Diário de S. Paulo ataca professores para blindar governo do PSDB

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Ao atacar lideranças da greve dos professores, Diário de S. Paulo blinda Governo do PSDB

por Maria Izabel Noronha Azevedo*

Fui procurada hoje, 21 de abril, por um jornalista chamado Eduardo, do jornal Diário de S. Paulo, que está preparando uma matéria para partidarizar a nossa greve. Não me recordo de ter sido entrevistada anteriormente por este repórter.

Diz ele que pesquisou na direção executiva da APEOESP, composta de 35 membros, a existência de 23 filiados do Partido dos Trabalhadores. Citou também outros partidos. Confesso que nunca fiz essa verificação, pois isto não tem absolutamente nada a ver com a nossa luta. Estranhamento, o repórter não me fez qualquer pergunta sobre a nossa pauta de reivindicações ou sobre a recusa do Governador em negociar com a nossa categoria.

No meu caso ele não precisaria realizar nenhuma pesquisa policialesca, pois nunca escondi minha preferência partidária, já que isso não constitui nenhum crime. Da mesma forma, muitos outros companheiros e companheiras do PT e de outros partidos não escondem suas preferências. O que isto significa? Uma caça às bruxas?

Na APEOESP não exigimos atestados de filiação partidária para que um professor ou uma professora se associe ou para que sejam representantes de escolas, membros dos conselhos regionais, do Conselho Estadual de Representantes ou, ainda, integrantes de sua diretoria.

Nosso sindicato possui uma diretoria plena composta de 120 membros, pois somos uma entidade muito grande, com 93 subsedes em todas as regiões do estado. Curiosamente, o citado jornalista não se preocupa em investigar as preferências partidárias dos demais diretores, talvez porque os resultados não corroborem sua tese.

Dentro do sindicato, eu, particularmente, pertenço a uma corrente de opinião, denominada Articulação Sindical. Tal corrente é plural e congrega membros de muitos partidos e uma grande parcela que não é filiada a partido algum. Há nesta corrente de opinião integrantes do PSDB e outros partidos que compõem a base aliada do governo Alckmin na Assembleia Legislativa. O que nos une é a luta pela valorização dos profissionais da educação e pela melhoria da escola pública.

O querem fazer certos órgãos de comunicação? Além de não noticiarem corretamente nossa greve querem cercear nosso direito de organização, de manifestação de lutar pelos nossos direitos e reivindicações.

O que estamos assistindo é um ataque frontal e sistemático contra a democracia no nosso país. O povo brasileiro derrubou uma ditadura, mas ela está voltando de outra forma. Um único partido, o PSDB, com apoio de parte da mídia, quer mandar sozinho no nosso país, não reconhecendo o processo eleitoral de 2014, cujo resultado lhe foi adverso; “caçando” lideranças sindicais; pagando com dinheiro público blogueiros para atacar partidos progressistas e organizações sociais, como no caso dos R$ 70 mil mensais destinados ao senhor Fernando Gouveia, do site implicante.

Este partido agora utiliza “fora” para tudo. Isto não faz parte da nossa prática. Respeitamos o processo democrático, os resultados eleitorais legítimos e estamos há mais de vinte anos suportando sucessivos governos do PSDB no estado de S. Paulo. Não aceitamos golpes contra a democracia.

É preciso respeitar as escolhas de cada cidadão. Se o Governador Alckmin pode pertencer ao PSDB, por que cada um de nós não pode filiar-se ao partido de sua preferência?

O que está ocorrendo, na verdade, é que nossa greve está firme, forte e conta com o apoio da opinião pública, dos pais e dos estudantes. A “novela” à qual o Governador Alckmin se referiu não está saindo como ele imaginava, uma greve fraca e esvaziada. Por isso ele nos ataca falando de uma suposta “partidarização” do movimento. Nós já assistimos a essa novela várias vezes. Sempre que nos mobilizamos para reivindicar nossos direitos, logo aparecem tucanos e aliados para dizer que nossa luta é “partidária”, “eleitoral” e outros adjetivos deste tipo.

O ex-Governador José Serra dizia a mesma coisa em 2010, mas nos processou e perdeu. Parte da sentença do TSE diz que “A manifestação realizada por trabalhadores do sistema oficial de ensino do Estado de São Paulo, reunidos no exercício do direito de greve, ainda que resulte em críticas de natureza política, está respaldada pela liberdade de manifestação garantida pelo art. 5º, IV, da Constituição da República Federativa do Brasil e não atrai a incidência da penalidade prevista no art. 36, § 3º, da Lei nº 9.504/97.” E que

“Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por maioria, em prover os recursos do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo APEOESP, e de Maria Izabel Azevedo Noronha.”

Nossas discussões e deliberações são realizadas em assembleias com 60 mil pessoas ao ar livre, com acompanhamento de todos os meios de comunicação. Nossa pauta é conhecida de todos. Queremos a melhoria da escola pública estadual de São Paulo, algo que o

Governo do Estado, comandado pelo PSDB, se recusa a atender. Prefere o jogo baixo, encomendando matérias para nos atacar e criminalizar. Não vai conseguir.

