Tor, Bitcoin e RepRap: O futuro da luta por um governo horizontal

Tempo de leitura: 8 min

Hacktivistas na linha de frente da batalha pela internet

No meio da luta entre o hacktivismo e as autoridades, o letrista John Perry Barlow, do Grateful Dead, explica porque ele está desenvolvendo um sistema para financiar os ativistas online bloqueados pelas corporações

por James Ball, no diário britânico Guardian, Friday 20 April 2012 13.00 BST

Se existe uma batalha sobre o desenho futuro da internet — e da sociedade como um todo –, grupos hacktivistas como Anonymous e Lulzsec, o Wikileaks e sites de compartilhamento de arquivos como o Megaupload.com são os batalhões na linha de frente.

Embora incidentes individuais e disputas envolvendo estes grupos pareçam disparatados e desconectados, os que estão no centro do ativismo online dizem que todas estas organizações, além de movimentos relativamente menos radicais como o Occupy e o Partido Pirata, são todos ligados.

John Perry Barlow, letrista do Grateful Dead e fundador da bem conhecida Electronic Frontiers Foundation (EFF), diz que a motivação de todos estes grupos, quaisquer que sejam as suas táticas, são uma mudança na natureza da sociedade.

“O que une estes grupos é a crença que o futuro não é de um governo vertical, hierárquico, mas de um governo peer-to-peer, horizontal”, ele diz. “Isso coloca as forças da idade da informação contra aquelas da idade industrial, quando nos movemos da escassez da informação para a abundância. O ano passado demonstrou nossa capacidade de promover revoluções, não a de governar — mas isso vem aí. Grupos distintos fazem parte deste espectro. Organizações como a EFF seriam as conservadoras. No centro estariam o WikiLeaks e o Partido Pirata, com o Anonymous no lado mais radical”.

Embora as conexões entre estes grupos sejam tênues, uma ideologia libertária baseada na desconfiança em relação a governos parece unir os grupos de hacktivistas na internet, além da crença em redes de cidadãos livres, o desprezo pelas leis de direitos autorais e de defesa da propriedade intelectual e a busca pela autodeterminação.

Barlow acredita que o governo dos Estados Unidos começou a perseguir agressivamente os hackers políticos como Anonymous e Lulzsec. Os grupos promoveram ataques contra sites dos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, puseram a News International [empresa de Rupert Murdoch] no alvo, supostamente capturando e-mails da equipe do [jornal] Sun, e conseguiram todos os arquivos da empresa de inteligência norte-americana Stratfor, repassados em seguida ao WikiLeaks.

“O governo tem como alvo o Anonymous pela mesma razão que enfrenta a Al-Qaeda —  são inimigos. De certa forma, são. A merda está começando a atingir o ventilador, mas ainda não vimos os efeitos disso. A internet é a ferramenta mais libertadora já inventada pela humanidade, e também a melhor ferramenta para a vigilância. É uma ou outra. E ambas”.

Barlow está trabalhando num sistema para enfrentar o bloqueio financeiro imposto ao WikiLeaks. Depois da publicação dos telegramas diplomáticos dos Estados Unidos, o senador Joe Lieberman pediu às companhias norte-americanas que bloqueassem o site. Visa, Mastercard e o Paypal atenderam ao pedido, embora sem ordem ou pedido formal do governo, deixando o WikiLeaks sem dinheiro.

Barlow pretende estabelecer uma fundação com o objetivo de financiar qualquer organização que defenda a primeira emenda da Constituição dos Estados Unidos [que garante a liberdade de expressão] do bloqueio de corporações.

“Espero criar um argumento moral contra esse tipo de ação”, ele diz. “Mas poderá ser também a base para ações legais. Agora temos organizações privadas com o poder de bloquear a liberdade de expressão. Estas companhias não têm suas ações regulamentadas pela lei — obedecem apenas a termos de serviço com os usuários”.

Como resultado disso, batalhas sobre o futuro da internet estão se tornando crescentemente politizadas, envolvendo grupos que se enfrentam para criar jurisprudência. Uma gigante rede de organizações se juntou nos Estados Unidos para enfrentar o SOPA. A lei, sob crescente oposição, foi eventualmente freada, mas tentativas parecidas na União Europeia e em outros lugares conseguiram avançar nos parlamentos.

Em outras frentes, a cibervigilância está aumentando, com o governo do Reino Unido propondo uma lei que permitiria o monitoramento de informação contida em e-mails, em redes sociais e no tráfego de todos os usuários do Skype, em tempo real. Para enfrentar isso, os hacktivistas estão se envolvendo na política tradicional.

