Tribunal Popular da Lava Jato volta a se reunir hoje; Kakay e Marcelo Tadeu convidam para live, que será transmitida ao vivo

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Encerramento do Tribunal Popular da Lava Jato, que aconteceu em 2017 na cidade de Curitiba

Da Redação

O que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu há duas semanas, o Tribunal Popular da Lava Jato concluiu em 11 de agosto de 2017.

Reunidos em Curitiba, juristas e jurados populares tomaram uma decisão inédita, impensável à época: julgaram e condenaram por unanimidade a Lava Jato e o então juiz Sergio Moro.

Quatro anos depois, nesta terça-feira, 4 de maio, o Tribunal Popular da Lava Jato se reencontra.

Desta vez, virtualmente.

Devido à pandemia, será no formato de live, em plataforma de streaming, cedida pelo MST.

A abertura será às 20h, com execução ao vivo do Hino Nacional pelo maestro André Pires (MG), ao piano. Ao final, o trompetista Fabiano Leitão o acompanhará.

O Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD) transmitirá todo o evento no seu canal no You Tube, a partir da 19h30.

Os mesmos juristas e jurados populares presentes no julgamento de 2017  participarão do reencontro nesta terça-feira.

Discutirão as recentes decisões do STF quanto ao impedimento da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar as ações da chamada operação lava jato e, sobretudo, quanto à suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Já confirmaram presença os jurados técnicos Antonio Maués, Cláudia Maria Barbosa, Gerson Silva, José Carlos Portella Júnior, Juliana Teixeira Esteves, Lincoln Schroeder, Michelle Cabrera e Vera Karam de Chueiri.

Também o jurista Eugênio Aragão, responsável pela acusação em 2017, e o advogado criminalista Kakay, incumbido da defesa da Lava Jato.

Como jurados populares participarão: Lúcia Adélia Fernandes, Maria de Fátima de Moraes Ilha, Simone Ribas e Socorro Figueiroa; Deise Lima (Quilombo do Jaó) e o cacique Darã (Aldeia Tekoa-Porã), representando os povos originários e  Roberto Baggio e Adriana Oliveira (MST), os movimentos sociais.

 

O juiz aposentado Marcelo Tadeu Lemos de Oliveira, que presidiu a sessão popular, fará novamente a leitura da sentença condenatória:

“Duas penas restritivas de direitos estabelecendo um comparecimento, pelo período da existência da lava jato, aos seus partícipes a um processo terapêutico de identificação e autoconhecimento de modo a identificar onde errou, quais as razões que levaram a agir dessa maneira, com agressão à ordem jurídica nacional e internacional, que só num ambiente de processo terapêutico será capaz de identificar. Com periodicidade, com relatórios encaminhados à justiça, para tomar conhecimento da evolução do processo terapêutico. Pelo mesmo período, ficarão obrigados a comparecer nas comunidades do Movimento dos Trabalhadores sem Terra para que com eles aprendam a conhecer o Povo Brasileiro”.

O evento está previsto para durar três horas.

As falas dos juristas e jurados populares serão intercaladas por apresentações artísticas (como a do artista popular João Bello e do cantor e compositor Guego Favetti), depoimentos sobre o tema, homenagem às mais 400 mil vidas ceifadas pela covid-19 e seus familiares.

O jurista Marcello Lavenère, que participou do julgamento em 2017 e está em recuperação de saúde, receberá uma carinhosa homenagem com a participação ao vivo de Pedro Tierra.

Pedro Tierra, o maestro André Pires e o trompetista Fabiano Leitão encerrarão o reencontro do Tribunal Popular da Lava Jato com uma apresentação em conjunto.

Ao final, movimentos sociais e populares, centrais sindicais, lideranças indígenas e quilombolas, coletivos e associações organizadas de juristas progressistas e partidos políticos serão convidados a se somar ao CAAD na construção e organização do Tribunal Popular do Genocida.

O governo Bolsonaro, suas políticas e seus ministros serão submetidos a julgamento popular para apurar as responsabilidades diretas na morte dos mais 400 mil brasileiros e brasileiras pela covid-19.


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