jurídica: “As associações comerciais desempenham muitas funções legítimas e positivas. Mas as reuniões das associações podem também servir como um fórum para as ações dos cartéis”.

As relações das empresas com diretores de companhias de água em outros estados, o suposto pagamento de propina feito por uma das empresas ao deputado José Guimarães, do PT, e detalhes da investigação logo surgiram no noticiário nacional.

Uma das reportagens, sobre o envolvimento do grupo em fraudes na Sabesp, chamou a atenção de uma ex-funcionária da estatal. Antiga conhecedora da companhia, a ex-funcionária aproveitou o ensejo da denúncia referente à operação para revelar um esquema ainda maior que envolveria várias empresas, entre elas duas citadas na Águas Claras, e seria responsável pelo fracasso do Programa de Redução de Perdas na Sabesp.

Com base em uma farta documentação com exemplos claros da “máfia do controle de perdas de água”, a ex-funcionária preparou uma denúncia com os pormenores do esquema e encaminhou à presidente da estatal, Dilma Pena, em março de 2013. Segundo o material, assim como no caso exposto pela Águas Claras, por meio da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos (Abendi), empresas ligadas a ex-diretores da Sabesp formavam um cartel de modo a evitar a participação e conquista de contratos por empresas concorrentes. Isso só era possível, segundo o documento, por meio da solicitação de certificados técnicos concedidos pela Abendi nos editais da Sabesp.

As empresas citadas são: Enops Engenharia, Sanit Engenharia, Restor Comércio e Manutenção, BBL Engenharia, Opertec Engenharia, OPH Engenharia, VA Saneamento, Cobrape, Sanesi Engenharia, Etep Estudos Técnicos e Ercon Engenharia. Além da Enorsul Saneamento e Job Engenharia, flagradas na Águas Claras. “Se investigarem, verão que em todos os processos licitatórios ganhos pelas empresas acima relacionadas, quase não existe diminuição dos lances, e o desconto dado do lance inicial até o contratado é quase inexistente”, afirma no documento.

Na edição 788, CartaCapital havia revelado como mesmo após 1,1 bilhão de investimentos em seu Programa de Redução de Perdas, a Sabesp conseguiu o milagre de aumentar, ao invés de diminuir, seu índice de perdas.

Algo parecia estar errado, mas com as informações daquela época só era possível apontar a promiscuidade entre a estatal e empresas de ex-diretores responsáveis por gerenciar o programa.

Dias após a publicação da reportagem, a ex-funcionária responsável pela denúncia encaminhada no ano anterior à presidência da Sabesp entrou em contato com a revista. Disse ter medo de revelar sua identidade por causa de possíveis retaliações do mercado e da estatal, mas, além de entregar uma cópia do material colhido por ela, afirmou ser o esquema responsável pelo desperdício de 1,1 bilhão investido para diminuir as perdas no sistema de água paulista e no Programa de Uso Racional de Água (PURA).

Sem intenção de acusar qualquer um dos citados, CartaCapital analisou os dados apresentados pela ex-funcionária e complementou o trabalho ao levantar todos os contratos, editais, atas, pregões online e resultados das licitação referentes ao programa de redução de perdas e do PURA.

O resultado da análise talvez explique o fato dos investimentos da Sabesp não terem alcançado o resultado esperado. Com o material é possível afirmar que os valores investidos pela Sabesp no programa foram parar nos cofres de um grupo reservado de empresas geridas por ex-diretores da estatal. Para se ter uma ideia, à época da denúncia da ex-funcionária, os diretores da Abendi eram quase todos sócios ou funcionários das empresas vencedoras das licitações.

Vamos à análise das concorrências e participantes. Primeiro um exemplo de como o certificado Abendi não é imprescindível para o Programa de Redução de Perdas é o que aconteceu no pregão 07.830/11.

Em 26 de maio de 2011, a Sabesp respondeu a um pedido da Abendi, no qual ela questionava a ausência de solicitação de seu certificado no edital referente ao pregão. Com base na súmula 17 do Tribunal de Contas do Estado, a estatal informou à associação o cancelamento do certame pelo fato de em procedimento licitatório não ser “permitido exigir-se, para fins de habilitação, certificações de qualidade ou quaisquer outras não previstas em lei”.

Isolada, a decisão da Sabesp em encerrar o certame seria normal e correta. Mas ao compará-la com outras decisões, pregões e editais referentes ao mesmo Programa de Redução de Perdas, o que se percebe é que tal decisão é única e não segue os padrões da estatal. Mais: ao analisar outros recursos apresentados por empresas, fica claro o uso que a associação e as empresas fazem do certificado Abendi com o objetivo claro de limitar a participação de concorrentes de fora do grupo nos certames.