O movimento mais conhecido desse tipo é o Partido Pirata, que foi fundado na Suécia por Rickard Falkvinge em 2006 e é pequeno no Reino Unido, mas está construindo uma influência substancial em todo o mundo. O partido tem dois deputados no Parlamento europeu e recentemente recebeu 7,4% dos votos em eleições na província alemã de Saarland — de acordo com recentes pesquisas, é o terceiro maior partido da Alemanha.

O partido teve até, por pouco tempo, um ministro, Slim Amamou, um ativista tunisiano que serviu como ministro de esportes e juventude em seu país, antes de renunciar no ano passado em protesto contra a censura imposta pelo exército da Tunísia à internet.

Amelia Andersdotter, uma das deputadas europeias, acha que as autoridades ignoram o elemento político nos ataques de grupos como o Anonymous.

“Alguns destes ataques são interpretados de forma deturpada. São claramente atos políticos, tentativas de registrar um protesto contra alguma coisa que o governo ou uma organização está fazendo”, ela diz. “Há falta de entendimento por parte das autoridades da cibersegurança. As coisas são vistas como intimidadoras, quando não são. De repente, os ataques de denial of service [ataques que inundam endereços com tráfego falso, impedindo o acesso], que já foram legais em vários países, estão se tornando alvo de repressão. A maioria dos ataques, no passado, foi resultado de disputas entre rivais comerciais, mas agora mais da metade dos ataques acontece por motivos políticos. E a repressão aumentou”.

As prioridades de Andersdotter são avaliar como as ações de segurança das autoridades são regulamentadas e supervisionadas, promover tentativas de reformar as leis de propriedade intelectual da União Europeia e ajudar a espalhar internet via fibra ótica — com maiores velocidades — em toda a Europa.

Outros não se contentam meramente em fazer lobby junto a políticos pela internet livre. Em vez disso, constroem ferramentas desenhadas para tornar a regulamentação da internet impossível. Um das mais usadas é o Tor, o roteamento-cebola.

O Tor, quando usado adequadamente, torna anônimo todo o tráfego da internet gerado em um computador, ao rebatê-lo dezenas de vezes através de outros computadores do mundo, usando sempre caminhos diferentes. Isso significa que um indivíduo só será identificável se ele ou ela logar em um dado endereço.

O sistema não é infalível, pode ser bloqueado — temporariamente — por governos autoritários, mas dá um alto grau de proteção, seja para ativistas que atuam sob regime repressivos, seja por aqueles que usam a internet para traficar drogas ou compartilhar pornografia infantil.

O dilema não é desconhecido pelos que desenvolveram a ferramenta.

“Os criminosos serão sempre oportunistas e vão descobrir saídas antes que os outros”, diz o diretor executivo do projeto Tor, Andrew Lewman. “O velho trabalho policial ainda funciona muito bem contra eles. Quase toda transação no Reino Unido usa EFT [cartão de pagamento eletrônico, electronic fund transfer], existem câmeras de circuito fechado em toda rua e monitoramento das comunicações online — mas você ainda tem tráfico de drogas e outros crimes. Os benefícios de uma internet aberta são os mesmos das rodovias e autopistas. Nos Estados Unidos, a polícia era contra a construção de rodovias interestaduais, alegando que elas ajudariam os criminosos a escapar da lei. Mas a polícia se adaptou e os benefícios das rodovias claramente superam os custos”.

Lewman disse que o principal fator motivador por trás do projeto do Tor não é derrubar o governo, ou mesmo facilitar o ativismo, mas dar aos usuários controle sobre como eles podem usar a internet e sobre quem pode monitorar suas atividades. Mas ele não está surpreso com as tentativas dos governos de regulamentar a internet.

“Os governos estão começando a se dar conta de que uma fatia crescente do PIB deles depende da internet. Os governos gostam de estabilidade, não de uma terra que se move”, conclui.

Mas os governos poderiam ser driblados completamente, já que os web designers não apenas descobriram formas de evitar a vigilância: eles criaram uma moeda sem estado, de baixo para cima.

A moeda é conhecida como Bitcoin e depende de uma série de algoritmos matemáticos que governam a quantidade de dinheiro em circulação e a futura taxa de inflação. Cada Bitcoin tem uma identificação única e as transações são registradas de forma pública, tornando as fraudes mais difíceis que as praticadas contra moedas tradicionais — mas, como as Bitcoins não recebem apoio do governo, se forem roubadas somem para sempre, como alguns dos que adotaram a moeda cedo descobriram, pagando caro por isso.

