Psicologia da USP repudia o consentimento da reitoria com a violência

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Carta — Assembleia de alunos, professores e funcionários do Instituto de Psicologia da USP (IPUSP) quanto aos acontecimentos recentes no campus

Enviada por Salete Magnoni, via e-mail

Comunicamos que a comunidade do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, na assembléia dos professores, funcionários e alunos do dia 16 de novembro de 2011, deliberou pela manifestação de seu inteiro repúdio à violência da Polícia Militar na operação de reintegração de posse do prédio da Reitoria da Cidade Universitária, ocorrida no dia 8 de novembro de 2011, bem como a detenção e criminalização dos estudantes que a ocupavam. Repudiamos não apenas a brutalidade cometida neste episódio, mas toda instrumentalização da violência como forma imediata ou incontornável de manutenção da segurança pública, seja patrimonial ou, principalmente, humana, em qualquer âmbito da sociedade.

Não compactuamos com a violência e o atropelamento dos direitos humanos como um apêndice da suposta manutenção e promoção de segurança, institucionalizada ou não. Avaliamos que quando um órgão de segurança do patrimônio e da integridade física das pessoas, no campus da USP, atua ora como proteção e ora como repressão e violência, trata-se da lamentável repetição das contradições já sofridas pela sociedade no seu cotidiano. Mas se acreditamos no papel fundamental da extensão universitária e em nossa participação e articulação com a sociedade, teremos de reafirmar a função fundamental da Universidade de São Paulo: pensar, pesquisar, praticar e oferecer diferentes alternativas aos problemas sociais.

Manifestamos ainda nossa insatisfação com o modo anti-democrático com que a reitoria avalia e decide soluções às questões fundamentais do campus universitário. Entendemos que este episódio denuncia a precariedade das atuais formas de diálogo entre reitoria e comunidade USP. O isolamento administrativo de João Grandino Rodas, e seu inaceitável consentimento com a violência, são sinais críticos de que necessitamos da construção de novos espaços de discussões na Universidade de São Paulo. Queremos discutir estas e outras questões com toda a comunidade USP, tão carente de articulação entre seus cursos e unidades.

Assembleia de Alunos, Professores e Funcionários do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

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Psicologia da USP repudia o consentimento da reitoria com a violência « Ágora

[…] Fonte: Viomundo| […]

cronopio

Apenas uma informação, pessoal: a assembléia da Física foi interrompida pela entrada de um aluno armado de uma pistola automática. O aluno ora manuseava a arma em seu dedo indicador, ora a colocava sobre seu colo. A assembléia julgou ser uma atitude de intimidação que colocava em risco a vida de todos os presentes e achou por bem interromper a assembléia. Soube-se, posteriormente, que o aluno é policial (ainda não sei se estudante da polícia ou policial profissional).

Regina Braga

O Texto ficou ótimo,principalmente a parte do pensar,pesquisar,praticar e o OFERECER diferentes alternativas para problemas SOCIAIS…A USP sempre foi um núcleo, do pensar livre e independente…que assim continue.

Tobias Reis O. LLory

estive hj no campus da USP… tudo na mais perfeita tranquilidade!

alunos tendo aula…

professores trabalhando…

quem passa sem saber, nem percebe q estão em greve GERAL!

sobre o "comunicado" da IPUSP, gostaria de saber a q violencia estão se referindo!

e nenhuma linha recriminando a atitude de invasão da reitoria por meia-duzia de baderneiros?

q coisa, né?

    Paulo

    Você deve estar se referindo ao conformismo que graça uma parte da USP. Justamente aquela que defende a polícia no campus, os "filhinhos de papai". Eles querem polícia para defender-se dos pobres. Como a estrutura de poder que você aprecia e aceita como normal, segundo o seu ponto de vista, não é violenta, qualquer reação você considerará violenta. Por outro lado, a polícia fez uma baderna danada, jogando gás lacrimogêneo em quem não estava envolvido na coisa. Essa polícia, tão desorganizada e capenga, ganhando mal, sem inteligência, que não vai atrás dos chefões do PCC, pois são recebidos a bala ou com "diárias" (por isso, já teve jornalista que falou "se quer acabar com o problema da droga, feche o DENARC). Caro Tobias de Aguiar, você sabe a qual violência eles se referem: você precisa de uma aula de democracia, pois este espaço lhe dá o direito de ter a opinião divergente – muito embora você goste de ter apenas a sua prevalecendo…

    USP-FEA

    por "uma parte da USP", o Sr deve estar se referindo aos 98% dos q NÃO PARTICIPAM de nenhuma manifestação contra a PM na USP ou contra a permanencia de Rodas como reitor…

    deve ser!

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