Eis um caso interessante. No mesmo ano de 2011, no pregão de número 39.847 para redução de perdas em São Miguel, pelo qual a Sabesp pagou 1,6 milhão de reais, o consórcio Proativo ML, formado pela OPH Engenharia e B&B Engenharia, só assinou o contrato após tirar do páreo o Consórcio SPH, vencedor do pregão com o menor preço.

Para atingir seu objetivo, em recurso enviado à Sabesp, as empresas contestaram o fato de a vencedora não ter apresentado certificado nível II da Abendi. Ao contrário da posição defendida anteriormente no pregão 07.830, a Sabesp desclassificou o Consórcio SPH, acolheu e sagrou vencedor o consórcio Proativo ML. É proibido ou não pedir o certificado Abendi no edital?

Além do consórcio vencedor e do desclassificado, participaram da disputa mais três concorrentes. Todos são citados na denúncia da funcionária da Sabesp. Não bastasse, quase não há concorrência entre eles durante o período de ofertas do pregão. Antes do SPH e ML disputarem o menor preço, a Opertec Engenharia havia oferecido um lance de 1.831.253 de reais; a Cobrape-Restor ofertou 1.830.000; e a Enorsul 1.850.000.

Caso o consórcio SPH não tivesse atuado, o Proativo ML ganharia sem oposição de suas companheiras de Abendi. Esse mesmo modus operandi, com propostas parecidas e revezamento das empresas na conquista dos certames se repete em várias dezenas de licitações.

A respeito empresas envolvidas no pregão, é preciso conhecer alguns fatos. A OPH Engenharia, integrante do consórcio vencedor, e a Opertec Engenharia foram criadas pelo mesmo ex-diretor da Sabesp José Augusto Danielides de Farias. Hoje, Farias é sócio apenas da Opertec. A Cobrape tem como proprietário o engenheiro Alceu Guérios Bittencourt.

Como revelado por CartaCapital, a empresa venceu uma licitação de 80 milhões de reais com cartas marcadas para gerenciar o Projeto São Lourenço.

Antes disso, havia conquistado 75 milhões de reais em contratos da estatal no período em que a esposa de Bittencourt, Marisa de Oliveira Guimarães, era assessora da diretoria de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp. Somente dos programas de redução de perdas e uso racional de água, entre 2006 e 2013, a Cobrape embolsou ao menos 36 milhões de reais.

Por sua vez, a Restor tem entre os sócios o inglês Julian Simon Nicholas Thornton. Antes de virar empresário e vencedor de licitações na estatal, Thornton era convidado pela Sabesp e empresas do setor para dar palestras sobre técnicas de redução de perdas. A outra empresa participante, e citada na denúncia da ex-funcionária da Sabesp, é a Enorsul.

Para conhecê-la basta ler os autos da Operação Águas Claras. Seu proprietário Waldecir Colombini, segundo o Ministério Público, era “mentor e beneficiário das combinações fraudulentas que se faziam em torno da divisão de territórios e direcionamentos de licitações”.

Vamos a outro caso, dessa vez no Programa de Uso Racional de Água. Em 2010, a Sabesp dividiu em quatro lotes a licitação para a prestação de serviços de engenharia para implantação do PURA em imóveis da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. O lote 01 ficou com o Consórcio Revita, os lotes 02 e 04 foram conquistados pelo Consórcio Cobrape/Etep e o lote 03, pela BBL Engenharia. Todas as empresas são ligadas a ex-diretores e são parte da denúncia da ex-funcionária.

Além das já citadas, a BBL Engenharia, nesse certame beneficiada pelo contrato de 6,4 milhões de reais, é do ex-diretor da Sabesp Luiz Ernesto Sumam. Os contratos no programa de perdas mostram que além de ser escolhida, por 30 milhões, para gerenciar o projeto a empresa também ganhou contratos para executar obras.

Do consórcio Revita, a Vitalux Eficiência Energética é de Nilton Seuaciuc. Entre 2007 e 2010, quando o engenheiro deixou a empresa para atuar como diretor da Sabesp, os negócios da consultoria com a estatal cresceram 250%. Antes Seuaciuc era funcionário da BBL Engenharia.

