Adriana Facina: Que a Pátria Educadora seja mais que marketing

Tempo de leitura: 2 min

Carta aberta da área Antropologia/Arqueologia em defesa da pós-graduação no Brasil

Há mais de uma década o país vem investindo numa política de valorização dos programas de pós-graduação e de expansão das universidades públicas brasileiras.

Consideramos essa política, que se refletiu em dotações crescentes de recursos, parte de uma ação estratégica que associa produção de conhecimento ao desenvolvimento social, econômico e cultural do país, de modo autônomo e consistente.

A expansão das pós-graduações é parte da democratização do acesso ao ensino superior, com ampliação de vagas e a implementação de cotas em várias universidades públicas. Esta ação inegavelmente transformou o perfil das universidades brasileiras e de seus programas de pós-graduação.

Na contramão deste processo recebemos estarrecidos as notícias de cortes na ordem de 47% dos recursos para as universidades e a redução drástica das verbas da CAPES, em nome do ajuste fiscal.

Estamos no final do primeiro semestre letivo sem que tenha sido repassado qualquer recurso de custeio ou de infraestrutura referente ao exercício de 2015 para os programas de pós-graduação.

O impacto disto já se faz sentir: programas de excelência prestes a fecharem as portas, projetos de pesquisas interrompidos,, compras de equipamentos e materiais para laboratório e de livros suspensas, defesas de mestrado e doutorado adiadas por falta de recursos para a compra de passagens aéreas para composição de suas bancas, suspensão da divulgação de resultados de pesquisas devido ao corte de recursos para publicações e participação em eventos científicos. Interrompe-se, assim, o ciclo de crescimento e expansão, construído ao longo de mais de uma década, com consequências nefastas que serão aprofundadas a médio e longo prazo, como a diminuição das vagas para novos pós-graduandos e o retrocesso da internacionalização da pós-graduação brasileira.

Consideramos inadmissível que seja a educação a pagar tão duramente a conta do ajuste fiscal. O ensino superior público e de qualidade, bem como a pesquisa científica, são áreas essenciais para a construção de uma nação verdadeiramente democrática.

Que a pátria educadora seja mais do que um slogan e se torne de fato um compromisso em priorizar o a educação pública em todos os níveis, sem corte de orçamentos, com transparência na distribuição de recursos e continuidade em relação aos patamares conquistados até o presente.

Adriana Facina – coordenadora PPGAS/Museu Nacional/UFRJ
Andréa de Souza Lobo – coordenadora PPGAS/UnB
Camilo Braz – coordenador PPGAS/UFG
Carlos Alberto Steil – coordenador PPGAS/UFRGS
Edviges Ioris- coordenadora PPGAS/UFSC
Elisete Schwade – coordenadora PPGAS/UFRN
Fernanda Areas Peixoto – coordenadora PPGAS/USP
Geraldo Andrello – coordenador PPGAS/UFSCar
João Martinho – coordenador PPGA/UFPB
Jorge Eremites – coordenador adjunto de área Antropologia/Arqueologia CAPES
Ioredana Ribeiro – coordenadora PPGAnt/UFPel
Moisés Lopes – coordenador PPGAS/UFMT
Nádia Meinerz – coordenadora PPGAS/UFAL
Omar Thomaz – coordenador PPGA/UNICAMP
Parry Scott – coordenador de área Antropologia/Arqueologia CAPES
Rita Scheel-Ybert – coordenadora PPGArq/Museu Nacional/UFRJ
Sidney Silva – coordenador PPGAS/UFAM

Leia também:

Lindbergh Farias: Hora de mudar a política econômica


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Comentários

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FrancoAtirador

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Corporações Midiáticas invadem a ‘Indústria da Educação’:
o Conteúdo ‘Veja’ Direto na Veia, inoculado em Sala de Aula.
(https://twitter.com/cartamaior)
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“Grandes Grupos Econômicos estão ditando
a Formação de Crianças e Jovens Brasileiros”
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Em Entrevista Exclusiva, Novo Reitor da UFRJ, Roberto Leher,
aponta os Impactos da Lógica Mercantilizada sobre a Educação Brasileira
e aponta que como Grupos Financeiros tentam dominar a Educação Pública.
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Por Luiz Felipe Albuquerque, no Jornal Brasil de Fato
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(http://www.mst.org.br/2015/07/01/grandes-grupos-economicos-estao-ditando-a-formacao-de-criancas-e-jovens-brasileiros.html)
(http://www.brasildefato.com.br/node/32359)
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Urbano