Termino com um ditado popular: “quem está na chuva tem que se molhar”. O Governador não escolheu a reeleição? Pois agora, tem que cumprir a vontade da maioria. E a maioria da população paulista quer que ele negocie com os professores e apresente propostas que possam conduzir a uma solução positiva para o movimento.

Nossa luta é justa, nossa greve está forte e vamos até o fim.

*Maria Izabel Azevedo Noronha
, Presidenta da APEOESP

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Comentários

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edjane

Sou do Paraná e solidarizo-me com os professores de São Paulo. Nossa greve, acontecida em fevereiro deste ano, também passou por esses desagravos do desgoverno psdb do beto richa. As estratégias golpistas são as mesmas. Também houve a acusação do desgovernador de que o movimento estava envolvido com o PT, MST … devido a alguns poucos deputados – autênticos democratas – do PT e do PMDB que estiveram do nosso lado na defesa de nossas reivindicações, que buscava defender a manutenção de nossos direitos tão arduamente conquistados durante 30 anos ( terço de ferias, quinquênio, licenças especiais, vale transporte…). Além dessas reivindicações – classes superlotadas, escolas sucateadas, redução de profissionais de apoio nas escolas, fundo rotativo sem pagar, isonomia salarial… – corremos, ainda o risco, do desgoverno se apossar do nosso fundo de previdência, garantia de nossa aposentaria com dignidade, pois pagamos por isso. Houve um levante no dia 12/02/2015 contra a votação – em regime de urgência – na Assembleia Legislativa onde a base governista votaria a favor do roubo de 8 bilhões do Paraná Previdência para o desgovernados cobrir o rombo de suas contas mal explicadas. Os acordos para o fim da greve não foram cumpridos e possivelmente voltemos a paralisar nossas atividades. As posturas desses desgovernadores do psdb justificam suas intenções: acabar com as conquistas sociais. Para quê educação de qualidade? Quem a quiser que pague uma escola particular!!!!! dizem os insensíveis. Deixar a maioria da população sem o conhecimento, sem investimento em seus professores faz parte de um plano perverso e ignóbil. Para que escolarizar as novas gerações? Esse sistema neoliberal PRECISA de pessoas alienadas, analfabetas funcionais e políticas para poderem ser comandadas (como temos visto nos blogues). Aos professores paulistas digo, não desistam da luta. Sejam firmes e resistentes. Briguem por uma educação e a sua valorização enquanto seres humanos e profissionais.

Riaj

Estamos irmanados aos professores da rede pública de SP. é preciso coragem para enfrentar o PIG e esse desgoverno.

abolicionista

Colegas professores, insisto, vamos ocupar a Rede Globo!

FrancoAtirador

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Envie um Recadinho: (http://www.diariosp.com.br/expediente)
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Marcelo

O Diário de São Paulo era o antigo Diário Popular, que já teve como colunista Mauro Santayana. No início do século XXI a Globo comprou este periódico. Depois passou para outros donos. A matéria em questão dá uma ideia no que ele se tornou…

Eunice

A proposito da blindagem de Alkmin e de seus pagamentos com nosso dinheiro aos seus amiguinhos na mídia devo lembrar que o grande pecado de Maluf foi não ter pago a mídia.No resto seus crimes são ate menores.Informou que jamais votei em Maluf e que ele me prejudicou num concurso da Caixa no qual ninguém foi convocado.

Lukas

Este sindicato trabalha para o PT.

Isto é fato, não opinião.

    Cristina.

    Deixa de ser babaca. Como ” trabalha para o PT” seu desinformado! Todos estão vendo a situação dos professores de São Paulo. Ah, já sei, tu deve ser pau mandado do psdb não é, seu trouxa?!?!

    abolicionista

    Prove, imbecil. Eu acho que é você quem trabalha para o PSDB, deve ser trolzinho pago pelo tucanato para vomitar discurso fascista na net, muito provável…

    Tio Osvaldo

    Quanto te pagam garotão?

abolicionista

É preciso ocupar os veículos de mídia. Nós professores precisamos ocupar a sede da Rede Globo, é uma concessão pública. Não podemos nos vitimizar, é preciso tomar as rédeas da produção do espetáculo.

Messias Franca de Macedo

… E por falar em blindagem criminosa do DEMoTucanto!…

[MAIS UMA] BOMBA! EXTRA!…

IMPEACHMENT JÁ… Do Geraldo Alckmin “do [José] (S)erra, Beto ‘Rincha’, ‘Aécio Furnas Forever’ &$ demais DEMoTucanos”!

Ah esse ‘Cafezinho’ “que detonou a soNEGAção BILIONÁRIA das organizações (sic) Globo soNEGAdoras!…

Chama “o juiz do ‘braZil'”!

Pausa para rir desta desgraça (ir)responsável pela [seletiva] ‘Guantánamo do Paraná’!

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João Dória também recebe verba pública de Alckmin

Por jornalista Miguel do Rosário
postado em abril 21st, 2015

(…)

FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.ocafezinho.com/2015/04/21/joao-doria-tambem-recebe-verba-publica-de-alckmin/

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