Presidente da Comissão de Direitos Humanos denuncia: Imagens mostram total desproporção nas agressões, inclusive tortura; íntegra

Tempo de leitura: 2 min
Fotos: Reprodução de vídeo e arquivo Câmara dos Deputados

Caso João Beto: presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados pede urgência na investigação

Por Pedro Calvi*/CDHM

O soldador de portões João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos e negro, foi espancado e morto por dois homens brancos, na noite desta quinta-feira (19), em uma unidade da Rede Carrefour, na zona norte da capital gaúcha.

João Beto, como era conhecido, deixa mulher e uma enteada.

Os dois agressores trabalhavam como seguranças no supermercado e foram presos em flagrante.

Um deles é policial militar e foi levado para um presídio militar.

O outro é segurança da loja e está em um prédio da Polícia Civil.

Um deles não tem o registro nacional para atuar na profissão, mas a polícia não informou qual dos dois. Ambos são funcionários de uma empresa terceirizada.

Na tarde desta sexta-feira (20), o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) pediu, com urgência, prioridade na investigação do caso e a punição dos envolvidos.

O documento (na íntegra, ao final) foi enviado a Ranolfo Vieira Júnior, Secretário de Estado da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, e Fabiano Dallazen, Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul.

“É um homicídio trágico em um quadro sistêmico e intolerável. As imagens que circulam nas redes sociais são nítidas e mostram a absoluta desproporcionalidade nas agressões e indicam até mesmo a prática de tortura”, denuncia Helder Salomão.

Testemunhas relataram que o espancamento teria iniciado depois de desentendimento entre João e uma funcionária do supermercado, que chamou os seguranças do local para relatar o ocorrido.

Ele foi levado para a entrada da loja e agredido até morrer.

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tentou reanimar João depois que foi espancado, mas ele morreu no local.

Segundo o Atlas da Violência 2020, entre 2008 e 2018, as taxas de homicídio aumentaram em 11,5% para os negros, enquanto para os não negros houve uma diminuição de 12,9%.

Já o Anuário de Segurança Pública aponta que, em 2018, 6.220 homicídios foram praticados por policiais, índice que cresce ano a ano.

Onze por cento das mortes violentas intencionais foram praticadas pela polícia naquele ano. São 17 pessoas por dia.

Entre 2017 e 2018, o crescimento foi de 19,6%, mesmo com a redução geral dos homicídios.

No documento enviado ao secretário da Segurança e ao Procurador-geral do RS, o presidente da CDHM ressalta que “a impunidade desses crimes permite que a violência se perpetue”.

*Com informações do G1/RS e O Estado de São Paulo


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Comentários

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Zé Maria

O desgoverno Bolsonaro/Guedes/Mourão tem Grande Responsabilidade
pelas Perseguições, Ofensas e Agressões sofridas por Indígenas e Negros,
senão por Incentivo, ao menos, por Omissão dos Respectivos Ministérios.

Fernando N. dos Santos

E A FUNCIONÁRIA QUE DENUNCIOU … CADÊ ???… VAI VER QUE É UMA BRANCA QUE SE ACHA A ULTIMA COCA COLA DO DESERTO EXPLORADA COMO CAIXA NO CARREFOUR.

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