Vexame na ONU: Brasil se une a Qatar e Afeganistão em votação contra direitos das mulheres

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As obras de Shamsia Hassani – a primeira mulher grafiteira do Afeganistão – estão em exposição na Bienal São Paulo. Nos muros de Cabul, ela retrata as mulheres afegãs vivendo em uma sociedade predominantemente masculina; elas não têm bocas, mas frequentemente trazem instrumentos musicais como porta-vozes. Foto: Instagram bienalsaopaulo

Na ONU, Brasil se une a Qatar e Afeganistão em votação contra direitos das mulheres

Política externa do governo Bolsonaro mancha histórico brasileiro nas Nações Unidas

Conectas

Os ataques domésticos da gestão Bolsonaro a direitos já garantidos via decretos arbitrários têm encontrado forte paralelo na atuação da diplomacia brasileira em espaços multilaterais, como as Nações Unidas. 

Na manhã desta sexta-feira (17), durante votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre uma resolução proposta pelo México, o Brasil se absteve diante de retrocessos aos direitos das mulheres apresentados por meio de emendas de países como Rússia, Egito e Arábia Saudita. 

Os Estados pediam para excluir o protagonismo de jovens ativistas e defensoras de direitos humanos na construção de políticas públicas voltadas à igualdade de gênero. 

Outra emenda também sugeria a retirada de menção à garantia de acesso a informações e serviços sobre saúde sexual e reprodutiva na resposta dos Estados à pandemia de Covid-19.

“O histórico de resoluções aprovadas no Conselho avança no reconhecimento dos direitos das mulheres, condenando práticas discriminatórias e formas de violência de gênero. Países que insistem em tratar as mulheres de forma subalterna tentam, em toda votação em Genebra, impedir sem sucesso esses avanços normativos na esfera multilateral”, aponta Gustavo Huppes, assessor internacional da Conectas. 

Sob a gestão Bolsonaro, o Brasil se uniu imediatamente a esse grupo.

Em 2019, o país votou a favor da alteração de resoluções para eliminar garantias aos direitos sexuais e reprodutivos.

As instruções emitidas pelo Itamaraty – reveladas pela imprensa em junho do ano passado – orientavam a diplomacia brasileira a defender visão de que o conceito de gênero deve se basear apenas no sexo biológico.   

As votações do Brasil nas resoluções aprovadas hoje pelo Conselho e suas respectivas propostas de emendas seguiram na mesma linha.

Nas últimas semanas, o país negociou pontos da resolução sobre discriminação de gênero apresentada pelo México. Em sessões transmitidas online, diplomatas brasileiros defenderam, por exemplo, a retirada de parágrafos sobre acesso a informações a métodos contraceptivos e à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.

“O Itamaraty achou que poderia se esconder atrás da estratégia de abstenção. O problema é que se abster não significa se esquivar de responsabilidade. Uma abstenção tem peso tanto prático – já que influencia o resultado a depender se placar for apertado – como valor simbólico”, explica a diretora de programas da Conectas, Camila Asano.

“A diplomacia de Bolsonaro passou vexame duplo. Fracassou no seu objetivo de barrar a resolução e condenou o Brasil a ficar nos registros históricos da ONU como país que se absteve junto com Líbia, Afeganistão e Qatar em votações sobre direito das mulheres”, completa.


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Zé Maria

“1 – Estou em Natal hoje, 24 de agosto, 67 anos da morte de Getúlio Vargas.
É triste ver que estão liquidando o legado da Petrobrás, que Getúlio criou em 53, numa grande luta do povo brasileiro pela soberania.”

“Graças à Petrobrás, o Rio Grande do Norte era um dos maiores produtores de petróleo e gás do país.
E no nosso governo, se tornou o primeiro estado autossuficiente em combustíveis.
Enquanto o governo atual fechou poços e mandou vender a refinaria.”

“3 – Quando vocês verem o preço da gasolina ou uma mãe de família sem dinheiro pra comprar um botijão de gás, lembrem que esse país pode e precisa ser do tamanho dos sonhos de Getúlio.
E não o pesadelo mesquinho de Paulo Guedes e Bolsonaro.”

LULA
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LULA no Rio Grande do Norte

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Zé Maria

E aqui no brazil o Maior Problema das Feministas Identitárias Apartidárias é o Talibã?

Venancio Ludi

Parte desses direitos sao ou deveriam ser garantidos em leis no Brasil.
E uma parte muito importante deveria ser feita atraves da educação basica. Certas aulas na educação basica sobre questoes de genero e direitos das mulheres deveriam ser dadas por mulheres na escola basica, colegio ou ate começando nos anos finais do ensino fundamental II.
Educar homem velho nao vai adiantar muito.
Lembro-me de uma profa dando aulas disso para nos no 3 ano do ensino medio.
Educar desde jovem pode dar resultado promissores, mas educar gente velha acho dificil dar certo.
Mas com escola sem partido, onde só tem a visao do capitalismo, onde o prof. nao pode nem falar irão criar um exercito de gente que nao consegue nem cotejar.
Lembrando tb que a ONU nao tem nada para combater o racismo no mundo. Tem um programa deles para ser implantado ate 2030 que nao tem nada para combater o racismo no mundo.
Qdo o diplomada escolhe a guerra mas nao vai para a guerra é sinal que as coisas vao muito mal. Espera-se de um diplomada que ele negocie a paz e nao a guerra.
O Brasil perdeu o rumo na geopolitica faz tempo. Nem isso sabem fazer.

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