O caso do consórcio Cobrape/Etep, vencedor de dois lotes no valor total de 10 milhões de reais, é ainda mais interessante. Como a Cobrape já foi citada, falemos da ETEP. Atualmente a empresa uniu-se a outras três para formar a Arcadis Logos, ganhadora de uma licitação de 90 milhões para gerenciar o Programa de Perdas a partir de 2014. Entre 2004 e 2007, teve como sócio Marcelo Salles Holanda de Freitas que deixou a consultoria para assumir uma diretoria na Sabesp em 2007.

A Etep venceu contratos no programa de redução de perdas e uso racional de água, entre 2006 e 2013, no valor de 43 milhões de reais.

Enquanto Freitas era sócio da empresa, a Etep havia firmado 8,1 milhões de reais em contratos com a Sabesp, de forma direta ou por meio de consórcios. Após Freitas assumir o cargo público, entre 2007 e 2010, o valor saltou para 185,4 milhões de reais, ou 2.000% de aumento. Nos tempos de Sabesp, Freitas empregava em seu gabinete Marisa de Oliveira Guimarães, esposa de Alceu Guéiros Bittencourt, proprietário de sua parceira no consórcio, a Cobrape. Hoje, Freitas é sócio de um diretor da Arcadis Logos em uma companhia do setor imobiliário com sete milhões de valor de mercado.

As empresas citadas, com exceção da Restor que negou qualquer irregularidade, não responderam às perguntas enviadas por CartaCapital. A Abendi, em nota, negou qualquer tipo de prática ilícita e disse certificar profissionais das principais empresas do país. Um assessor da Sabesp informou que a empresa não pretende mais prestar esclarecimentos à revista sobre o assunto. Esse é o compromisso do governo paulista com a transparência.

Enquanto isso, o Sistema Cantareira agoniza com o menor nível de sua história. E como revelou uma pesquisa do Data Popular, seis milhões de paulistas já sofreram com a falta d’água nos últimos meses e 59% da população teme não ter água nas suas torneiras até o fim do ano.

Leia também:

As águas e os tucanos: Sabesp segue Sanepar e privilegia acionistas


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

abolicionista

os tucanos não cansam de roubar. É impressionante…

Helenita

Azenha, agora que o PT veiculou esse ótimo filmeto, acho necessário que promova uma mensagem também mostrando o passado e o presente, nas portas das empresas: onde, no passado, uma multidão de desempregados lia: NÃO TEMOS VAGAS, nos governos do PT as portas das empresas exibem placas de PRECISA-SE e de ESTAMOS CONTRATANDO, e ali só se vê trabalhadores entrando e saindo. Adeus, homens e mulheres tristes, cabisbaixos, sapato descolado, isso ficou no tempo de trevas do fernando henrique e seu PSDB/PFL.

FrancoAtirador

.
.
Só prá lembrar:

Governador Serra aparelha SABESP e “encosta” ex-senador tucano do MT como conselheiro

O ex-senador do PSDB pelo estado de Mato Grosso, Antero Paes de Barros, perdeu as eleições em 2006, mas se arrumou para continuar vivendo às custas do dinheiro público.

Seguiu o exemplo do demo-tucano do PPS, Roberto Freire (PPS), aquele que virou um ENCOSTO junto ao contribuinte paulistano, recebendo jetons para ocupar uma vaga de conselheiro na prefeitura de Kassab, sem ter vida política, nem administrativa em São Paulo.

José Serra arrumou um jeito de ENCOSTAR também Antero Paes de Barros no conselho da SABESP – a companhia de água e esgoto do estado de São Paulo. A empresa atua só em São Paulo, e não em Mato Grosso.

Quem souber informar se Antero Paes de Barros recebe jeton de R$ 12 mil, como Roberto Freire, ou se é mais, nos conte.

Voltando ao Mato-Grosso de Antero, passou na TV a inútil e cara propaganda da SABESP.

Inútil porque a concessionária para tratar água e esgoto de lá é SANEMAT (Companhia de Saneamento do Mato Grosso).

Assim a SABESP jogou dinheiro dos paulistas no ralo do esgoto, fazendo propaganda no Brasil inteiro, onde não atua.

A não ser que … o ex-senador tucano queira fornecer caminhões pipa de água da SABESP para os tanques de criação de peixes na fazenda do Comendador Arcanjo.

O comendador Arcanjo está preso, denunciado por chefiar o crime organizado em Mato Grosso, e declarou ter financiado campanhas tucanas, inclusive de Antero.

Antes dele cair nas garras da Polícia Federal, políticos tucanos mato-grossenses agraciaram-no com uma alta comenda, daí o título de comendador.