No momento em que eu escrevia, existiam mais de 8,7 milhões de Bitcoins, valendo cerca de U$ 42,3 milhões. A combinação de uma moeda sem estado e de uma internet invisível é poderosa, como um site do underground deixa claro.

A Rota da Seda [Silk Road] é um site acessível apenas na seção “escura” do Tor, significando que não pode ser encontrado ou identificado na internet de todos e apenas aceita Bitcoins como forma de pagamento. O endereço permite a compra e venda de drogas ilegais, predominantemente nos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda.

Sua existência não é um segredo. Em 2011 dois senadores dos Estados Unidos pediram ao procurador-geral que agisse contra o site, que foi descrito como “uma estação para compra de drogas ilegais que representa a mais descarada tentativa de traficar online que já vimos”.

Ações contra o site, que opera usando o mesmo formato do eBay, ligando compradores e vendedores independentes, até agora se mostrou impossível — e a publicidade gerada para o Rota da Seda apenas aumentou a popularidade do site e dos Bitcoins.

Promover tais empresas não é, no entanto, a motivação da maioria das pessoas que trabalham no desenvolvimento do Bitcoin.

Um integrante da equipe de desenvolvimento, Amir Taaki, explica as motivações básicas do movimento hacktivista desde um “hackspace” em Londres — um clube criado para permitir às pessoas que programem ou reprogramem código à vontade. Até a porta do espaço é customizada: é programada para abrir quando os sócios passam seu cartão magnético ou emitem identidade em rádio-frequência. A porta dispara um sinal de boas-vindas customizado (um sócio escolheu o tema da vitória do Final Fantasy VII, um videogame cult dos anos 90).

O princípio da cultura hacker, Taaki diz, é que “toda autoridade deve ser questionada”. Ele enfatiza que isso não significa que os governos ou a polícia são necessariamente corruptos ou desnecessários, mas que o público deveria estar sempre numa posição de cobrança em relação às autoridades.

Isso leva ao segundo princípio: a informação deveria, de forma geral, ser livre. As leis de patentes, de direitos autorais e os segredos dos governos são o maior alvo do movimento.

O que isso representaria para indústrias como a farmacêutica, onde uma pílula pode custar centavos mas as pesquisas custam milhões, é incerto, e Taaki não tem as respostas. Até agora, são as indústrias do entretenimento — Hollywood, música, televisão e editoras — que sentiram os efeitos da pirataria e do compartilhamento de arquivos. O desenvolvimento de tecnologia pode significar que o desafio vai se aprofundar.

Aparelhos conhecidos como impressoras 3D são capazes de reproduzir objetos em planos tridimensionais. A tecnologia é cara: uma máquina comercial barata sai por mais de 30 mil reais, mas uma versão aberta, feita em casa, já foi criada. A RepRap pode custar cerca de mil reais. Atualmente, a RepRap pode produzir metade das peças necessárias para conceber uma outra máquina, do mesmo modelo. Com o tempo, serão capazes de imprimir as partes necessárias para construir uma outra impressora 3D — uma máquina autoreplicante.

É tecnologia com um potencial impressionante, a capacidade de virtualmente “imprimir” qualquer coisa já inventada — ferramentas, brinquedos, até comida — mas as aplicações, até agora, são básicas e custosas. Atualmente, as impressoras caseiras podem produzir algumas bugigangas — embora o sucesso inicial, quando ela clonou brinquedos de plástico da Warhammer, levaram a ações judiciais e uma previsível reação.

Uma tecnologia que permite a qualquer pessoa fabricar qualquer coisa, desde que usando o projeto certo, significa grande tempestade para qualquer empresa que dependa de antigos modelos de negócio — e os hackers de hoje sabem disso.

“A batalha entre os piratas e as indústrias da música e do cinema não são nada, é uma preliminar”, diz Taaki. “Quando esta tecnologia amadurecer, os negócios da manufatura, agricultura e tecnologia — tudo poderá ser replicado por praticamente qualquer pessoa, em qualquer lugar. É quando veremos a verdadeira luta — e eles nem perceberam ainda”.

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Comentários

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[…] em Cirandeiras, via Viomundo […]

Luizão

Para a Administração do Viomundo.
Queria fazer uma denúncia.
Acabo de receber uma mensagem que pode ser virus, spam ou qq coisa, mas acho que não é do VioMundo porque sou frequentador e acompanho o site há muitos anos e nunca vi ou precisei responder qq informação. Pois bem, abaixo está a mensagem:

Please click the link below to activate your subscription to Viomundo – O que você não vê na mídia:
http://www.intensedebate.com/activatesub/0fadb8e6

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Não cliquei e peço que não cliquem em nada. Só quero saber se é seguro ou não.

