Alckmin antecipa como será arrocho trabalhista pós-golpe de 31 de agosto de 2016: tiro, porrada e bomba

Tempo de leitura: 4 min

Captura de Tela 2016-08-31 às 11.19.33

Da Redação, com fotos da Mídia Ninja e Jornalistas Livres

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, através de sua Polícia Militar, antecipou como será o arrocho econômico pós-golpe de 31 de agosto de 2016, formalizado hoje no Senado Federal.

A PM paulista usou tiros, porrada e bombas, muitas bombas, contra aqueles que pretendiam escrachar a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a sede do diário conservador Folha de S. Paulo.

A FIESP financiou o golpe de 2016. Uniu-se a eles combatendo qualquer aumento de impostos através de um pato de plástico plagiado. Abrigou um acampamento de militantes pró-impeachment.

Em 1964, a FIESP organizou o golpe cívico-militar. É acusada de ter feito um pagamento decisivo, em dólares, a um general que trocou de lado e impediu João Goulart de montar um esquema militar com chances de impedir a quartelada.

A Folha de S. Paulo, através de editoriais, pregou a derrubada de Dilma Rousseff. Em 1964, fez oposição a Goulart. O proprietário, Octávio Frias de Oliveira, tramou o golpe com empresários. Quando o Brasil estava sob o ditador mais sanguinário, o de Garrastazu Médici, Frias chamou a ditadura de “respeitável”.

Apesar do clima de “expectativa” falsamente gerado pela mídia, o golpe de 2016 foi determinado no dia em que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, abriu o processo de impeachment.

Foi o que levou o PMDB a desembarcar do governo Dilma, retirando a base parlamentar que permitia a ela governar. Tudo o que aconteceu posteriormente foi apenas consequência disso.

A TV Globo foi a central do golpe. Como descrito no livro A Radiografia do Golpe, de Jessé Souza, criou através de seus programas jornalísticos o anti-Lula — na figura do juiz Sergio Moro. Como descrito no livro Golpe 16, a ser lançado em breve, a emissora promoveu as manifestações de rua fundamentais para criar o “consenso político” em torno da derrubada de Dilma.

A votação de hoje abre espaço para que um governo não eleito aplique medidas econômicas não aprovadas pelo voto popular.

Uma delas será o arrocho salarial.

Na prática, isso já começou.

No dia 6 de setembro os bancários devem entrar em greve nacional. Eles destacam:

Enquanto propõem perda real de 2,8% para a categoria bancária, os bancos praticam elevada política de remuneração para seus altos executivos. Em 2014 e 2015 os bancários tiveram ganho real acumulado de 2,1%, e a proposta atual faz a remuneração da categoria regredir mais de dois anos. A remuneração total anual média de um diretor executivo do Itaú, por exemplo, em 2016 será de R$ 12,5 milhões, no Santander R$ 7 milhões e no Bradesco R$ 5,3 milhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um executivo do Itaú recebe anualmente 255 vezes o valor da remuneração anual de um escriturário, considerando salário, ticket refeição, alimentação e PLR. No Santander a diferença é de 145 vezes e no Bradesco 110 vezes. A proposta dos bancos foi de 6,5% de reajuste com R$3.000 de abono para os trabalhadores. O que representa perda real de 2,8% (de acordo com a inflação de 9,57%).

De acordo com o blogueiro Altamiro Borges, Michel Temer agora prepara um golpe trabalhista — e só terá sucesso com a repressão colocada à disposição dele por governadores como Geraldo Alckmin:

Judas Temer prepara o golpe trabalhista

Por Altamiro Borges, em seu blog

Na quinta-feira (25), após participar do seminário comemorativo dos 75 anos da Justiça do Trabalho, no Rio de Janeiro, o “ministro” Ronaldo Nogueira informou à imprensa que o governo golpista vai enviar ao Congresso Nacional, “na primeira quinzena de dezembro”, a sua proposta de reforma das leis trabalhistas.

Na maior caradura, ele jurou: “Quero reiterar aqui, até para que não tenha nenhuma especulação por parte de alguns setores que são mal intencionados: direito você não revoga, direito você aprimora. Trabalhador não corre nenhum risco de perder direito”.

Será que algum “midiota” acredita nesta bravata do “ministro interino do Trabalho” e deputado federal do PTB gaúcho.

No documento “Ponte para o futuro”, também batizado de “pinguela para o inferno”, o Judas Michel Temer defendeu a “prevalência do negociado sobre o legislado” – o que significa a extinção total da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) -, a ampliação da terceirização para as atividades fins e a reforma previdenciária que eleve o tempo de aposentadoria.

As forças empresariais que financiaram o “golpe dos corruptos” também pregam a chamada “flexibilização trabalhista” — com o aumento da jornada de trabalho, o fatiamento das férias e o fim do 13 salário e de outros direitos. O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) já chegou a falar em jornada de 80 horas semanais.

Já a mídia patronal está em plena campanha por uma reforma trabalhista “radical”.

A Rede Globo já produziu matérias marotas para criticar o “atraso” da legislação brasileira, que “emperra a produção” e “trava o crescimento econômico”. O oligárquico jornal Estadão, que sempre detestou a CLT, está excitado com a possibilidade de concretizar o seu velho sonho.

Em editorial publicado no início de agosto, a Folha decretou que a legislação trabalhista do país é “obsoleta e excludente”. Apesar de coro patronal, o “sinistro” Ronaldo Nogueira jura que “o trabalhador não corre nenhum risco”.

No evento, ele garantiu que o eixo da reforma trabalhista do covil golpista será “trazer segurança jurídica” às empresas. E afirmou em tom demagógico: “O trabalhador não será traído pelo ministro do Trabalho”.

Ele também adiantou “estamos trabalhado um novo marco regulatório da atividade sindical”, sem dar detalhes das propostas em estudo.

O boato que corre, porém, é de que o governo golpista pretende aumentar o controle sobre os sindicatos e redefinir os critérios para o seu financiamento.

A experiência mundial e brasileira demonstra que o neoliberalismo não combina com democracia — o que deve servir de alerta para os sindicalistas, inclusive para os traíram a sua classe!


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Serjão

O Mantra: A globo É o golpe!!!!!!

FrancoAtirador

.
.
81,4% da População Brasileira não sabem o Motivo

do Impeachment da Presidente da República do Brasil.

https://pbs.twimg.com/media/CrNwzi4WEAkSNhK.jpg
https://twitter.com/d_Norte/status/771084002862239744
.
.

FrancoAtirador

.
.
Como se dizia em 1995, depois da Eleição do FHC (PSDB),

Quando a Ficha Cair, já Privatizaram a Estatal de Telefonia.
.
.

FrancoAtirador

.
.
O GenerAlck não faz “ArroCHo”, faz ArROXO.

É só olhar para o Corpo d@s Trabalhadore(a)s.
.
.

lulipe

Baderneiro só entende a linguagem da força, creio até que alguns devam gostar. Parabéns a briosa PM/SP.

Sidnei Brito

Pois é, amigos, não sei se a frase é minha mesmo ou se a ouvi em algum lugar e ficou no meu subconsciente. Ao autor, caso não seja eu mesmo, minhas desculpas pela falta de crédito. Ah, a frase: “não existe golpe pela metade”.
Preparemo-nos.

Bacellar

Quem acompanha manifestação faz tempo sabe quando vai ter agressão da PM só pela “escalação” do “batalhão”. Segunda os caras estavam mesmo lá com o único objetivo de bater nos manifestantes, vergonhoso.

Deixe seu comentário

Leia também