O comendador, em entrevista, declarou que antes da eleição de 2002, Antero o procurou em sua fazenda em busca de dinheiro para a futura campanha.

O tucano, que antes dizia não conhecer o comendador, saiu com a desculpa de que procurou Arcanjo para conhecer um projeto de psicultura (criação de peixes).

Na virada de Abril para Maio de 2006, a TV Globo chegou a entrevistar o comendador e seria um dos destaques do Fantástico no domingo.

Antero recorreu a FHC para persuadir a Globo a não levar a entrevista ao ar.
A Globo atendeu.
Afinal era ano eleitoral, e o inimigo comum dos tucanos e da Globo era Lula.

JOSÉ SERRA E ANTERO NAS AMBULÂNCIAS DA OPERAÇÃO SANGUESSUGA

Arranjando o encosto na SABESP para Antero, Serra deve estar amealhando, como moeda de troca, o apoio do PSDB de Mato-Grosso para si, contra Aécio.

Antes de 2002, quando Serra ainda preparava sua candidatura dentro do PSDB contra outros presidenciáveis, também andou distribuindo agrados em Mato-Grosso, com ambulâncias, para políticos tucanos e de outros partidos.

Todo mundo sabe que o quartel general do superfaturamento das Ambulâncias, era em Mato Grosso com a empresa dos Vedoin.

E todo mundo sabe que quem autorizava o pagamento das ambulâncias, em forma de convênio, era o Ministro da Saúde … José Serra.

José Serra, Mato Grosso e Antero não é apenas uma coincidência.

Vedoin disse na época que seu pai, Darci José Vedoin, acertou com Antero Paes de Barros o pagamento de R$ 40 mil como comissão pela elaboração de emendas ao Orçamento da União no valor de R$ 400 mil.

O repasse do dinheiro, segundo Luiz Antônio Vedoin, teria sido feito por intermédio do deputado federal Lino Rossi (PP-MT) – que aparece no vídeo abaixo.

Quem quiser matar a “saudade” do vídeo da cerimônia de Serra distribuindo ambulâncias superfaturadas aos Sanguessugas em Mato-Grosso quando era ministro da saúde, aí vai:

(http://www.youtube.com/watch?v=H7gUqrTfP3A)

    FrancoAtirador

    .
    .
    Em Tempo

    Link para a matéria postada no comentário acima:

    (http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2009/02/serra-aparelha-sabesp-e-encosta-ex.html)
    .
    .

    FrancoAtirador

    .
    .
    Só Prá Lembrar (2)

    domingo, 26 de julho de 2009
    Blog do Chicão

    Antero Paes de Barros vai comandar o PSDB na CPI da Petrobras

    PSDB “escala” ex-senador tucano para montar dossiês sobre estatal

    A CPI da Petrobras vai tirar das sombras um dos quadros mais atuantes da oposição e que estava afastado do Senado desde 2006.

    Trata-se do tucano Antero Paes de Barros, que foi escalado para comandar uma espécie de “Quartel-General (QG)” do PSDB cujo objetivo será o de reunir munição contra a estatal presidida por José Sérgio Gabrielli.

    O bunker tucano vai ser instalado em uma sala anexa ao gabinete do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), para o qual também já foram recrutados técnicos do TCU. Pelo menos 12 assessores altamente qualificados trabalharão diuturnamente no QG para alimentar as denúncias contra o governo. …

    Apesar do seu retorno aos holofotes a partir da instalação da CPI da Petrobras, Paes de Barros já trabalha com afinco visando às eleições de 2010.

    Segundo apurou ISTOÉ, em Mato Grosso, seu Estado, ele tem atuado ao lado de seu dileto amigo e fiel escudeiro, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), na tentativa de retardar ao máximo as obras do PAC na capital mato-grossense.

    A estratégia, definida numa reunião com caciques tucanos, é não dar um palanque forte para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em Mato Grosso, que é uma das principais apostas eleitorais do PSDB em 2010.

    A tática parecia estar dando certo. As obras em Cuiabá do chamado ETA Tijucal, orçadas em R$ 124 milhões, estão paradas. “De fato alguns itens não estavam de acordo com a tabela exigida pelo governo federal, fizemos uma repactuação e as obras dependem de uma nova autorização da Caixa”, confirmou Aparecido Alves, gestor do PAC cuiabano.

    Em março, a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou um superfaturamento no PAC cuiabano de R$ 15 milhões.