    Conceição Lemes

    Oi, Luizão. Vou falar com o Leandro Guedes, que é quem toca a parte de web do Viomundo. Obrigada. Abs

    Conceição Lemes

    Oi, Luizão, já falei com o Leandro. SEgue a resposta dele:

    Não é virus, não. É do Intense Debate, nosso serviço de comentários tercerizados. O link é uma ajuda para ser notificado quando tiver alguma resposta a algum comentário seu.

    OK? Abs

Hans Bintje

Conversa para boi dormir, Azenha.

Nada substitui a velha – e boa – militância política.

Quando ela é bem feita, até a Direita faz coisas decentes para o "povão".

Por exemplo, veja o que aconteceu na Holanda, notícia da BBC ( http://www.bbc.co.uk/portuguese/ultimas_noticias/… ):

"GOVERNO DA HOLANDA TEM RENÚNCIA EM MASSA APÓS TENTATIVA DE CORTES

O primeiro-ministro holandês Mark Rutte e todos os membros do seu gabinete renunciaram, antecipando as eleições gerais no país.

Rutte visitou o palácio da rainha Beatrix em Haia nesta segunda-feira para entregar formalmente sua renúncia.

O governo de coalizão de minorias capitaneado pelo primeiro-ministro queria fazer mais cortes nos gastos do governo, mas não conseguiu o apoio crucial do Partido da Liberdade, de direita, no Parlamento.

O partido não faz parte da coalizão, mas apoiava o governo. No entanto, abandonou a discussão sobre a tentativa de cortar cerca de 16 bilhões de euros (R$ 39 bilhões) do orçamento do país, causando uma crise governista."

    Bonifa

    Curiosamente, o sentimento de nacionalidade e preservação de soberania e da própria existencia nacional, na Europa transformou-se em bandeira da direita, extrema-direita em certos casos. Os de esquerda são neoliberais globais e apoiam, por exemplo, a invasão da Líbia.

Artur

Tirem o cavalo da chuva também socialistas e comunas… Libertários não querem trocar as corporações com boas conexões políticas por uma nomenklatura popular… é o indivíduo contra o poder, o resto é balcão de secos e molhados.

Lucy

Vai ter microchips e placas de computador sendo fabricadas em casa e vendidas no camelô da esquina. Em breve nas telas de nossos filhos ou netos ou quem sabe antes até… É tendência natural a percepção pelo povo de que o único poder deve ser o do povo, exercido pelo povo.

EUNAOSABIA

Meu comentário se perdeu? o que houve?

MBC

O Caos está do nosso lado!! Quanto mais frentes de combate, mais desesperadas as forças da reação ficarão. Todas as iniciativas são válidas, devemos nos apropriar de todas as ferramentas disponíveis, desde o velho parlamento até forças ocultas das profundezas do mundo virtual.

Saúde e Anarquia pra todos!

Caracol

Bemvindos! Já estavam demorando.

Tor, Bitcoin e RepRap: O futuro da luta por um governo horizontal « Cirandeiras

[…] via Viomundo […]

Fabio_Passos

Confiram o Patido Pirata do Brasil:
http://partidopirata.org/

É uma das mais avançada proposta de gestão do conhecimento humano… porque destrói esta absurda concentração de poder hoje nas mãos das mega-corporações capitalistas.

Fabio_Passos

Acabar com a propriedade intelectual – conhecimento humano apropriado para fins comerciais por uma corporação – é uma Revolução libertária.
A cultura humana pertence a toda a sociedade humana.

emilio

Tem um lado tenebroso.
O Tor tem sido usado (inclusive por adolescentes) para penetrar a Deep Web, conjunto de sites não-indexados e que não podem ser acessados por navegadores comuns – Chrome, Bing, etc…
Acredita-se que essa Internet Profunda tenha centenas de vezes mais dados que a normal, de "superfície".
Na Deep Web tem de tudo: Hackers, crackers, terrorismo, receitas para bombas, satanismo, pedofilia, necrofilia, assassinatos filmados, e muitos vírus, códigos maliciosos, rastreadores, etc…
Mas tem coisas boas, acessos a trabalhos científicos, livros, etc…
Nesse lado ruim eu nunca entrei, pois tenho medo de não dormir a noite. Eu heim…

Polengo

Isso tem a ver com anarquismo?
Porque o anarquismo me parece, cada vez mais, uma saída muito interessante para a história que nos mostra que, seja qual o regime, corremos o risco de sempre ter cretinos imensos mantendo o poder.