Tá uma coisa que se precisa esquadrinhar; é a arqueologia do banditismo político no Brasil…

Andre

Parece que agora que o desastre chegou a pós graduação, as pessoas começaram a falar do assunto. As Universidades Públicas estão inviabilizadas desde o início do ano. O corte de bolsas de graduação começou muito antes; não há verba para viagem de professores para participar de congressos; salário dos trabalhadores em limpeza, manutenção e segurança continuam atrasados; obras paradas; em algumas universidades não há verba para o básico: papel, caneta para quadro branco e até papel higiênico. A Pátria Educadora é um slogan, para investidores privados…

É conta o ‘ajuste’ fiscal e a destruição da Universidade Pública e gratuita que os professores das Universidades estão em greve.

FrancoAtirador

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“Se a Austeridade é a Moeda Única da União Europeia, a Moeda Única não serve”
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Catarina Martins
Bloco de Esquerda
Oposição em Portugal
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Porta-voz do Bloco de Esquerda criticou o Governo Português [NeoLiberal]
por defender a saída da Grécia do Euro e ‘trabalhar’ contra o próprio País
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“Portugal vai ser o país que mais depressa
e em mais força terá as consequências
de uma recessão económica que isso pode provocar”
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TVi24
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A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) receia que Portugal seja o país
que mais depressa e em mais força sinta as consequências
de uma recessão económica caso a Grécia deixe de estar no Euro.
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Catarina Martins, que falava à margem de uma arruada onde participou este sábado,
junto à praia de Espinho (Aveiro), considerou que retirar a Grécia do Euro
não significa “19 menos 1 no Euro”, significa “zero” e acrescentou
que “Portugal vai ser o país que mais depressa e em mais força
terá as consequências de uma recessão económica que isso pode provocar”.
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A bloquista afirmou que, “se a austeridade é a moeda única da União Europeia,
a moeda única não serve” e criticou o governo português por estar a “trabalhar”
contra o próprio país, ao ficar ao lado das instituições que fazem chantagem com a Grécia.
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“Quando o governo português fica ao lado de quem faz chantagem com a Grécia,
quando o governo português se põe ao lado dos que estão a trabalhar
para que a Grécia saía do Euro, está a trabalhar contra o nosso país”,
declarou Catarina Martins, durante uma arruada que fez hoje junto à praia de Espinho (Aveiro).
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Catarina Martins considera também que tem sido feita uma “chantagem imensa
feita pelo Banco Central Europeu e outras instituições, protagonizada
pelo ministro alemão das Finanças, que está interessado em expulsar a Grécia
do Euro, e sobre essa chantagem o governo grego e o parlamento aprovaram
uma proposta aos credores, que, tendo medidas que são as que defenderam,
como já o disseram, conseguem melhor do que aquilo que lhes tinham prometido”, explicou.
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“É muito cedo ainda para sabermos o que vai acontecer.
Uma coisa é certa: ou a Europa assume a responsabilidade da solidariedade
e assume a responsabilidade para com o futuro, ou uma Europa
em que o desemprego jovem é o maior défice e o maior drama para o futuro,
será uma Europa em desagregação”, conclui a porta-voz do BE, referindo
que se está a viver “o momento de todas as escolhas e de todas as decisões”.
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A notícia de um documento que defende um cenário de uma saída temporária
da Grécia da Zona Euro, alegadamente da autoria da delegação alemã,
está a marcar a reunião de hoje do Eurogrupo em Bruxelas,
para já sem perspetivas de acordo.
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A edição “online” do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung noticiou
que foi posto a circular um documento do ministério das Finanças alemão
que propõe dois caminhos para ultrapassar a atual situação,
sendo um deles uma saída ordenada e temporária da Grécia da zona euro,
por cinco anos, acompanhada de ajuda humanitária,
e o outro a venda de património do Estado, num valor de cerca de 50 mil milhões de euros.
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Reportagens e Vídeos em:
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(http://www.tvi24.iol.pt/politica/catarina-martins/be-portugal-sera-o-que-mais-sofre-com-saida-da-grecia-do-euro)
(http://www.tvi24.iol.pt/videos/portugal-nao-ficou-pior-gracas-a-oposicao/55a170ea0cf2b863fbb5e2df/1)
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