    Mas agora, em novo relatório de 50 páginas, a CGU pede que a prefeitura detalhe a utilização de R$ 40 milhões.

    Segundo a Controladoria há indícios de novo superfaturamento e da existência de um conluio do prefeito Santos com empreiteiros.
    Ou seja, há risco de um efeito bumerangue.

    Procurado, Santos não retornou as ligações.
    Sua assessoria informou que ele estava em viagem oficial.”

    Nota do Chicão:

    Existem muitas obras do PAC que são tocadas por prefeitos e governadores da oposição. Boa parte deleas estão sendo tocadas com preguiça e má vontade.

    A tática é a seguinte: quando mostram alguma obra atrasada do PAC sempre se culpa o governo federal.

    O papel dos jornais é diversionista. Ou seja, acusar sempre o governo federal, mesmo quando o problema está nos governos estaduais e municipais.

    O licenciamento ambiental de Viracopos é um caso deste. O secretário do Meio Ambiente do estado, um ex-deputado ruralista, está fazendo um série de lambanças na concessão da licença ambiental.

    Este secretário é MUITO incompetente. Mas, nesse caso, além da incompetência tem uma estratégia política de andar devagar, e fazer as coisas de forma a dar várias dúvidas jurídicas.

    O que eles querem: embaralhar tudo e adiar as obras.

    (http://chicaodoispassos.blogspot.com.br/2009/07/antero-paes-de-barros-psdb-mt-vai.html)
    .
    .
    Leia também:

    março 28, 2012 17:04
    Blog do Rovai – Revista Fórum

    Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula

    Por Renato Rovai

    (http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2012/03/28/quem-armou-para-arrancar-ze-dirceu-do-governo-lula)
    (http://migre.me/jc8Rt)
    .
    .

Mardones

A gestão tucana protegida pelo PIG, pela justiça, pela Assembléia e pelos coxinhas.

marta

” As relações das empresas com diretores de companhias de água em outros estados, o suposto pagamento de propina feito por uma das empresas ao deputado José Guimarães, do PT, e detalhes da investigação logo surgiram no noticiário nacional.”
Vocês podem me explicar isto? A matéria é sobre a corrupção dos tucanos na Sabesp e aparece o PT, não entendi.

    Julio Silveira

    Marta, isso é fácil de entender, se chama estelionato informativo.
    No intuito de desviar o flagrante dos verdadeiros responsáveis, sequer citados nominalmente, como sempre, vão relacioná-lo antes a quem se pretende marginalizar e atingir, nesse caso o PT. Não demora vão atingir a Dilma, pode esperar, mas fique atenta, sem esclarecer vão citar a Dilma, sem sobrenome, mas se referindo a presidente da Companhia, informada das ilicitudes sem que tomasse nenhuma providencia, conforme a matéria. Não sei como não usaram ainda deste expediente nessa matéria, mas acredito que ficará mais para frente, para outra oportunidade de distração da cidadania, oportunismo e mau caratismo tão eloquente na nossa imprensa corporativa. Essa que faz a luta de classes de forma covarde, sob disfarce, mas se arrepia com a ideia de ser descoberta em sua luta e os prejudicados, a maioria, buscarem represália como já está acontecendo, com sua influencia cada vez menor sobre a maioria da cidadania brasileira.
    A luta politica hoje, depois das pessoas terem sentido o gostinho do legado petista, é de sobrevivência. É o Brasil virar de fato uma nação, com a continuada redenção da maioria da cidadania, ou essa minoria astuta e malignamente ardilosa, escamoteadora da verdade cultural nacional, continuar sua saga de exclusão.

    Paulo

    Ou numa explicação mais simples e menos conspiratória, apenas significa que tanto PT como PSDB tem membros que aceitam propina

Luís Carlos

A SABESP já era. A água de SP também. Tucanos afiam os bicos para sugar até a última gota.

Julio Silveira

Um dos motivos que me fazem votar PT está resumido aí. A corrupção que porventura ocorra dentro das hostes tucanas sempre teve e terá uma condescendência feita de cumplicidade e gratidão parceira da mídia corporativa. Me lembra do tucano famoso Paulo Preto, e sua célebre frase que dizia “não se abandona um companheiro ferido na estrada” provavelmente uma oração, um mantra, dentro da religião dos bicudos.

Sr. Indignado

Corrupção em SP é como uma torneira aberta a 20 anos.
Uma hora a Cantareira seca.