FrancoAtirador

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“Ocupe Wall Street” propõe greve mundial no 1º de Maio, Dia do Trabalho

Por Redação da Rede Brasil Atual, com informações da TeleSur.

Se você não é membro de um sindicato, tire férias ou arrume uma doença, recomendam os ativistas

São Paulo – O movimento “Ocupe Wall Street” propõe uma greve mundial em 1º de Maio para marcar um protesto pelo Dia do Trabalho. Segundo a página do grupo na internet, trata-se de uma mobilização também para reforçar os direitos dos imigrantes nos Estados Unidos e em outras nações afetadas pela crise econômica, além de cobrar que jovens possam abrir mão de se alistar nas Forças Armadas para atuar em "guerras imperialistas".

“Um dia sem os 99%”, diz o cartaz de convocação do ato, em castelhano, lembrando o lema dos movimentos iniciados no ano passado em Nova York, resumindo a ideia de que 99% trabalham para sustentar os lucros de 1% que se beneficiam do sistema financeiro e especulativo.

Em Nova York, os manifestantes vão se reunir ao meio-dia do 1º de Maio com a proposta de “não trabalhar”, “não comprar”, “não trabalhar em casa” e “não ir à escola”. Os integrantes de várias associações pretendem aproveitar a data para promover a sindicalização de trabalhadores. Apenas 7% dos norte-americanos são filiados a sindicatos, e a crise econômica deixou as categorias desprotegidas quanto a cortes de quadros e de direitos.

"Dada a incapacidade do Congresso e de suas duas casas, da Casa Branca e do sistema corrupto político dos Estados Unidos, nós propomos no 1º de Maio transformar nossas variadas formas de organização de luta em um centro de poder popular, consistindo na união, na força social", propõe a convocação do ato.

“Se você é membro de um sindicato, pode declarar-se oficialmente em greve. Mas se não é, fique doente ou tire férias”, recomendam os ativistas. O Dia do Trabalho é “perfeito para protestar contra a corrupção do mercado global, que aumentou o desemprego, os baixos salários, elevou os impostos e o empobrecimento do 99% da população, que não conta com a maior parte dos recursos mundiais”.

A indignação dos cidadãos veio aumentando desde 2008, quando os bancos receberam US$ 17 trilhões como socorro contra a crise, ao passo que nas comunidades negras e de imigrantes houve uma perda média de renda de 60%.

Segundo o Ocupe Wall Street, a decisão de fazer uma greve mundial já conta com o apoio de entidades em Londres, no Reino Unido, Melbourne e Sidney, na Austrália, Ottawa e Toronto, no Canadá, e Seul, na Coréia do Sul.

Leia também:
"Elegemos Obama e fomos dormir:
os progressistas americanos se acomodaram,
enquanto a direita se organizou"

http://www.redebrasilatual.com.br/temas/internaci

    Bonifa

    O cúmulo da audácia é o Sarkozy convocar uma grande manifestação de apoio a ele mesmo no Primeiro de Maio. É quase inacreditável.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Depois que 27% dos franceses votaram no Sarkozy

    e 20% no partido racista e xenofóbico, da Le Pen,

    pode-se esperar qualquer absurdo da França,

    assim como de todos os demais países da Europa.

    É o verdadeiro caos civilizatório ocidental.

    Se a revolução popular europeia não prosperar,

    a degradação da Humanidade será inevitável.

    Pode rasgar a Declaração dos Direitos Humanos.
    .
    .

    Mário SF Alves

    Enquanto isso – o circo já pegando fogo – vê-se a imprensa corporativa tentando nos convencer de que o Sarkozy estaria perdendo por ter tirado do pulso e guardado no bolso aquele relógio de mais de R$ 100.000,00, durante corpo-a-corpo com eleitores. É a globalização do PIG.

carlos vicente

Dilma Implanta a Sua Tese, em Menos de 15 Meses
Em 2007 na Veja, defendi a Dilma no seu projeto de abaixar os juros que ninguém achava que era possível, até ontem.

"Ela precisará de todo o apoio dos engenheiros, administradores, contadores, advogados, médicos que querem ver o custo da "renda fixa" cair, obrigando os investidores a virar empreendedores e a assumir o risco da "renda variável".

"Ela já tem o meu total apoio, agora só falta o seu".
http://blog.kanitz.com.br/2012/04/dilma-implanta-

Polengo

Que texto lindo. Espero viver para ver isso resplandecer.

Marat

Ainda bem que no posto avançado dos EEUU na Europa (a Alemanha) ainda há seres pensantes!

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