Sindicato: Governo Bruno Covas assina contrato milionário com terceirizada para enterros noturnos; vídeo

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Sepultamentos noturnos de vítimas da covid realizados em 25 de março de 2021 nos cemitérios Vila Formosa, o maior da América Latina, e Vila Alpina. Fotos: Sindsep

Da Redação, com Sindsep

Em todo o Brasil, a pandemia vive o seu pior momento.

Na cidade de São Paulo não é diferente.

A capital está batendo recorde de óbitos por covid-19 e sepultamentos.

Na semana de 14 a 20 de março, a capital paulista bateu um recorde assustador no número de sepultamentos nos cemitérios públicos, privados e no crematório.

Na terça-feira (16/03), foram realizados 336 sepultamentos.

Na quinta (18/03), 337.

No domingo passado (20/03), totalizaram 372.

Assim como os hospitais e UPAS não têm vagas, no serviço funerário pode ocorrer um colapso no transporte/armazenamento dos corpos e nos enterros.

“O número de sepultadores é muito baixo”, denuncia o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep)

Somam 358, sendo 173 efetivos  do serviço funerário, 150 terceirizados e 35 contratados emergencialmente.

“Esse número de sepultadores não cobre a possibilidade de haver enterros noturnos como previsto e caso chegue em 400 sepultamentos”, acrescenta o Sindsep.

O que fez o Serviço Funerário do Município de São Paulo da cidade de São Paulo?

Primeiro,  contratou seis torres de iluminação e seis retroescavadeiras para abrir novas valas no cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste da capital. É o maior da América Latina.

Na quarta-feira (24/03), publicou uma portaria que estende os horários para a realização de sepultamentos. Será das 7h às 22h, todos os dias.

Além do Vila Formosa, os cemitérios São Luiz, Vila Nova Cachoeirinha e o São Pedro realizarão enterros noturnos.

Nessa quinta-feira (25/03), o Diário Oficial do município publicou um contrato de emergência com a empresa Maximus, que prevê o fornecimento de 50 sepultadores para ajudar nos enterros noturnos.

O contrato passou a vigorar ontem (25/03).

Segundo o Sindsep, o contrato com a Maximus será de R$1.365.000,00, com duração de seis meses.

Ou seja, R$ 227.500,00 por mês.

Agora, se os mesmos 50 sepultadores fossem contratados por contratação emergencial direto pelo serviço funerário, a Prefeitura pagaria praticamente a metade.

O Sindsep faz as contas. Os servidores recebem, em média R$ 2.400,00, entre salário base e benefícios.

Portanto, os 50 sepultadores custariam R$ 120.000,00, valor bem abaixo da contratação de uma terceirizada.

“Na verdade, quem ganha é a terceirizada”, salienta o Sindsep.

Aliás, o sindicato apresentou a proposta para que esses trabalhadores fossem contratados de forma emergencial pelo Serviço Funerário, mas o governo Bruno Covas (PSDB) rejeitou.

O fato é que a terceirização avança no setor.

“O Sindsep lamenta essas mortes e se coloca junto à população para exigir melhores condições de atendimento. Mas precisamos ter proteção”, observa.

Isso significa:

*Contratar mesmo emergencialmente mais servidores públicos, chamando todos os aprovados do concurso e, emergencialmente, os sepultadores.

*Vacinar todos os trabalhadores do Serviço Funerário. Para os que trabalham na administração dos cemitérios, agências de contratação, fiscalização,  expedição de caixões (Vila Guilherme, São Luiz, Vila Mariana, Itaquera).

*Intalação emergencial de câmaras frias para acomodação dos corpos até viabilização dos sepultamentos e cremações.

*Implantar tendas nos cemitérios para que não haja aglomeração e controle de entrada dos familiares no velório.


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Comentários

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Antonio

Bruno Covas saiu ao pai a ao avô o Mário Honesto Covas.
Privatizou a Zona Azul entregando-a para a Estapar, por certo mediante polpuda propina.
Um absurdo total.
A renda é integramente apropriada pela Estapar, mas a fiscalização é feita pelo CET e prefeitura.
Como o avô que privatizou as rodovias e não foi de graça, Bruno Covas segue os mesmos passos.
Pena que não irá gastar a propina.

    carlo ponti

    Na verdade não é uma pena que ele não vá gastar a suposta propina, pena é ou seria, ele está no estágio da existência em que está e mesmo assim não desvincular-se das coisas terrenas, que em futuro próximo não lhe será mais útil, ao menos em tese.

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