ANDRE

Privatiza a CEMIG e tece loas às estatais?

aecio-cemig

Ora, quem “reprivatizou” a CEMIG não reúne autoridade política, nem moral, para passar sermões em quem quer que seja

Coluna do presidenciável tucano http://bit.ly/1uTdsoU

O sermão segundeiro do presidenciável tucano traz como título a singela expressão “Público e privado”. Num parágrafo ele acusa o PT de fazer o goverrno mais estatizante depois do Regime Militar. Ou seja, manda um recado privatizante aos mercados. Noutro, reclama da gestão supostamente privatista dessas mesmas estatais. Esquizodiscurso. Sinal dos tempos eleitorais, em que ele usa e abusa de mensagens subliminares. Tal como Goebbels na aventura nazista.

Ora, quem “reprivatizou” a CEMIG não reúne autoridade política, nem moral, para passar sermões em quem quer que seja.

Lembremo-nos: em 1999, depois de árdua batalha judicial, o Tribunal de Justiça suspendeu um estranho “acordo de acionistas”, celebrado entre o sócio majoritário da empresa (o estado de Minas Gerais), a American Eletric Southern (AES) e o Opportunity (Daniel Dantas). Esse acordo foi celebrado pelo então governador tucano Eduardo Azeredo, sob supervisão de FHC. No tal acordo, a AES, mesmo tendo apenas 32,96% das ações da estatal, detinha poder de veto nas assembleias de acionistas!

Na época, o desembargador Garcia Leão foi enfático em seu despacho: “não há como admitir-se o acordo de acionistas, principalmente quando deste, com evidente ilegalidade, consta a perda de mando do sócio majoritário (Estado), dando-se ao sócio majoritário o esdrúxulo poder de veto.”

A partir disso, a AES, alegando quebra de contrato imposto pela justiça mineira, deixa de pagar o empréstimo que obteve do BNDES, à época de FHC! Isso gera uma crise que seria resolvida mais tarde, por uma maracutaia supervisionada pelo então governador Aécio Neves.

A Andrade Gutierrez (Eletricidade) – AGE – assume a dívida de R$ 500 milhões da AES junto ao BNDES e com os mesmos 32,96% faz um “acordaço” de acionistas, restabelecendo não apenas as prerrogativas do sócio minoritário do passado, mas ampliando suas prerrogativas e ganhos atuais. Além de indicar a Diretoria de Novos Negócios, cuja autonomia é ampla, a distribuição de dividendos aos acionistas passa a ser a prioridade da empresa, em desfavor da prestação de serviços no fornecimento de energia elétrica aos consumidores. Ou seja, com todas essas benesses a AGE pagaria o empréstimo ao BNDES, não com dinheiro próprio de seu caixa, mas com a arrecadação dos dividendos exorbitantes que receberia nos 10 anos seguintes ao novo acordo.

Mais um exemplo de capitalismo sem risco patrocinado pelo presidenciável tucano. Nesse sentido, Aécio Neves tem uma visão estatizante: ele defende e pratica o a tese programática de que o Estado banque os prejuízos privados e… garanta os lucros privados, como no caso das PPPs que inventou em Minas Gerais.

Ah, a propósito das quedas de ações da Petrobras, ele insiste na pragmática goebbelsiana: a estatal brasileira estaria “derretendo”. Mentira: seu lucro líquido do primeiro trimestre soma 5,4 bilhões de Reais, já descontados os 2,2 bilhões de Reais provisionados para o plano de desligamento voluntário proposto pela empresa! Suas ações, em 51 dias, já cresceram 50%, mesmo diante de factóides patrocinados por tucanos. Sua produção bate recordes sucessivos.

Diferentemente do caso da própria CEMIG hoje: sua desvalorização na Bolsa de Valores é muito maior do que a da Petrobras.

Bacellar

É metro cartelizado que desaba, é empresa de tratamento e distribuição de agua cartelizada que deixa SP seca, é cartel de crime organizado comandando presídios…

E tucano vem falar em gestão! A única gestão que eles são bons é a de patrimônio pessoal….

El Cid

Fora de Pauta:

Espetacular… Acho que o PT acordou !

https://www.youtube.com/watch?v=prjN2o8Fcuw&feature=youtu.be

    Mário SF Alves

    Nem um passo atrás.

Demetrius

Ótima matéria, isso é jornalismo. Podiam pensar em colocar esses fatos em gráficos, daqueles fáceis da população entender.

Hélio Pereira

Fica claro que em SP falta água,mas sobra malandragem e corrupção !

Deixe seu comentário

Leia também